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Cirurgia Robótica

Para o câncer de próstata

Dr. Paulo Maron e Instituto de Urologia, Robótica e Oncologia (iURO)


O que é
cirurgia robótica?

A cirurgia robótica é mais uma ferramenta


que os médicos têm para promover
melhores resultados no tratamento de
várias doenças, especialmente no câncer
de próstata. Por isso que o binômio câncer
de próstata-cirurgia robótica tem andado
lado a lado, uma vez que esta tecnologia
vem em crescente utilização para o
tratamento dessa doença.
Câncer de próstata Mas até esse ponto, os resultados promovidos pelos
robôs na medicina, com a expertise do cirurgião, já
revelam grande evolução para tratamento e curas das
doenças.
Panorama da cirurgia robótica

O câncer de próstata é a segunda maior causa de morte entre os


homens, perdendo apenas para o câncer de pele. Só no Brasil,
segundo dados do INCA (Instituto Nacional do Câncer), em torno de
70 mil homens são diagnosticados com a doença anualmente.
Portanto, ter novas maneiras de tratá-lo é uma excelente notícia.

As  cirurgias robóticas já demonstraram um grande avanço na


tecnologia, e não devem parar por aí. Com o tempo, é possível que
se fale em cirurgias remotas realizadas entre médico e paciente a
longas distâncias, por meio da telecirurgia. Parece cena futurística,
mas esse futuro já não está mais tão distante.

O que é

Prostatectomia robótica?
A prostatectomia radical é a cirurgia que remove completamente a próstata e vesículas seminais. Juntamente com
a radioterapia, representam as principais formas de tratamento do câncer de próstata.

A cirurgia robótica é uma modalidade de tratamento cirúrgico na qual o urologista aplica técnica laparoscópica
(por vídeo) e utiliza um sistema de braços robóticos de ampla destreza, controlados pelo próprio cirurgião por
meio de um console instalado na sala de cirurgia.

Como é a cirurgia?
A cirurgia para o tratamento do câncer de próstata é realizada em
ambiente hospitalar e requer internação de 2 a 3 dias.

A internação ocorre no mesmo dia do procedimento, obedecendo


período de jejum de 8 horas antes da cirurgia. Em casos especiais,
pode ser necessário a internação na véspera.

A  cirurgia de próstata robótica  dura entre 2 a 4 horas. O


No dia da cirurgia, o paciente receberá medicações sedativas que cirurgião fará de 4 a 6 pequenas incisões (de até 3 cm) na
provocam sono e diminuem a tensão. A anestesia é do tipo geral e parte do abdome abaixo e ao redor do umbigo, para a
em alguns casos pode ser combinada com a raquianestesia, para instalação das pinças acopladas aos braços robóticos.

diminuir a chance de dor no pós-operatório.


No pós operatório, o paciente terá dieta leve liberada e será
estimulado a sair da cama.

A recuperação costuma ser mais rápida naqueles homens


que conseguem se movimentar e caminhar pouco tempo
após a cirurgia.

O paciente estará portando uma sonda urinária,


imprescindível para a cicatrização interna.

Complicações e riscos
Como toda a cirurgia da próstata, os principais riscos e complicações são:

•        Incontinência urinária: perda no controle de segurar a vontade de urinar

•        Impotência sexual: necessidade permanente de artifícios para iniciar e/ou manter relação sexual

•        Sangramentos com necessidade de transfusão

•        Infecção no local da cirurgia

•        Impossibilidade de erradicar todos os focos da doença

Felizmente, com os avanços tecnológicos recentes e o maior entendimento de novas técnicas operatórias, as complicações vem
diminuindo, e esses benefícios vêm aumentando com a utilização da cirurgia robótica.

A ocorrência desses eventos adversos depende também de fatores relacionados à doença e ao doente*:

•        Idade maior do que 65 anos


*Quanto maior o número de condições associadas, maior o risco de apresentar efeitos adversos.
•        Obesidade

•        Diabetes

•        Tabagismo

•        Doença descoberta em estágio avançado

•        Incontinência urinária antes mesmo da cirurgia

•        Impotência sexual antes mesmo da cirurgia

•        Uso de antidepressivos

•        Doenças vasculares

• Equipe cirúrgica com pouca familiaridade com a técnica


Crescimento da tecnologia
no tratamento do câncer de próstata

Escolher um procedimento minimamente invasivo (proporcionado


pela cirurgia robótica) é um passo além das cirurgias abertas,
especialmente porque o  uso dos robôs nas cirurgias promove
diversos benefícios, não só para pacientes, como para os
médicos.

A ideia do uso de robôs na medicina surgiu nos anos 1980, a partir


de um projeto do Departamento de Defesa dos EUA. Em 1995, a
tecnologia avançou e o Da Vinci, o primeiro robô cirúrgico, foi
lançado em 1999 pela empresa Intuitive Surgical.

Pela precisão da tecnologia, hoje mais de 90% das cirurgias de


câncer de próstata realizadas nos Estados Unidos ocorrem por
meio dos robôs, onde há mais de 3 mil sistemas Da Vinci.
Vantagens de utilizar a cirurgia robótica
no tratamento do câncer de próstata

São diversas vantagens que incentivam a urologia na • Menor trauma cirúrgico;

adoção dos robôs, mas assim como na cirurgia aberta, a • Maior preservação de nervos;

experiência e eficiência do médico é fator fundamental.


