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Cáceres
Semestre 2023.1
SUMÁRIO
1. CAPA ........................................................................................................................................ 1
2. SUMÁRIO ................................................................................................................................ 2
3. PROBLEMA 4 .......................................................................................................................... 4
4. PALAVRAS DESCONHECIDAS ........................................................................................... 5
5. PALAVRAS - CHAVES .......................................................................................................... 6
6. MAPA MENTAL...................................................................................................................... 7
7. SISTEMA URINÁRIO ............................................................................................................. 8
7.1 ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA URINÁRIO .................................................................. 8
7.1.1 Ureter ........................................................................................................................... 8
7.1.2 Bexiga .......................................................................................................................... 9
7.1.2.1 Organização anatômica ........................................................................................ 9
7.1.2.2 Localização.......................................................................................................... 10
7.1.2.3 Porções ............................................................................................................... 11
7.1.2.4 Função da bexiga ................................................................................................ 11
7.1.2.5 Inervação ............................................................................................................ 12
7.1.3 URETRA.................................................................................................................... 14
7.1.3.1 Mucosa e submucosa uretral .............................................................................. 15
7.1.3.2 Musculatura lisa ................................................................................................. 15
7.1.3.3 Musculatura estriado periuretral ......................................................................... 16
7.1.3.3.1 Estruturas e a manutenção da continência ............................................... 16
7.1.3.3.2 Relação das estruturas uretrais periuretrais com o hipoestrogenismo ..... 16
7.1.4 COLO VESICAL ....................................................................................................... 17
7.1.4.1 Estrutura ............................................................................................................. 17
7.1.4.2 Componentes ...................................................................................................... 17
7.1.4.2 Inervação ............................................................................................................ 17
7.1.5 FUNÇÃO VESICAL ................................................................................................ 18
7.1.5.1 Fase de enchimento ............................................................................................ 18
7.1.5.2 Fase de esvaziamento ......................................................................................... 18
7.1.5.3 Mecanismo de contração do Músculo Liso ........................................................ 19
7.1.5.4 Interação dos sistemas: nervoso central, autonômico e muscular na manutenção
da continência ................................................................................................................. 19
7.1.5.5 Neurofisiologia da Micção ................................................................................. 19
7.1.5.5.1 Centro Sacral da Micção .......................................................................... 19
7.1.5.5.2 Centro Pontino da Micção ....................................................................... 19
7.1.5.5.2 Centro cortical da Micção ....................................................................... 20
7.1.6 IMPORTANCIA DA ESTÁTICA DAS VISCERAS PÉLVICAS NA MANUTENÇÃO DA
CONTINÊNCIA ..................................................................................................................... 21
8. REFERÊNCIAS ...................................................................................................................... 24
3. PROBLEMA 4 – SISTEMA URINÁRIO
Maria Bonita tinha 52 anos quando teve que ser submetida a uma histerectomia radical
por causa de um leiomioma, após a cirurgia percebeu que ia mais frequentemente ao banheiro e
ao tossir ou espirrar perdia urina, e, por mais cuidados de higiene que tivesse, sempre sentia odor
de urina e imaginava que as demais pessoas ao redor também percebiam. Acabou se isolando do
convívio social, mas percebendo que a situação estava piorando resolveu procurar um médico.
Em consulta, descobriu que estava com incontinência urinária, que esse problema era bastante
comum, e não devia ser considerado um evento natural da idade e nem tão pouco sem solução. A
bexiga funciona como um reservatório de urina e apesar da função vesical ter um componente
voluntário, a manutenção da continência dependia tanto da integração entre SNC, SNP e sistema
musculoesquelético quanto da posição que os órgãos ocupavam dentro da cavidade pélvica. O
médico para optar pelo melhor tratamento solicitou à Maria que fizesse um estudo urodinâmico,
que apresentou como resultado hiperatividade do detrusor, o que justificava o quadro de micções
frequentes e ainda PPE (pressão de perda ao esforço) < que 60 cmH20 levando a concluir pelo
diagnóstico de Incontinência Urinária Mista (IUM). A paciente foi medicada com anticolinérgico,
orientada quando aos cuidados de higiene para evitar infecções de repetição e fortalecimento da
musculatura do assoalho pélvico.
4. PALAVRAS DESCONHECIDAS
- Detrusor: O músculo detrusor constitui a parede da bexiga, ele forma o esfíncter interno da
uretra em torno do colo da bexiga. O músculo detrusor contrai em torno dos orifícios ureterais
quando a bexiga contrai de forma a prevenir refluxo vesicoureteral (refluxo de urina para os
ureteres).
