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ESTRUTURA FÍSICA E RECURSOS

HUMANO NO CENTRO CIRÚRGICO

Dr. Igor Mendes

2021
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 Conhecer a estrutura física necessária em um centro
cirúrgico, conforme recomendações do Ministério da
Saúde e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(ANVISA);
 Compreender a relação entre o centro cirúrgico e
outras unidades hospitalares;
 Reconhecer a importância de restrições de acesso ao
centro cirúrgico;
 Conhecer alguns materiais e instrumentos tecnológico
imprescindíveis no centro cirúrgico.
História da Cirurgia

CIRURGIA:

 Ramo da medicina que se propõe a curar pelas mãos;

 Do grego KHEIRURGIA (KHEIROS, mão e ERGON, obra);


História da Cirurgia
 Considerada o último recurso aplicável antigamente;
 PRÉ-HISTÓRIA: Já existiam atos médicos e cirúrgicos –
TREPANAÇÕES

 ANTES DO SÉCULO XV: Poucas operações, apenas as que as


urgências exigiam;
História da Cirurgia
 Mais tarde esses atos passaram a ser responsabilidade para os
cirurgiões-barbeiros;

A sangria deriva de uma antiga tradição


grega, onde se acreditava que a drenagem
de sangue estabeleceria o equilíbrio ao
homem com aflições. Esta pratica foi
mantida na Europa Medieval.

 Evolução começa com AMBROISE PARÉ, no século XVI –


Primeiro médico que dedicou-se totalmente a Cirurgia;
História da Cirurgia
 Em 1715 – Luís XV, decreta que o ensino da cirurgia seja incluído
nas escolas de medicina da França;

 Luís XV, era neto de Luís XIV, Rei da França – Foi operado com
êxito por Charles François Félix, de Fístula Anal.

 Em 1731 – Fundada a Academia Real de Cirurgia, na França;


História da Cirurgia
 Século XIX, descoberta da Anestesia – Mudou para sempre a
História da Cirurgia;

 Desenvolvimento de técnicas de anti-sepsia,

 Evolução do arsenal cirúrgico;

Atualmente...
Classificação
das Cirurgias
Classificação das Cirurgias
 Classificação das Cirurgias quanto à URGÊNCIA:

 Cirurgia Eletiva:
- Paciente pode ser operado;
- Programada com antecedência;
- Tempo para a realização de exames;
Ex.: Reparação de cicatrizes, Hérnias simples, Reparação Vaginal;

 Cirurgia de Urgência:
- Atenção rápida;
- De 24-30h;
Ex.: Infecção Aguda da Vesícula; Infecção Aguda ocasionada por
Cálculos Renais;
Classificação das Cirurgias
 Cirurgia de Emergência:
- Atenção Imediata;
- Risco de Morte;
Ex.: Ferimento por Arma Branca (FAB); Sangramento Grave;
Ferimento por Arma de Fogo;

 Cirurgia Opcional:
- Decisão do Paciente;
Ex.: Cirurgias Plásticas;

 Cirurgia Requerida:
- Paciente precisa realizar a cirurgia;
- Planejada dentro de semanas ou meses;
Ex.: Catarata; Hiperplasia de Próstata sem Obstrução da Bexiga;
Classificação das Cirurgias
 Classificação das Cirurgias quanto ao TEMPO DE
DURAÇÃO:

 Cirurgia de Porte I:
- Duração de até 2 horas;
Ex.: Rinoplastia;

 Cirurgia de Porte II:


- Duram de 2 a 4 horas;
Ex.: Colecistectomia; Gastrectomia;
Classificação das Cirurgias
 Cirurgia de Porte III:
- Duram de 4 a 6 horas;
Ex.: Craniotomia

 Cirurgia de Porte IV:


- Acima de 6 horas;
Ex.: Transplante de Fígado
Classificação das Cirurgias
 Classificação das Cirurgias quanto ao RISCO
CARDIOLÓGICO:

 Cirurgia de Grande Porte:


