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1.

COMPOSTAGEM
A compostagem é definida pela Norma ABNT NBR 13591/1996 como
sendo o processo de decomposição biológica dos resíduos orgânicos,
realizado em condições aeróbias, por meio da ação de um conjunto
diversificado de organismos (ABNT, 1996). A compostagem é
caracterizada por ser uma ferramenta de baixo custo e tem como
principal objetivo a conversão de resíduos orgânicos em um fertilizante
orgânico rico em micro e macronutrientes (FAN et al., 2017; UNEP,
2017).
2. FATORES QUE INFLUENCIAM NA COMPOSTAGEM
● TEMPERATURA
Esse parâmetro é responsável pelo equilíbrio biológico da leira, levando
em consideração que o grupo de microrganismos ocupantes dependerá
da faixa de temperatura, podendo incluir bactérias termófilas aeróbias,
fungos mesófilos e actinomicetos . Dessa forma, através da
temperatura é possível indicar a taxa de atividade microbiana na
compostagem. Assim, o aumento da temperatura está relacionado à
intensa atividade microbiológica, e sua diminuição indica uma redução
na atividade dos microrganismos . O início da compostagem é marcado
por uma grande elevação de temperatura que se mantém por um
período e depois começa a cair atingir a temperatura ambiente, onde
começará a próxima fase da compostagem, de humificação. A figura a
seguir ilustra a variação da temperatura ao longo do processo de
compostagem.
● AERAÇÃO
O fornecimento de ar é vital à atividade microbiana, pois os
microrganismos aeróbios têm a necessidade de oxigênio (O2) para
oxidar a matéria orgânica heterogênea que lhes serve de alimento, e
assim alterar as características iniciais dos resíduos. A falta deste
elemento pode se tornar fator limitante para a atividade microbiológica
e assim prolongar tempo necessário para a bioestabilização e
maturação do composto. Quando a disponibilidade de O2 é zero, ou
quase nada, os microrganismos aeróbios morrem e são substituídos
pelos anaeróbios. Os quais são indesejados neste tipo de tratamento,
pois decompõem a matéria orgânica mais lentamente e produzem
odores indesejáveis causando a atração de vetores patógenos . A leira,
ou pilha, quando vista em corte exibe variáveis porcentagens de O2 no
ar encontrado em seus espaços vazios. A camada mais externa
apresenta cerca de 18 a 20%, enquanto que, caminhando para o centro
da leira aumenta-se o teor de gás carbônico e diminui o de O2, o núcleo
(base e centro), quando não revolvido, demonstra aproximadamente de
0 a 2% de O2. Considerando-se que no interior o conteúdo mínimo deva
ser 5% a aeração deve ser realizada periodicamente. A circulação de O2
depende da estrutura e umidade da massa e principalmente dos
revolvimentos realizados. A aeração aumenta a disponibilidade de O2,
assim aumenta a atividade microbiana, o que eleva a temperatura.

● TEOR DE UMIDADE
O teor de umidade é um dos parâmetros responsáveis por garantir a
condição aeróbica da compostagem. O teor recomendado para
operação da composteira é de 55% (FEAM, 2002). Teores maiores que
65% irão tornar o processo anaeróbio, pois os poros do material
decomposto serão ocupados por água SOARES et al., 2017; FEAM,
2002). Por outro lado, o teor de umidade abaixo de 40% pode inibir a
atividade microbiológica, diminuindo a capacidade de degradação da
matéria orgânica

● RELAÇÃO CARBONO/NITROGÊÑIO
No início do processo de compostagem, é recomendável que a relação
C/N esteja entre 25:1 e 35:1, sendo inferior a 20:1 ao final do processo
(BRASIL, 2017b; INÁCIO; MILLER, 2009). Com uma relação C/N muito
elevada (>60), os microrganismos poderão utilizar o nitrogênio mineral
disponível no solo para equilibrar a relação, produzindo uma deficiência
que poderá acarretar no empobrecimento do solo. Contudo, com uma
relação C/N é muito baixa, os microrganismos podem mineralizar o
excesso de nitrogênio em vez de armazená-lo em composto

3.TIPOS E COMPOSTAGEM
● COMPOSTAGEM AERÓBIA NORMAL POR REVOLVIMENTO.
A admissão de ar é conseguida pelo revolvimento do material.• O
revolvimento pode ser manual ou mecanizado. • O revolvimento é
importante para não permitir que a temperatura.se eleve demais no
interior da massa do material em compostagem.

● COMPOSTAGEM AERÓBIA FORÇADA POR EQUIPAMENTOS.


• O oxigênio necessário às transformações aeróbias é fornecido por
equipamento. • A aeração pode ser efetuada por tubulação perfurada
colocada no interior da massa. • Há no entanto equipamentos
especiais, com câmaras também próprias denominadas: TUNEIS.

COMPOSTAGEM AERÓBIA: CÂMARAS DIVERSAS.


● VERMICOMPOSTAGEM
O processo é realizado por meio da ação de minhocas no sistema para
auxiliar os microorganismos já presentes no solo a fazerem a
decomposição da matéria orgânica.

4. Usinas de Compostagem
As Usinas de Compostagem, ou pátio de compostagem, são locais de
decomposição da matéria orgânica. Isto é, há uma “reciclagem dos resíduos
orgânicos”, que passam a ser um material útil e manuseável. Devido a essa
decomposição, as Usinas de Compostagem precisam de uma infraestrutura
adequada.

O material resultante desse processo tem potencial de ocasionar danos ao


meio ambiente, por isso, é muito importante que um profissional projete e
acompanhe o processo, garantindo suas ideiais condições. O local deve ser
pavimentado com concreto impermeabilizado, permitir a incidência solar e
possuir sistema de drenagem pluvial.
Assim, deposita-se a matéria orgânica na área do pátio, onde, diariamente,
ocorre o reviramento do composto, visando garantir o fornecimento de
oxigênio para os microrganismos decompositores. Dessa forma, contribue
para a remoção do vapor d’água, do excesso de calor e dos gases produzidos.
Após o processo, é forma-se um húmus de altíssima qualidade, que serve
como adubo no desenvolvimento das plantas.

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