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PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA - MINAS

BIOMEDICINA – NOITE – PRAÇA DA LIBERDADE

MARIA EDUARDA NUNES DOS SANTOS

ATLAS DE FLUÍDOS CORPORAIS


(UROANÁLISE)

BELO HORIZONTE
2023
MARIA EDUARDA NUNES DOS SANTOS

ATLAS DE FLUÍDOS CORPORAIS


(UROANÁLISE)

Trabalho apresentado para a Disciplina


Fluídos Corporais, pelo Curso de
Biomedicina da Pontifícia Universidade
Católica de Minas (PUC Minas),
ministrada pela Prof.ª Sabrynna Brito.

BELO HORIZONTE
2023
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................ 1
2. DESENVOLVIMENTO ................................................................................... 2
3. CILINDROS .................................................................................................... 4
3.1 Cilindros Hialinos............................................................................................. 4
3.2 Cilindro Hialino-Granuloso.............................................................................. 5
3.3 Cilindro Granuloso........................................................................................... 6
3.4 Cilindros Céreos ............................................................................................... 7
3.5 Cilindros Epiteliais ........................................................................................... 8
3.6 Cilindros Graxos Ou Adiposos ......................................................................... 9
3.7 Cilindros Hemáticos ....................................................................................... 10
3.8 Cilindros Leucocitários .................................................................................. 11
3.9 Cilindros Eritrocitários .................................................................................. 12
4. CRISTAIS ANORMAIS DE ORIGEM METABÓLICA ................................ 13
4.1 Cristais De Bilirubina ..................................................................................... 13
4.2 Cristais De Cistina .......................................................................................... 14
4.3 Cristais De Colesterol ..................................................................................... 15
4.4 Cristais De Leucina ........................................................................................ 16
4.5 Cristais De Tirosina ........................................................................................ 16
5. CRISTAIS DE ORIGEM IATROGÊNICA .................................................... 17
5.1 Cristais De Ampicilina .................................................................................... 17
5.2 Cristais De Sulfonamida ................................................................................. 18
6. CRISTAIS NORMAIS DE URINA ÁCIDA ................................................... 19
6.1 Cristais De Ácido Úrico .................................................................................. 19
6.2 Cristais De Oxalato De Cálcio ........................................................................ 20
6.3 Cristais De Urato Amorfo ............................................................................... 21
6.4 Cristais De Urato De Sódio ............................................................................. 22
7. CRISTAIS NORMAIS DE URINA ALCALINA ............................................ 23
7.1 Cristais De Biurato De Amônio ...................................................................... 23
7.2 Cristais De Carbonato De Cálcio .................................................................... 24
7.3 Cristais De Fosfato Amorfo ............................................................................ 25
7.4 Cristais De Fosfato De Cálcio ......................................................................... 26
7.5 Cristais De Fosfato Triplo............................................................................... 27
8. BACTÉRIAS .................................................................................................. 27
9. CÉLULAS ...................................................................................................... 29
9.1 Células Epiteliais Escamosas .......................................................................... 29
9.2 Células Epiteliais De Transição ...................................................................... 30
9.3 Células Epiteliais Do Túbulo Renal ................................................................ 31
10. HEMÁCIAS/ERITRÓCITOS ........................................................................ 32
11. LEUCÓCITOS/PIÓCITOS ............................................................................ 33
12. LEVEDURAS ................................................................................................. 34
13. MUCO ............................................................................................................ 35
14. ESPERMATOZOIDES .................................................................................. 36
15. CONCLUSÃO ................................................................................................ 37
16. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................... 38
1

1. INTRODUÇÃO

A uroanálise desempenha um papel fundamental na prática clínica, fornecendo


informações valiosas sobre a saúde do sistema urinário e outros sistemas do corpo. A
sedimentoscopia da urina é uma técnica essencial na avaliação do sistema urinário, permitindo
a análise microscópica dos elementos presentes na urina. Este atlas de sedimentoscopia foi
desenvolvido de acordo com as diretrizes estabelecidas pela Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT), com o propósito de fornecer uma ferramenta educacional e de referência
completa para estudantes.

O estudo da uroanálise envolve a avaliação microscópica da urina, permitindo a


identificação de elementos celulares, cristais, sedimentos e substâncias químicas que podem
indicar a presença de doenças ou condições médicas específicas. Além disso, a interpretação
adequada dos resultados da uroanálise é essencial para o diagnóstico, tratamento e
acompanhamento de uma variedade de distúrbios urinários, renais e sistêmicos.

Neste atlas, apresentaremos uma abordagem abrangente dos principais componentes da


uroanálise. Serão discutidos os aspectos morfológicos dos elementos encontrados na urina,
bem como as principais alterações observadas em condições patológicas. Para garantir a
conformidade com as normas da ABNT, todas as referências e citações serão devidamente
formatadas de acordo com as diretrizes estabelecidas.