- Grande probabilidade de perda de fluido e sangue;
Ex.: Cirurgias de Emergências; Vasculares Arteriais (Aneurismas,
Varizes);

 Cirurgia de Médio Porte:


- Média probabilidade de perda;
Ex.: Ortopedia – Prótese de Quadril;

 Cirurgia de Pequeno Porte:


- Pequena probabilidade de perda;
Ex.: Mamoplastia;
Classificação das Cirurgias
Classificação das Cirurgias quanto ao POTENCIAL
DE CONTAMINAÇÃO:

 Cirurgia Limpa:
 Cirurgias Eletivas;
 Primariamente fechada;
 Sem penetração nos tratos respiratórios, gastrointestinal, genito-
urinário ou orofaringe;
 Sem presença de dreno;
 Não traumática;
 Realizadas em tecidos estéreis ou passíveis de descontaminação;
 Sem processo infeccioso ou inflamatório;

Ex.: Mamoplastia; Herniorrafia; Safenectomia;


Classificação das Cirurgias
 Cirurgia Potencialmente Contaminada:

 Realizada em tecido colonizado por microbiota


pouco numerosa;
 Tecido de difícil descontaminação;
 Cirurgias com Drenagem aberta;
 Ausência de processo infeccioso ou inflamatório;
 Falhas técnicas discretas no transoperatório;
 Ocorre penetração nos tratos digestivo, respiratório ou
urinário;
Ex.: Gastrectomia, Cirurgias Cardíacas com sistema de drenagem
aberta;
Classificação das Cirurgias
 Cirurgia Contaminada:

 Realizada em tecidos abertos, recentemente traumatizados;


 Colonizados por microbiota bacteriana abundante;
 Descontaminação difícil ou impossível;
 Que Houve falha técnica grosseira;
 Incisão na presença de inflamação não purulenta;
 Contaminação do trato gastrointestinal;
 Penetração no trato biliar ou genito-urinário na presença de
bile ou urina infectada;

Ex.: Colecistectomia com inflamação aguda, Hemicolectomia;


Apendicite, Fraturas expostas;
Classificação das Cirurgias
 Cirurgia Infectada:

 Todas as intervenções cirúrgicas realizadas em qualquer tecido ou


órgão em presença de processo infeccioso, tecido necrótico, feridas
de origem suja;

Ex.: Cirurgias de reto e ânus com secreção purulenta, Desbridamento


de escaras necrosadas;
Classificação das Cirurgias
Classificação das Cirurgias quanto a FINALIDADE
DO TRATAMENTO:
 Cirurgia Paliativa:

- Atenuar ou buscar uma alternativa para aliviar, mas não cura a


doença;
Ex.: Gastrostomia; Abertura de orifício para saída de fezes
(COLOSTOMIA) sem ressecção do tumor intestinal;
Classificação das Cirurgias
 Cirurgia Curativa:

- Extirpar ou corrigir a causa da doença;

Ex.: Apendicectomia.

 Cirurgia Reconstrutiva:

- Realizada com objetivos reparadores;


- Reestabelecer a capacidade funcional ou aspecto externo de tecidos
traumatizados ou mal-funcionantes;

Ex.: Cirurgia reconstrutiva da mama, Fixação interna de fraturas,


revisão de tecido cicatricial (enxerto).
Classificação das Cirurgias
 Cirurgia Diagnóstica:

- Objetivo de ajudar no esclarecimento da doença.

Ex.: Laparotomia exploradora, biopsias;

 Cirurgia de Transplante:

- Cirurgia onde o paciente recebe um órgão, substituição de órgãos que


não funcionam normalmente.

Ex.: Ceratocone – Transplante de Córnea, Transplante de rins, de fígado,


etc.
Classificação das Cirurgias
 Cirurgia Radical:

- Necessita a retirada de todo o órgão.

Ex: Amputações, Colecistectomia, apendicectomia.

 Cirurgia Plástica:

- Realizada com objetivos estéticos.

Ex.: Abdominoplastia, mamoplastia, rinoplastia.


