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COLÉGIO VALE DO GUAPORÉ

CURSO DE TÉCNICO EM ENFERMAGEM

ROSA MONTEIRO DE OLIVEIRA

ENFERMAGEM CIRÚRGICA I

PORTO VELHO
2022
ROSA MONTEIRO DE OLIVEIRA

ENFERMAGEM CIRÚRGICA I

Trabalho apresentado à disciplina de


Enfermagem Cirúrgica I, sob
supervisão da professora Martinha
Lobato, turma 2º A.

PORTO VELHO
2022
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO......................................................................................................4
DESENVOLVIMENTO..........................................................................................5
1 Cirurgia do baço.................................................................................................5
2 Cirurgias urológicas...........................................................................................5
2.1 Nefropexia................................................................................................5
2.2 Nefrectomia..............................................................................................6
2.4 Pielolitotomia............................................................................................6
2.5 Ureterostomia cutânea.............................................................................6
2.6 Prostatectomia.........................................................................................6
2.7 Postectomia..............................................................................................7
3 cirurgias ginecológicas......................................................................................8
3.1 histerectomia............................................................................................8
3.2 Fechamento parcial da vagina.................................................................8
3.3 Salpingectomia e ooforectomia................................................................9
3.4 Colpoperineioplastia.................................................................................9
3.5 Mastectomia.............................................................................................9
4 Cirurgias ortopédicas.......................................................................................10
4.1 Artrodese, artroplastia e osteotomia......................................................10
4.2 Gesso.....................................................................................................11
4.3 Tração....................................................................................................11
5 Transplante de órgãos.....................................................................................12
5.1 Conceito.................................................................................................12
5.2 Principais órgãos anatómicos para fins de transplante.........................12
5.3 Assistência de enfermagem em caso de transplante de órgãos...........12
5.4 Aspectos étnicos e legais sobre o transplante de órgãos.....................13
CONCLUSÃO.....................................................................................................15
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA.......................................................................16
INTRODUÇÃO

O surgimento da enfermagem em centro cirúrgico está atrelado ao início da


utilização das técnicas assépticas de Lister que permitiram a realização de
cirurgias mais complexas e as enfermeiras eram responsáveis pelos cuidados
com o instrumental. Na virada do século, com a designação de espaços restritos
para a realização dos procedimentos cirúrgicos, a limpeza do ambiente passou a
ser importante, aumentava a responsabilidade das enfermeiras, bem como a
carga de trabalho, e conhecimentos específicos se desenvolviam distinguindo-as
das enfermeiras das unidades assistenciais.
Nessa perspectiva CARRARO (1997, p.4) enfatiza que: uma situação
cirúrgica envolve não apenas o ato cirúrgico em si, [...], mas envolve mudança da
rotina diária do ser humano, separando-o do contexto a que está habituado e
expondo-o ao estresse de uma hospitalização carregada de características e
singularidades. Dentre estas características destacam-se a solidão, o medo, a
ansiedade, a esperança, a mudança de hábitos e a necessidade imposta de se
relacionar com a diversidade de pessoas de princípios desconhecidas,
entregando-se aos seus cuidados. Os pacientes ficam bastante vulneráveis ao
ambiente hospitalar.
Para DURMAN (2000) o paciente ao se internar não deixa sua essência
humana na portaria do hospital, ele traz consigo sua inteligência, seus
sentimentos e seus mitos em relação à doença, vêm com numerosas percepções
desenvolvidas na sua cultura, educação e toda bagagem de vida.
A cirurgia é o método de tratamento de doenças, lesões ou deformidades
externas e/ou internas, por meio de técnicas realizadas geralmente com auxílio de
instrumentos e requerendo do cirurgião habilidade manual. Com o objetivo de
obter tecidos para exames (biópsias), estabelecer diagnósticos (laparotomia
exploradora), curar doenças (retirada de tumores, úlceras, miomas, etc.),
restaurar estruturas danificadas (cirurgia plástica).
DESENVOLVIMENTO