Esperamos que este atlas se torne uma ferramenta valiosa para a formação e atualização
de profissionais da saúde, contribuindo para uma melhor compreensão da uroanálise e,
consequentemente, para o aprimoramento da qualidade dos cuidados de saúde prestados à
população.
2. DESENVOLVIMENTO

A sedimentoscopia, também conhecida como análise microscópica do sedimento urinário,


é uma parte fundamental da uroanálise clínica. Ela permite a identificação e a avaliação de
elementos celulares, cristais, cilindros e outros componentes que podem estar presentes na
urina. A interpretação cuidadosa desses elementos é de extrema importância, uma vez que
pode fornecer informações valiosas sobre a saúde do sistema urinário e indicar possíveis
condições patológicas.

Coleta da Amostra

A primeira etapa essencial na sedimentoscopia é a coleta adequada da amostra de urina. O


paciente deve ser instruído a realizar a higiene genital antes da coleta para evitar
contaminação da amostra. A urina de primeira micção da manhã é geralmente preferida, pois é
mais concentrada e fornece uma melhor representação do estado metabólico do paciente. No
entanto, em casos clínicos específicos, podem ser necessárias amostras de urina colhidas em
horários diferentes.

Preparação e Análise Microscópica

Uma vez coletada a amostra, ela deve ser devidamente preparada para a análise
microscópica. Isso inclui a centrifugação da urina, que separa os elementos sólidos do líquido,
facilitando a sedimentoscopia. A velocidade e o tempo de centrifugação recomendados são de
1500-2000 RPM por 5 minutos. Após a centrifugação, o sobrenadante é cuidadosamente
removido, deixando apenas o sedimento.

A análise microscópica do sedimento urinário envolve a observação sob um microscópio


óptico de alta qualidade com aumento adequado (geralmente 400x). Durante a análise, é
importante seguir critérios rigorosos para a identificação de elementos, incluindo:

Células: Avaliação de células epiteliais, células sanguíneas (hemácias e leucócitos), células


cilíndricas e outras células anormais.

Cristais: Identificação de cristais, como oxalato de cálcio, fosfato triplo e urato amorfo, que
podem estar presentes na urina.
Cilindros: Observação de cilindros hialinos, granulosos, eritrocitários e outros cilindros que
podem indicar patologias específicas.

Interpretação e Diagnóstico

A interpretação dos resultados da sedimentoscopia é crucial para o diagnóstico e o


acompanhamento de várias condições médicas, incluindo infecções urinárias, doenças renais,
litíase urinária e distúrbios metabólicos. É importante ressaltar que a sedimentoscopia é
apenas uma parte do processo diagnóstico e deve ser considerada em conjunto com outras
informações clínicas e exames complementares. A expertise do profissional de saúde na
interpretação dos resultados é fundamental para uma avaliação adequada e um tratamento
eficaz.
3. CILINDROS

Os cilindros são estruturas formadas no túbulo contorcido distal e ducto coletor, possuindo
formato semelhante a essas estruturas, e à medida envelhecem, vão se degradando e começam
a apresentar formas irregulares e, assim são denominados cilindróides. Formam-se devido a
produção de Proteínas de Tamm-Horsfall produzido pelas células epiteliais tubulares renais
(ETR), que vão se compactando no interior do túbulo devido a um aumento de acidez
urinário, presença de sódio e potássio, associado ao processo de estase urinária

3.1 Cilindros Hialinos

Figura 1: Cilindro Hialino aumento de 1000x

Figura 1: Cilindro Hialino. Formados por uma matriz proteica, composto principalmente pela
proteína de Tamm-Horsfall e são homogêneos. Apresenta aspecto cilíndrico com lados paralelos,
extremidades arredondadas e de cor clara (transparente/incolores). Possuem um baixo índice de
refração e são dificilmente visíveis em uma microscopia de campo claro. Sua presença não se
correlaciona a qualquer doença específica e pode aparecer em urina normal e temporariamente em
casos de febre, desidratação, exercício físico intenso ou em casos de insuficiência cardíaca. O número
de cilindros em uma amostra pode aumentar quando se há nefropatias agudas ou crônicas,
glomerulonefrite, pielonefrite e doença renal crônica.
3.2 Cilindro Hialino-Granuloso

Figura 2: Cilindro Hialino-Granuloso

Figura 2: Cilindro Hialino-granulosos. O cilindro hialino-granuloso são nada mais que cilindros
hialinos que adquiriram algum tipo de granulação moderada. Possuem a mesma característica de
cilindros hialinos, são vistos em baixa luminosidade, tem aspecto cilíndrico com lados paralelos,
extremidades arredondadas. Assim como os cilindros hialinos, desde que apareçam em pequeno
número não apresentam uma importância clínica, e também possam aparecer temporariamente com
exercício físico, febre ou em casos de patologia renal associada a proteinúria.
3.3 Cilindro Granuloso

Figura 3: Cilindro Granuloso. Aumento de 400x

Figura 3: Cilindros Granulosos. É o segundo tipo de cilindro mais comum e geralmente são
observados e associados aos cilindros hialinos, muitas vezes tem aparência "marrom lamacenta".
Apresentam-se como cilindros de contorno espesso e aspecto bem definido, com granulações de
diversos tamanhos em sua superfície, podendo esses grânulos serem grânulos finos ou grossos. Pode
se dizer que possui uma composição considerada variável, apresenta a matriz típica de um cilindro e
possui inclusões de diversas origens como: proteínas plasmáticas (albumina), imunoglobulinas,
glóbulos vermelhos, glóbulos brancos, restos de organelas e etc. São facilmente identificados na
microscopia de campo claro. Ocasionalmente, ocorrem após exercício ou desidratação quando a
função renal é normal, porém com mais frequência pode ser um indicativo de necrose tubular aguda.
3.4 Cilindros Céreos

