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CLASSIFICAÇÕES

CIRURGICAS
PROFª ENFª SABRINA MENEZES
Classificação das Cirurgias

• As cirurgias, podem ser classificadas de diferentes maneiras, dependendo dos


critérios utilizados. É importante que o enfermeiro, técnico de enfermagem e
auxiliar de enfermagem entenda os diferentes tipos de cirurgias por várias
razões.
• Todas elas possuem características que definem o estilo da cirurgia e até
mesmo o nível de complexidade.
• A Classificação das Cirurgias, é importante para determinar os cuidados
necessários com a esterilização dos materiais cirúrgicos, a escolha do tipo de
antibiótico profilático e a necessidade de isolamento do paciente.
Segundo a finalidade/objetivo a Classificação das Cirurgias pode
ser:

CIRURGIA PREVENTIVA: realizadas para prevenir o desenvolvimento de uma condição médica, como a
remoção de uma mama saudável em casos de alto risco de câncer de mama.

CIRURGIA CURATIVA: objetivo é extirpar ou corrigir a causa da doença, devolvendo a saúde ao paciente.
Para essa finalidade, às vezes é necessário a retirada parcial ou total de um órgão. Ex.: apendicectomia.

CIRURGIA PALIATIVA: tem a finalidade de atenuar ou buscar uma alternativa para aliviar o mal, mas não
cura a doença.Ex.: gastrostomia.

CIRURGIA DIAGNÓSTICA: realizada com o objetivo de ajudar no esclarecimento de doença. Ex:


laparotomia exploradora.
Classificação quanto a área do corpo afetada

• Cirurgias cardiovasculares: realizadas no coração ou nos vasos sanguíneos.


• Cirurgias ortopédicas: realizadas nos ossos, articulações, músculos e tecidos
conectivos.
• Cirurgias neurológicas: realizadas no cérebro, medula espinhal ou nervos
periféricos.
• Cirurgias gastrointestinais: realizadas no trato digestivo, incluindo o
estômago, intestinos e órgãos associados.
• Cirurgias urológicas: realizadas no sistema urinário e órgãos reprodutivos
masculinos.
• Cirurgias ginecológicas: realizadas nos órgãos reprodutivos femininos.
• Cirurgias oftalmológicas: realizadas nos olhos.
Classificação quanto a técnica utilizada
• Cirurgias abertas: realizadas com uma incisão grande na pele e nos tecidos
subjacentes.
• Cirurgias minimamente invasivas: realizadas com técnicas que minimizam o
tamanho da incisão e o dano aos tecidos circundantes, como a cirurgia
laparoscópica.
• Cirurgias robóticas: realizadas com a ajuda de um sistema robótico,
controlado por um cirurgião.
• Cirurgias de transmissão de energia: realizadas com o uso de instrumentos
que transmitem energia, como ultrassom ou laser.
• Cirurgias manuais: realizadas com o uso de instrumentos manuais, como
tesouras cirúrgicas ou pinças.
Classificação quanto ao risco
cardiológico:

Cirurgias de médio Cirurgias de pequeno


Cirurgias de grande
porte: cirurgias que porte: cirurgias
porte: cirurgias que
geralmente não requerem ambulatoriais, que
requerem hospitalização
hospitalização prolongada permitem que o paciente
prolongada e cuidados
ou cuidados intensivos retorne para casa no
intensivos pós-operatórios.
pós-operatórios. mesmo dia.
Classificação quanto ao Porte (tempo de
duração)

Porte I: com tempo de duração de até 2 horas. Por ex.: rinoplastia.

Porte II: cirurgias que duram de 2 a 4 horas. Por ex.: colecistectomia, gastrectomia.

Porte III: de 4 a 6 horas de duração. Por ex.: craniotomia.

Porte IV: com tempo de duração acima de 6 horas. Por ex.: transplante de fígado.
Classificação quanto a especialidade médica

• Cirurgias torácicas: realizadas no tórax, como a remoção de um pulmão ou a


reparação de uma válvula cardíaca.
• Cirurgias oculares: realizadas nos olhos, como a cirurgia de catarata ou a
correção de visão a laser.
• Cirurgias de cabeça e pescoço: realizadas na cabeça e no pescoço, como a
remoção de um tumor da tireoide ou a reconstrução de um maxilar.
• Cirurgias plásticas: realizadas para melhorar a aparência física, como a
cirurgia de implante de mama ou a cirurgia de nariz.
• Cirurgias de transplante: realizadas para transplantar um órgão de um
doador para o receptor, como o transplante de rim ou de fígado.
Classificação quanto a idade do paciente