1 Cirurgia do baço
O baço é um órgão que está localizado na parte superior esquerda do
abdômen e que é muito importante para filtrar o sangue e remover os glóbulos
vermelhos lesionados, assim como produzir e armazenar células brancas para o
sistema imune. A cirurgia de retirada total ou de uma parte deste órgão é
chamada de esplenectomia.
O método cirúrgico escolhido para a remoção do baço, muitas vezes,
depende do tamanho do órgão. Porém, na maioria dos casos, é realizada a
videolaparascopia.
Durante o procedimento, o médico cirurgião realiza três pequenas incisões
no abdômen do paciente. Em seguida, são inseridos instrumentos com uma
câmera de vídeo para a visualização do órgão e instrumentos para a remoção do
mesmo.
Essa é uma técnica cirúrgica menos invasiva, ou seja, causa menos dores
e a cicatriz também é menor. Além disso, a recuperação e retorno às atividades
diárias tendem a ser mais rápidos.
A cirurgia dura em média 2 horas e o paciente deve permanecer internado
de um a três dias.

2 Cirurgias urológicas
A cirurgia urológica é a especialidade da medicina voltada a tratar
problemas de saúde relacionados ao trato urinário em homens e mulheres. Além
disso, também é a parte da medicina que cuida do sistema reprodutor masculino,
como os testículos, próstata e pênis.

2.1 Nefropexia
A nefropexia é um procedimento cirúrgico destinado à correção de
anormalidades no posicionamento dos rins. Geralmente essa anormalidade já
está presente ao nascimento, mas só é diagnosticada quando adulto. A cirurgia é
feita por laparoscopia, onde o cirurgião realiza o procedimento através de finas
pinças introduzidas por pequenos orifícios no abdome. A internação costuma ser
breve, assim como a recuperação.
2.2 Nefrectomia
A cirurgia é indicada a partir de algum problema, podendo ser um tumor no
rim, em que a retirada desse tumor é feita através da nefrectomia, da retirada do
órgão.
Outra indicação é quando um indivíduo quer fazer uma doação para um
paciente que tenha um problema renal.
Pode ser um parente ou até um amigo, ele pode doar e a cirurgia é feita da
mesma forma, porém com o objetivo de uma doação.
Então se retira um órgão saudável para tirar o paciente de uma fila em que
ele está esperando um órgão, fazendo diálise.
Tipos de Nefrectomia
Nefrectomia total: quando é retirado todo o órgão.
Nefrectomia parcial: quando é retirada apenas uma parte do rim.
Nefrectomia radical: quando é retirado o rim, o ureter e todos os gânglios
linfáticos próximos do ureter e do rim. Normalmente, essa nefrectomia radical, é
mais utilizada nos casos de tumores.

2.4 Pielolitotomia
A pielolitotomia consiste na abertura da pelve renal para retirada de
cálculos. Pode ser realizada pela via aberta ou laparoscópica. Normalmente
reservada para cálculos grandes ou patologias de pelve renal associadas.

2.5 Ureterostomia cutânea


Uma ureterostomia cutânea é oque classificamos como uma derivação
urinaria, ou seja, cria-se um novo lugar para a drenagem da urina como parte do
tratamento de algumas doenças como por exemplo o câncer de bexiga. Neste
caso o ureter é abocado diretamente na pele. É uma forma de fazer com que a
urina seja eliminada quando não é possível esvaziar a bexiga por via natural.
Normalmente é feito a ligação da via urinária na pele, onde a urina é coletada em
uma bolsa ou sonda.

2.6 Prostatectomia
A prostatectomia radical é uma cirurgia de remoção da próstata (glândula
que faz parte do sistema reprodutor masculino) e dos tecidos que a rodeiam, que
incluem as vesículas seminais e frequentemente alguns gânglios linfáticos
próximos.
A prostatectomia radical é usada frequentemente no cancro da próstata. No
entanto, a intervenção cirúrgica “prostatectomia” pode também estar
recomendada noutras patologias, conforme discutiremos adiante.
A prostatectomia simples (adenomectomia da próstata) é uma cirurgia para
remoção dos tecidos prostáticos, no entanto, neste caso é removido apenas o
chamado adenoma - região aumentada na hiperplasia benigna da próstata (HPB)
Ou seja, este procedimento retira apenas uma parte da próstata, preservando a
sua cápsula.
Por norma, a prostatectomia simples é realizada na HPB, uma doença
benigna (adenoma), enquanto a prostatectomia radical (total) é realizada no
cancro da próstata (adenocarcinoma acinar usual). Ou seja, a prostatectomia
simples não está indicada no tratamento do cancro da próstata.