EM QUE CONSISTE
UMA CIRURGIA
 CIRURGIA

Parte da Medicina que lida com doenças e condições físicas que


necessitam da incisão dos tecidos humanos para a remoção,
reparação ou substituição da parte acometida, por meio de
técnicas operatórias
 CENTRO CIRÚRGICO

- É um lugar especial dentro do hospital, convenientemente


preparado, segundo um conjunto de requisitos, que o tornam
apto à prática da cirurgia, precedidos pelo atendimento pré-
anestésico e anestésico e sucedidos pelo pós-anestésico.
- É uma área complexa, de acesso restrito;
- É constituído de um conjunto de áreas e instalações que
permite efetuar a cirurgia nas melhores condições de segurança
para o paciente, e de conforto e segurança para a equipe que o
assiste.
Localização do Centro Cirúrgico
 Deve ocupar área independente da circulação geral,

 Acesso livre e fácil de pacientes provenientes das Unidades


de Internação Cirúrgicas, Pronto Socorro e Terapia Intensiva,
bem como o encaminhamento dos mesmos às unidades de
origem.
Centro Cirúrgico
•As subatividades englobam:
-Recepcionar e transferir o paciente;
-Assegurar a execução de procedimentos pré-anestésicos e
anestésicos;
-Realizar a correta escovação das mãos;
-Realizar relatório médico e de enfermagem, e registro das
cirurgias realizadas;
-Proporcionar cuidados pós-anestésicos;
-Garantir apoio diagnóstico necessário e transplante de
órgãos.
COMO OCORRE A DIVISÃO
DO BLOCO CIRÚRGICO
QUANTO A RESTRIÇÃO DE
CIRCULAÇÃO
Divisão do Bloco Cirúrgico/
Centro Cirúrgico
 NÃO-RESTRITA:

 as áreas de circulação livre;

 compreendem os vestiários, corredor de entrada para os


clientes e funcionários e sala de espera de acompanhantes.
Divisão do Bloco Cirúrgico/
Centro Cirúrgico
 SEMI-RESTRITAS:

 Pode haver circulação tanto do pessoal como de


equipamentos, sem contudo provocarem interferência nas
rotinas de controle e
manutenção da assepsia.

Obrigatório o uso de
uniformes privativo.

Ex.: Corredores,
sala de recuperação,
sala de estocagem de
material, etc.
Divisão do Bloco Cirúrgico/
Centro Cirúrgico
 RESTRITA:

 Área de trânsito privativo;


 Exigido o máximo de rigor de assepsia;

Ex.: corredor interno,


as áreas de escovação das
mãos (lavabos) e a sala de
operação e/ou cirúrgica,
sala obstétrica.
Estrutura Física do Centro Cirúrgico:
Estrutura Física do Centro Cirúrgico:
Vestiários masculino e feminino
Sala de recepção do paciente;
 Posto de Enfermagem;
 Copa;
 Sala para material de limpeza;
 Sala de expurgo;
 Sala para estocagem de material esterilizado;
 Sala para guarda de medicamentos e materiais descartáveis;
Estrutura Física do Centro Cirúrgico:
 Local para lavabo:
 Localiza-se em uma área ao lado da SO;
 Local de degermação das mãos e antebraços com o uso de
substâncias degermantes antissépticas, com a ação mecânica da
escovação.
 As torneiras
devem abrir e fechar
ou através do uso de pedais;
Lavabo com duas
torneiras para cada sala
cirúrgica;
 Os tanques devem ser
instalados numa altura
de 90 cm, 1m de comprimento (0,5m por torneira acrescentada), 0,5m
de largura e 50 cm de profundidade - mecânica corporal.
Estrutura Física do Centro Cirúrgico:
 Sala de Cirurgia;
 Sala de estar e para relatórios médicos;
 Sala de estar e de repouso para a equipe;
 Sala para guarda de aparelhos e equipamentos;
 Rouparia;
 Sala de recuperação pós-anestésica (SRPA);
Estrutura Física da Sala de Cirurgia:
Estrutura Física da Sala de Cirurgia:
 O tamanho da sala cirúrgica, metros quadrados, varia de
acordo com a especialidade a que é destinada;

 Sala Pequena: 20 m2 (dimensão mínima de 3,45m), destinadas


às cirurgias de pequeno porte.