5. PALAVRAS CHAVES
- Urina;
- Incontinência urinária;
- Bexiga;
- Função vesical;
- Integração entre o SNC, SNP e sistema musculoesquelético;
- Cavidade pélvica;
- Continência;
- Componente voluntário;
- Micções;
- PPE (pressão de perda ao esforço);
- IUM (Incontinência Urinária Mista);
- Assoalho pélvico;
- Musculatura.
6. MAPA MENTAL
7. SISTEMA URINÁRIO
A parede da bexiga urinária é composta por três camadas distintas. A camada mais
profunda é chamada de túnica mucosa, que consiste em uma membrana mucosa composta por um
epitélio de transição e uma lâmina própria subjacente, semelhante àquela encontrada nos ureteres.
O epitélio de transição permite o estiramento da bexiga, e também apresenta pregas mucosas que
permitem a expansão do órgão. Ao redor da túnica mucosa está a camada intermediária, chamada
de túnica muscular ou músculo detrusor da bexiga. Essa camada é formada por três camadas de
fibras de músculo liso: uma camada longitudinal interna, uma camada circular na região
intermediária e outra camada longitudinal externa. Próximo à abertura da uretra, as fibras
circulares formam o músculo esfíncter interno da uretra. Abaixo dele encontra-se o músculo
esfíncter externo da uretra, composto por músculo esquelético, proveniente do músculo transverso
profundo do períneo. A camada mais superficial que reveste as faces posterior e inferior da bexiga
urinária é chamada de túnica adventícia, constituída por tecido conjuntivo areolar, que se conecta
aos ureteres. Na face superior da bexiga urinária encontra-se a túnica serosa, uma camada de
peritônio visceral.
7.1.2.2 – LOCALIZAÇÃO
No adulto, quando está vazia, a bexiga urinária está localizada na pelve menor,
posicionada parcialmente superior e parcialmente posterior aos ossos púbicos. Ela é separada
desses ossos pelo espaço retropúbico (de Retzius), e sua maior parte está localizada abaixo do
peritônio. Anteriormente, a bexiga urinária é apoiada pelo púbis e pela sínfise púbica, enquanto
posteriormente está em contato com a próstata (nos homens) ou com a parede anterior da vagina
(nas mulheres). A bexiga urinária é relativamente móvel dentro do tecido adiposo subcutâneo
extraperitoneal, exceto pelo colo da bexiga, que está firmemente fixado pelos ligamentos laterais
vesicais e pelo arco tendíneo da fáscia pélvica, especialmente o ligamento puboprostático nos
homens e o ligamento pubovesical nas mulheres. Nas mulheres, a fixação lateral da vagina ao
arco tendíneo da fáscia pélvica, conhecido como paracolpo, também desempenha um papel
importante na sustentação da bexiga urinária, uma vez que a face posterior da bexiga urinária está
em contato direto com a parede anterior da vagina. Em lactentes e crianças pequenas, a bexiga
urinária encontra-se no abdômen, mesmo quando está vazia. Geralmente, por volta dos 6 anos de
idade, a bexiga urinária entra na pelve maior, mas só após a puberdade é que ela se localiza
completamente na pelve menor. Quando vazia, a bexiga urinária de um adulto encontra-se
principalmente na pelve menor, com sua face superior ao nível da margem superior da sínfise
púbica. À medida que a bexiga urinária se enche, ela adentra a pelve maior e se eleva no tecido
adiposo extraperitoneal da parede abdominal anterior. Em alguns indivíduos, uma bexiga urinária
cheia pode alcançar o nível do umbigo.
7.1.2.3 – PORÇÕES
Quando a bexiga urinária está vazia, o ponto
mais alto (Ápice) dela aponta em direção à margem
superior da sínfise púbica. O fundo da bexiga é
oposto ao ápice e tem uma parede posterior
ligeiramente convexa. O corpo da bexiga é a parte
principal situada entre o ápice e o fundo. O colo da
bexiga é onde o fundo e as faces inferolaterais se
encontram na porção inferior. O leito da bexiga é
composto pelas estruturas em contato direto com ela.