Figura 4: Cilindro Céreos

Figura 4: Cilindros Céreos. São cilindros curtos, largos e possuem uma estrutura rígida de
aparência lisa homogênea e bordas serrilhadas. Sua cor pode variar entre amarela, acinzentada ou
incolor. Os cilindros céreos são formados a partir da desidratação dos cilindros hialinos ou a partir
da separação dos elementos granulares dos cilindros granulosos. Sua presença pode ser um
indicativo de insuficiência renal crônica. Pode também aparecer em casos de nefrites crônicas,
nefroesclerose, amiloidose renal e rejeição de transplantes de rim. Podem também ser pigmentados
por bilirrubina e hemoglobina.
3.5 Cilindros Epiteliais

Figura 5: Cilindro Epitelial

Figura 5: Cilindros Epiteliais. São cilindros que possuem a matriz proteica variavelmente
preenchida de células tubulares. São cilindros pouco frequentes na urina e são associados a
descamação de células presentes nos túbulos renais que são incluídas na matriz proteica
(normalmente hialiana ou granulosa). São cilindros raramente vistos na urina devido a pouca
frequência de doenças renais que causam danos aos túbulos. As células podem ser originárias de
porções variadas do túbulo. Estes cilindros normalmente aparecem acompanhados de cilindros
leucocitários em casos de pielonefrite, mas podem ser encontrados também em casos que o
paciente sofreu de exposição a algum vírus que gerou danos causando a lesão glomerular.
3.6 Cilindros Graxos Ou Adiposos

Figura 6: Cilindros Graxos. Aumento de 400x – Microscopia de campo claro (esquerda) – Microscopia contraste de fase (centro)
– Microscopia de campo claro com coloração de Sternheimer-Malbin (direita).

Figura 6: Cilindro Graxos/Adiposos. São cilindros que possuem gotículas de gordura ou


integrados em sua matriz e possuem sua extremidade meio ondulada. Normalmente eles
aparecem em distúrbios que provocam lipidúria, como a Síndrome Nefrótica. São ligeiramente
refringentes, ou seja, refratam a luz. Geralmente são vistos quando ocorre a degeneração adiposa
do epitélio tubular. Podem ser observados na glomeruloesclerose diabética, na nefrose lipoídica,
no lúpus, em casos de envenenamento renal tóxico, em glomerulonefrite crônica e em síndrome
de Kimmelstiel-Wilson.
3.7 Cilindros Hemáticos

Figura 7: Cilindros Hemáticos

Figura 7: Cilindros Hemáticos. Os cilindros hemáticos possuem uma coloração castanha, mas
podem ser laranja-avermelhados ou podem ser incolores. Este tipo de cilindro é um dos mais
frágeis e são patológicos indicando hematúria renal. Podem vir apenas como pedaços de formas
irregulares ou podem possuir poucas hemácias em uma matriz proteica. A sua presença indica
grave doença renal, e também indica que pode haver um sangramento no interior dos néfrons.
Frequentemente são diagnósticos de doença glomerular, sendo encontrados na glomerulonefrite
aguda, trauma renal, nefrite lúpica, endocardite bacteriana subaguda e síndrome de Goodpasture.
Podem estar presentes também na trombose de veia renal, infarto renal, na insuficiência cardíaca
congestiva direita, periarterite nodosa e pielonefrite grave.
3.8 Cilindros Leucocitários

Figura 8: Cilindros Leucocitários. Aumento de 400x - Microscopia de campo claro (esquerda) -Microscopia de contraste de fase
(centro) - Microscopia de campo claro com coloração de Sternheimer-Malbin (direita).

Figura 8: Cilindros Leucocitários. São cilindros que possuem sua matriz proteica preenchida
com leucócitos. Possuem bordas irregulares e são geralmente compostos por neutrófilos. São
refringentes e podem conter grânulos e núcleos multilobulados. Sua presença na urina significa
que há uma infecção ou inflamação vinda do interior dos néfrons. Aparecem com maior
frequência em casos de pielonefrite, mas podem aparecer em qualquer doença que cause a
inflamação dos néfrons ou na inflamação tubulointersticial.
3.9 Cilindros Eritrocitários

Figura 9: Cilindro Eritrocitário. Aumento de 400x

Figura 9: Cilindro Eritrocitário. Estes cilindros podem possuir a cor castanha ou serem quase
incolores. Podem ser formados por alguns glóbulos vermelhos em uma matriz proteica. A sua
presença na urina pode indicat hematúria de origem renal e são sempre patológicos. Geralmente
também indicam doenças glomerular como glomerulonefrite aguda, mas podem ser encontradas
na síndrome de GoodPasture, na nefrite lúpica, na endocardite bacteriana e em traumatismo renal.
4. CRISTAIS ANORMAIS DE ORIGEM METABÓLICA

4.1 Cristais De Bilirubina

Figura 10: Cristais de bilirrubina. Aumento de 400x - Microscopia de campo claro (esquerda). - Microscopia de contraste de fase
(centro). - Microscopia de luz polarizada (direita).

