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ANÁLISE DE CENÁRIOS E RISCOS

MEIO AMBIENTE: FATORES QUE DEVEM


SER CONSIDERADOS EM UMA ANÁLISE DE
CENÁRIO

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Olá!
Ao final desta aula, você será capaz de:

1- Definir o que é meio ambiente;

2- Identificar os fatores ambientais que devem ser considerados como “perigo” durante o planejamento de um

evento;

3- Reconhecer os impactos ambientais no meio urbano.

1 Introdução
Dando continuidade ao conteúdo estudado na primeira aula, onde abordamos os riscos, aqui serão expostos os

fatores ambientais que podem influenciar, de maneira positiva ou negativa, no planejamento de um evento.

A definição de risco elaborada por Houaiss (2001) traz termos com grande significância como probabilidade,

incerteza e perigo.
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Os fatores mencionados manifestam-se em um cenário e, em detrimento aos conceitos emanados do

planejamento estratégico, o nosso cenário macro é o planeta Terra que é um sistema aberto, pois recebe energia

externa do Sol para ter seu pleno funcionamento e, sendo assim, não possui características herméticas e

plenamente previsíveis devido à sua dinâmica.


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Devemos entender cenário como o conjunto de elementos que compõem o ambiente do nosso trabalho,

consequentemente, de nossas ações.

2 Eventos
Voltando-se para a realidade do nosso trabalho, podemos ter eventos com abrangência nacional, regional,

estadual, municipal e, mais especificamente, influência local, tendo como parâmetro o conceito de lugar, o

conhecido e vivido.

Você sabia que tivemos grandes eventos em nosso país nos últimos anos?

Dos grandes eventos que tivemos em nosso país, podemos registrar a Copa das Confederações e a Jornada

Mundial da Juventude, em 2013, a Copa do Mundo, em 2014 e as Olimpíadas e as Paraolimpíadas, em 2016;

todos realizados nos principais centros urbanos do Brasil, ou seja, não mais em ambientes naturais e sim em

locais transformados pela ação antrópica (do homem).

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2.1 Incerteza, probabilidade e risco

Cabe ressaltar que ao falar de meio ambiente não podemos separar o homem da natureza, pois, segundo

Dashefsky (2003), o meio ambiente é composto por “todos os componentes vivos ou não, assim como a todos os

fatores, tais como o clima, que existem no local em que um organismo vive”.

Ao mencionarmos o planejamento vislumbramos, primordialmente, a paisagem. Entretanto, temos que ir além.

Segundo Santos (1997, p. 83): “Paisagem e espaço não são sinônimos. A paisagem é o conjunto de formas que,

em um dado momento, exprimem as heranças que representam as sucessivas relações localizadas entre o

homem e a natureza. O espaço são essas formas mais a vida que as anima.”

Ao falar de espaço abordamos o local do risco, exposto na aula anterior e de mais 3 fatores que vamos definir:

• Incerteza

Uma expressão do grau em que um valor (por exemplo, o estado futuro do sistema climático) é

desconhecido. A incerteza pode ser resultado de falta de informação ou de desacordo sobre o que é ou o

que pode ou não ser reconhecido.

• Probabilidade

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Deriva do latim probare (provar ou testar). Informalmente, “provável” é um dos muitos vocábulos

utilizados para eventos incertos ou conhecidos, sendo também substituído por algumas palavras como

“sorte”, “risco”, “azar”, “incerteza”, “duvidoso”, dependendo do contexto.

• Perigo

Segundo Sanders e McCormick (1993), “é uma condição ou um conjunto de circunstâncias que têm o

potencial de causar ou contribuir para uma lesão ou morte”.

O perigo diz respeito a um acontecimento natural que causa ameaça às pessoas e aos bens materiais,

como por exemplo, avalanches, cheias, deslizamentos ou terremotos.

Atenção

Os problemas ambientais não são uma manifestação contemporânea, pois estão relacionados à existência da

espécie humana e, na atualidade, veem à tona devido à quebra da capacidade de suporte dos recursos naturais

para atender às necessidades de um modelo de desenvolvimento e de uma sociedade global.

