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Cleusa Kazue Sakamoto

Isabel Orestes Silveira

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

C o m o fazer projetos (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

de Iniciação Científica
Sakamoto, Cleusa Kazue

Como fazer projetos de iniciação científica / Cleusa Kazue Sakamoto,


ls,il>el Orestes Silveira. - São fóulo : Rauius, 2014.

Bibliografia. ,
ISBN 978-85-349-3990-4

1. Ciência - Metodologia 2. Pesquisa - Metodologia 3. Publicações científicas


•I. Ir.ibalhos científicos - Metodologia I. Silveira, Isabel Orestes. II. Título.
A Justificativa é u m fator d e importância n o Projeto de
Pesquisa e pode ser apresentada c o m a l g u m f u n d a m e n t o
A investigação das imagens e das sequências fragmen- teórico, o q u e lhe confere consistência científica. C o n t u -
tadas que compõem o filme The Wall permite observar d o , também p o d e ser apresentada de m o d o mais sucinto,
como as relações de elementos imagéticos, sonoros e ver- e m q u e o próprio texto destaca sua relevância de m o d o
bais fazem convergir a dinâmica que é a vida, por inter- o b j e t i v o e circunscrito fazendo menção a u m a abordagem
médio das relações psicoafetivas, familiares, sociais, histó- original d o assunto o u a possíveis lacunas d o c o n h e c i m e n -
ricas, culturais e políticas manifestadas por um conjunto t o sobre o Tema, o u ainda, q u a n d o aponta a necessida-
amplo de signos que ora interagem, ora se dissociam. de de respostas o u soluções para determinado p r o b l e m a
A descrição plástica dos planos físicos, a trilha sono- social existente.
ra, o enquadramento, os ângulos, as cores e as possíveis
mensagens verbais e não verbais servem de reflexão para
uma investigação semiótica cuja interpretação auxilia o 1.8. F u n d a m e n t a ç ã o T e ó r i c a
entendimento de articulações das cenas fragmentadas. A organização dos elementos fundamentais de u m Proje-
The Wall é um filme rico em simbologia, cujos frag- to de Pesquisa p o d e seguir algumas variações e m sua apresen-
mentos da narrativa mesclam múltiplos fatores; pode tação. U m a possibilidade é apresentar os elementos destacados
contribuir com a área da Comunicação ao relacionar separadamente, isto é. Tema, Problema de Pesquisa, Hipóteses,
saberes de modo interdisciplinar e aprofiindar o conhe- Objetivos Gerais, Objetivos Específicos, Justificativa, Referen-
cimento de elementos subjetivos presentes no cinema; cial Teórico, Método, Referência Bibliográfica e A n e x o . Outra
pode ampliar o estudo científico do campo audiovisual possibilidade é organizar na Introdução d o Projeto de Pesquisa
sobre os estudos acerca da imagem, sobre a edição das o Tema, Problema d e Pesquisa, O b j e t o , Hipótese, Objetivos e
imagens, além da investigação acerca dos elementos so- justificativa, seguidos de Referencial Teórico, Método, Referên-
noros, bem como sobre a linguagem utilizada que ora cias Bibliográficas e Anexos.
é direta, ora é indireta, para transmitir o pensamento e A organização dos elementos d o Projeto d e Pesquisa cha-
ação do protagonista. ma a atenção para a estrutura d o estudo. Por o u t r o lado, o Refe-
Por sua vez, a relevância social do estudo consiste na rencial Teórico c h a m a a atenção para a consistência teórica da
possibilidade de contribuir para o campo da educação e Pesquisa pretendida.
da cultura, promovendo discussões sobre questões polí- Nesse prisma d e e n t e n d i m e n t o é d e f u n d a m e n t a l i m -
ticas e ideológicas suscitadas pelo filme. portância realizar u m levantamento bibliográfico, a f i m de
O presente Projeto de Pesquisa, portanto, mostra-se proporcionar u m a exposição -^''r
relevante diante da iniciativa de se estudar o cinema ao
d o assunto q u e p r o m o v a u m a ^ O l e v a n t a m e n t o bibliográfico das concep-
mesmo tempo que busca uma compreensão do ser hu-