Cirurgias
Cirurgias
pediátricas: realizadas
geriátricas: realizadas
em bebês, crianças e
em idosos.
adolescentes.
• Cirurgias eletivas: cirurgias planejadas, que
Classificação podem ser agendadas com antecedência.
• Cirurgias de urgência: aquelas que requer
quanto a pronta atenção e deve ser realizado dentro
de 24 a 48 horas. Por ex.: apendicectomia,
brida intestinal.
urgência da • Cirurgias de emergência: cirurgias urgentes,
que devem ser realizadas imediatamente,
cirurgia como a cirurgia de trauma.
• Cirurgias ablativas: realizadas para remover
ou destruir tecido, como a cirurgia de
Classificação remoção de um tumor.
• Cirurgias reconstrutivas: realizadas para
quanto a reconstruir tecido, como a cirurgia plástica
de reconstrução de uma mama após a

abordagem mastectomia.
• Cirurgias de reparação: realizadas para

cirúrgica reparar tecido, como a cirurgia de


reparação de um tendão rompido.
Classificação
• Cirurgias unipessoais: realizadas por um
quanto ao único cirurgião.
• Cirurgias em equipe: realizadas por uma
número de equipe de cirurgiões, como a cirurgia
cardíaca em que um cirurgião cardíaco e um

cirurgiões cirurgião vascular trabalham juntos.

envolvidos
A Classificação das Cirurgias de acordo
com o risco de contaminação
• Cirurgias limpas: são cirurgias realizadas em tecidos estéreis, sem inflamação ou infecção.
Não há entrada ou saída de tratores orgânicos, e o paciente não apresenta infecção
sistêmica. Exemplos incluem cirurgias de catarata ou cirurgias plásticas.
• Cirurgias potencialmente contaminadas ou limpas-contaminadas: são cirurgias em que há
contato limitado com tecidos contaminados, como em cirurgias de retirada do apêndice ou
histerectomia. Nesses casos, há entrada controlada no trato respiratório, gastrointestinal ou
geniturinário.
• Cirurgias contaminadas: são cirurgias realizadas em tecidos infectados ou com inflamação.
Há entrada no trato gastrointestinal, geniturinário ou respiratório, com a presença de pus ou
tecidos necróticos. Exemplos incluem cirurgias de abscesso ou de fístula anal.
• Cirurgias infectadas ou sujas: são cirurgias realizadas em tecidos infectados ou com grande
quantidade de pus e tecidos necróticos, como em casos de perfuração intestinal ou necrose
pancreática.
Classificação das Cirurgias

• É possível que uma única cirurgia, possa ter várias classificações ao mesmo tempo,
dependendo das características específicas do procedimento e do paciente.
• Cirurgia de apendicite: pode ser classificada como cirurgia de emergência (pois uma
apendicite não tratada pode ser fatal), cirurgia de pequeno porte (pois é geralmente
realizada por laparoscopia), e cirurgia abdominal (pois envolve a remoção do apêndice, que
está localizado no abdômen).
• Cirurgia de reconstrução de mama: pode ser classificada como cirurgia plástica (pois tem
como objetivo a reconstrução estética da mama após uma mastectomia), cirurgia de grande
porte (dependendo do tipo de procedimento, como a colocação de implantes mamários),
e cirurgia oncológica (se estiver relacionada ao tratamento do câncer de mama).
A importância do profissional de enfermagem
conhecer os tipos de cirurgias

• É importante que enfermeiros, técnicos de enfermagem e auxiliares de


enfermagem entendam os diferentes tipos de cirurgias por várias razões,
incluindo:
• Preparação do paciente;
• Preparo da equipe e da sala de operação;
• Monitoramento pós-operatório;
• Cuidados pós-operatórios;
• Comunicação com a equipe cirúrgica.
TEMPOS CIRURGICOS
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O QUE SÃO TEMPOS CIRURGICOS?