Figura 10: Cristais de bilirrubina. Os cristais de bilirrubina possuem um ph ácido e normalmente


estão presentes em distúrbios hepáticos produzindo grandes quantidades de bilirrubina na urina.
Eles aparecem como agulhas ou grânulos aglomerados com o amarelo característico da cor da
bilirrubina. Aparecem normalmente em distúrbios que geram danos tubular renal, como a hepatite
viral. OS cristais de bilirrubina podem ser encontrados incorporados à matriz dos moldes.
4.2 Cristais De Cistina

Figura 11: Cristais de Cistina. Aumento de 400x

Figura 11: Cristais de Cistina. Os cristais de cistina aparecem como placas hexagonais incolores
e pode ser grosso ou fino. Estes cristais podem ser difícil de diferenciar dos cristais incolores de
ácido úrico. Cristais de cistina são encontrados na urina de pessoas que herdam um distúrbio
metabólico que impede a reabsorção de cistina pelos túbulos renais (cistinúria). Pessoas com
cistinúria apresentam tendência a formar cálculos renais, especialmente em idade precoce.
Cristais de Ácido úrico são muito birrefringentes sob microscopia polarizada, enquanto apenas
cristais espessos de cistina têm capacidade de polarização. A confirmação positiva dos cristais de
cistina é feita utilizando o teste de cianeto-nitroprussiato
4.3 Cristais De Colesterol

Figura 12: Cristais de Colesterol. Aumento de 400x

Figura 12: Cristais de Colesterol. Cristais de colesterol raramente são vistos e possuem uma
difícil visualização, a menos que as amostras tenham refrigerado, porque os lipídios permanecem
em forma de gotículas. Porém, quando observados, apresentam uma aparência muito
característica, lembrando uma placa retangular com um detalhe em um ou mais cantos. Estão
associados a distúrbios que produzem lipidúria, como a síndrome nefrótica, e são vistos em
conjunto com cilindros graxos. Cristais de colesterol são altamente birrefringentes com luz
polarizada. A presença destes cristais na urina pode indicar intensa ruptura tissular, nefrite,
condições nefríticas, quilúria e síndrome nefrótica.
4.4 Cristais De Leucina

Figura 13: Cristais de Leucina. Aumento de 400x

Figura 13: Cristais de Leucina. Os cristais de leucina são esferas marrom-amareladas que se
apresentam em círculos bem estruturados. Os cristais de leucina são vistos com uma menor
frequência que os cristais de tirosina, e quando estão presentes devem vir acompanhados por
cristais de tirosina. Os cristais de leucina são encontrados na urina de pacientes com síndrome da
má absorção de metionina e em doenças hepáticas graves.
4.5 Cristais De Tirosina

Figura 14: Cristais de Tirosina. Aumento de 400x

Figura 14: Cristais de Tirosina. Os cristais de tirosina se parecem muito como agulhas finas que
variam de tom entre incolor ao amarelo e frequentemente formam rosetas ou aglomerados.
Geralmente estes cristais são vistos acompanhados dos cristais de leucina em amostras com
resultados de testes químicos positivos para bilirrubina. Cristais de tirosina podem ser
encontrados em distúrbios hereditários do metabolismo de aminoácidos.
5. CRISTAIS DE ORIGEM IATROGÊNICA

5.1 Cristais De Ampicilina

Figura 15:Cristais de Ampicilina. A. Cristais de ampicilina não refrigerados (esquerda) - Cristais de Ampicilina após
refrigeração (direita) – Aumento de 400x

Figura 15: Cristais de Ampicilina. Os cristais de ampicilina são resultado da precipitação de


antibióticos. Não são cristais frequentemente encontrados na urina, exceto pela rara observação
de cristais de ampicilina após doses massivas de compostos de penicilina sem a adequada
hidratação. Os cristais de ampicilina se parecem com agulhas incolores que tendem a formar
“feixes” após a refrigeração. O conhecimento do histórico do paciente pode auxiliar na
identificação destes cristais.
5.2 Cristais De Sulfonamida

Figura 16: Cristais de Sulfonamida. Aumento de 400x

Figura 16: Cristais de Sulfonamida. A principal causa da cristalização da sulfonamida é a


hidratação inadequada do paciente. O aparecimento de cristais de sulfonamida na urina fresca
pode sugerir que há danos tubulares se houver formação de cristais no néfron. Podemos esperar
encontrar uma variedade de formas e cores deste cristal. As formas encontradas com mais
frequência incluem agulhas, rômbicos, pedras de amolar e rosetas com cores que variam do
incolor ao marrom-amarelado. Uma verificação da medicação do paciente e o histórico auxilia na
confirmação da identificação deste cristal e da condição do paciente.
6. CRISTAIS NORMAIS DE URINA ÁCIDA