f a m i l i a r i d a d e a seu respeito e çg^s teóricas vigentes acerca d o assunto
mano que se mostra nesse cenário, na medida em que
q u e ofereça u m a base científi- estudado e as novas pesquisas acerca d o
o principal personagem pode representar todos nós: ora
ca sobre o Tema para situar o O b j e t o estudado f o r m a m u m corpo de co-
dividido entre o eu e o outro, entre o presente e o passa-
c o n h e c i m e n t o teórico d o estu- n h e c i m e n t o d e n o m i n a d o c o m o "Referen-
do, entre alegrias e dramas, que, entretanto, revela em
do pretendido. d a l Teóiico" " F u n d a m e n t a ç ã o Teórica",
última instância o estado inacabado, a incompletude do
Eu, que se mostra em construção e desconstrução ao lon- " F u n d a m e n t o s Teóricos" o u n o m e n c l a t u r a "
p[ ^ similar.'
go da vida.
A "busca das origens bibliográficas" de\/e Fundamentos Teóricos, o pesquisador consegue dar a conhecer
ser praticada sistematicamente. Rarte-se
parcialmente seu O b j e t o de Pesquisa, visto que é a teoria q u e dá
• de obras, artigos ou estudos mais recen-
tes pertinentes ao assunto. [...] (BEAUD, suporte escriturai, intelectual para o Projeto proposto.
1996, p. 68). As fontes bibliográficas adequadas ao desenvolvimento da
Pesquisa, e m geral, são indicadas c o m o auxílio d o orientador, mas
É importante relatar q u e existem alunos pesquisadores é fundamental a autonomia d o aluno pesquisador, que por inicia-
q u e c o n f u n d e m (pensam ser a mesma coisa) o q u e são: Refe- tiva própria pode fazer buscas teóricas para o estudo pretendido.
rencial Teórico e Referências Bibliográficas. As Referências B i -
bliográficas apresentam-se no final d o Projeto e consistem na A busca d o material bibliográfico q u e dará suporte aos
relação das fontes consultadas para a elaboração d o Projeto de Fundamentos Teóricos d o Projeto de Pesquisa p o d e ser
Pesquisa: autores e obras citados na Fundamentação Teórica e realizada em bibliotecas, de m o d o c o n c r e t o o u virtual, na
que d e v e m ser relacionados segundo as regras da Associação m e d i d a e m q u e atualmente as bibliotecas d o m u n d o i n -
Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, q u e serão abordadas teiro d i s p o n i b i l i z a m boa parte de seu acervo e m arquivos
posteriormente n o capítulo 3. digitais. O pesquisador também p o d e consultar sites cien-
Referencial Teórico é u m texto e x p l i c a t i v o de conceitos tíficos na web para saber o q u e já f o i p u b l i c a d o a respeito
teóricos; por sua vez, Referências Bibliográficas são u m a lista d o assunto estudado e, p o d e ainda, pesquisar teses e d i s -
de fontes consultadas. sertações, artigos e m periódicos científicos, além de outras
O contato c o m trabalhos de natureza teórica e a a p r o x i - produções académicas de interesse.
mação c o m o universo sistemático e múltiplo d o pensamento
de vários pesquisadores constituem o c a m p o d e ideias sobre o
1.8.1. Normas para confecção estrutural do Referencial Teórico
qual a Fundamentação Teórica se constitui. O Referencial Teóri-
co d o Projeto de Pesquisa a u x i l i a o e n t e n d i m e n t o das diretrizes A construção textual da Fundamentação Teórica requer
conceituais q u e dão base para a construção dos argumentos d o pesquisador iniciante u m a atenção ao uso da linguagem e à
teóricos q u e sustentam o estudo. composição gramatical na expressão de seu pensamento, que
possibilite u m m a n e j o adequado de conceitos q u e permita ao
1^ O Referencial Teórico q u e irá embasar o u fundamentar teo- leitor compreender as bases teóricas sustentadas no estudo.
ricamente o Projeto de Pesquisa deverá apresentar as d e f i n i - A o utilizar ideias de vários .^ju .
ções básicas e as principais teorias d o c a m p o estudado, isto autores e diferentes teorias, o texto ^ i K t o curta, direta
é, aquelas q u e recebem o reconhecimento da c o m u n i d a d e teórico deve adotar regras a partir «t^Ç^" ^^^^
