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No dia 7 de Julho de 1497, uma sexta-feira, Vasco da Gama, Paulo da Gama e Nicolau
edificou, mais tarde, o Mosteiro dos Jerónimos. Mandada construir pelo Infante D.
Henrique era ali que os marinheiros, antes das viagens, rezavam a Deus. Ali rezou Vasco da
Gama devotadamente para que a Virgem, padroeira da capelinha, lhe fosse favorável e
protetora nos perigos do Oceano. No dia seguinte, sábado, reuniu-se uma multidão imensa
no Restelo: veio El-Rei, vieram os padres para dizer a missa, e depois, os navegantes em
mulheres e as mães lamentam a sua sorte por entenderem que eles jamais regressarão,
choram todos os presentes e Vasco da Gama refere que nem ele, nem a tripulação tinham
coragem de erguer os olhos para os homens, crianças e mulheres que lamentavam a viagem.
De repente, no meio da praia ouve-se a voz de um velho "de aspeto venerando", respeitável,
se dirige aos marinheiros “tirou-as do experto peito", alguém com experiência de vida. Este
ponto de vista narrativo é de Vasco da Gama: "postos em nós os olhos/ que no mar
ouvimos..." A fala do velho é o aspeto mais importante de todo o episódio. Ele refere-se à
"Glória de mandar", "vã cobiça", "vaidade", ou seja, o velho critica os próprios feitos que a
epopeia insiste em cantar, é uma figura, próxima do coro grego encarregue de advertir o
enganar o povo, mas tudo consome em nome das conquistas materiais, inclusive os bens mais
preciosos: o afeto, o amor. A "Glória de mandar", a cobiça vã pode causar desastres à gente
navegadora, esta glória que tudo promete, que os mantém na ilusão. O Gigante Adamastor