• Os tempos cirúrgicos, de modo geral, são classificações empregadas nas


intervenções cirúrgicas de acordo ao momento e as ações desempenhadas
pelo cirurgião.
• São manobras consecutivas realizadas pelo cirurgião desde o início até o final
do procedimento cirúrgico.
EM QUANTOS TEMPOS SÃO DIVIDIDOS OS
PROCEDIMENTOS?
• São divididos em quatro fases ou
tempos básicos, de acordo com a
etapa do procedimento a ser
realizada pelo cirurgião.
DIÉRESE

• A diérese significa dividir, cortar ou


separar. Separação dos planos anatômicos
ou tecidos para possibilitar a abordagem
de um órgão ou região (cavitária ou
superfície), é o rompimento da
continuidade dos tecidos. Classificada em:
Incruenta (com laser, criobisturi, bisturi
eletro-cirúrgico) e Cruenta (Arranamento,
Curetagem Debridamento, Divulsão ou
deslocamento).
DIÉRESE

• Os Planos Cirúrgicos: Pele, epiderme, tecido subcutâneo, aponeurose,


músculo, peritônio parietal e peritônio visceral.
• São os tipos de diérese:
• A Mecânica: Com instrumentos cortantes.
• A Física: Através de calor (térmica) ou frio (crioterapia) e laser.
Materiais Utilizados na Diérese

CABO DE BISTURI LÂMINA DE BISTURI

BISTURI ELÉTRICO OU ELETROCAUTÉRIO

TESOURA DE MAYO RETA E CURVA


HEMOSTASIA

• Hemo” significa sangue; “stasis”


significa deter, logo a hemostasia é o
processo pelo qual se utiliza um
conjunto de manobras manuais ou
instrumentais para deter ou prevenir
uma hemorragia ou impedir a
circulação de sangue em determinado
local em um período de tempo. Sendo
feito por meio de pinçamento de vasos,
ligadura de vasos, eletrocoagulação e
compressão.
HEMOSTASIA

• As hemorragias podem ser de origem


arterial, venosa, capilar ou mista.
Podem trazer ameaça à vida do
paciente ou a sua pronta recuperação;
retardam a cicatrização; favorecem a
infecção e podem dificultar a
visualização das estruturas durante a
cirurgia.
Materiais
Utilizados
na TESOURAS HEMOSTATICAS

Hemostasia

COMPRESSA CIRURGICA ELETROCAUTERIO


• Tempo cirúrgico em que é realizada a remoção de uma parte
ou totalidade de um órgão ou tecido, visando o diagnóstico, o
EXÉRESE controle ou a resolução da intercorrência.
• É a cirurgia propriamente dita, exige maiores cuidados da
equipe multidisciplinar.
• Refere-se ao momento da junção/união das bordas de
uma lesão, com a finalidade de estabelecer a
SÍNTESE contiguidade do processo de cicatrização, é a união dos
tecidos. O resultado da síntese será mais fisiológico
quanto mais anatômica for a diérese (separação)
FORMAS:
RISCOS CIRURGICOS
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DEFINIÇÃO
• O risco cirúrgico é uma avaliação feita
antes de procedimentos cirúrgicos
para avaliar o estado geral de saúde da
pessoa e o risco de complicações ao
longo de todo o período antes,
durante e após a cirurgia.
• O risco cirúrgico é calculado através da
avaliação clínica do médico e a
solicitação de alguns exames, mas,
para facilitar, também existem alguns
protocolos que orientam melhor o
raciocínio médico, como o ASA, Lee e
ACP, por exemplo.
Como é feita a • O exame clínico é feito com a coleta de
dados da pessoa como medicamentos em
avaliação pré- uso, sintomas, doenças que possui, além
da avaliação física, como ausculta cardíaca
operatória e pulmonar.
• A partir da avaliação clínica, é possível
obter a primeira forma de classificação do
risco, criada pela Sociedade Americana de
Anestesiologistas, conhecida como ASA:
Como é feita a avaliação pré-operatória

• A partir da avaliação clínica, é possível obter a primeira forma de classificação do risco,


criada pela Sociedade Americana de Anestesiologistas, conhecida como ASA:
• ASA 1: pessoa saudável, sem doenças sistêmicas, infecções ou febre;
• ASA 2: pessoa com doença sistêmica branda, como pressão alta controlada, diabetes
controlado, obesidade, idade acima de 80 anos;
• ASA 3: pessoa com doença sistêmica grave, mas não incapacitante, como insuficiência
cardíaca compensada, infarto há mais de 6 meses, angina cardíaca, arritmia, cirrose,
diabetes ou hipertensão descompensadas;
Como é feita a avaliação pré-operatória