científica, que se mostram presentes e m grande número nas das quais as citações (pensamento ^^^P^**^^ ^ ' ^ ^ ^ Associação B r a -
diversas publicações realizadas sobre o Tema e m questão. dos autores) escolhidas poderão es- ?^ormas T é c n i c a s ( A B N T ) ,
truturar os Fundamentos Teóricos. « « ' « " ^ ^ ^
O Referencial Teórico não deve se apoiar e m u m único a u - , , t u a i s retirados d e teorias consultadas
Alguns exemplos de c o m o » . • j , .
tor, pois, neste caso, não cumprirá o propósito de oferecer u m a , . ° . .1 j não p o d e m ser m e n c i o n a d o s aleatória-
fazer citações, utilizando os qua- , , . .
visão abrangente d o c a m p o e m estudo c o m u m direcionamen- ^ m e n t e , mas e necessário q u e sejam refe
tro modelos possíveis direta curta, .. , , . ..
to único em termos d o aporte teórico apresentado. A função da .. , , . . . • - . r i d o s segundo n o r m a s preestabelecidas
direta longa, indireta, citação da ~ ^. • . • ,
teoria no exercício da Pesquisa é fundamentar a investigação, _ , ° , e c o m menção obrigatória da a u t o r i a ,
citação) que podem aparecer na - j ^./i ~ , . r . • , .
ao mesmo t e m p o que também serve para auxiliar o pesquisa- \ \ , l- , identificação da obra, referencia à dal.i
construção textual dos Fundamen- ^ . t-
dor .\r seu pensamento científico. Por intermédio dos ^ /. _ , e o u t r a s informações pertinentes,
tos Teóricos, serão apresentados -r r
brevemente a seguir, c o m base nas Normas A B N T NBR 14724, Ijj^ A citação direta (que pode ser "curta" o u "longa") segue
de2011.,. • • •->•••• -''•;-^^ ^ -•••íí• uma primeira exigência q u e é reproduzir o pensamento
d o autor de m o d o literal, o q u e demanda u m a cópia d o
WÊt^ A citação indireta é utilizada mediante a introdução d o trecho escolhido para referência.
pensamento de autores no texto de m o d o indireto, isto é,
por m e i o das palavras d o pesquisador. O pesquisador faz A citação direta curta deve ser transcrita entre aspas d u -
menção ao teórico o u à teoria e m seu Referencial, mas plas e aparece incorporada ao parágrafo de q u e t o m a parte,
sem citá-los literalmente. Neste caso, deve-se ter o c u i d a - c o m o e l e m e n t o integrante d o texto redigido.
d o de traduzir as ideias d o autor m e n c i o n a d o sem m o d i f i - O exemplo que segue foi extraído de u m Projeto de Pesquisa
car o seu pensamento. em Publicidade e Propaganda de u m aluno pesquisador (que auto-
rizou esta referência) sobre a construção de identidade de marcas.
Segue n o m o d e l o abaixo o uso da citação indireta e m u m Em seu texto, o aluno escreve baseando-se e m Rizzo (2003):
Projeto relacionado a mídias sociais, e m q u e o a l u n o pesquisa-
d o r (que au to ri z o u esta referência) m e n c i o n a Bauman (2003). N e s t e p r i s m a d e e n t e n d i m e n t o , c o m p r e e n d e m o s q u e a Publici- \
d a d e f a v o r e c e o r e c o n h e c i m e n t o e a i m a g e m d a s m a r c a s , através d o s '
/ C o m o a v a n ç o tecnológico c o n s t a t a m o s também q u e a s mídias s o - d i f e r e n t e s m e i o s d e comunicação q u e a s d i v u l g a m . Vale l e m b r a r q u e a
ciais, multiplicaram-se e s p e c i a l m e n t e n a internet, q u e possibilita a c o n - p a l a v r a P u b l i c i d a d e p o s s u i s u a o r i g e m no la tim publicus, q u e significa
veniência e o r e l a c i o n a m e n t o c o m p e s s o a s d e t o d o o m u n d o , f a t o r q u e "[...] a q u a l i d a d e d o q u e é público, o u s e j a , t o r n a r público u m f a t o , u m a
p o d e f a v o r e c e r a recepção e o c o n t a t o c o m o u t r a s p e s s o a s n o m u n d o \ ideia, o b j e t i v a n d o i n d u z i r o u c o n v e n c e r o público a u m a a t i t u d e dinâmi-
f o r a da w e b ( B A U M A N , 2 0 0 3 ) . ca favorável à d e t e r m i n a d a i d e i a " ( R I Z Z O , 2 0 0 3 , p. 4 6 ) .

