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. N910 e 1$50
O MELHOR RETRATO DE ITA BRANDA O FOI OFE-
RECIDO AO «SEU~ ANIMA TOGRAFO
A protagonista do primeiro filme português produzido pelo Bloco
11. da Costa, a gentilíssima artista portuguesa que veio cxpri~ssamente
de Paris para interpretar a Branca de .. Gado Bravo", ofereceu-nos êste
lindíssimo retrato de Utudjian, com uma dedicatória que nos enternece
- e que é a b~olutame nte verdadeira. Os nossos agradecimento~.
:\a capa: - L 1LL1 A N li AR\' E\'
CHEGOU A L I SBOA
Nita Brandão
prota g oni sta do film e
• Gado Bravo
Madame H. da Costa, os realizado- Um quarto ele hora depois estava o caso
res Max Nosseck e António Lopes averiguado. O tal barco era um inlruj:io. O
t{ibei ro, a linda Olly Oebauer, os Oroix vinha atrás, muito escondido, mas vinha.
assistentes Artur Duarte e julio Aproximou se devagar e ainda rstava a uns
Vicente Ribeiro, o operador Nu· duzentos metros do caes quando reconhecemos,
nes das Neves que e.lava prepara- debruçado na amurada, o Correia de Matos
dissimo para filmar um famoso do- que linha ido a Leixões esperar a nossa com-
cumentário da recepção sensacional patriota e dar-lhe o primeiro shake-hand de
da vedeta portuguêsa e, fina mente, bôas vindas Saltei logo para uma jangada onde
a imprensa ci nemalogr:lfica, vaga- o navio devia atracar e preparei a m:\q ui na pa ra
mente representada por mim. não perder o ângulo.
O paquete francês que devia Nita Brandão não se tinha esquecido de mim.
trazer Ni1a Brandão, o Groix, ti- Conheceu-me logo e foi ela a primeira a sorrir,
nha anunciado de Leixões uma pon- contente por ''êr uma cara conhecida no mo-
Si/a O.andào, s11a m1ll , Coruia dt· Mille>S • Habnl L1ppuh11 tualidade sempre duvidosa para a mento da chegada. Tinhamos tra,·ado conheci-
d numrada do ...crou·• sua chtgada a Alcântara. Já passa- mento na Paramo11nt, de Paris, há dois anos,
'"ª uma grande meia hora e não se quando se reali7.ava • A Minha Noite de Nup-
Vocês naturalmente não fazem ideia nenhu- al"istava ainda absolutamente nada na linha im· cias».
ma da hora a que me levantei na stg11 11 da· feira passível ela barra. Quem tinha razão era eu, Nita Branclào fazia um pequeno papel nêsse
passada por causa da Nita Brandão. Pois fiquem pois claro. O paquete não chegava com certeza, filme e eu que tinha lá ido por conta da Para-
sabendo que eram quatro e meia da madrugada antes das sete e meia ou coisa parec;da. rnounl de Lisboa lazer rrportagens para n Ima-
quando aconteceu essa coisa horrível. Eu es- Passe.1mos pelo caes ao acaso, gosando o gem, tive variadissimas ocasiões de falar-lhe.
tava tão arrelampado com sono que me foi ne- prazer obrigatório daquela manhã dara. A agua Conservei dela a melhor impressão e fü·c ago-
• ces'iário fazer um grande esforço de memória ,·erde do Tejo excitava-nos. Falámos românti- ra um sincero prazer cm tornar a ve-la.
para me lembrar em que sitio da casa estava o camente em tomar banho e resignámo-nos logo
quarto de banho. Encontrei-o eníim, depois de á impossibilidade triste do nosso desejo, lamen-
ter andado pelo corredor aos tombos e uma vez tando apenas que a vida n:io estivesse orga ni-
lá, abri largamente as torneiras da agua fria zada com bastante habilidade para raelizarmos
porque considerei qne só nm banho ao natural imedialarnente as fantasias que nos passam O Ne,·es tinha i111ci·do já o seu documen-
poderia talvez arrancar a min ha carne miserá- pela cabeça. Tirámos foto2rafias, sem finahdadc, tário enquanto os g1t1~dastes iça,·am a escada
vel áque!a morte aparente. Entrei no banho sem para passar o tempo. Um barco porluguê> que qne de,·ia estabelecer a lig -ção ~ntrc o caes e o
que a lemp.:ratura da água me desse uma sensa- desliza,·a lentamente na água de,.;.
ção determinada. Seria eu o paquete? dro, com a sua vela gigante, prO\'O·
Pelo menos, fluctuava . Readormeci dentro cou entu~iasmados comentários de
de água serenamente e só acordei em Alcântara .Max Nosseck . .Mai os comentários
qnando desci do taxi e foi nece>sário pagar ao foram interrompidos por alguem
• chauífeur• . que já avistava um barco suspeito,
que talvez fosse o Oroix. Olh:\mos
• lodos com os olhos esbugalhadís-
O Bloco chegou ao mesmo tempo que eu. simos para o abs!raclo fio de fumo
Só faltavam as máquinas de filmar e o camion que subia, lá ao longe, no ceu
do som. O resto estava completo: O direclor branco . .Mas não era lácii para nós
ele produção excelentemente representado por identificar a hipótese.
A esquerda. Niltt llrtmdtio fa/a11do com o mlactor de •ll11imaMgraf<» . À tlircit" .f1ílin J'icenle Ribeiro, Max Nosseck e Artur Duarte."º cais dt Alrth1/Ma
A nim:aetóraro
clncmatográlicos de f)aris devia ter tido nun\e-
rosas ocasiões de encontrar Nita Brandão, prin·
cipalmcnte na Paramount onde ela trabalhou
muitas vezes desempenhando ~equenos papeis
não só nas versões portuguesas e espanholas
que já se fizeram há poucos anos mas também
em variados filmes franceses. O facto de !er
portuguesa, de possuir uma figurinha elegante
e uns olltos agrad:i\'eis e de actuar em estúd'os
franceses eram qualidade mais do que suficien·
tes para ser notada por H. da Costa q .. e se
lembrou dela no 1romcnto oportuno. Nita Frau-
dão trabalhou até agora modestamente e t. \'C
enfim o gôsto sempre dõcc para quem espera de
vêr chegar o seu momento. O arquitecto Her·
bert Lippschitz que vem dirigir os cenários do
•Gado Bravo• tem aquele ar jóvem, sorridente
e bem vestido da ra1»ziada que se vê habit11•l-
111enle circular nos es•údios estrangeiros.
Apertei-lhe a mão com a certeza de tê-lo en·
coutrado lá, muitas \'czes nos sítios mais cife-
rentcs. ficou muito conkute com a fotografia
que lhe fiz a bordo, ao lado de Nila Brandão.
A' tarde quando lha mostrei disse várias wzes,
embe\·ecido com a sua figura simpática, q ·e o
acaso da minha arte fo~ogr:ilica, ainda embrio·
nária, reproduzio exactamcnt~. que era exce e..•
1, que foi o termo gcrmln•co que êle encontrou,
e bem, mais próximo da minha interpretação
lusíada.
NUIONALISM~
O nacionalismo e o l>om-senso esU1o na
mf'da. Nilo .•ão contudo Ideias compltmenla·
res que ba~tem para se just ficarem uma à
outra. Se é veraade que a boa sensatez ruo·
mendo, nestes tempos dl! paz perigosa e ,gois-
mo oficial, a ressurreiçl1o ao espirilo nacco-
n·.lista, como elemento essencial de segurança
e de consciência pcibltca, o macional/smo
nem semore é prol1Cado com bom-senso - o
que equivale a dizer: com equillbrio. Ainda não é mulher.
Esse equilibrlo impíJe~se no cirrtma, comn
na politic 1. A tleiçl1o de normas equilibradas,
eficazes, dtve reger a e/aboraçtJo de cada
Traz o divtno mistério
filme nacional - e multo mais o estabrl ci· Das coisas
merzto <lUma mdcíslrla de film s.