2.2 Localização

A localização deve ser considerada ao planejar um evento?

Um aspecto fundamental que deve ser considerado ao planejar um evento é a sua localização.

Onde será?

Qual continente?

Qual país?

Qual região?

Qual estado?

Qual cidade?

E como este local interage com seu entorno?

A Geografia nos diz que não há características homogêneas em todo nosso planeta, então, devemos considerar os

fatores ambientais de forma mais ampla, segundo a localização no globo.


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A recepção da radiação solar pelo planeta é diferenciada e, por isso, temos consolidação de Zonas Climáticas

diferenciadas, bem como a consolidação de estações do ano de forma inversa nos hemisférios Norte e Sul. É

inverno no Sul, verão no Norte.


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Fonte: http://www.georesumos.blogspot.com.br/2012/05/zonas-climaticas.html

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Quanto mais próximo à linha do Equador , maiores serão as temperaturas, exceto em locais que possuam

grandes altitudes, pois a cada 150m a mais de altitude, a tendência é que a temperatura tenha um decréscimo de

1 grau.
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Certamente, ao programar um evento para Manaus os fatores observados serão diferentes dos considerados

para a cidade do Rio de Janeiro ou Cuiabá.

3 Efeito estufa
Como fora mencionado anteriormente, o nosso planeta é um sistema aberto que recebe energia do Sol

absorvendo uma parte e refletindo outra de volta para a atmosfera. Inserido neste contexto temos um processo,

chamado de efeito estufa, que proporciona a reabsorção de radiação solar e o rebatimento pela atmosfera para a

superfície promovendo a regulação térmica do planeta.

A radiação solar refletida pela superfície terrestre é também corresponsável pelo aquecimento e circulação

atmosférica que aciona o mecanismo de ventos. Fenômeno que pode ser benéfico ou não, pois pode dispersar os

poluentes atmosféricos, mas em casos extremos pode comprometer o bom andamento de um evento.

Esse processo natural é benéfico, entretanto, tem sido potencializado pela grande emissão de poluentes,

principalmente CO2 na atmosfera. Os efeitos do processo são sentidos especialmente nos centros urbanos,

devido à concentração do fluxo de veículos automotores que têm na queima de combustíveis fósseis sua fonte de

energia.

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A Maior parte dos Centros Urbanos Não possui hum Sistema de Transporte Coletivo Eficiente e, Por tal Fato,

medidas para Restrição fazer Uso de Automóveis particulares (suspenção de aulas e Campanhas educativas)

PODEM, em Muito, Ajudar na diminuição dos Problemas de transito.

3.1 Inversão térmica e Ilhas de calor

Inversão térmica

Não podemos deixar de mencionar que durante o inverno, principalmente no período da manhã, pode ocorrer

um fenômeno denominado inversão térmica, quando uma camada de ar frio, por ser mais pesado, acaba

descendo e ficando próximo à superfície terrestre, retendo os poluentes. O ar quente, mais leve, fica em uma

camada superior, impedindo a dispersão dos poluentes.

Fonte: http://www.atmoferica.blogspot.com.br/2011/08/prezuizos-para-saude-inversao-termica.html

Ilhas de calor

Outro processo que ocorre no meio urbano é a formação de ilhas de calor que consiste no aquecimento maior

das áreas urbanas em relação às suburbanas e rurais vizinhas, principalmente devido à densidade de edificações

existentes nas áreas e a capacidade de absorção ou reflexão da radiação solar dos materiais utilizados nas

construções, a cobertura vegetal e a presença de corpos d’agua.