Ainda no mesmo Projeto de Pesquisa, o aluno faz u m a Observamos, neste e x e m p l o , q u e o a l u n o escreve u m a


menção ao teórico Vaynerchuk (2009). Rara este exemplo, a Fun- primeira parte d o texto esclarecendo o exposto, para depois
damentação Teórica apresenta, e m seu texto, o trecho q u e segue: indicar entre aspas duplas (citação direta curta) o c o n c e i t o d o
estudioso m e n c i o n a d o , acerca da Publicidade.
Em o u t r o e x e m p l o de citação direta curta, encontramos
/ S o b r e a m e s m a perspectiva, V a y n e r c h u k ( 2 0 0 9 ) e n s i n a q u e o pri- I
u m texto ilustrativo de u m Projeto de Pesquisa na área de Rá-
• m e i r o p a s s o para se relacionar n e s s a mídia social s e baseia e m criar u m a \
dio-TV-lnternet sobre a participação da imagem da m u l h e r nas
b a s e , seja ela u m site, u m blog, u m perfil e m rede social, na qual materiais |
produções audiovisuais. Escreve o a l u n o pesquisador (que a u -
d e alta relevância s o b r e o a s s u n t o e s c o l h i d o serão d e p o s i t a d o s .
_ _
t o r i z o u esta referência):