Essn indcislria procura estabelecer-se em
Que a vida não profanou;
Po·tug •l. d cu. ta de esforços particu/a1e·, Olhando-a - ten/10 saudade
que contam - no sentido de confiar, ae espe· Das ilusões que tombaram
rar que assim seia . .. - com a boa vontade
da governaçao, mas que nfnd11 nao co11s. gui- No caminho
ram dela 00010 011 a11xi/10 que 1íJs.u além Que o destino me traçou.
das facllidaa es al/andeg<írias, essas mesmas
arroncadas a f erros e sempre n titulo ae
excepçtlo. Possui o charme sensível
Ntlu é difictl de entender que isto é desola·
doramenle insuficiente. Por r ut10 lado, crtam-
Duma flôr de maravilha
se dificuldades, provn1lcntes de bílfas inter- Onde a abelha
nacionais a propdslto de vl11/los, conservas '
baca//lau. Ora o cinema nada tem que vtr
Tem receio de poisar.
con as rnzíJes respeltdvds e .~ubstwciosos Ainda não é mulher.
que originam essas jusl/ss1mas reores<íllos- e
ntto deve, de nen/lum mod<>, ser vitima d1 las - Não sabe ainda sorrir
Jnst•u11unto maravilhoso de propniaada, além Para iludir ou tentar . .
d~ valiosa mercadoria, um filme pode servir
mais eficazmente os inle1 essts duma naçllo A;N T Ó N l O BO T T O
que uma remessa de latas ou de garrafas do
mais exquisllo • brand•. Todos os grande~
pacs s assim o compreenderam e o apro1•e1
t'>ram. Nos Estad1s Unld~s da América do
Norte, os filmes sao o te redr a producto d
expo1taçflo em ordem decrescente de tmo r-
td'lcia. A Altmanha n(lo recuou perante um
aclJrdo vexatório (para ela, Altman/la) cone
a sua lnimif.a figadal, tm.1 rtgaado fraac.se.~
nas suas oticlaas d~ 8e11im e oaiando-1/les
em maífntficos Real markea, sd para vead, r
em França (5.5-17 clntma•, sd no coafiatnle e
na Ar1;él1a ... ) as suas HOduçlJes. A U.R.S.S. mes portu~11 ses constderad. s • de arte• por Lawrence, Duhamel, Marinetti, emparceirados
a-pesar do e boycoltajle •, das medidas de u 11a comissao rompei ate a no"'ear, - 'ª"·" com curiosas nota> sôbrc Camilo, e críticls se-
censura, da propaganda antl-sovléllca, exoor bém se prol111lirtam filmes nacionais que nos guras a vultos portugneses-António Botto, Jú-
tou ae 1921a1930, cinco 111il/1lles de rublo~ orgu//lassem e de ,s<m dinlletro a ganhar a lio Oautas e l'randsco Sanches t~m no li,·ro de
de pel/cu/a impressionada - e impressio- muito trabal/lador p J1tuguês. A. de A. a mais justa recondução às suas res·
nante ... pecti\•as e tão diwrsas posições - são notáveis
Em P<Jt/ugol nl1o se exportam filmes cme- ANTÓNIO LOPES Rrne1Ro de ni tidc1. e de simplicidade.
malóRráficos pela podei osa razi1o de n(lo se Alves de Azevedo é critico excelente e bom
fabricarem. E nllo se tcb•ícam porque o s ,,1, escritor. •l,igu ras Conkmporàneas• dá-uos a
a paisagem, o folclore. os touradas e a boa
vontade stlo materiais preciosos mas fnsufi·
cientes para se fazer o mais modesto ao-
PANORÂMI C A prova cabal de que o cinema só tem a ganhar
com a sua presençJ nas suas fileiras.
cumenldrto. E' preciso pcl.cula, aparei/tos, Uni Livro O filme ele Charlot
holofotes, mdqumas, produt11s qu/micos, 11111
r{)r de coisas complicadas que se fab1ic 111 foi com orgulho e excepcional agrado que Charlic Chaplin an uncia um novo fihu~, que
em França, na Ate111anf1a e na América do lemos o último liwo do noss > 4uerido amigo e diz dever e>tar concluído cm 1935.
Norte. Sem elas 1100 é oossivel criar o •-'P - colaborador F. Ah·es de Azevedo, uma das ra- Quando anu nciaram a Lucien Baroux, que é
ctâcuto cmemalOI!' dfico, msinuunte mn1sa- ras pessoas que em Portugal se dão ao 1uxo de um dos mais espirituosos artistas franceses, a
geiro das qualidades pátrias. E todas pensar e de escrever sôbre o que pensam. Nou- nova sen5acional, Bar.oux 1c1·t só êslé comentá-
elas custam os ol/los da cara - e ainda oor tro qualquer país, cf1guras Contemporâneas•, rio, que não traduzimos, para não lhe tirar um
cima os • óculos• pesadlsstmos dos direitos, que a liHaria Peninsular te,·e a coragem rara miligrama de sabor:
t1an<Jerênclas, certificados e outras a/w de editar, marcaria um lugar definili\·o deulro - Encorel . .•
valas. do panorama critico da época. Mesmo em Por- Ainda e sempre. Chaplin, o artista que atrai•
A crtaçno duma Indústria po1tuguesa ae tugal, onde as coisas tardam e custam a impôr- c;oou sórdidameutc a arte que o engrandeceu,
filmes lnternaclo11ats strla medida d e bem -se, mas onde a ,·erdadeira i.1teligência e o ver- insiste na sua antipática atitude de homem que
compreendido, senso/o, equilibrado e selo na· dadeiro espírito forçam as más-vontades e os não quere dar o braço a torcer. E' triste e
clona/ismo. Ela sd é passivei apds uma pena- azedumes· mais fechados, o liHo de Alves de lamentá\°el. Se êlc fizer pesar sõbre o seu no,·o
da decidida e generosa. Aze,·e<lo cons guiu, em poucos dias, chamar lilme os mc;mos irritantes prejuízos que emba-
Permctimo-nos lembrar ao actual Govtrao sôbre si justíssima atenção. t' que Alves de ciaram as • Liues da Cidade '" quando o vir-
o rtsultado msojismdvel duma medida que Azc,•edo, libertando-se, como êle próprio o d~ mos - ai por ,·olta de 1937 .. - só podere-
tomou : a isençno de conlrtbufçíJts, d11Tante clara no prefácio, do seinpiterno figurino fran- mos ter a mesma reacção de re,·olta e de enfado
dez a11os, para os prédios coastruiaos até cês, da cultura superficial do •Candide• e das que li\·emoi quando o •City Lights • nos apa-
ao fim de 1933. • l\ou,·clles Littéraires-, foi busêar às literaturas receu cheia de publicidade, maldade e pre1eu-
Assim como se construiram prédios por menos familiares da Inglaterra e da Alemanha ções.
IOda a pHle, com incrlvel rapidez, se hou- os seus motivos de análise crítica, tratando-os O cinema pro,·ou a Charlie Chaelin que po-
vesse a coragem jdcil de isentar, durante com a mais elC\·ada isenção, a mais simpática dia perfeitamente passar sem êl~. Charlie Cha-
cinco anos, de todos os direitos alfandegdrios leveza, e a mais evidente autoridade. plin -é qnc não pode passar sem o cinema,
todo o material cinematogrdfico importado, Os seus estudos sõbre Th'lmas Man~. Ruskin, tal como êle é hoje, se quiser ser o que já foi:
de isentar de todos os Impostos todos os fil· Walter Pater, os dois Huxley, Kay,erling, alguém.
Os cómi«:os V1
lllteux est de ri• que 4e larmes eacrlre
Pour ce que rlre eet te prop:re de l'homme
&ABELL.l..I S
A »imnt6ara.f o
Aselecção de intérpretes para os filmes do
BLOCO H. DA COSTA está a cargo de
"Animató grafo"
A Agência H. da Costa vai instalando em EM QUE SE EXPLIC A O QUE É UM 11CASTINO BUREAU•, SE
Portugal, pouco a pouco mas num ritmo certo, a
sua organização produtora de filmes. DÁ NOTICIA DO SEU ESTABELECIMENTO EM PORTUOAL,
A cinematografia portuguesa é, por assim di- E SE CONVIDAM OS LEITORES A ENTRAR. PARA O CINEMA
zer uma criança ainda. A Agência H. da Costa
ten; estado a amamentá-la e tenciona fazer dela
uma criatura bem constituída com pulmões for-
tes e coração normal. instalações próprias na Rua cio Alecrim, na aproximadamente trinta escudos pela taxa de
A última novidade do Bloco vai ser patro- Secção feminina do A B C, e funcionará a par- inscrição, recebendo-se apenas em troca a pro-
cinada por «Animatógrafo• e dirigida pelos seus tir de segunda-feira, 12 de Junho, isto é: de babilidade de entrar num filme. O nosso •Cas-
rcdactores principais. Trata-se do cCasting Bu- hoje a uma semana. ting Bureau• é mais barato e mais compensador.
reau• destinado á seleção de intérpretes para os O serviço volante é dirigido por Olavo de Paga-se apenas a infima quantia de cinco es-
filmes do Bloco H. da Costa. Eça Leal, compõe-se dum grupo de ariistas, cudos recebendo-se em troca além da inscrição
Tal qual como em Hollywood !- Como vêem jornalista~ e senhoras de quem oportunamente e a título de brinde, um retrato idêntico ao que
Portugal civiliza-se, cinematográlicamente fa- anunciaremos os nomes. ficará 110 arquivo e uma assinatura men•al de
lando. Vamos ter um • Casting Bureau• de ser- (.) serviço fixo de •casting• destina-se ás •Animatógrafo•. Parece-nos que dêste modo a
viço permanente. Metam bem isto na cabeça pessoas que voluntáriamente pretendam insere· teórica despeza de inscrição fica largamente
para se compenetrarem doenormevalôr que pode ver-se nos arquivos de selecção de intépretes do compensada.