2.7 Postectomia
Postectomia ou circuncisão é uma técnica cirúrgica que consiste na
remoção do prepúcio (excesso de pele que recobre o pênis), a fim de melhorar
sua higiene íntima e o desempenho sexual. Também chamada de cirurgia de
fimose, é indicada quando outros tratamentos, como o uso de pomadas, não
ajudam no descolamento da pele. A postectomia é feita sob anestesia geral ou
local e é uma técnica segura e simples, sendo geralmente aconselhada para
meninos que estão entre os 07 e os 10 anos de idade, também podendo ser
realizada na adolescência, embora a recuperação possa ser mais dolorosa. Ele
remove a pele em excesso na ponta do pênis, facilitando a exposição da glande.
Depois da retirada do prepúcio, o cirurgião coloca pontos na área para que haja
uma recuperação mais rápida, assim como para evitar futuras infecções.

3 cirurgias ginecológicas
A cirurgia ginecológica consiste no procedimento de todas as patologias
(doenças) relacionadas aos órgãos genitais (reprodutores) femininos. O sistema
genital / reprodutor feminino é constituído por dois ovários, duas tubas uterinas
(trompas de Falópio), um útero (corpo uterino e colo do útero) uma vagina, uma
vulva. O útero, os ovários e as trompas se encontram dentro da cavidade
abdominal na região pélvica. Todos os procedimentos realizados nos órgãos
femininos são considerados cirurgias ginecológicas. A indicação do procedimento
e a técnica utilizada será definida conforme o caso da paciente.

3.1 histerectomia
A histerectomia é uma cirurgia ginecológica onde é feita a remoção do
útero, podendo ser realizada por via laparoscópica, abdominal ou vaginal,
conforme falarei adiante com detalhes. A decisão de retirar o útero deve ser
equacionada na presença de determinadas patologias (ou doenças), mediante a
avaliação clínica. Por vezes, esta cirurgia é acompanhada da remoção simultânea
dos ovários e trompas. A histerectomia pode estar indicada em casos de
leiomiomas uterinos, hemorragias uterinas anómalas, dores pélvicas, prolapso
dos órgãos pélvicos e doença maligna ou pré-maligna. O mioma uterino (fibróide,
leiomioma ou fibromioma) é o tumor benigno mais frequente na mulher e é a
principal indicação para histerectomia.

3.2 Fechamento parcial da vagina (Sinéquia vaginal)


Sinéquia vaginal é a aderência entre os pequenos lábios vaginais, que
ocorre nas meninas entre três meses e 10 anos de idade. As principais causas
são a baixa taxa de estrogênio (hormônio sexual feminino) e a presença de
fatores irritantes locais, como má higienização, período longo entre trocas de
fraldas e umidade perineal.
O grau de aderência é variável, podendo ocorrer fechamentos pequenos
até quase totais. Na maioria das vezes, não há sintomas e o quadro é detectado
durante uma avaliação pediátrica de rotina ou durante a higiene da criança, pelos
próprios pais. Raramente podem ocorrer infecções urinárias, irritação local ou
perda de urina.

3.3 Salpingectomia e ooforectomia


A salpingectomia é o procedimento cirúrgico de remoção de uma
(unilateral) ou das duas tubas uterinas (bilateral), procedimento cirúrgico que pode
ser realizado simultaneamente com outros. A ooforectomia é o procedimento
cirúrgico que tem o objetivo de remover um ou ambos os ovários. Pode, portanto,
ser uma cirurgia unilateral ou bilateral. É uma intervenção radical que ocorre
apenas quando os demais recursos terapêuticos não são suficientes para tratar o
problema.

3.4 Colpoperineoplastia
A colpoperineoplastia anterior e posterior é a da vagina e do períneo. É um
dos tratamentos cirúrgicos disponíveis para correção de defeitos sintomáticos da
parede posterior da vagina, e defeitos do corpo perineal. Um dos principais
sintomas de defeito na parede posterior é dificuldade de evacuar.
Colpoperineoplastia é a cirurgia de plástica correção da vagina (colpo) e do
períneo. A Colpoplastia pode ser na parede anterior ou na posterior da vagina,
neste caso a Colpoperineoplastia. A Perineoplastia é a correção e plástica
somente da região perineal.