Podemos perceber q u e as citações indiretas fazem refe-


rência apenas ao autor e data, não havendo necessidade de Wol f ( 1 9 9 6 , p. 145) lança luz s o b r e a relação da mulher, d o s e u %^
citar outras informações c o m o a página da obra consultada, na c o r p o e da condição d e ser objeto d o olhar m a s c u l i n o q u a n d o afirma:
medida e m q u e e m gerai se reportam a vários trechos da obra "para a s m u l h e r e s , o corpo associa-se a o olhar d o outro, à aparência
d o autor. C o n t u d o , n o caso da citação indireta estar relaciona- j estética, a s possibilidades a m o r o s a s " .
• da a u m a página específica d o a u t o i ; a citação indireta deve
mencionar, e m sua referência, além d o sobrenome d o autor e É interessante notar q u e as citações diretas curtas m e n -
ano da obra, a página d o texto de a p o i o u t i l i z a d o . c i o n a m sempre a página de referência d o texto r e p r o d u z i d o ,
entretanto mostram diferenças q u a n t o à f o r m a de indicação e m
O s e s t u d o s s o b r e a i m a g e m da m u l h e r s u s c i t a m m u i t a s reflexões
relação ao n o m e d o autor m e n c i o n a d o , q u e deve ser c i t a d o
q u e p o d e m ser a n a l i s a d a s n a s expressões d a s pinturas e u r o p e i a s e m
t o d o e m letras maiúsculas q u a n d o sugerido de m o d o o c u l t o n o
q u e estão p r e s e n t e s m u l h e r e s . B e r g e r ( 1 9 7 2 , p. 7 0 ) m e n c i o n a q u e :
trecho, o u apenas c o m a letra i n i ci al maiúscula q u a n d o explí- Os nus europeus, por exemplo, pintados como se a
cito n o trecho redigido. mulher estivesse a serviço do desejo do espectador
(geralmente masculino), pressupõem um relaciona-
A citação direta longa é considerada longa q u a n d o o p e n - mento desigual presente até hoje na nossa cultura,
de que homens e mulheres têm presenças sociais
samento a ser referido o u trecho m e n c i o n a d o ultrapassa
diferentes e agem como tal.
três linhas. Nesse caso, deve utilizar a cópia exata d o q u e
o autor c o m u n i c a , transcrevendo-o de m o d o destacado d o
texto, m o d i f i c a n d o o padrão u t i l i z a d o para fonte diminuí-
A regra adequada na citação direta longa, sobre o n o m e
da e espaçamento simples, c o m u m recuo da margem es-
t o d o e m letras maiúsculas o u apenas i n i c i a l maiúscula, se-
querda de 4 c m .
g u i d a d o a n o da obra e página, deve ser u t i l i z a d a d e a c o r d o
c o m a o r d e m de colocação da citação, no texto construído.
O e x e m p l o q u e segue aborda o c o n c e i t o de c o n h e c i m e n -
Q u a n d o o t r e c h o é i n t r o d u z i d o de m o d o literal n o texto sem
to científico apresentado por Lakatos e M a r c o n i (2001) n o livro
q u a l q u e r ideia prévia, o s o b r e n o m e d o autor segue ao final
Metodologia Científica.
da citação e m maiúsculas. Se o t r e c h o é i n t r o d u z i d o n o texto
após u m preâmbulo e o n o m e d o autor p a r t i c i p a dessa apre-
/ O fa z er científico g u a r d a particularidades q u e o p e s q u i s a d o r d e v e sentação, o s o b r e n o m e d o autor é c i t a d o apenas c o m a letra
ter c o n h e c i m e n t o a t e n d e n d o s u a s regras. i n i c i a l maiúscula.
o contiecimento científico resulta da investigação
metódica, sistemática da realidade. Ele transcende
1^ A citação da citação deve ser evitada q u a n d o possível e
os fatos e os fenómenos em si mesmos, analisa-os
para descobrir suas causas e concluir as leis gerais deve somente ser empregada q u a n d o o acesso à obra o r i -
que os regem. [...] como o campo da ciência é o uni- ginal f o r bastante difícil, pois a citação de autores por m e i o
verso material, físico, naturalmente perceptível pelos de seus intermediários p o d e c o m p r o m e t e r a c r e d i b i l i d a d e
órgãos dos sentidos ou mediante a ajuda de instru-
d o trabalho de Pesquisa. N o caso de sua utilização, é n e -
mentos de investigação, o conhecimento cientifico
é verificável na prática, por demonstração ou expe- cessário indicar essa situação e acrescentar a expressão
rimentação. Além disso, tendo o firme propósito de latina apud, que significa " c i t a d o p o r " , ao m en cion a r u m a
desvendar os segredos da realidade, ele os explica citação dentro de outra citação.
e demostra com clareza e precisão, descobre suas
relações de predomínio, igualdade ou subordinação
com outros fatos ou fenómenos. De tudo isso con- [...] Ora, o que Prigogine chama de tempo, Peirce cha-
clui leis gerais, universalmente validas para todos os mava de semiose (ação do signo). Aliás, o tempo não
casos da mesma espécie. (LAKATOS; MARCONI, | é outra coisa senão o desenrolar-se da semiose, pro-
2001, p. 198). cesso autogerativo de signos, signos gerando signos
e sendo gerados de signos [...]. (VIEIRA, 2003, p. 297,
apud SANTAELÍ_A, 1992, p. 144).