ter para vocês esta inovação olerecida por H. Bloco li. da Costa. Qualquer pessoa pode, por-
da Costa aos cinéfilos portugueses. tanto, dir.gir-se ao nosso •Casting Bureau•
Não suponham agora que é preciso ter esta onde, uma vez paga a taxa de inscrição, que é
ou aquela qualidade para que a ,·ossa inscrição apenas de cinco escudos, será inscrito, fotogra-
no cCasting• do Bloco seja possível. Não preci- fado, medido e pesado, ficando com di•eito a
sam de ser bonitos nem propositadamente feios. uma prova em bilhete postal da fotografia que O serviço volante é mo\'imentado e cheio de
Qualquer pessoa pode s rvir. Se tens o nariz lhe fôr feita pelo nosso fotógraio de serviço t: a surpresas. A brigada do •Castinv volante fi-
arrebitado, não deixes de concorrer por causa uma assinatnra especial, por um mez, da re- cará apta a abordar qualquer pts,oa que passe
disso. Lembra-te de que pode haver necessi- vista •Animatógrafo., onde virão sucessiva- na nu ou que pacificamente tome o seu chá
7
Os filmes musicais
NOVA TERAPÊUTICA DA HUMANIDADE
Por explícitas e atingindo mesmo um público 'fUC gros do sub·consciente, seria o ,·erdadcirv
nào as escutará jámais se não fõr desta forma. trin fo.
f. ALVES Além de que a função educatirn e social da Para atingir ('Ste fim preparou o Dr. R. Fa\t\•cl
r r: ÀZE· disco> de nma música dôce e penetrante, repo·
I !l).J
música será por êste meio singularmente am-
pliada: o cinema é a arte que nê,te momento sante como um oasis, cuja composição se de,·c
. \'erif1cada como está a larga influencia qn~ o maior número de in .ivíduos interessa. a Dominiqne jeanés virtnose de piano, e que
cmema exerce hoje já no grande publico, fácil é uma adaptação cinematográfica rnlorisaria
P.ensar a sua apliclçâo à 'ulgarisação dos 'ª· imensa.mente, eslamos tonvencidos !
rios aspectos da cultura, numa utilisação maior Partindo do princípio pois, de que a adapta- Êslesdiscos quesecncontramà venda em Paris
do que aquela que até agora lhe tem sido dada· ção do cinema à mtísica é possí\'el, ,·iável e ele na Librairic Oliven, Avenue La ílourdon nais,
A cultura e:>piritual que o cinema de certo ~xito certo, que o cinema d1sfruta hoje já nma h5, tem sido um ,·crJadeiro êxito, o que é, de
modo lcm relegado para segu ndos planos(: uma influência enorme em milhlles de pessôa~ e por facto, n confirmação clara de que até sob o
de suas modalidades mais importantes. Não se todo .:~se mundo, que a mtí:;ica exerce sõbre o ponto de vista comercial se pode prevêr um
trata de pelo cinema ensinar ou fazera prc. homem uma acção cal.nantc admirável, tanto t>elo êxito aos filmes m11>icais esta 110,-a moda.
paganda mais ou menos hábil de uma ideia que os médicos a adoptam hoje como trata· !idade do cinema.
011 de uma moral. O cinema cd cali\'o é de certo mento de certas doenças, é nrdadeiramcnte ex· A ino,·ação que apresentâmos é ao mesmo
modo o próprio cinema, pois que todo êle, e na traordinário que ainda se não tivesse pensado tempo íttil e encantadora. Útil, porque a mít·
,·erdade, educali\·o, tão certo que por esta em utilisar o cinema musical, esta arma formi· sica tem como caracter particular, uma f;icil in-
nova arte tão explícita se pode fazer uma id ia dável , para a resolução do problema moral que sinuação : sõro benHico, qne ao entrar em nós
clara das intenções do realizador e até da sua aflige hoje a humanidade. afastasse num gesto lkil, para longe do nos'o
nacionalidade e hábitos sociais. O que na \'Cr- E' certo que a princip3l razão da crise em Eu os fantasma, do infortúnio qu~ o apoqurn·
dade interessa ~ a moldagem da sensibili- que vivemos se ctc,·c ao estado de espírito de t;1,·am, exactamente como um raio de sol n:i
dade das no,·as gerações que encontraram no exaltação a qne chegámos. chm·a dos nossos alarmes interiores.
cinema a arte que lhes \'tio trazer tôda a soma E' inegável que a hnma11id:1cle d\'e nêste mo· Enc~ntadora, porque, se não contém as li-
tle sensações de que necessitavam; e tamblm mento uum e:;tado de doença colecti\'O: Desor- nhas geométricas da pala\'ra, po r ,·ezes cxccs-
da de lodos aqueles que, embora mais ,·elhos, dem moral qne se traduz num frenezim de in- sh·amente domi adora<, ela fala à nossa vista
pr~curam no cinema esse 1it1110 vibrátil que tem teligência que nada deixa resolver com sereni- cm cascatas de imagens empolgantes, tornando·
:l nda contemporânea. 'ovas concepções sob o dade e consciência. -se as cadências harn.oniosas, geradoras de uma
ponto de \•ista cinematográfico se esboçam as- O cinema como distracção lácil e económica emoção calma e ,·erdadeira capaz de fortakcer
sun. já hoje presta ao público grandes serviços sob a no;sa \'O .. tadc desfalecida ou hesitante.
Emile Vuillermoz, music6Rrafo destiutis:;imo, êsle aspeclo, proporcionando-lhe 11111as horas ,\ nuisica visual - e deixai-me reünir tstas
pre~•endo as possibilidades extraordinarias que de ausência de preocupações que já \'âO se do pala,·ras que parecem excluir-se - que podere-
o cmema contem, escre,·en i lgures que eternos bastante apreciadas. ,\las não é suficiente. [' mos fner também falada, terá nesta feição fi-
ainda a possibilidade de transpôr em ritmos vi- neces;:\rio e urgente torná-lo a 110\'a ternpeu- nalmenh!, um caracter de autoridade soberano.
suais as grandes obras sinlónicas de que o tica da humanidade, o seu tónico salvador. E tudo se conseguirá com e'a !
ecran revelar:I mais de um stgr~o. Quer na O cmema musical tudo conseguirá. E se insi.tirmos em desejar para o cinema
música descr ili\'a, quer na sinfonia pura, belas Urr. ditado popular afi rma que a música adoça mu:;ical uma acção e eleito principàlrnent~ de
vbões \•indas directamente da música podem os costumes, e se no mundo das ideias tudo se ordem social é porque partimos do princípio
dar-nos sintes1.-s artísticas infinitamente pre- passasse conforme a lógica era à Musa das har" de que a sua repercussão como tónico e c:.1-
ciosas.• monias e dos sons coadjm·ada pelo cinema que mante da humanidades· rá muito maior cio que
E' claro que a crítica pode dizer e com razão se de,·ia ter ido procurar os priml!iros efeitos o interê ;se que (\le P'-''ª desperlar c mo cspcc-
que esta nova modalidade do cinema é de certo cnrativos e benéficos tl 1 sugestão. tácnlo, muito embora lhe auguremos, confNme
modo anti-cinematográfica, pois se trata com A música que nasceu anks da poesia e :111tes o afirmamos no comêço dêstc artigo, o maior e
efeito de dar a primazia à música eele encontrar mesmo da palavra, nêsses primeiro:; rngidos da mais esplêo.dido êxito sob .::-st.- aspccto.
pa.ra ela imágens cinematográficas que a jusli· humanidade de que nos fala Sigmund fn•ud é O cinema 11111 ical que se apresenta assim
fiquem e esclareçam, fazendo-se a adaptação ci- a conquista mais antig:i do homem - e a melhor como um es1Aêndido tónico da ra1ão, é de. ta
nematográlica de tal ou tal sinfonia ou prelú· radicada no seu espírito. O cinema ê uma das maneira uma te1ape11tica mara\·ilhc.»a para os
dio em ,·ez do contrário, como até agora su- mais modernas e a sua mfluência enorme já foi espíritos inquietos e atormentados - que são
cedia. suficientemente posta em relêvo. A sua união hc•je inlc izrneute a maioria na hora difícil que
prorncando ao mesmo tempo a sugestão pela vis- atravessi\mos-porquc nêlc 1t1<.o é como n,
Kem por um momento duvidamo:; do êxito a ta e pel , ou,·ido. pro\ocará sell' dít\•ida o apare- poema de
que semelhante empreendimento está votado. cimento dêss: estado de encantamento e de ílaudelai-
Igualmente lhe prevemos um esplêndido sucesso confôrto que t ·111 ln ·o aquilo que nos impres- re, ordem
como espectáculo. Em \•erdade, que admiráveis siona simultau~ameutc pela mteligência e pela e belesa, e
coisas se poderão realisar e sobretudo que ines· sensibilidade. a sua per·
peradas obras de arte lograrão aparecer. Uma Assim, uma técmca • imples - qne se nos suasão
sonata de Beethoven posta em ci nema, ou an· afigura ser a do cinema musical-que ampliasse harmouio
tes executada numa sala escurecida acompa. meUtorasse o método do Dr. fauvcl - o pri- sa e sor-
nhada por irnágens elnma cinematografia pr<- meiro que fez entrar em cena como terapeutic-.t ridente é
cisa e alegórica, deve ser qualquer coisa de a~. de certos doênças l'sse elemento maravilhoso um con \I·
sombrosamente belo! O mesmo se pode eliler que é a música - num encadeamento de sons te irresí,ti-
dos pr elúdios ele Chopi n, da música de Wagner, e imágens capaz de captar completamente o vel para
Haydn, Schumann, Bach e tantos outros mais nosso espínto, enfeitiçando-o, se se pode di- um a ,-ia·
modernos, e de tantas outras obras notáveis lá- zer, para desta fórma lhe dar as àsas necessá- gem fóra
cilmente descritivas, para as possibilidades do rias, a-fim-ele que com elas êle alcance vencer os 1(:stenrnn·
cinema, ganhando com isso, tornando-se mais inimigos do seu bem estar : os demónios ne- cio •..