Em cada lado, o púbis, a fáscia que envolve o
músculo levantador do ânus e a parte superior do
músculo obturador interno estão em contato com as
faces inferolaterais da bexiga urinária. Apenas a face
superior da bexiga é coberta pelo peritônio. Portanto,
nos homens, o fundo da bexiga é separado
centralmente do reto apenas pelo septo retovesical
fascial e lateralmente pelas glândulas seminais e
ampolas dos ductos deferentes. Nas mulheres, o
fundo da bexiga está em contato direto com a parede
ântero superior da vagina. A bexiga urinária é
revestida por uma fáscia visceral de tecido
conjuntivo frouxo.
A uretra masculina é muito mais longa (20 centímetros) e tem quatro partes:
Prostática - parte da uretra que penetra a próstata e na qual esta se junta ao ducto
ejaculatório do sistema reprodutor masculino;
Membranosa - parte da uretra que passa através do espaço perineal profundo e onde é
rodeada pelo esfíncter externo da uretra;
É na camada mucosa que estão localizadas as glândulas responsáveis por lubrificar o canal uretral.
- Camada submucosa
7.1.4.1 – ESTRUTURA
A parede posterior da bexiga, situada imediatamente acima do colo vesical, possui uma
pequena área triangular chamada trígono. Este local é muito importante, pois é onde os ureteres
entram na bexiga, nos ângulos mais superiores do trígono, e onde o colo vesical se abre na uretra
posterior, no ápice do trígono.
7.1.4.2 – COMPONENTES
O colo vesical tem cerca de 2 a 3 centímetros de comprimento e é constituído
principalmente pelo músculo detrusor, que é entrelaçado com uma grande quantidade de tecido
elástico. O músculo nesta área é chamado de esfíncter interno, que tem como função manter o
colo vesical e a uretra posterior vazios e, portanto, impedir o esvaziamento da bexiga até que a
pressão na parte principal alcance um limiar crítico.
7.1.4.3 – INERVAÇÃO
A inervação do Colo vesical será dada juntamente com a inervação da bexiga de forma
geral, assim. O principal suprimento nervoso da bexiga é feito pelos nervos pélvicos que se
conectam à medula espinhal pelo plexo sacro, principalmente, se ligando aos segmentos
medulares S2 e S3.
Os nervos pélvicos contêm fibras sensoriais e motoras. As fibras sensoriais detectam o
grau de distensão da uretra posterior são especialmente fortes e os principais responsáveis pelo
início dos reflexos que produzem o esvaziamento da bexiga.
As fibras motoras do nervo pélvico são fibras parassimpáticas. Elas terminam em células
ganglionares localizadas na parede da bexiga. Pequenos nervos pós-ganglionares inervam o
músculo detrusor.
Além dos nervos pélvicos, dois outros tipos de inervação são importantes na função
vesical. Os mais importantes são as fibras motoras esqueléticas no nervo pudendo que inervam o
esfíncter externo da bexiga. São fibras somáticas e inervam e controlam o músculo esquelético
voluntário do esfíncter externo. A bexiga recebe também inervação simpática das cadeias
simpáticas pelos nervos hipogástricos, conectados em sua maioria com o segmento L2 da medula
espinhal. Essas fibras simpáticas estimulam principalmente os vasos sanguíneos e tem pouca
relação com a contração vesical. Algumas fibras nervosas sensoriais também passam pelos nervos
simpáticos e podem ser importantes na sensação de plenitude e, em alguns casos, de dor.
Durante o parto, o músculo levantador do ânus sustenta a cabeça do feto, podendo ser
lesado nos casos de parto difícil ou traumático durante uma episiotomia (um
corte feito por instrumentos cirúrgicos para evitar ou direcionar a laceração do períneo durante o
nascimento do feto). A consequência dessas lesões pode ser incontinência urinária de estresse,
isto é, extravasamento de urina sempre que a pressão intra abdominal se eleva – por exemplo, ao
tossir. Uma maneira de tratar a incontinência urinária de estresse é fortalecendo e enrijecendo os
músculos que sustentam as vísceras pélvicas. Isso é feito por meio de exercícios de Kegel, que
consistem na alternância entre contração e relaxamento dos músculos do assoalho pélvico. Para
encontrar os músculos corretos, a pessoa imagina que está urinando e, em seguida, contrai os
músculos como se fosse parar o fluxo da urina. Os músculos devem ser mantidos em contração
por 3 s e depois relaxados por 3 s. Isso deve ser feito 5 a 10 vezes a cada hora – sentado, de pé ou
deitado. Os exercícios de Kegel também são estimulados durante a gravidez para fortalecer os
músculos para o parto.
REFERÊNCIAS
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