6.1 Cristais De Ácido Úrico

Figura 17: Cristais de Ácido Úrico. Aumento de 400x

Figura 17: Cristais de Ácido Úrico. Os cristais de ácido úrico podem ser vistos em variados
formatos que incluem: placas planas de quatro lados (pedras de amolar), losangos e rosetas.
Geralmente aparecem com cor marrom-amarelados, mas podem ser incolores e possuir o formato
de 6 lados, bem semelhante aos cristais de cistina. Os cristais de ácido úrico são altamente
birrefringentes sob a luz polarizada, o que ajuda a distingui-los dos cristais de cistina.
Em grandes quantidades, específicamente na urina fresca, são associados a níveis aumentados de
purinas e são muito observados em pacientes com síndrome de Lesch-Nyhan, e pacientes com
leucemia que estão no processo de quimioterapia.
6.2 Cristais De Oxalato De Cálcio

Figura 18: Cristais de Oxalato de Cálcio. Aumento de 400x

Figura 18: Cristais de Oxalato de Cálcio. São cristais frequentemente encontrados em urina
ácida, mas podem ser encontrados na urina neutra, e raramente aparecem na urina alcalina. A
forma mais comum destes cristais é a desidratada, que se parece com um envelope incolor
(imagem da esquerda). Sua forma menos comum é a monoidratada, são ovais com a ponta bem
arredondada (imagem da direita). Ambas as formas são birrefringentes sob a luz polarizada.
Cristais de oxalato de cálcio às vezes são vistos em aglomerados presos a fios mucosos e as vezes
podem assemelhar-se a cilindros. O achado de aglomerados de cristais de oxalato de cálcio na
urina fresca pode estar relacionado à formação de cálculos renais, pois a maioria dos cálculos
renais é composta por oxalato de cálcio. O principal significado patológico dos cristais de oxalato
de cálcio é a presença muito perceptível da forma monoidratada em casos de envenenamento por
etilenoglicol (anticongelante). A forma monoidratada é vista com mais frequência em crianças e
animais de estimação porque o anticongelante pode ter um sabor doce e os recipientes
descobertos deixados em lugares que crianças e animais alcançam podem ser muito tentadores.
Grandes quantidades de cristais são frequentemente produzidas nestes casos.
6.3 Cristais De Urato Amorfo

Figura 19: Cristais de Urato Amorfo. Aumento de 400x

Figura 19: Cristais de Urato Amorfo. Os cristais de Urato Amorfo parecem microscopicamente
como grânulos de cor marrom-amarelados. Podem ocorrer em aglomerados que são semelhantes
visualmente a cilindros granulares e ligados a outras estruturas sedimentares. Os uratos amorfos
são frequentemente encontrados em amostras que foram refrigeradas e produzem um sedimento
rosado que é muito característico, e esta cor rosada se dá pela concentração do acúmulo do
pigmento uroeritrina na superfície dos grânulos. Normalmente os uratos amorfos são encontrados
em urina ácida com um ph superior a 5,5. Patologicamente falando, a presença destes cristais não
indicam uma importância clínica e podem ser de ocorrência natural do organismo.
6.4 Cristais De Urato De Sódio

Figura 20: Cristais de Urato de Sódio. Aumento de 400x

Figura 20: Cristais de Urato de Sódio. Os cristais de urato de sódio são cristais normais de urina
ácida e se parecem como agulhas ou pequenas tábuas de madeira incolores ou amarelas que se
apresentam em grupos e aglomerados. Estes cristais são solúveis a temperatura de 60ºc e são
solúveis também em ácido acético. Entretanto, patologicamente falando, a presença destes cristais
na urina não apresenta uma importância clínica.
7. CRISTAIS NORMAIS DE URINA ALCALINA

7.1 Cristais De Biurato De Amônio

Figura 21: Cristal de Biurato de Amônio. Aumento de 400x

Figura 21: Cristais de Biurato de Amônio. São cristais que possuem cores que variadas entre
amarelo e marrom e são observados na urina ácida. São comumente descritos como “maçãs
espinhosas” por causa de sua aparência que é redonda/esférica e cobertas de espículas. Exceto
pela sua ocorrência na urina alcalina, os cristais de biurato de amônio assemelham-se a outros
uratos, pois se dissolvem a 60°C e viram cristais de ácido úrico quando é adicionado ácido
acético glacial. Cristais de biurato de amônio são quase sempre encontrados em amostras
antigas/velhas e podem estar associados à presença de amônia produzida por bactérias que
decompõem a ureia.
7.2 Cristais De Carbonato De Cálcio

Figura 22: Cristal de Carbonato de Cálcio. Aumento de 400x

Figura 22: Cristais de Carbonato de Cálcio. Os cristais de carbonato de cálcio são pequenos e
incolores, com formato esférico, parecendo bolinhas de pérolas. Podem ocorrer em aglomerados
que lembram urato amorfo, mas podem ser distinguidos pela formação de gás que ocorre após a
adição de ácido acético. Eles também são birrefringentes, o que os diferencia das bactérias.
Cristais de carbonato de cálcio não têm significado clínico ou patológico e se dissolvem em ácido
acético formando dióxido de carbono.
7.3 Cristais De Fosfato Amorfo

Figura 23: Cristais de Fosfato Amorfo. Aumento de 400x

Figura 23: Cristais de Fosfato Amorfo. Os fosfatos representam a maioria dos cristais vistos em
urina. Os fosfatos amorfos têm aparência granular, semelhante aos uratos amorfos. Quando estão
presentes em grandes quantidades após a refrigeração da amostra, eles causam um precipitado
branco que não se dissolve no calor. Eles podem ser diferenciados dos uratos amorfos pela cor do
sedimento e pH da urina. Além disso, o fosfato amorfo não possui significado clínico ou
patológico.
7.4 Cristais De Fosfato De Cálcio