O u t r o e x e m p l o de citação direta longa, e m q u e é abor-


dada a imagem f e mi n i n a sob a óptica de desigualdade social A mesma citação pode ser apresentada, ainda, da forma
teorizada por Berger (1972), a seguir: a seguir:
consciente manifestos n o enredo. As abordagens mencionadas
Santaella ( 1 9 9 2 , p.144) f a z menção à Vieira ( 2 0 0 3 , p. 2 9 7 ) q u e cita
possibilitarão a análise de temas emergentes no f i l m e , c o m o
o p e n s a m e n t o d e Prigogine, c o m o s e g u e :
as guerras, o capitalismo selvagem, a dependência química, a
[...] Ora, o que Prigogine chama de tempo, Peirce cha- j
& >í '•' mava de semiose (ação do signo). Aliás, o tempo não alienação das massas, a desestruturação psíquica, entre outros
é outra coisa senão o desenrolar-se da semiose, pro- assuntos.
cesso autogerativo de signos, signos gerando signos f^ra u m a apreciação no Projeto de Pesquisa de seus Fun-
,muKr:^ e sendo gerados de signos [...]. damentos Teóricos, q u e demonstram o alicerce c o n c e i t u a i de
u m estudo e m sua estruturação e conteúdo, segue u m a breve
exposição d o Referencial Teórico d o estudo de Jonas e m sua
A estruturação coerente da Fundamentação Teórica é es- proposta de investigação sobre o f i l m e The Wall.
sencial para que o Projeto de Pesquisa se mostre consistente
teoricamente e demonstre o c o n h e c i m e n t o adequado e sufi-
ciente d o pesquisador sobre o assunto estudado.
Todo Projeto de Pesquisa delineia suas necessidades e m
O estudo de produções cinematográficas se insere no
termos da Fundamentação Teórica exigida, q u e vai depender d o
campo do conhecimento interdisciplinar, o que requer
estágio de desenvolvimento científico alcançado pelo Tema no
um estabelecimento de fronteiras entre as áreas que se
horizonte das iniciativas de estudo já realizadas. Alguns Proje-
encontram implicadas ou que se desejam integrar, que
tos precisam apresentar o "estado da arte" d o Tema estudado o u
lhes servirão de suporte teórico; são elas que definirão as
d o O b j e t o de estudo e m questão, isto é, o panorama atualizado
inter-relações conceituais ao entendimento de produtos
d o c o n h e c i m e n t o d o assunto escolhido. O estado da arte m e n -
audiovisuais.
c i o n a d o no Projeto oferece u m a visão d o status existente da
Vanoye (1994) considera um filme como um texto e,
Pesquisa proposta e certifica a relevância d o estudo pretendido.
para sua análise textual, sugere que se levem em conta
Neste sentido, é importante ressaltar q u e a Pesquisa Bibliográ-
duas etapas importantes: em primeiro lugar, a decompo-
fica acerca d o assunto estudado é fundamental para todos os
sição do filme, que deve descrever todos os detalhes que
estudos realizados e ela lhe confere valor e credibilidade.
consideramos fundamentais para, em seguida, estabele-
N o Projeto de Pesquisa d o a l u n o Jonas, q u e e s c o l h e u
cer e compreender as relações entre esses elementos de-
estudar o f i l m e The Wall, as referências teóricas d e v e r i a m d e -
compostos. Em segundo lugar, menciona o autor, deve-
senvolver u m c o n j u n t o d e conceitos capazes de dar supor-
mos interpretar o filme utilizando a forma de análise que
te às interpretações pretendidas n o c a m p o da Semiótica e da
procura descobrir os significados profundos da mensa-
Psicanálise.
gem apresentada, que pode se embasar em pressupostos
Para a construção dos fundamentos teóricos d o Projeto de
da semiótica peirciana, a qual se ocupa com o conteúdo
Pesquisa de Jonas, ele escolheu discorrer, entre outros autores,
da narrativa e suas relações de representação, com o sig-