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Fonte: http://www.oplanetaterraeeu.blogspot.com.br/2011/05/selecao-de-imagens.html

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O contraste da temperatura média entre um centro urbano e áreas vizinhas é, em média, de 4 a 6 ° C, e pode

gerar um grande desconforto na população durante o verão e, consequentemente, o aumento do consumo de

energia elétrica relacionada ao uso de sistemas de refrigeração de ambientes domésticos, comerciais e

industriais.
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Fonte: http://www.geoconceicao.blogspot.com.br/2012/03/1-origem-das-ilhas-de-calor-os-grandes.html

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3.2 Aquecimento diferencial do planeta

Fonte: http://www.cresesb.cepel.br/index.php?link=/tutorial/tutorial_eolica.htm

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O aquecimento diferencial do planeta proporciona o deslocamento de massas de ar das regiões mais frias

para as mais aquecidas, ou seja, dos polos para os trópicos em direção à linha do Equador.

Em muitos casos, os ventos mais intensos acompanham a chegada de frentes frias e, consequentemente chuvas.
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O deslocamento das massas de ar é estudado pela Meteorologia que pode, com algum grau de precisão, prever

suas tendências. Esses deslocamentos originam o mecanismo propulsor dos ventos, que podem atuar de forma

benéfica para o uso esportivo ou mesmo de geração de energia elétrica ou, pelo contrário, ser extremamente

destrutivo como os furacões que assolam o Golfo do México e as planícies centrais dos Estados Unidos.

Fonte: http://www.riocotidiano.wordpress.com/projeto-da-prefeitura-pretende-acabar-com-enchentes-na-
grande-tijuca/

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As áreas litorâneas são mais vulneráveis às ações desses fatores ambientais, entretanto, podemos trabalhar

com sequências históricas meteorológicas para fazer inferências quanto à possibilidade de ocorrer eventos

climáticos intensos, podendo gerar grandes transtornos ou mesmo o cancelamento de eventos.


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Locais que possuem densa cobertura vegetal, além de absorver o impacto das gotas da chuva, proporcionam a

infiltração da água no solo. Contudo, no meio urbano, boa parte do espaço é impermeabilizada por pavimentos,

telhados, estradas, dentre outros, diminuindo o processo de infiltração e proporcionando um maior escoamento

superficial com velocidade muito superior a que ocorreria em uma área natural. Assim, a capacidade de suporte

que os sistemas pluviais possuem de escoamento de água é superada, gerando enchentes e alagamentos que,

com certeza, promoverão danos ao sistema de transportes e trânsito, e, consequentemente no fluxo de pessoas.

Fonte: http://www.blig.ig.com.br/mazanza/tag/vale-do-itajai

Intensas precipitações em locais com relevo acentuado podem, também, promover o deslizamento de encosta.

Nos grandes centros urbanos, muitas áreas que deveriam ser preservadas são ocupadas comprometendo ainda

mais a resistência do solo, principalmente em encostas com declives acentuados onde é pouco espesso e, ao

absorver as águas das chuvas, passa por um processo de saturação que promove seu desagregamento e

deslizamento pela a ação da força gravitacional.

Como exemplos, podemos citar as enchentes que ocorreram em Santa Catarina, em 2008, onde as fortes chuvas

contribuíram para promoção de vultosos deslizamentos de encostas e as enchentes em Alagoas, em 2010 e 2012.

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Fonte: http://www.prologo2010.wordpress.com/2010/07/01/vitimas-de-enchentes-em-alagoas/

Poderíamos falar sobre eventos extremos como vulcanismo, terremotos, tsunamis, furacões dentre outros,

contudo não pretendemos aqui esgotar esta discussão. O mais importante foi oferecer elementos para uma

reflexão ampla que fundamente a sinalização dos fatores de risco em um cenário e, certamente, durante o

andamento da disciplina, novos fatores poderão ser citados e inseridos no contexto.

O que vem na próxima aula


• Na próxima aula, você estudará sobre: ​o que é cenário, o que é ameaça e vulnerabilidade e que é
percepção do risco bem como a antecipação e prevenção de um cenário pré-estabelecido.

CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Compreendeu o que é meio ambiente;
• Identificou os fatores ambientais que devem ser considerados como “perigo” durante o planejamento de
um evento;
• Conheceu os impactos ambientais no meio urbano.

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