Figura 24: Cristais de Fosfato de Cálcio. Aumento de 400x

Figura 24: Cristais de Fosfato de Cálcio. Cristais de fosfato de cálcio são prismas longos, finos e
incolores, aparecem formando rosetas ou estrelas e não são encontrados tão frequentemente na
urina. Estes cristais também podem formar placas granulares grandes, finas e irregulares que
ficam flutuando na superfície da urina. Os cristais de fosfato de cálcio são solúveis em ácido
acético diluído. Este tipo de cristal não possui um significado clínico, entretanto é importante
lembrar que o fosfato de cálcio em si é um constituinte comum dos cálculos renais.
7.5 Cristais De Fosfato Triplo

Figura 25: Cristais de Fosfato Triplo. Aumento de 400x

Figura 25: Cristais de Fosfato Triplo. Cristais de fosfato triplo são comumente vistos na urina
alcalina. São facilmente identificados pelo seu formato prismático que se assemelha a uma
“tampa de caixão”. Ao longo da desintegração destes cristais, eles podem desenvolver uma
aparência de penas ou samambaias. Estes cristais são birrefringentes sob a luz polarizada e não
possuem um significado clínico. São observadas normalmente em urina altamente alcalina que
está associada à presença de bactérias que decompõem a ureia.

8. BACTÉRIAS

As bactérias normalmente não devem ser presentes na urina. Porém, a menos que as amostras
sejam coletadas em situações estéreis, algumas bactérias podem sim estar presentes por causa
da contaminação vaginal, uretral, da genitália externa ou do próprio recipiente de coleta. Estas
bactérias multiplicam-se muito rapidamente em amostras que ficam em temperaturas
ambientes durante longos períodos, porém apesar disso não representam um significado
clínico. A presença de bactérias pode gerar um resultado positivo no teste de nitrito e pode
também resultar em um ph acima de 8.

Estas bactérias podem estar presente na forma de cocos (esferas) ou bacilos (bastonetes).
Normalmente são relatados como poucos, moderados ou muito por campo. Para que essas
bactérias sejam consideradas significativas, elas devem vir acompanhadas de leucócitos, e
normalmente indica uma infecção do trato urinário. As bactérias mais frequentemente
associadas a infecções do trato urinário são as Enterobacteriaceae (Gram-negativos), porém o
Staphylococcus em forma de cocos e Enterococcus também podem levar ao quadro de
infecção.

Figura 26:Bactérias. Aumento de 400x

Figura 26: Bactérias (Bacilos, Cocos e Cadeias)

Figura 27:Bactérias. Aumento de 400x

Figura 27: Bactérias em forma de bastonetes comumente observadas em infecções do trato


urinário.
9. CÉLULAS

9.1 Células Epiteliais Escamosas

Figura 28: Células Epiteliais Escamosa. Aumento de 400x

Figura 28: Células Epiteliais Escamosas. São as maiores células encontradas no sedimento
urinário. Possuem um citoplasma abundante de borda irregular e com núcleo de tamanho
aproximado a um eritrócito. As células epiteliais escamosas são relatadas como raras, poucas,
moderadas ou muitas em laudos. São formadas no revestimento da vagina e da uretra feminina e
da porção inferior da uretra masculina. Sua presença indica uma descamação celular normal e não
possui um significado patológico.
9.2 Células Epiteliais De Transição

Figura 29:Células epiteliais de transição. Aumento de 400x

Figura 29: Células Epiteliais de Transição. As células epiteliais de transição são menores que as
células escamosas e podem aparecer de diversas formas como esféricas, poliédricas e caudadas.
Todas as formas possuem núcleos distintos e localizados no centro da célula. As células de
transição são identificadas e contadas usando ampliação de alta potência. Assim como as células
escamosas, geralmente são relatadas como raras, poucas, moderadas ou muitas, seguindo o
protocolo laboratorial. As células epiteliais de transição formam e vem do revestimento da pelve
renal, cálices, ureteres e bexiga, e da porção superior da uretra masculina. Geralmente estão
presentes em pequenos números na urina normal, e representam uma descamação celular normal.
9.3 Células Epiteliais Do Túbulo Renal

Figura 30: Célula Epitelial Tubular Renal. Aumento de 400x

Figura 30: Célula Epitelial Tubular Renal. As células epiteliais tubular renal variam de tamanho
e de forma dependendo da área onde se formaram nos túbulos renais. As células do túbulo
contorcido proximal são maiores que outras células do túbulo renal. As células do túbulo
contorcido distal são menores que as do túbulo contorcido proximal e são redondas ou ovais,
diferente das células do túbulo contorcido proximal que são retangulares. Eles podem ser
confundidos com leucócitos e células epiteliais de transição em formas esféricas.

As células epiteliais tubular renal devem ser identificadas e enumeradas usando ampliação de alta
potência. Dependendo do protocolo do laborátorio, eles podem ser relatados como raros, poucos,
moderados ou muitos, ou como o número real por campo de grande aumento. A presença de mais
de duas células por campo de grande aumento indica lesão tubular, e as amostras devem ser
encaminhadas para exame citológico da urina.