• ASA 4: pessoa com doença sistêmica incapacitante que está ameaçando a vida, como
insuficiência cardíaca grave, infarto há menos de 6 meses, insuficiência dos pulmões,
fígado e rins;
• ASA 5: pessoa em estado terminal, sem expectativa de sobreviver por mais de 24 horas,
como após um acidente;
• ASA 6: pessoa com morte cerebral detectada, que passará por cirurgia para doação de
órgãos.
• Quanto maior o número de classificação ASA, maior o risco de mortalidade e
complicações pela cirurgia, devendo-se avaliar com muita atenção que tipo de cirurgia
pode valer a pena e ser benéfica para a pessoa.
Avaliação do tipo de cirurgia
• Os tipos de cirurgia podem ser classificados de acordo com o risco de complicações
cardíacas, como:
• Risco baixo: procedimentos endoscópicos, como endoscopia, colonoscopia; cirurgias
superficiais, como de pele, mama, olhos;
• Risco intermediário: cirurgia do tórax, abdômen ou próstata; cirurgia de cabeça ou
pescoço; cirurgias ortopédicas, como após fratura; correção de aneurismas da aorta
abdominal ou remoção de trombos da carótida.;
• Risco alto: cirurgias grandes de emergência; cirurgias de grandes vasos sanguíneos,
como aorta ou carótida, por exemplo.
• Entender o tipo do procedimento cirúrgico que será feito também é muito importante,
pois quanto mais complexa e demorada a cirurgia, maiores os riscos que a pessoa pode
sofrer e os cuidados que se deve ter.
Avaliação do risco cardíaco
• Existem alguns algorítimos que medem de forma mais prática o risco complicações e de
morte em uma cirurgia não-cardíaca, ao investigar a situação clínica da pessoa e alguns
exames.
• Alguns exemplos de algorítimos utilizados são o índice de Risco Cardíaco de
Goldman, índice de Risco Cardíaco Revisado de Lee e o Algorítimo da American College
of Cardiology (ACP), por exemplo.
• A partir dos dados obtidos, é possível determinar o risco cirúrgico. Assim, se ele for
baixo, é possível liberar a cirurgia, já se o risco cirúrgico for médio a alto, o médico
poderá fazer orientações, adequar o tipo de cirurgia ou solicitar mais exames que ajudam
a avaliar melhor o risco cirúrgico da pessoa.
Avaliação do risco cardíaco
Para calcular o risco, eles consideram alguns dados da pessoa, como:
• Idade, que tem maior risco acima dos 70 anos;
• História de infarto do miocárdio;
• História de dor no peito ou angina;
• Presença de arritmia ou estreitamento de vasos;
• Baixa oxigenação do sangue;
• Presença de diabetes;
• Presença de insuficiência do coração;
• Presença de edema de pulmão;
• Tipo de cirurgia.
Realização de exames necessários
• Os exames pré-operatórios devem ser feitos com o objetivo
de investigar alguma alteração, caso haja a suspeita, que
pode levar a uma complicação cirúrgica. Assim, não devem
ser pedidos os mesmos exames para todas as pessoas, uma
vez que não há evidências de que isto ajude a reduzir as
complicações.
• Geralmente, estes exames têm uma validade de 12 meses,
sem necessidade de repetição neste período, entretanto, em
alguns casos, o médico pode achar necessário repetir antes.
Além disso, alguns médicos também podem considerar
importante solicitar estes exames mesmo para pessoas sem
suspeitas de alterações.
Realização de exames necessários
• Hemograma: pessoas que passam por uma cirurgia de risco intermediário ou alto,
com história de anemia, com suspeita atual ou com doenças que possam causar
alterações nas células sanguíneas;
• Testes de coagulação: pessoas em uso de anticoagulantes, insuficiência do fígado,
história de doenças que causam sangramento, cirurgias de risco intermediário ou
alto;
• Dosagem de creatinina: portadores de doenças renais, diabetes, pressão alta,
doenças do fígado, insuficiência do coração;
• Radiografia de tórax: pessoas com doenças como enfisema, doenças cardíacas, idade
maior que 60 anos, pessoas com risco cardíaco elevado, com múltiplas doenças ou
que passarão por cirurgia do tórax ou abdômen;
• Eletrocardiograma: pessoas com suspeita de doenças cardiovasculares, história de
dor no peito e diabéticos.
Realização de exames
necessários

• Outros exames, como teste de esforço,


ecocardiograma ou holter, por exemplo,
podem ser solicitados para alguns tipos
de cirurgia mais complexas ou para
pessoas com suspeita de doenças
cardíacas.
Realização de ajustes pré-operatórios

Dessa forma, ele pode recomendar fazer


Após a realização dos testes e exames, o outros exames mais específicos, ajustar a
médico poderá agendar a cirurgia, se dose ou introduzir algum medicamento,
tudo estiver bem, ou poderá fazer avaliar a necessidade de correção da
orientações para que seja diminuído, ao função do coração, através de uma
máximo, o risco de complicações na cirurgia cardíaca, por exemplo, orientar
cirurgia. alguma atividade física, perda de peso
ou parar de fumar, dentre outras.

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