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FACULDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS DE UBERLÂNDIA

DISCENTE: THAIS LELIS CÂNDIDO


CURSO: BACHARELADO EM ENFERMAGEM / 6º PERÍODO
DISCIPLINA: CLINICA CIRÚRGICA

VANTAGENS DA CIRURGIA CARDÍACA ROBÓTICA COMPARADA AOS


PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS CARDÍACOS INVASIVOS: UMA ANÁLISE

Esse artigo trata-se de uma revisão bibliográfica realizada entre agosto e setembro de 2022,
com objetivo de analisar comparativamente as vantagens da cirurgia cardíaca robótica sobre as
modalidades cirúrgicas invasivas convencionais. A cirurgia robótica é definida pelo uso total ou
parcial de robôs em procedimentos cirúrgicos que visam à mínima invasão. A busca pelo uso de
robôs que auxiliam nos procedimentos cirúrgicos iniciou-se no período das grandes guerras do
século XX com objetivo de reduzir o tempo cirúrgico e diminuir o deslocamento dos soldados
evitando politraumas e hemorragias que culminavam em morte e intensificou-se durante a guerra
fria com a necessidade de atender tripulantes da NASA (Administração Nacional da Aeronáutica e
Espaço) a distância. A partir desses avanços tecnológicos realizou-se a primeira cirurgia robótica em
1998 pelo cirurgião francês Alain Frederic Carpentier, com objetivo de reparar a válvula mitral.

No entanto, pouco se compreendia sobre os reais efeitos e benefícios dessa técnica sobre os
pacientes, contudo após anos de desenvolvimento tornou-se possível avaliá-la ao se comparar com
as técnicas cirúrgicas consolidadas. Por meio de estudos recentes foi possível confirmar a segurança
do procedimento, como também a diminuição do tempo de recuperação dos pacientes submetidos a
ela em relação aos pacientes submetidos ao procedimento invasivo, no caso a esternotomia,
impactando na diminuição das taxas de mortalidade. Por utilizar-se de técnicas minimamente
invasivas, a cirurgia cardíaca robótica além de promover uma recuperação mais rápida, aliada ao
tempo mais rápido que o paciente retorna às suas atividades diárias, proporciona incisões menores,
que se configuram em menor trauma pós-cirúrgico e, até mesmo, cicatrizes menos proeminentes.
Em contrapartida, as técnicas convencionais, por envolverem métodos como a esternotomia (onde
há secção completa do osso esterno), podem dificultar a recuperação do paciente, que poderá sofrer
com dores pós-operatórias mais prolongadas e também riscos de infecção, uma vez que se tem a
exposição completa do seu tórax, causando desconforto no pós-operatório e maior tempo de
internação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Por outro lado a técnica cirúrgica com a utilização de robôs pode ser um processo mais
demorado, ainda assim, não aumenta o risco de vida dos pacientes. O maior tempo no bloco
cirúrgico mostra-se inversamente proporcional à necessidade de transfusão sanguínea e ao tempo de
ventilação. A aplicação da cirurgia robótica, de maneira geral, é bastante vasta incluindo indivíduos
de diversas idades e com diferentes patologias. No que concerne a especialidade de cirurgia
cardíaca, pode ser aplicada a diversas faixas etárias, tendo como destaque a população idosa que por
sua condição física tornam-se pacientes com maior risco de complicações em cirurgias invasivas e a
população infantil facilitando a precisão de procedimentos complexos, principalmente em lesões
extracardíacas. Há diversas condições cardíaca que podem ser tratadas pelas cirurgias robóticas
como: reparo da válvula mitral; enxerto de bypass de artéria coronária (CABG); reparos de defeitos
cardíacos congênitos em adultos e ressecção minimamente invasiva de mixoma atrial esquerdo.

Apesar das inúmeras qualidades das técnicas minimamente invasivas utilizando-se os


sistemas robóticos, ainda existem diversas limitações à sua performance nos centros cirúrgicos, tais
como: limitação cirúrgica devido ao espaço reduzido imposto pela técnica, a substituição de
imagens 3D por 2D em telas e dificuldade de adaptação das técnicas endoscópicas aos
procedimentos reconstrutivos. Outro aspecto relevante é a questão financeira envolvida no uso de
robôs nas cirurgias cardíacas, que se comparada aos métodos cirúrgicos convencionais, é maior, a
questão financeira já se apresenta como um entrave ao se analisar os gastos com o cuidado pós-
operatório do paciente e o tempo de recuperação hospitalar.

Desse modo, a cirurgia robótica pode ser uma opção viável, uma vez que os problemas
cardíacos têm aumentado, havendo uma demanda maior por esses procedimentos cirúrgicos. É
importante observar que tanto a cirurgia robótica quando as não robóticas possuem pontos
benéficos ou maléficos a depender do contexto. Nesse sentido é de suma importância que o
cirurgião faça uma avaliação individualizada de cada paciente, entenda os riscos e escolha o método
cirúrgico mais adequado.

REFERÊNCIAS

MESSIAS, G. S. V et al. Vantagens da cirurgia cardíaca robótica comparada aos procedimentos


cirúrgicos cardíacos invasivos: uma análise. Brazilian Journal of Health Review, 2022.

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