sobre o pensamento de Santaella (1990, 2000), q u e auxilia a
nificado simbólico da mensagem.
abordagem semiótica peirciana q u e contempla a compreensão
The Wall traz em seu enredo um personagem cen-
da descrição plástica dos planos, da observação da trilha sono-
tral que estrutura a narrativa da trama por sua trajetó-
ra, d o enquadramento, dos ângulos, das cores e das mensagens
ria existencial, que se apresenta em meio a encaixes e
verbais e não verbais, b e m c o m o sobre o pensamento freudia-
a desencaixes de inúmeras perspectivas de sentido, e
no sobre a fantasia, a formação onírica e a interpretação de
destaca o sentimento de angústia do protagonista. Pelo
sonhos q u e p e r m i t e m realizar u m a análise de conteúdos d o i n -
excesso de fragmentos, o enredo se constrói em meio Na complexidade da narrativa não linear, pelas
a linguagens empregadas - sonora, visual e simbólica, imagens que seguem, pela trilha sonora e pelo uso dos
nas quais é possível considerar a força comunicável dos fragmentos e animações, observamos inúmeros ele-
elementos que provocam reações diversas e paradoxais mentos signicos que traduzem muitas possibilidades
no espectador, que luta na tentativa de designar sentido de interpretação que associam e/ou sobrepõem te-
ao percebido. máticas sociais e elementos culturais, que estimulam
indagações em termos de sua mensagem semiótica e
Ao longo do filme, podemos notar a utilização de
psicológica.
técnicas que desencadeiam processos subjetivos, como a
interrupção abrupta de cenas, que de acordo com Turner Vale destacar que a Semiótica é uma ciência que
[...] tem por objeto de inves-
(1997, p. 68), tigação todas as linguagens
[...] o corte súbito provoca sur- possíveis, ou seja, que tem por
presa, horror e ruptura, portanto objetivo o exame dos modos de
tende a ser reservado para mo- constituição de todo e qualquer
mentos em que tal efeito é exi- fenómeno como fenómeno de
gido". Outra técnica cinemato- produção de significação e de
gráfica é o dose que "transforma sentido". (SANTAELLA, 1990,
o sentido da distância, levando p. 13).
o espectador a uma proximida-
de psíquica e a uma 'intimidade'
(Epstein) extremas". (AUMONT, O espectro de fatores semióticos permite emergir
% 2008, p. 141). uma espécie de licença poética para interpretar as me-
mórias de Pink (personagem principal) que, em seu as-
Assim também acontece com a música, sendo usa- pecto cognitivo, identifica informações, acontecimen-
da para nos transferir de uma cena a outra, levando tos, expectativas, sentimentos e outros elementos da
o espectador a realizar possíveis ligações entre elas. narrativa subjetiva. A fragmentação das cenas, visível
Segundo Chion (1995, p. 189), "a música pode ser vis- na estrutura da narrativa, reflete a visão do consciente e
ta como um aparelho de tempo/espaço: ela pode nos do inconsciente e de todo o universo em que o persona-
conectar a outro lugar e a outro tempo, no futuro e no gem está inserido.
passado". Os inúmeros fragmentos fazem surgir novos signos
Com a técnica da animação, o filme ganha origina- visuais mediados por músicas e trilhas sonoras. A mú-
lidade, já que o universo plástico do cinema se mostra sica no filme serve de elemento complementar a inter-
restrito às imagens capturadas da realidade, ainda que pretações, sendo a letra associada à música e à melodia,
encenadas. elementos-chave para a compreensão das cenas. Como
A união do desenho e da pintura menciona Baptista (2007, p. 22), "a música pode sim-
com a fotografia e o cinema supe-
rou essa limitação através do ci- bolizar um filme, isto é, descrever de forma resumida o