A p,h notoaro.fQ
Constance,
Joan e Jean
TAMBfM AG RADAM
ÀS M ULHERES
•'
A nhu otó,::rnfo 9
, '
"-·~·~.- . . . .: . . .· ' . .
A um inquérito a fazer, que tem escapado à imaginação dos jorna- mo-nos literàriam!nte ao 1uxo de passar por euro,")e.ls !) não eclipse no cora- lnfdizmentt, \V11ly fritsch andava muito ocupado:com vedetaslique en-
H listas cinematográficos : A lavor de que e>trêta deve ,\\1ry Pickford
abdicar do seu titulo de «Noiva do J\lundo•, agora que ela não
pode usá-lo sem se ridicularizar? 03 temas cin~matográficos inédito; não
ção dos cfa is• a; suas rivais am!ricanas.
O Félix Ribeiro garante (e, para nós, nest lS coisas, o f. R. é uma espécie
de Evangelho) que Lilian i\\uriel Helen Harvey nasceu em Horsey, nos arre-
•E's a túlipa negra, a flôr estranna
Que um lord inglê:>, excêntrico, procura
Pdas velhas cidade> da Alemanha •. ·'
tão tinham maior rtnome e que, portanto, o mer:cíam mais: Mady Chris-
tíans, Xénia Desní, :\hry Johnson, Olga Tschechowa, etc.
Liliana trabalhou. Tão bem, que lhe cederam \'Verner fn~tercr, que sem-
são de tal maneira abundantes que não causa espanto ter escapado ê>le até dore> d! Londres, a 15 de Janeiro d! 19:12. Confessamo>, porém, que essa Ttílipa negra, frágil , delicada, co'tl qualquer coisa de irreal nos olhos ..• pre tinha as iniciais de \Víhy frítsch, para •Não roubarás• e cO Sinalzinho
aqui. J\\as, por outro lado e vistas bem as coisas, semelhante inquérito seria verdade pouco nos interessa. P•ra nós as estrêlas de cinema nascem, vi\·em 0> primeiros lilm~; de Liliana (lzosta11103 imenso de lhe chamar assim ! ) e-:·
Pret l• ••• a altura de recordar o nome do encenador crónico "de todas
desinteressante e inínil, como lodos aquêles de que se conhecem de antemão e morrem no ecran, sendo-nos so~cranamente indifer~ntes as suas ,·irtudes estas comédias: Victor Janson). -
e o; sen> vícios mortais. Porisso vamos ocupar-nos m1is da •órbita• de Li- 1 de>apareceram
os resultados. E' qu!, nê:1se particular, e>lamo; todos de acôrdo. A vence- das m :rnórias mais fieis. Excepção indispensável : o Félix Rí-
b :iro lembra-se dêle>, com títulos e tudo!.. • As Borboletas do J\\ax1m's •, em Um contrato leva Liliana à sua cidade natal e mete a nas mãos dum ar-
dora, a uma distância astronómica de todas as possiveis concorrentes, seria lian que própriament! da sna carreira, co~trariando provavclmente os ama- f .qu~ L. H. contracenava timidamente com Dina Oralla: •O S:grêdo debaixo tista exc!lente: Lu;ll1 Pick. O filme que daí resultou é um dos sens melhores:
indiscutivelmente Lilian Harvey. A própria América, que apre>entaria de- dores de biografias •autênticas• ,-ci néfilo> imperfeito> a quem não satisfaz .O~lo•; •Amõr e Clarins•, COl!I Harry Liedtke; •Uma Rapariga num <Uma noite em Londres•, cujo titulo original contém um saboroso troc1di·
certo Norma Shearer como candidata ao glorioso e lindo título, já assegurou (terrível exigência!) a magia total das sombras anim1das. 1 do
Tax1•, em que L. ti. apirece pela pr11ne1ra vez ao lado do que foi o seu me- lho (cA Knight in London >). Aí se confirmou a rara feminilidade de Liliana,
a exploração d•> charme e do talento de Lilian, pagando-os por bom preço. A pitría cinem1tográíica de Lilían Harvey é a Alemanha. A Lilian H lf\·ey l lhor galã, na tela branc1 e neila negra vida: \'Villy frilsch. Nêle;, a artista feminilidade que, nuis que a su1 cvida•, a tornaria definitivamente célebre.
-.
E não deve passar um ano inteiro seru que a nossa gentil «comp1triota• (d!· podiam ter sido dedicados os ver303 a1'ltiráveis d~ Junqueiro:
.
pela mão experimentada de Richard Eichber{, ensaiav;, os seus primeiro~
passos. Era uma rapariga bonita e azougada, com atitudes de bailarina e
momiccs de boneca. Já se fazia notar mas não se impunha. faltava-lhe um
De reg;e ;;o à Ufa, já ai encontrou o seu melhor a nigo: o microfone.
Eíchberg cedera o cefrG a Erich Pomm~r. E surge um iilme simbólico: «Se·
gne o teu Coração! • ... foi como que uma orJem Lílian Harvey seguiu-o
mesmo. C1sou com \'Villy fritsch, dansou com êle •A Valsa do Amor• ..•
1
' l• papel•. Eichberg depressa o compreendeu. E deu-lho, pondo-a de novo ao
lado de \'Villy.
• A Casta Suzana" foi um triunfo universal. Embora muh la1o (nêsse
tempo era n.111do C<?mo um peixe), o cinema repôs na mo ia a velha ~perda,
· E foi a bomba do •Caminho do Paraíso•, cA's ordens de Vossa Alteza•,
o •Cruzeiro de Amôr•, Lilian l larvey foi reconhecida oficialmente pela crí-
tica e aclamada pelo pilblico Rai nha Absoluta do Cinema Europeu, única
lfazendo adnurar Lrltana em toda a parte. E vieram os inevitáv~is «filme;-co-
roláríos • que parasítim todoi os grandes êxitos : •Qual das du is ?• em que
atriz que a Europa podia opôr com orgulhosa segurança às fulgurantes
•Stars • de Além Atlântico.
•O Congresso qu~ dansa• consagrou-a. A apaixonada Christel é a sua.
L. 11!tcrprelava brilha11tc111enlc um dí1plo-papel, parec.do, como d~as gôtai
de a~ua se parecem, com o .Q ue celebrizou Constance Cumming,; em cri ação máxi ma, definitiva. Tão grande, que Ericn Pommer se ponde permi-
' •Mov1c Crazy• (o Louco por C111e111a• de l larold Lloyd) e · Paternidade ines- ti r gasta-la em obras inferiores , como «Dois Corações a ;compasso• (que é
ap~nas um prodígio de ritmo) •Qu1ck• (que não é coisa nenhuma, a não ser
• perada• .
para Pierre Brassenr), • Um Sonho Dourado• (qu! é uma espécie de exame
~ ferias 1'vtatrimo1~iaí.s ., revcloll nos um aspecto iné1ito de Lilia1n: :Aqu !· conservatori ti em que Lilíana passa com 20 valore>) ...
le d!abretc era cap 1c1:1s1mo de cnterne::cr. Sob aquela aparencia e;touvada e Só voltam:>> a v~·la no seu lugar na •lmp!ra:riz e Eu•. Julieta, a cabe-
trocista-. que delícad e7.a de reacçõ!s, que sensibilidade! Aos nosso; olhos, leireira de P.iris, é digna da luve1ra vienense. Nennuma outra .atriz~era ca-
a • pequena• transformou-se cm • mulher• . paz de cantar corno L1líana a canta a valsa impressionante de fritdrich Mol·
------:.- - lander, no 'quarto em que agonisa Charle~ Boyer. Nenhuma. Se aquilo
qae a ge 1te sente cá dentro tivesse voz- nó> os cinéfilos, inevitavelmente
• lilíanófdos• ,'.decerto cantariamos em côro: ::
•Jamais je ne pourrais v1vre
Loin de toi .•. •
A niroat.o~rnfo 13
Um artigo a
Num 1ornal ~:-ancê::o lcmo~ há <has um aru~o dorismo que se evada dos filmes sensaborDes
de )hchel Servanne em que re:>Surge um fanta,. e medlo,rts, de se elevar acima dos simoles
ma há muito abandonado . o cmema pnro. Por· sainetes e dos documentários unicamente fo-
que o cousideramos sensato e cuno~o traduzi mo. togrd{icos, mesmo que sejam opododos de ro-
· lo para os nossos leitores : monctados, libertando-o do seu coraclet índe-
Todos concordaffl agora em pedir ao ama- pendente, da sua completa liberdade, em rela-
çllo a estes dois foctores: lucrose lxito, para se
Confissão duma Jovem 101nar verdadtlramente o laboratóriodo cinema.