Estas células são as células epiteliais mais clinicamente significativas. A presença de quantidades
aumentadas é indicativa de necrose dos túbulos renais. As células também podem ser vistas como
efeitos secundários de doenças glomerulares.
10. HEMÁCIAS/ERITRÓCITOS

Figura 31: Células normais de Hemácias. Aumento de 400x

Figura 31: Células de Hemácias. Na urina, as hemácias também conhecidas como eritrócitos
aparecem em formato semelhantes a discos, lisos e sem núcleos, medindo aproximadamente 7
mm de diâmetro. Eles devem ser identificados usando objetiva de alta potência (40x – ampliação
de 400x). Quando aparecem na urina concentrada (hiperstenúrica), as células encolhem devido à
perda de água e podem aparecer com formato irregular. Já na urina diluída (hipostenúria), as
células absorvem água e incham rapidamente, liberando sua hemoglobina e deixando apenas a
membrana celular. Estas grandes células vazias possuem o nome de células fantasmas e podem
facilmente passar de forma despercebida se as amostras não forem examinadas sob luz reduzida.
De todos os elementos presentes no sedimento urinário, os eritrócitos são os mais difíceis de
serem reconhecidos pelos estudantes, por causa da falta de estruturas características dos
eritrócitos, variações de tamanho e grande semelhança com outros constituintes do sedimento
urinário. As hemácias são frequentemente confundidas com células de levedura, gotículas de óleo
e bolhas de ar.

Os eritrócitos que variam em tamanho, apresentam saliências celulares ou estão e têm sido
associados principalmente ao sangramento glomerular. A presença de hemácias na urina está
associada a danos na membrana glomerular ou lesão vascular no trato geniturinário. O número de
células presentes indica a extensão do dano ou lesão. A possibilidade de contaminação por causa
da menstruação também deve ser levada em conta nas amostras de pacientes do sexo feminino.
11. LEUCÓCITOS/PIÓCITOS

Figura 32: Células de leucócitos. Aumento de 400x

Figura 32: Leucócitos/Piócitos/Glóbulos Brancos. Os leucócitos possuem um tamanho maior que


os eritrócitos, medindo em média cerca de 12 mm de diâmetro. Os leucócitos também chamados
de glóbulos brancos podem entrar em qualquer ponto do trato urinário, desde o glomérulo até a
uretra. Em média, uma urina normal pode conter até 2 glóbulos brancos por campo em lente de
grande aumento. O leucócito mais encontrado no sedimento urinário é o neutrófilo. Os neutrófilos
são muito mais fáceis de identificar do que os eritrócitos porque contêm grânulos e núcleos
multilobados.

Os neutrófilos que são expostos à urina hipotônica absorvem água e incham. O movimento
browniano dos grânulos dentro dessas células maiores produz uma aparência brilhante e são
chamados de "células brilhantes". Quando coradas com coloração de Sternheimer-Malbin, essas
células grandes ficam coradas em azul claro. As células brilhantes não apresentam um significado
patológico.

Entretanto, o aumento de leucócitos na urina é associado a processos inflamatórios no trato


urinário ou em suas adjacências. Leucócitos são atraídos para áreas inflamadas e, porque devido
às suas propriedades ameboides, eles podem entrar áreas adjacentes ao local da inflamação. A
piuria (pus na urina) às vezes é observada em doenças como apendicite e pancreatite
12. LEVEDURAS

Figura 33: Leveduras em formas miceliais. Aumento de 400x

Figura 33: Leveduras. As células de levedura aparecem na urina como pequenas estruturas ovais.
Em infecções mais graves, podem surgir como formas miceliais ramificadas. As células de
levedura são relatadas como raras, poucas, moderadas ou muitas nos laudos clínicos. A
diferenciação entre células de levedura e hemácias pode às vezes ser difícil. Células de levedura,
principalmente de Candida albicans, são observadas na urina de pacientes diabéticos, pacientes
imunocomprometidos e mulheres com o quadro de monilíase vaginal. A urina ácida e contendo
glicose de pacientes com diabetes fornece um meio ideal para o crescimento das leveduras. Isso
também acontece com as bactérias, uma pequena quantidade de levedura que entra numa amostra
como contaminante multiplica-se rapidamente se a amostra não for examinada enquanto fresca.
Quando há uma verdadeira infecção por fungos, na amostra deve ser observada também a
presença de leucócitos.
13. MUCO

Figura 34: Muco. Aumento de 400x

Figura 34: Muco. O muco é um material proteico que é produzido pelas glândulas e células
epiteliais do trato geniturinário inferior. Uma análise imunológica mostra que a uromodulina é o
principal constituinte do muco encontrada nas urinas. A uromodulina é uma glicoproteína
excretada pelas células epiteliais dos túbulos contorcidos distais e dos ductos coletores superiores.
O muco aparece microscopicamente como estruturas semelhantes a fios com um baixo índice de
refração. A luz suave é necessária ao usar microscopia de campo claro. Deve-se tomar um grande
cuidado para não confundir aglomerados de muco com cilindros hialinos. A diferenciação entre
eles pode ser feita observando-se o aspecto irregular que os fios mucosos apresentam. Os fios de
muco são relatados como raros, poucos, moderados ou muitos em laudos clínicos. O muco é
encontrado com mais frequência em amostras de urina de pacientes do sexo feminino. Não possui
um significado clínico quando presente na urina feminina ou masculina.
14. ESPERMATOZOIDES