• Menos sangramento no processo;

A cirurgia robótica possibilita que os urologistas • Cicatrizes menores;

ofereçam resultados muito mais precisos aos seus • Menor risco de infecção;

pacientes, especialmente para os casos de • Menos tempo de internação;

prostatectomia radical, que é a remoção da próstata • Menor índice de mortalidade;

após detecção de um tumor maligno.


• Diminuição de sequelas

• Menos medicamentos no pós-operatório;

Quando é diagnosticado o câncer numa  biópsia da • Tempo menor para recuperação no pós-operatório

próstata  e há necessidade de cirurgia, o procedimento


pode ser realizado de forma aberta, laparoscópica ou
com o uso de robôs.

Urologia é a principal usuária do sistema

A urologia, especialidade que despontou como principal usuária da tecnologia, conta hoje com uma variedade de
especialistas em cirurgia robótica no Brasil. 

Segundo dados da Sociedade Brasileira de Urologia, o crescimento da cirurgia robótica no setor foi mais expressivo
nos últimos dois anos. 

A  cirurgia robótica de próstata  é uma grande aliada no combate ao câncer de próstata, o segundo tipo de tumor
mais incidente entre os homens.

Além disso, as chamadas técnicas minimamente


invasivas  diminuem os traumas cirúrgicos,
Com o advento da laparoscopia (cirurgia de próstata por
tempo de internação, dores pós-operatórias e uso
vídeo) e  robótica, os pacientes se beneficiaram.
de remédios, além de haver menores índices de
A  diminuição dos riscos de sequelas, como a
transfusão sanguínea e risco de morte.

incontinência urinária e perda de ereção, foi expressiva.


O resultado estético também é mais harmônico e
a recuperação é mais rápida com retorno às
a t i v i d a d e s l a b o r a t i v a s e ro t i n e i r a s m a i s
precocemente.
Também tem vantagens para o médico

A tecnologia vem auxiliando médicos na busca por resultados cada vez melhores em cirurgias que antes
ofereciam maior morbidade aos pacientes, seja na hora do ato cirúrgico ou em um segundo momento, com
sequelas que o acompanham por toda a vida. A cirurgia robótica da próstata é um excelente exemplo.

• Ampliação da imagem altamente definida em até 15 vezes e em 3D;

• Movimentos das manoplas (joystick) em 360, o que permite maior atuação do que
os punhos humanos;

• Muito mais precisão no encontro do ponto que deve ser operado;

• Melhor detalhamento dos tecidos;

• Precisão milimétrica para dissecções de tecidos e órgãos;

• Correção dos pequenos tremores e movimentos bruscos das mãos humanas;

• Mais ergonomia para o cirurgião durante o procedimento;

A cirurgia robótica permite ampla preservação dos movimentos mesmo em regiões com espaço limitado e reduzido nas
diversas partes do corpo. Além disso, é altamente vantajosa para os cirurgiões, porque os profissionais ficam mais confortáveis
para atuar. Os cirurgiões operam o aparelho sentados em um console, com uma cadeira ergonômica.
Como está a cirurgia robótica
no Brasil? 

Pelas grandes vantagens que foram se confirmando ao longo


do tempo, em 2018 havia  39 sistemas Da Vinci instalados e
espalhados pelas mais variadas regiões do país. 

A cirurgia robótica no Brasil já existe há mais de 10 anos, e de lá


para cá, a adesão à tecnologia na medicina só aumenta. O que
era um tabu, hoje é realidade em muitos estados e cidades.

Neste momento, além da presença dos robôs Da Vinci terem


aumentado no país, também há um maior número de
profissionais capacitados a realizarem as cirurgias robóticas na
urologia. É neste ponto que entra a associação  câncer de
próstata-cirurgia robótica.

Capacitação no Brasil 
A capacitação na tecnologia robótica no Brasil também ganhou um incremento em dezembro de 2018, quando foi
inaugurado um centro de treinamento em cirurgia robótica no IRCAD (Instituto de Treinamento em Técnicas Minimamente
Invasivas) situado na cidade do Rio de Janeiro, o primeiro no Brasil em parceria com a H.Strattner e Intuitive Surgical, as
empresas fabricantes e representantes do sistema no Brasil.

Antes esses processos de certificação de cirurgiões com tecnologia robótica só ocorriam em países do exterior.

Desde o emprego da cirurgia robótica no país, houve um aumento de quase 20 vezes no número de robôs instalados em
território nacional em pleno funcionamento. 

A grande concentração está na cidade de São Paulo, com mais de 30 sistemas operando a pleno vapor.

Para quem achar que esse número ainda é pouco vai perceber que o avanço não é desprezível, uma vez que temos um
número maior de “cirurgiões-robôs” do que o Canadá, que dispõe de 30 a 32 unidades.

Resumindo…
A cirurgia robótica é minimamente invasiva – Ela é feita por meio
de pequenas incisões, o que diminui o trauma cirúrgico
possibilitando uma recuperação mais rápida.

Mais segurança – A cirurgia robótica também minimiza os danos de


tecidos não alvo e necessidade de transfusão de sangue.

Menos morbidade – menores taxas de complicações,


menos dor, alta precoce e maiores chances de recuperação
das funções fisiológicas (normais) prévias à cirurgia.

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