( Con!esaion ot • c.o-ed) O meu camarada jean Fabrt, cineasta apai-
d e DAVTI> BVBTOJr e DVDL:EY MV:BPKY xonado pelos trabalhos de amador, M. Cha-
l"m drama espe<:ilicamente americano. p;L<Sado hl?e, profissional por dever de oficio, amador
numa daquelas -t:niversidades incri veis, Já muno pela alma, prtconisavam: um, o cinem• • cere-
nossas conhecidas..\ his:ória não se discute, que bral•; o outro, a procura de novas formulas.
não ''ale a pena . Para quê esmiuçar os seu• por- Todos ésses desejos de Jugir da simlesca
menores ? Ficaria mos na mesma, isto é, coou·
nuariamos a achá-la arbitrária. Possivelmente a imtlacllo do cinema profissional traiem, sob
de que nlo de1xari;1m de lhe imprimir além· sua inconseqüência sursir-nos-ía amda mais ab'°· Jórmas difuenlts, as mesmas ideias.•
-Atlanuco. E w (· l-quivoc:o. hmpam·no, hman- luta. De modo que mais vale passarmos a diante. Estes conselhos e exortaçDes seriam vllos se
do-lhe as arcst._t.,, ele.· forma e atl"nuarcm a ~ua es- Se o arl(Umento tivesse sido tratado. com me- ésse cinema, - chamado •puro>, •cerebral•
cabrosidade. o que os trance~·., nunca Julgam lhor critério cinematográfico. é possível que o ou coisa parecido - fósse duma realização
valer a pena fazer. caso sin~lar de cPat> e de cDan• nos tlv<!SSC in- impossível poro os amadores. Niio nos dete-
Os americanos nunc.:t "4! atreveriam a fau·r tC(CS'lado. )las o filme foi feito em 1931 e nês......, remos nisso, deixando essas sedutoras tenta-
um ftlme com o argumento do .llarrdu '"'"''· Os tempo os americanos ainda nào tinham percebi- tivas a alguns Iniciados audaciosos.
franceM"S gostanam irnt:n-.o de o fazer e haviam do que a troca de ideias e as grandes lra.cs de-
de acentuar. com muitos rf e.· rr. as pas~agens clamadas não têem nada que vêr com o cinema. Mos esta renovoçllo do cinema pelo amado-
mais cruas da lnstóna. Os alcn'là1~ n~o. Filma- Não há nada mais falso e ridículo do que uma rismo independente das contingencias comer-
ram-no, s im , mas procuraram cxactamcnte ti- personagem dum filme a perorar muito convi- ciais, é bem mais tributária do dominío intt-
rar partido . das situações à margm1 dos. cfactos ctamente sôbre o amor. o casamento. os precon- tectuo/ que do das possibilidades técnicas.
inconrcssávc1S», e não dC·s"tt:-4 factos em si. ceitos sociais ou· qualquer coisa quejando.. Isto E' na concepç(lo • na escolha do assunto -
O filme tem bocado• cnK' açadoo. duma gra- quere d izer que o filme maça de onde cm onde,
ça fácil mas llncntc. A h"tória é clcnHL,iaclo com- por arrastado e excessivamente dialogado. i>or a suo •concepçllo cinematográfica• - é so-
plicada. por vetes lorçadamt•nte complicada. E vezes. porém, tem coisas graciosas, que agradam bretudo e antes oe tudo na formo da sua rea-
isso prejudica M suas condições cincmn1ogréficas. vêr, como sejam as cenas na montanha, (~stcs /lsoçao que é/e se diferenciaria.
)las tem uma c<•rta oriscinnlulaUe. americanos são únicos nos exteriores l ) . Tam· O termo •cinema pttro• nlfo tem nado que
Fritt Schulz. Paul llorbii:cr. Ralph Arthur bém a fot0grafia é inexcedlvcl. Silvia Sidney e deva atemorlsar.
Roberts. Liss1 Arna. Lucic Englischc e outros Phillips Holmes, em dois papeis muito scmc- E' /111111/, expllquemo-nos assim, utilisar
de.empenham o filme no tom «~1uerido pelo gé· lhames aos da Tragédia A.merica 1w. tornaram a um estilo que roce pelo obscurantismo e onde
ncr<:'. E é justo de,tacar os doi~ primeiros. representar com c<;>rrecção e emotividade.
O êxito do filme ressentir-se-á certamente com
bizarramente se misturem termos tneditos, ou
(Dislribuldo pcl<t Com(>a11/11u Cintmalográ/ica de se preste ao equivoco, e proclame sentenças
P~rlug..l). a demora da sua apresentação. Porque será que
duas das maiores fumas americanas levam tanto que parecem tanto mais profundas quanto
R ei Morto, R ei Posto tempo a apresentar entre nós as suas produções? ninguém ousaria confessor M-/as compreen-
Xào vemos que ganhem a lguma coisa com semc· d/ao bem f •Puro• significa em bom portu-
lbante processo. guls sem mistura.
(Le B oi bi•l
(DisJribm'ção da Parammml Frlms S. A.) O problema consiste pois em jazer cimma
de ROBERT BEll.VDOVIJr
O Wtlmo Home m que n(lo //que de maneira nenhuma impre-
A1::••:i unt lilme cuia acçâo gira à volta de um Sõbre a Terra gnado de quaisquer remintsuncias ou regras
trono 1magmáno. 1/lerorias cm teatrais, de nenhuma das moda-
.!'\ão se trata. porem. d~ ma1!t uma dessas hi~· lidades tipicas a estas artes .
tórias c,,topanteb qu• têm '\Cr\'ldO de pretexto para Com muita frequéncfa - ln/tltzmenle - os
grande parte dW> opcn·tas. dc><le que o cinema argumentos dos amadores silo sketsches sem
começou a balbuc1;1r. A anedota funtasi>ta edis- origfnol11adt ou «histórias• duma mediocre
paratada de / ,.,i· Ra1 '·u tt m o _mértto de ser on- origino/idade postos em cinema exactamenle
ginal. embora por veu-. ~mbacaada por cobardes
concessões à.qmlo que se con\"cnc1onou t·\:1~ttr e como foram contadas. Os stus intérpretes
a que se deu o nome de •O gó,to do público •. agitam-se sDbre um palco e o operadDr con-
O filme começa com uma cuno-.a invocação w1to-se em rt1;istar os seus eestos e feitos
da casa de Baker Strcet e da hgura ele Shcrlock como se se tratasse de actualtdades. De
Holmes. ESSt.~ prlmcaro' metro'."\ t{'m um a....pecto quando em quando desloca-se a camara, ou
absolutamente d1Cercntc do rt~to, e ....,o ~rvt" à faz-se uma tomada de vistas em cdngulo., cu-
maravilha para dar a rnuda.nça com1>leta que ~o· ja orlgmalidode t! algum tanto 011 quanto
fre a vida de •L<..'C.lucq•. o i>'oigot sem vmti:m
transformado em rei. por obra e graça das suas d• strttlda pela circunsldncia de ter havido
feições. outros muitos •an1;ulos• precedentes e se-
Nem sem\)re conM."gu1ram conlo,(:rvar o filme mel/1a11tes; vai-se desde o •fec~ar em iris•, ao
no mesmo p a.no de amável fant.a~ia. Por vezes a/nfragma completo, e orgulhoso de tantos
serviram-se de recur-.os demasiado í{u::c~s. No c-n- acllados tllo inéditos e destas audácias aju/-
tanto. cm ccrttL" ocm.. iõcs invl•ntarnm t.'xcclcntes sadamente l/mtdas pensa-se com vaidade: is-
trouvaiUes. Resum rndo ~ t;C nem sempre o c~pec·
táculo satisfaz o cspt-clador exigentcnte. o públi-
, E l rtltimo hom'bre em l • ttei·ral to e cinema I Eis aqui um bom /1/me ! Produ-
co em geral diverte-se con,lan tcmcnte e bastante. <lo J'AMES TIJrLING ziu-se umn monstruosidade mais a juntar a
Pierre Bcl'tin lcm um ótimo d(..'1icmpcnho no Era explênd1da a ideia do filme. Pre!lltava...!'il' uma lista enorme e ntlo se sentiu a sensaçlfo
seu duplo pa\iel. Teve v1·rdadcira graça quando para .;oisas eograçadissimas. Mas não tiveram de ter trabalhado, mos simplesmente de ha-
fingiu que fa ava inglês e a lemão. J<crny. 1lu· 1magmação ucm fantasia para a tratar. A d1h~ ver cjlanado•. Objectar-me·hels que não aspi-
bert Da1x. Mac Fric e Ta111a lloll lau:m as ftgu- culdade seria meter na metragem habitual tudo rais a transformar 11111a arte inerte pela fa-
ras secundárias com ~uhcfontc prohc1énc1a. quanto uma 1magmaçào mediana mvcnta.ssc <k diza dos seus realizadores, que o vosso pe-
~ piton.-sco. A.tioaJ cntrettveram·SC a. g~tar ou:tro.,
que110 am•dorlsmo se desfaz com aquilo que
(Distribr1'ipio ''4' Filmes (' n/""''' tapn) · e metros corn cenas de bebedeira.:, mutcb. e 1,a
111110 experlenciaslnlla aumentada todos os
nais. J\ c::i-paç~ criaram coís.ru, engraçadas. lll~h
01 porq_ut:: não J?<?<lia dci.xar de ser. Nunca :-.ou dias, v~s permite empreender. Receais, sob re-
l>eram tarar partJ(JO das s1tuaçOC-s p1carttscas pro· tudo, que a vossa modésta comara seja insu-
vocada.."i pelo argumento. O con~rt'-sM> rntcrnac10 jtcie11le. Eis aqui onde 1stá o erro. lom elo
nal podia ~r un1a coisa fabul<ba. O mundo ~ poaere1s 1egist1r as Ideias mais originalmen-
habitado por mulheres prestava-se para mil e um te concebidas, aç setnos preparadas com o
apontamentos saborosos. Emhm. mais uma 1déia
excelente mal aproveitada. mais agudo sentido do que é cinema, ou as
O filme. sendo uma veNo e:.panhola. uJo vossas deliclnsas i11épclos habituais.