 Sala Média: 25 m2 (dimensão mínima de 4,65m),

 Sala Grande: 36 m2 (dimensão mínima de 5m), específicas para


as cirurgias em que são utilizados muitos equipamentos
auxiliares e um número maior de profissionais.
Ex.: neurológicas, cardiovasculares, vídeo-laparoscópicas, etc.
Estrutura Física da Sala de Cirurgia:
 As salas podem ser de forma retangular, quadrada ou circular;
 Paredes:

 Os cantos de encontro da parede com o piso e do teto


com a parede e da parede a outra parede devem ser
arredondados;
Revestimento de
material resistente;
 Superfície lisa e lavável;
 Cor neutra;
Estrutura Física da Sala de Cirurgia:
 Piso:
 Resistente ao uso de água e desinfetantes;
 Não poroso;
 Superfície lisa e de fácil limpeza;
Estrutura Física da Sala de Cirurgia:
 Janelas

 Tem como finalidade respeitar a privacidade do paciente


no intraoperatório, sendo recomendável que as SO não as
tenha. Além disso, visão do ambiente externo pode ser
considerada motivo de distração da equipe cirúrgica.
 No entanto, existe uma linha de projetista que defende a
entrada de luz natural através de vidros fixos. Quando
houver – vidro duplo, com persianas entre os vidros, com
mecanismos que permita abertura e fechamento.
Estrutura Física da Sala de Cirurgia:
 Portas:
 Devem ser amplas;
 Atender as dimensões de
mínimas 1,20mx2,10m
 Portas vai e vem;
 Revestidas de material
Lavável – aço inoxidável;
 Cor neutra;
 Providas de visor.
Equipamentos e materiais da sala de cirurgia:

Equipamentos Fixos Equipamentos


Móveis

Foco central;
Negatoscópio; Mesa cirúrgica;
Sistema de canalização de ar e Mesas auxiliares;
gases; Mesa para instrumental;
Prateleira (podendo estar ou não Suporte de soro;
presentes;
Balde para lixo;
Ar condicionados;
Hamper;
Foco auxiliar;
Escadinha;
Aspirador portátil;
Bisturi elétrico;
Aspirador de secreções.
Instalações Elétricas:
Preconiza-se 03 conjuntos com 4 tomadas cada, em paredes
distintas, e uma tomada para aparelhos de Raios X.

Ficam reunidas em réguas instaladas na parede a uma altura


mínima de 1,5m do piso, devendo possuir sistema de
aterramento para prevenir choque e queimaduras.

Durante a limpeza da sala de operação, os interruptores devem


ser protegidos para evitar danos à fiação elétrica pela entrada de
água e produtos químicos.
CENTRO OBSTÉTRICO (CO)
Elementos da Unidade do Centro Obstétrico:

 Sala de Pré-Parto: Destinada a acomodar a gestante até o


período expulsivo, localizada próxima às salas de parto.

 Sala de Parto: Destinada à realização do parto normal com as


mesmas características das salas cirúrgicas;

 Sala de Reanimação do RN: Destinada a prestar os primeiros


cuidados ao RN, localizada anexa à sala.
CENTRO OBSTÉTRICO (CO)
Sala De Recuperação Pós-
anestésica (SRPA)
Lugar, cujo objetivo é detectar e tratar precocemente as
possíveis complicações relacionadas com o ato anestésico ou
cirúrgico;

Garantir a recuperação segura da anestesia e prestar cuidados


pós-operatórios imediatos.
Sala De Recuperação Pós-anestésica
Central de Material Esterilizado (CME)
 Setor destinado à limpeza, acondicionamento, esterilização,
guarda e distribuição de materiais esterilizados.
Quem compõe a equipe
de um centro cirúrgico

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