3.5 Mastectomia
A mastectomia é uma forma de tratar o câncer de mama e consiste na
retirada cirúrgica de toda a mama. A mastectomia pode ser realizada: quando
uma mulher não pode ser tratada com cirurgia conservadora que poupa a maior
parte da mama.
Em 1894, William Hasteld descreveu a técnica de mastectomia radical que
consistia na retirada de toda a pele, complexo aréolo-papilar, glândula mamária,
músculos peitorais e linfonodos axilares, pois ele acreditava que quanto maior
fosse a cirurgia maior seria a chance de cura das pacientes, por isso essa cirurgia
permaneceu sendo o padrão ouro para o tratamento do câncer de mama por
muitos anos.
Um dos estudos que permitiu o início da mudança do tratamento regional
para uma cirurgia menos mutiladora foi o NSABP-04, esse estudo distribuiu
aleatoriamente as pacientes com axila clinicamente negativa em mastectomia
radical, mastectomia simples com irradiação do campo axilar ou mastectomia
simples sem cirurgia axilar e dissecção axilar tardia somente se as metástases
axilares se desenvolvessem clinicamente. Ficou comprovado que a sobrevida era
a mesma em todos os grupos. O estudo italiano Milan 1 também avaliou
mastectomia à “Halsted” comparando-se com a quadrantectomia identificando
que o intervalo livre de doença foi semelhante em ambos grupos.
Além disso, com a evolução dos exames de rastreamento do câncer de
mama, atualmente os tumores são detectados mais precocemente e com o
surgimento de novos tratamentos sistêmicos, a cirurgia de mastectomia nos
últimos anos sofreu uma grande evolução, surgindo as mastectomias poupadoras
de pele e de complexo aréolo-papilar.

4 Cirurgias ortopédicas
A ortopedia é a especialidade médica que cuida da saúde relacionadas aos
elementos do aparelho locomotor, como ossos, músculos, ligamentos e
articulações. A traumatologia é a especialidade médica que lida com o trauma do
aparelho músculo-esquelético. Diferentemente do que se costumava acreditar,
a cirurgia ortopédica não trata somente de fraturas, mas também de deformidades
congênitas, problemas crônicos das articulações e traumáticos e problemas
relacionados ao uso excessivo do tecido osteoarticular.

4.1 Artrodese, artroplastia e osteotomia


Artrodese é termo ortopédico que significa fusão de articulação, podendo
ser realizada em qualquer parte do corpo, como mão, pé, tornozelo ou joelho. Na
coluna vertebral, trata-se de cirurgia frequente, indicada para tratamento de
espondilolistese, deformidades vertebrais, fraturas, tumores e outros.
Artrodese, também conhecida como anquilose artificial, é um procedimento
realizado para aliviar dor intratável em uma articulação que não pode ser
manejada com medicamentos, cirurgias ou outros tratamentos normalmente
indicados. As opções cirúrgicas são: osteotomia, artroplastia unicompartimental
do joelho, artroplastia total de joelho e artrodese (promover a fusão/união do
fêmur e da tíbia para que não haja mais movimento nem atrito entre eles,
reduzindo assim a dor).
Com a osteotomia, a carga é transferida para a parte lateral, que está
preservada e a dor do paciente tende a diminuir. As vantagens desse
procedimento são: maior facilidade de execução e preservação da articulação do
paciente. Este procedimento é indicado para pacientes acima de 55 anos, com
artrose unicompartimental, índice de massa corpóreo (IMC) normal e com joelho
estável e com boa mobilidade.
A artroplastia total de joelho, classicamente, é indicada para pacientes com
artrose tricompartimental (quando os três compartimentos do joelho estão
comprometidos pelo processo degenerativo) e em outras situações em que há
deformidade articular e destruição graves ou insuficiência ligamentar. Os três
compartimentos do joelho são: a parte interna do joelho (compartimento medial –
parte interna do fêmur e da tíbia), a parte externa do joelho (compartimento lateral
– parte externa do fêmur e da tíbia) e o compartimento entre femoropatelar
(contato entre o fêmur e a patela).