t.~tá mal, se nos lembrarmo.... das outras que aí O 1"rd'ldei10 cinema nllo é senllo uma prt-
têm aparecido. Raou 1 Rou he~ e R0::,na ~fort·no paraçlfo minuciosa e rcjleclido, a resultante
defendem-se ..\ mtisica de \\"ilham Kernel. banal auma mea1taçll•J sDbre o trabalho que perll-
O público divertiu-se bastante ; podia . ttr n ozmente se deseja empreen<fer, uma vez que
saído encantado. l\ão unha sido multo d1!1c1l. tudo foi estudado para asseeurar umas conti-
)las basta lembrar-nos do final - um happy-• "d
vulgar de comédia - para nO!lo con,·encer·m(>o;. rle nuidade ae tomadas ae vistas reveladoras
que os autores do filme sào adepto. da lei do duma concepçtlo paftila do que é cinema.
menor csíôrço. Porque nDo Jazeis um ensaio? Vários mesmo?
-
Que faria Eddie Cantor de semelhante 1M1a? Cada exouM11cia vos co1duzird rapidamente
C'est ;,u,nagrnable ! - como tanta~ vez.e~ tem~ d convlcçllo a, que é oreciso preparar-vos me-
ouvido d11er à Lilian Harvey· lhor para a reallsaçllo duma •abra•.
(Distribuição da Companlua Cmematogrd{iat de E' pre(ls11 ousar, querer, lentar.
Portugal).
pOMIJrGQS MAS CA :BEN~Af! /\llCHl!L SeRVANNES
Actualidades
mundia is
INF OR.\\A ÇÓES E NOTICIAS C I NEMATOGRÁFICAS OE TODA A PARTE
Animo.toarn Co 15
'tOD>. 'A CORRESPONDE"ICIA. DES-
TINADA A SECÇÃO D EVE
ESTA
~ER DIRIGID A A DR. CEL UL OIDE,
N. DO ALECRIM, 65- LISBOA
NUMIDIO - Lisboa - Como lhe q,uii..si vu lHn.res, mesmo. na lingua· l<' laço o teu pedido. E nti· (l pro- Usboo - O Or. Cd uloidc fico u eu·
prometi, dou-lhe a segunda e ultima g-cm ci1icmatogrftf1ca. que dispensam xima. cantado com :u; pr\l::tvras tào gentis
do,;e de endereços que no seu postal bem tracluç;lo. ''vid<·ntcmente se se que a simpatica..l>uli lhe dedicou.
rnc pçdia. São el ai; Su1v V<-•rnon. z. passassem a usar por '-1.i,tcma, cm to- 1.11>1,\ \\'ALCAMP - /om11r - Como é amavd 1 Laurel e Hard\·.
rue Catulle :\lende<. 1\1ns; :\larie das a<; outras 't'C\'ÕCs. ent<-10 havcrla ~.lo suponha utna coi-;a flt"'"'ª-"'· 1'· com quem tanto 'impatiza. são éte
lkll. 1;~ Boulevard :\lak,lwrcs. l'a· toda a ra.7-lo na_, 'ua.... pala\·ras. \~ .. o t.·n' JHll(ar mal o l>r. Cdulouk. nacionalicl:lde-; d1ft·rc.·nt(·~. o gordo(·
rb; :\lime Glory. 17. rue Per!lolese. sim não; nAo lhe parece? - \'ou m· •)UC ._dmal tem sempre muuo praY.,·r americano, c o ma~rmho é ingle-z.
Paris. - E agora. 'que Já temos o seri r na sccção re-.,Jlif'Ch va o teu d •• t•m rc..poncler a todos o .. "'-'U'i <:On- Enderece a carta para éles para a
primeiro postal hqu1daclo. volte a sejo. - E com a snt·sma ..;;incerida- sul~ntc ... Jáma\s quando .,e trata du· seguinte dtrt"C\·o'lo llal Hoach Stu·
t·-;crc,·er·nos quando quiser. 'la-; um de. retribuo o t.:u abraço. Espero ma t<.lo g~ntil leitora. ~lo volte a <lios. Cukcr Cuy, Calif. - Ou\'ido
favor lhe peço: é o de '<Cr mais mo- que não dc1x\.-s ele voltar a dar-nu•
~
·n4'ar nis~o. - Dougla~ Fa1 rhank.. q uc mandem foto~rafi:L~ gratis. ~o
.ksto nas suas prcgunta' ... os teus, sempre t;,_\o interessantes. . nasceu a 9 de Dezembro dt.• lCJtO. entanto cxpcnment<' E agora bi·
juísos. Atl• hn.:vt'. : falho de Dou~las e da prinwmi di, não deixe de vol tár a escrever
FANTOMAS - Lisbaa -Toclos ês· mulher deste, Beth Sully. Está há ao seu arniRuinho nào? Cá a espero
S<:S dados biográficos sóhrc· os artis· T A RZ1\ N Usho11-Lamento bas- dois mê!!<:s separado ele Joan Craw· para a semana ...
ta.-; c1uc indica virão a seu tempo. ta.nte não lhe poder salls[azer o seu ford. com quem tinha ca,a1lo a .1
Quamo â organização dê''"' <'S· pedido, ma' t.tl i•·me impos>ívd. de Junho de t929. Xào l«<'m filho<. l ')I Amllll \DOn DE \Y. K \ J.
Jl\'Ctáculo~ fazem parte do no:..so pro- pois que cs'ª' fol<>l(rahas fazem parte . DouRIª' Jr. estreou-se <'m ">'4 no NES- Braga X·10 i: só o meu
Rrama. :'.\hs Roma e Pana... \guar· <la no:;sa colec\lo !)ravau,·a, e co· hlme St:plr··ns St~ps OuJ. O 'eu ulll· amigo que tem \\'Ilham Haines na
de a oportunidade. que 1~:\o \"em r~a- mo tal nilo lha.' po< emo3 ,-en ler. · mo tilmt• 11111tula·se Captuwl ! - O conta dum dos nwlhorcs comedian-
cla lon~e. - Então o am120 acha m· Para obter fot01'tratla'i peça-a~ ao S(_•u cn1lcn.-ço é First Xation~\l . \\*ar- te:; americano-.,. '.\ús também de há
t"res.sante:>. t~ c..1is1nlms.)( om fran- a.rtista. ou de (6rma mai~ prâuca, 1wr.. Stud10-;. Burbank. Ca hl. - ~ muno já ~ue apreciamos o seu real
queza lhe digo qne ncs<e ponto não comprando-ao;"ª' tabacatia.;;. - P..\· •H(nr~t. Já "'ab:!: quan(lo qmlt·r algu· talento. E uma autcnuc~ pc_,sonali·
e .. am0'3 .de acôrdo_. 1~'<> é bom para. ra qualquer outro assunto e•a?u m \ m(orm:ição escreva logo ao Dr. dade. - Estreou--,(" no cmema em
o ornats provmcmnoo;. ou quasa. .. sempre ás suas ord~ns. Escn:-\~a pot$, ( luloulc. 1921 no filme da Velha Goldwin
N \v pcnsâmo~ por i-.;so <:m criar quan,lo qu1l'.rr. TlrTee Wis.· Fth•l< (Tr«z Doidos com
u m a secção dê.;sc género. l lú tanta l>H. CE fJULOSE "'""' Con· j uizo), que ali:1111' anos depois vi·
outra coisa de intcrês"it' para O'i lcl- LEONARDO $.\ B!NO - El1ns - tuuío a lê-r a.~ suas cartas com sin· mos no Oclcon. E' natural de
tores 1 E ntre os pri ncipais lilntcs que a l' . Cl'l'O i ntcrê~sc . Você dá mo... tra-, <lt.• Stanton. estado de \'irginia, onde
F . ..\. produi1u c.·~ta época conram·sc s~·r um cinéfilo como ;,t ..cra1111t..· na.c;ccu a 1 ele jant."iro de 1<):)0. Tem
FR.\KKEXSTEll\ /.lsln1.1 - En· /. /". / U(ic> uspou lt. E" de dia~ Jri mruoria mfolizmente, o n;\o {·: oh~er· t,mj9 e e!">tá solteiro. - Enderece
tão como vai o uw1uJM:mhr1 > \~cja d~ uoil.·. ,·I lmprMlrl~ e Eri. Sou/1t.1 v:ulor mtcligente. crítico intrn·.,.... an· 1nra )letro Goldwm 'laycr Studios.
lá nào tenha êle fiumt.·' dA 1( uhe; Doumdo. Q1m lt u Htlh ''º· O co11u:TI" te, e cmd1lo comedido. - Prt·... umo Culvcr City, Cahl.
olhe que o caso não e pu.\ brmca· Real tk Sa!U s,,,. 1, EsJu~ftu:u11J,s. qu a ~la hora iá lenha. a1 vi..to 11
1•
]05.o D \ Sll,\ \ Pombal-Pa·
dc1ra-, ! .. . - A sua .,ampãuca l<a- Rivais da 1'1<J 1, A 11 ti Avemura, etc. homfo. - Concordo ab"°lut.uncntc ra fazer a ao;;.. anatura de c..\nimató-
the von ~aggy é hun~ara; nao;ceu - Sou da ""' opm1ào. quanto ao• cOn\tjtO; o reali!';ador é a \'t•nlodeara grafo . que pode. naturalmente ser
a Statnar. em 4 <lc .\l>ril de t<p8. belo; olho, de Bng1ttc Helm. - vedeta ele qualquer film1\ i1ll·ontcs· feita a p~rtir de <tualquer número.