Figura 35: Espermatozoides. Aumento de 400x

Figura 35: Espermatozoides. Os espermatozoides são facilmente identificados no sedimento


urinário por suas cabeças ovais e longas caudas semelhantes a flagelos. A urina é extremamente
tóxica para os espermatozoides e por isso, raramente exibem a mobilidade observada ao examinar
uma amostra de sêmen. Os espermatozoides são ocasionalmente encontrados na urina de homens
e mulheres após relação sexual, masturbação ou até mesmo emissão noturna. Raramente têm
significado clínico, exceto em casos de infertilidade masculina ou ejaculação retrógrada, em que
os espermatozoides são expelidos para a bexiga em vez da uretra.

Um teste de tira reagente positivo para proteínas pode ser observado quando quantidades
aumentadas de sêmen estão presentes. Os protocolos laboratoriais variam em relação à
notificação ou não da presença de espermatozoides em uma amostra de urina. Os laboratórios que
não relatam sua presença citam a falta de significado clínico e possíveis consequências legais. Os
laboratórios que apoiam a notificação de espermatozoides citam o possível significado clínico e a
possibilidade mínima de consequências legais.
15. CONCLUSÃO

Levando em conta todas as informações dadas nos capítulos 3 à 14, torna-se possível
verificarmos a importância do exame de sedimentoscopia realizado na urina e das estruturas
que podemos encontrar durante o exame afim de evitar e tratar possíveis doenças, infecções e
lesões relacionadas ao trato urinário.

Em uma análise abrangente da sedimentoscopia da urina, percebemos que este atlas


oferece uma visão detalhada e valiosa do mundo microscópico que reside dentro desse fluido
vital que é a urina. Através da exploração minuciosa das diferentes estruturas celulares,
cristais e elementos diversos presentes na urina, os profissionais da saúde podem aprimorar
suas habilidades diagnósticas.

Ao longo deste atlas, destacamos as variações de cada elemento e seu significado


clínico para a interpretação de sedimentos urinários, reconhecendo padrões específicos que
podem indicar condições clínicas variadas. A compreensão aprofundada das características
microscópicas da urina não apenas contribui para diagnósticos precisos, mas também
desempenha um papel crucial no monitoramento de pacientes, na avaliação da eficácia de
tratamentos e no mais importante que é o conhecimento para criarmos melhores estudantes e
futuros profissionais.

É crucial ressaltar a natureza dinâmica e evolutiva da ciência biomédica, incentivando


a comunidade acadêmica a continuar pesquisando e aprimorando as técnicas
sedimentoscópicas. A constante busca pelo entendimento mais profundo das nuances
presentes na urina permitirá avanços contínuos, melhorando assim a qualidade da atenção à
saúde e promovendo uma abordagem mais personalizada e eficaz no tratamento de pacientes.

Que este atlas sirva como uma fonte inspiradora de aprendizado e uma referência
confiável para aqueles dedicados ao estudo da sedimentoscopia da urina, impulsionando
avanços significativos na compreensão e gestão das condições clínicas associadas.
16. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Cilindros – LaboATLAS. Disponível em: <https://laboatlas.com/sedimento-


urinario/cilindros/>. Acesso em: 19 out. 2023.

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DENNER. Analisis de Orina - atlas sedimento urinario. [s.l.] Unl, 2005.

FERREIRA, P. R. et al. INCIDÊNCIA DE CILINDROS URINARIOS EM PACIENTES


ATENDIDOS NO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE PERNAMBUCO. Disponível em:
<https://tcc.fps.edu.br/bitstream/fpsrepo/222/1/TCC_OFICIAL.pdf>. Acesso em: 3 out. 2023.

MEDEIROS, C. Cilindros hemáticos (descrição, patologias envolvidas e lâminas para


identificação) - Análises de Líquidos Corporais. Disponível em:
<https://www.passeidireto.com/arquivo/121410094/cilindros-hematicos-descricao-patologias-
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POLONI, J. A. T.; SALDANHA, E.; ABREU, J. Mini Atlas Urinálise. Disponível em:
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PROENÇA, D. V. Cilindros epiteliais na urina: quais as causas? Sedimentoscopia |


Exame de urina tipo 1 | EAS. Disponível em:
<https://youtu.be/ED4kzPmWyUg?si=tSLH6cxr1ymb8zZD>.

Sedimento Urinário. Disponível em: <https://controllab.com/ensino/atlas/sedimento-


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STRASINGER, S. K.; DI LORENZO, M. S. Urinalysis and Body Fluids SIXTH


EDITION. Filadélfia, PA, USA: F.A. Davis Company, 2014.

Table: Cilindros urinários - Manuais MSD edição para profissionais. Disponível em:
<https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/multimedia/table/cilindros-urinários>.
Acesso em: 24 out. 2023.

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Urinalysis and body fluids. [s.l.] F. A. Davis Company, 2014.

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