4.2 Gesso
O gesso é composto de uma bandagem que, quando molhada, pode ser
moldada e, ao secar, fica resistente. Serve para manter a posição do local
machucado até que tudo esteja bem novamente. A posição mantida pelo gesso é
a de repouso ou de redução, no caso das fraturas, para que o osso fraturado não
se mova.
O gesso é feito de uma bandagem branca e não deve ficar em contato
direto com a pele, para evitar irritações. Por isso, é colocada uma malha tubular
de algodão, seguida de algodão ortopédico e só então o gesso é molhado e
aplicado. No início, o gesso fica pesado, mas, à medida que vai secando, torna-se
um pouco mais leve. Para secar totalmente, o gesso leva, em geral, dependendo
da estação do ano, de 2 a 3 dias. Nesse período, o cuidado com ele deve ser
redobrado, para evitar rachaduras e quebras.

4.3 Tração
A tração consiste na aplicação de uma força de empuxo a uma parte do
corpo. É usada para minimizar espasmos musculares, para reduzir, alinhar e
imobilizar fraturas, para reduzir deformidade e para aumentar o espaço entre
superfícies opostas. A tração óssea é aplicada diretamente ao osso, esse método
é usado ocasionalmente para tratar fraturas do fêmur, da tíbia e da coluna
cervical. A tração é aplicada diretamente ao osso pelo uso de um pino de metal
ou inserido através do osso distalmente à fratura, evitando nervos, vasos
sanguíneos, músculo, tendões e articulações.

5 Transplante de órgãos

5.1 Conceito
O transplante é um procedimento cirúrgico que consiste na reposição de
um órgão (coração, pulmão, rim, pâncreas, fígado) ou tecido (medula óssea,
ossos, córneas) de uma pessoa doente (receptor), por outro órgão ou tecido
normal de um doador vivo ou morto.
Doador Vivo: a pessoa maior de idade e capaz juridicamente pode doar
órgãos a seus familiares. No caso de doador vivo não aparentado é exigida
autorização judicial prévia.
potencial doador não vivo: São pacientes assistidos em UTI com quadro de
morte encefálica, ou seja, morte das células do Sistema Nervoso Central, que
determina a interrupção da irrigação sanguínea ao cérebro, é incompatível com a
vida, irreversível e definitivo.

5.2 Principais órgãos anatómicos para fins de transplante


Órgãos e tecidos podem ser obtidos de um doador vivo:
 Um dos rins, parte do fígado, parte da medula e parte dos pulmões.

Órgãos e tecidos que podem ser obtidos de um doador não vivo:


 Órgãos: rins, coração, pulmão, pâncreas, fígado e intestino.
 Tecidos: córneas, válvulas, ossos, músculos, tendões, pele, veias e
artérias.

5.3 Assistência de enfermagem em caso de transplante de órgãos


A assistência de enfermagem prestada ao doador de órgãos tem como
objetivo a viabilização dos órgãos para transplante, bem como a necessidade de
permanência do doador em unidade de terapia intensiva, até a retirada dos
órgãos, sendo que a assistência de enfermagem deve atender às necessidades
fisiológicas básicas do potencial doador, dentre todos os cuidados.
Cabe ainda ao enfermeiro a incumbência de aplicar a Sistematização da
Assistência de Enfermagem (SAE) em todas as fases do processo de doação e
transplante de órgãos e tecidos, ao receptor e família, que inclui o
acompanhamento pós-transplante (no nível ambulatorial) e transplante (intra-
hospitalar) (Resolução COFEN 292/2004).
Em relação à atuação do enfermeiro no programa de transplantes, pode-se
destacar dois tipos de atuação de enfermagem: o enfermeiro clínico e o
coordenador de transplante. O primeiro é responsável por promover os cuidados
de enfermagem a candidatos e receptores, aos doadores de órgãos vivos e
falecidos e seus familiares ou cuidadores. O enfermeiro coordenador de
transplante tem a função de gerenciar o programa de transplante, coordenando as
diversas etapas que compõem o período perioperatório a longo prazo, além de
promover o cuidado a candidatos e receptores quando necessário (ROZA; 2012).
Percebe-se que frente à realidade da saúde publica no Brasil é importante
que a enfermagem esteja atenta à sua prática profissional, pois falar de doação
de órgão é ter uma atuação que contemple planejar, executar, coordenar e
supervisionar os procedimentos de enfermagem prestados aos doadores de
órgãos e tecidos (COFEN, 2004).