Está casada há 4 ano, com Cons E, retribumclo-lhc o seu abraço. só tn.vclmentc - Kathe von X \~y cst:t. ha~ta qne envie um postal à admi·
lantu\ David, o reall-tn.1lor do Harc-0 tenho a d1zcr.. lh<. que estou sempre ca•ada com Coostantin J) wid. J,;'
1
nistração com a 111 ltcaçào do perio-
tia r,clru. onde ela ent rava t:unUém . ao seu d i~pór. t•m hõa verdade uma rapanga en· do por q uc dcsci;t rcc~ber a nossa
A sua morada é em \Vmklcrstrnsse. cnn taclô ra ; viva. gracios;l, inq;muan .. revista. Como vê. n,\o há nada mais
1. Berlim - Grünewalcl. Pode escre- ESTUOnNT!;: X Coimbra -.\ n- lt~. l{ttthc (• uma artist;;i. bl'm itHl'· simples . . .
ver cm francês ou alemão. - Uom1v. tónio Ribeiro aRradece·lhe ac; sua~ res'iantt'. - Et;.eusado será voltar a
Lmuttta de .llonle Catla e A.motoSa palavras Eram erccuvamente jean dtz.t·r-lht•, caro colegti. que- a sua. \ln·· DR. CeLUL01 C>e
tt,c11l1'1a. Et~ de dia e lrí dl! •wrle é o Harlow e .\nn)' On•lra. Já retifiquei scnça. mel· muitoa~r'ldávd. E o >rt
ultuno filme que dela vimo.... Era o seu pseudonuno. _\ 's ~mas or<l4:ns. ~ado p.·lo 'cu Lewi~ Stone ...
uma pelicula interessant1sl\1ma. e Ka- CI~EFILO':> 1..:1~G - Lisboa - Posta R e stante
thc t"tava nela eocantadóra. - Ar· O nome do artista nue tanto o tem l'\I PEC \DO - Lis'>o~ Que p~-
c1u•vc1 como me pechu,a sua morada. intri!ladoé Pierre Etchepare; é umc.;. cados tera o senhor come11do ? l> " LE PRl::\C .- ( l i \101 \~T. de
mico interes-;ante.-Eu por mim n;.\o vem ter sido fresco$, para ..._.r o pn· Ltsboa. <le-;~J•\ria corr~.sponder·se
TRIPEIRIXH.\ - Purl•> Creia acreditei nc~sa tal notLC1a sôbre a mc1ro a_ confeso;ar·se . .. Tanto />ara. com Jfary l.1Rh 11;\o só sôbre ci-
quo me dâ um grande clesgó'1o com jeanette Mac l>onald; estou convcn L11 M,uaval. como para l)ç;:l S1 .va e nema ...omo também para falarem
o que diz na sua carta. E tá•Ho mais cido q ue foi um lrut posto em prá· Carmcn Santos enderece C1n6<l1a - de Evora. cida~lc que conhece muito
por ser a 1'inica a dizer-me 1u 11a. coi· tica pelo seu chefe de publicidade. S1í1dio. rua Abi lio 26, Rio de la- bem . Basta escrever por nosso in-
sa dessas. Se a razão cln mudança - Gostava enti\o de conhecer o Dr. nt!iro. - Na Posta Restante vem f10· termédio.
foi cxactamente o cono;clho da gran· Celuloide? .\final é perfeitamente Je o <1u<..• me pede. Escreva M•mprc. DR. OX. nosso kitor lisboeta,
de maioria. que nêsse sentado nos escusado, depoi< do retrato que dê· s('u pc.•cadôr. sentir-se-ia sati~feito se as: leitoras
escreveu ! .. . Para nó~. como po- le fez e que e~t.1 pan..>cidissimo: ca- de •Animatógrafo•. que sejam no·
dl•rá compreender era·nos ab-..oh1ta· reca, olhos vcnndhos. nariz adun- Jl'LJO OE )!AG..\Uf\ES S('I\· vãS e bonuas (todas. atinai !) ac<!(le-
mente indiferente que fó-..se uma ou co. um btgodc cm vas.oura, péra salulliaram-noc; as sua... tâo hoas ssem a com êle trocar correspondên·
outra côr. - Charles Boycr. êsse de mosqueteiro, etc. E' espanto.o. como Justas pala\·ra'i. Quanto a e...- eia por 111tcrméd10 do Dr. Celuloi-
actor extraordináno que por certo como o meu amigo acertou ! - E ....._. reparo que faz não r..:m ra~J.o de de. A•s que lhe mandarem as cartas
11.\0 deixou de vCr ai cm I m~ta. volte a escrever.no..; quando quazer. "'4_.·r. por,1uanto qualquer dc,,a_., rc- mais interes..'i.'\ntt.·~ olcrt"Ce postais de
ltiz e Et1> mora no 6, ruc de Dante. pois tenho 'iCmprc grande prazer cm vtstas cstranJciras é fena c·m roto- cmema.
Paris, ,_;, - Quási Pº''º dar a o ler. Retrib<10·lhc o seu abraço. gravura. e portanto com m::uores
C<:r tcza <pie se lllc pcd1r, lhe nrnn- vantaul·no;. - E' muito bem V l "ilO o '!AIS LINDO QUE R,UJOX iS'O-
clará um retrato; no enta nto não dei· DUQUE DE NEUBABELSBERG que m~ dii das rapari ~as portuf(ue- \ ',\ RRO, "ivt•nclo <·m Lisboa, in1c-
xnr{t ele ser conveniente env iar com - Potlo - Tem paciência, mru; co- , sa.<c: é ut\ verdade e infolizml·ntc. as· rcssar·llle·ia cstohclcccr corrc.~po n
o 1wdido uns ci nco francos, cm sê-- méço por te dizer que não tens ra· sun mesmo. - Felicito·o pela'\ suas c1ênc1a com leatora-; da nossa revi.;;
lo• por exemplo. para ª'dc,pezas z.ão no que d11A:~ a respeito dê.;;ses lJUalula<le< de ótimo fotógrafo. \ ta. sóbre a..CJsunto ... de CH'lcma.
ele correio. - Carmcn Bom vive em artigo,, e de todos. se há um que fohJ que teve a amab1ht.ladt• dt:. 110..._
l•rança mas ~tá moment.nleamente menos mcn"Ça o que aHrmas. êssc oforcct.:r é ampec:;án:l de cornpo .. u;ào DCQCJ; DE ~El'H.\BELSBERG.
afa,tacla dos estúdio-.. Haoul Rou· é um dêll•o;. P~ua a mL11oui )laret..... e ilumina{ào. E volte a t· -n_·\·cr· leitor portuense, teria enorme pra·
l1<·n e.tá na sua terra, o Uras1l. des- lina ~lont.:1ro, como tú dizes. ende- no.:i. pOi!'\ dar·nos--á com 1"'--0 muito zer cm ~ po<lcr corn·:;pomJer por
de há alguns meses. - Exp<:rrnfente reça para a \ vcnada de Liberdade prrur.cr. nosso mtcrmécllo com T1i{>;1tin/Ja.
t.· ... <'rcvêr a Couinelli n~~ 'Cot1clo.
I·:· capaz de lhe fazer o mesmo. ~las
141. 1.•- Podt..·.. c"K:revera Gerdaao :\1 \R\' - Para Charles Iloyer en·
cuidado ela l'. F. \ .. Krausenstra.,. <krc.-cc para t'>, rue de Dante. Parts E S T ü U .\ X T r'
Ql'E XGXC \
,\:\IOL'-dcse1a corresponder-se com
n;lo é por mal. estou certo . . . E se. 38 - 39 · lkrlin \\' 19 - Acredito 5.•
creia que estranharia Já se a não vis- sinceramente no~ teus honestos li\· leitoras hsbol'1a,, de • 5 a 18 ano<.
st.· com assidu idade freq ut.mtnr o meu tu itos e nos teus meios de fortuna. O 11NI DOG - Leiria - l>--sc de~ U~I PECADOR. de Lisboa, descia
cuwmllor-iocncantaclora Tript'itinlla ... mas não te po~~o rlar para o eleito conto não 6 possível. ~l(.'s o am igo corresponder "'" com leitoras ele
a morada da. minha filha mais no- tem uma maneira de sal var a situa- e.An imatógrafo . de.• 15 a 25 anos.
DUQUE DE CHA~IEL.\CE-Lis· va-a minha adorada Erigida- pois ção: I• começar a sua a$•matura a
lma - \ 'ocê continúa a ~r am lgo. que se casou na semana passada partir do numero que tiver .•\,~im TRIPEIRDlll.\ Tenho para si
..\ sua crãtica á nossa rev1"'ta d~va . . com um americano nquíssimo. Tem l· a ml'lhor solução do caso. uma carta do /)11qu. cl C/aamelac<.
n<'CCu-nos. Quanto á adaptaç<io dês- paciência; e no'lo chores porque te· diga me como lha lw1-tle fazer chl'-
Sf..~ nômes, são tão caracterisuco..... jJO<le fuer mal. - X a Posta Rcstan· f>l[)I \ F.\D.\ DO BOSQl'l.>- ar às mãos.
16 animo.t o e-rafo-
Chiado Terrasse Central Pa lâ«:io Central
SENHA VÁLIDA PARA SENH A VÁLID A PARA SENHA VÁ LIDA PA R A SENHA VALIDA PARA
2 E NTR A DAS 2 E ·' TRADA S ir E NTRADAS 2 E l\ T RADAS
COM O DESCONTO DE
30 O/o NAS M A T INÉES DE CO.\~ O DESCONTO DE COM O DESCONTO DE COM O DESCONTO DE l
3.• FE IRA, 6 ou 6.ª FE IR A, 50 ºioNA MATIN('.E DE 50 °lo NA MATINÉE DE 50 O/o NA MA TINÉE DE 1
J U N li O
:~~-~--..l s.• f E 1 R A, S DE JUN H O 6.• f E 1R A, 9 DE
.•_ f_ E_1_R_A_._1_o_ E_J_u_N_T_H_º_ ,
·-============
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Condes
SENf-IA VÁLIDA P A RA
Olympia
S EN H A VÁ L 1 DA P A R A
São João
(PORTO>
SENllA VÁL IDA PARA
SE~H?~~~~ PAR.\ \
t EN TR A DAS
ir EN TRADAS 2 E NTRADAS it EN TR ..\. D A !§I DE PLATEIA OU OE BALCÃO
EM TODAS AS M,\TINEES OA
SE~IANA DE28A .1 llEJUNl lO
COM O DESCONTO DE COM 0 DESCü~TO DE COM O DESCONTO DE E.'<CEPTUAlVDO A Jl" QUIN-
25 ºio NA MATINÉE !::>t: 50°: 0 Nf\ MATINÊE DE 50º/0 NA MATl1\ÉECE TA-FEIRA, 1 E 1\ DE DO~llN
GO, 4 E PAG.\NOO APENAS
S A B AD O, 10 DE JUNHO _s_Á
_B_ A_D_o_._i_o _D_E_J_u_ N
_ H_o._! t..:~A~~~~ u N H~ t28<:SO
çiio para o sexo frágil do que u111a rapariga qac par.1 sempre. As suas mai; inti111as :imiga-; são: guei e só me senti tranqüila quand" o conse-
ctuha :\sua custa alcançado fama e fortuna. E1lec:11 Pércy, J\\rs. George F1ti:maurice, .\hrion "tti Je,•ar para casa .. . •
Joan é extraordináriamente ,·olú'' 1. O seu Da,·ic>, a iornalista Adde Rogcr:; St. J •h•1s, ~ Je 111 conta nas suas ami:>ades muito pou·
temp~rame ·to in;iuieto, animõso. dinamico não sua irmã Joan e Joan Crawford. Ningu~m cas p~rsonalidade> do cinema. Ela subiu rápi·
lhe cun ;ente consen·ar por muito tempo 11 na dúvida que aos se>senta anos Con>tauce con · dam~n te. A sua carreira s~ndo das mais bri-
mesma amisade Assim teve já, 'uct:ssivamente, sen•e ainda e>sas mesma> anusade>. lhantes, t~m sido também das mais rápidas:Por
por amigas dileclls Ann Harding, Marlene Die- E' a fra11quez1 perso:1ifica la. isso ~uá ;1 não !em tido tempo para arranjar
trich , Claudelte Colbert, Constance Bennett... Como é u1111 amiga sincera de Joan Craw- amisades entre a gente do cinema.
Agora a sna grande amiga é uma sua antiga ford, não teve dúvida certa vez, de a censurar Um caso hém curioso p 1ssa se co111 jean.
rival de estúdio : Norma S41earcr. pelo sca e.(C~ssivo •maq1tillage•, que só a pre- A-pesar-d > qne a seu respeito se d ii , das suas
Quando Marlene Dietrich chegou a Holly- JUdicava, afinal. As suas relações de amisade faculdades de tentadora, o que bastaria para a
'vood, a sua primeira grande amiga foi Joan. com Adelc St. johns pro,•ieram dum artigo em afast:ir, as suas maiore; amisades contam-se
Era uma assídua frequentadora do palacete de que esta crític.wa asperamente Constance pela entre o; casais jóven ' • quer de gente do 'ciue-
Joan. Depois e>:>a amisade C>f1iou um pouco nuncira falsa como ela tinha delineado determi- ma qner de o 1tros que com ê>tc nada t~m !
porque apes1r de .\hrlene, sempre que tinna nada per:;onagem num do:; seus filmes. Outra Joby11e R:tlsto 1 e seu marido Rich3rd Arlen,
oportunidade, tecer os maiores elogios a ~ue fõ;se t.!ri • excomungado aquela c;crítõra. Sue Carol e :"11ck Stuart, são algnmas das
Joan, sentiu-se ofendid1 por Joan ter dito numa Constance, pdo contrário, porque achou sin- suas mais intimas relações ...
entrevista que tinha Greta Oarb.> como a sua cero, e até certo ponto justo, aquele reparo, J-lá cerca de dois meses J ~a 11 passava todas
artista favorita! .. . Também se disse que a ca· não descan:;o11 em quanto a não co 1heceu; as terças e sextas-feiras disponíveis na materni -
maradagem entr~ Claudette Colbert e Joan hoje, como s~ disse, é uma das suas amigas in- dade da Assistauce Le1gu~. nessa organisaçào
Crawford tinha arrefecido considerávehnente timas! ..• ma ntida exclusivamente pela colónia cinemato-
porocasiãod11111as curta1 férias cm Palm Springs Uma vez ofereceu a um hospital de Los An- gráfica ...
em que Joan não fôra bastante gentil para com geles uma nnportante doaç;\o. Pois porque o A despeito d a sua reputação de terrível ten-
Claudcttc ! médico, casnalmente, se referiu em público a tadora, de possuidora de 1rr~sistível sex·app<al
Não é também segredo para ninguem que ê:;se seu gesto, ficou furiosa. Uma outra oca· nunca ouvi dizer que ela tivesse roubado o ma-
ultimamente a sua amis.:de com .\lary Pickford sião, sab~ndo que uma velha artista se encon- rido a ningu m ...
não tem sido muio cerrada. trava cm sérias dificuldade> financeiras man- N>NCV PRVOR
Uma colega de Joan que com ela convi,·eu dou o seu chauf/eur uum taxi - e não no seu
algum tempo disse de Joan uma vez: •fui a
sua mais intima amiga durante a semana pas-
carro para que se não soubesse a quem perten-
cia - com um em·elope com quinhentos dóla-
«0 Senhor Doutorn
sada ; pois agora nem sequer responde às 111i- res den tro. Semanário maravilhoso da pequenada, cola-
.1 has chamadas telefónicas ... • Apesar-de ter fama de muito pretenciosa, borado por todos os nomes ilustres das letras
Contudo, só quem a con hecer muito superfi· Constance 13ennett é para os sw s intimos uma portuguesas. Coutos, historias, anedotas, cha-
cia lmcutc 1ica a pensar mal dos seus processos pessôa encantadora, que lodos adoram pela radas, advin has; tudo brilhankmcnte ilustrado
de ami;ade. Embora o seu extranho tempera· sua s.nccr.dade e ~impatia. pelos melhores artistas do género.
mento lhe exija <"Onstante mudança não só de Se o sentimento das mulheres americanas Uma 1nteresante construção.
amisade, como de lugares e de coisas, ela é, por Joan Crawford é o de admiração e por SAI TODOS OS SA B AuO S
no entanto, uma amiga sincera e dc\'Otada. Constance Bennett, é quási o de aversão, por Preço a v ulso 15 tostões
Jnshtivamente ao contrário do que se dá com Jean 1larlow, pelo contrário é o m~do que P o r assinatura 12 touõ ee
Joan, nenhuma mulher gola de Constance domina.
Bennctte. Por qualquer razao, parecem odia-la. As mulheres temem o stx-apptal de jean! Concursos famosos com explêndidos prémios.
Algumas dessas pessõa, qu · 11:10 simpatisam já ouvi dizer a algumas mulheres coisas Os assinantes gosam alem da difere ·· c::1 do
com ela chamam lhe irri1a11 k, vaidosa, gros- como esta : Quando soube que jean Harlow preço, de enormes van1agens.
seira ... No entantC>, a-pcsar·do que dela di- estava convidada para urna reuni:\o onde eu me Peçam prospetos ao
zem, Constancc quando é a·:1iga de vc::rdadc é o cnconlrava, com meu marido, não mais o lar- c A B C. -l~ua do .A lec1 im, 65 s1l-LISUOA
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