5.4 Aspectos étnicos e legais sobre o transplante de órgãos


O processo histórico dos transplantes no Brasil, por sua vez, teve início na
década de 60, quando foi realizado, em 1964 o prime iro transplante renal. Já em
1968, transplantes de coração, fígado, intestino e pâncreas foram realizados.
Porém não diferente dos outros locais do mundo, os resultados desanimadores
levaram à estagnação dos programas de transplantes no início dos anos 70,
incluindo todos os órgãos, exceto rins. Retornando apenas à atividade por volta
de 1980, com o advento dos imunossupressores (PESSALACIA, 2011).
No entanto, mesmo na vigência da Lei nº 5.479, de 10 de agosto de 1968,
posteriormente revogada pela Lei nº 8.489 de 18 de novembro de 1992, que
discorria a respeito da retirada e transplante de tecidos, órgãos e partes de
cadáver para finalidade terapêutica e científica, ainda não havia uma legislação
apropriada que regulamentasse a realização do transplante. Em fevereiro de
1997, então, foi publicada a Lei nº 9.434, que trata da remoção de órgão, tecidos
e partes do corpo humano para fins de transplante e tratamento. De a cordo com
esta lei, fica garantido o respeito à vontade de cada um de ser ou não doador post
mortem de órgãos, através do consentimento informado, sendo a decisão sobre a
doação pertencente aos familiares do potencial doador. Vale ressaltar ainda que:
a Lei nº 9.434, ainda está em vigor e em seu artigo 3º estabelece outra questão
relevante para o sistema de doação e captação de órgãos.
Em 26 de outubro de 2000 foi publicado, no Diário Oficial da União, a
Portaria nº 1183, que estabelecia mudanças no sistema de doação de órgãos. A
partir de então, passava a vigorar a obrigatoriedade do registro da manifestação
de vontade ou “não doador”, “doador” das carteiras de identidade e de habilitação,
o que posteriormente foi substituída pelo Registro Nacional de Doadores.
Em 2001 foi sancionada a Lei nº. 10.211, que restabeleceu a
obrigatoriedade de consulta à família para a autorização da doação e retirada de
órgãos.
Nos transplantes de órgãos e tecidos, inevitavelmente surgem várias
questões éticas relacionadas, mas a grande questão relativa à doação de órgãos
e tecidos post mortem, reside na definição do que é morte, ou melhor, da
determinação do fim da vida por parte do médico e da equipe de saúde envolvida
(LIMA, 2012)
Já no processo de doação Inter vivos, embora, não tenha as mesmas
implicações éticos jurídicas post mortem, existem questões morais relevantes que
suscitam reflexões por parte da equipe de saúde e de toda a sociedade, tais
como: é permitido a uma pessoa saudável mutilar-se em detrito de outra? Existe o
dever de salvar a vida de outrem? (LIMA, 2012).

CONCLUSÃO
O processo de enfermagem é uma forma de pensar nas ações, e que se
contrasta com aquela consideração da enfermagem como uma única série de
rituais e procedimentos escritos num livro de receita que deve ser aprendido. O
foco do processo de enfermagem está centrado no paciente, as intervenções de
enfermagem prescritas são aquelas que atendem as necessidades do mesmo.
A metodologia utilizada com o paciente cirúrgico pode ser denominada
como Sistematização da Assistência de Enfermagem Perioperatória (SAEP),
definida como “um processo que objetiva a promoção, manutenção e recuperação
da saúde do cliente e da comunidade, devendo ser desenvolvido pelo enfermeiro
com base nos conhecimentos técnicos e científicos inerentes à profissão”
(POSSARI, 2004, p. 209). É um método utilizado para planejar um cuidado
individualizado, de acordo com cada tipo de cirurgia, sendo do mesmo modo uma
ferramenta para favorecer uma interação maior entre enfermeiro e paciente,
visando à qualidade da assistência e benefícios para o paciente.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

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DURMAN, S. Enfermeiros Assistenciais Construindo a Relação de Ajuda


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