nema de animação, que podia fa- sentimento principal da narrativa".
zer uso de formas ilimitadas das The Wall convida a uma apreciação analítica, em
artes gráficas explorando as ca-
especial nas perspectivas semiótica e psicanalítica, na
racterísticas cinematográficas do
filme. (BARBOSA JÚNIOR, 2005, medida em que elementos estruturais da linguagem se-
p.i8).
miótica e simbolismos associados a conteúdos incons- ce assemelhar-se a um cenário de sonho como sugere
cientes se mostram presentes de modo impregnado no Freud (i9oo/i969b, 1900/1969C) em sua Interpretação
texto fílmico, do começo ao fim. de Sonhos, e como tal pode ser entendido como mate-
A concepção pierciana atualizada por Santaella (1990, rialização de conteúdos presentes no inconsciente pes-
2000) quanto à compreensão da descrição plástica dos soal que atestam a existência de objetos mentais como:
planos, da observação da trilha sonora, do enquadra- desejo, frustração, perda, dor e desespero, imaginação
mento, dos ângulos, das cores e das mensagens verbais e e loucura.
não verbais presentes no filme possibilita uma interpre- A trama em The Wall descortina, em seu roteiro
tação semiótica que inscreve os elementos concretos do fragmentado, um fio condutor cuja sucessão de even-
projeto audiovisual em um universo de significados ora tos e significados não estabelece um determinado tem-
abrangentes, ora singulares. po homogéneo, mas impõe uma percepção por meio
Por sua vez, a visão da Psicanálise, em sua abordagem das subjetividades que oferecem uma continuidade
de fatores inconscientes e relevância dada à experiência histórica. Na retomada do passado, o que importa é a
vivida na trajetória individual do ser humano, pode ofe- possibilidade de narrar experiências vividas e que reve-
recer uma análise de conteúdo simbólico que interpreta lam o sentido dos acontecimentos que dão origem ao
o essencial no roteiro e mensagem do filme. presente. A morte do pai gera em Pink, o protagonista,
A análise semiótica acrescida da visão psicológica grande desconsolo, a ponto de levá-lo a tentar, ainda na
psicanalítica pode traduzir as bases fiindamentais dos infância, se aproximar de um pai de outra criança, na
significados intrínsecos ao complexo cenário de conteú- busca de resgatar esse elo perdido. Essa cena evoca a ne-
dos presentes em The Wall, visto que existem simulta- cessidade da presença da figura paterna na vida de uma
neamente várias mensagens articuladas apresentadas criança e a tentativa de encontrar uma solução, ainda
em várias linguagens e cenários sobrepostos: um deli- que substituta.
neamento histórico do grupo Pink Floyd, um cenário de- [...] os pais constituem para a
pressivo pós-guerra da Inglaterra, um clima de angústia criança pequena a autoridade
representado em vários momentos e uma história pes- única e a fonte de todos os conhe-
cimentos. O desejo mais inten-
soal de degradação; conteúdo diverso sendo narrado de so e mais importante da criança
modo intrincado no filme. nesses primeiros anos é igualar-
No centro do enredo, o protagonista que testemunha -se aos pais (isto é, ao progenitor
do mesmo sexo), e ser grande
sua experiência de perda e dor, que dá sentido ao tema da
como seu pai e sua mãe. (FREUD,
desestruturação psíquica que se descortina no filme, par- 1909/19692, p. 243).
ticipa da expressão plástica comunicacional de maneira
inusitada, tal qual o processo de elaboração onírica em seus A crise emocional de Pink revela sofrimento e có-
mecanismos de condensação e deslocamento (FREUD, lera, tédio, nostalgia e desespero, representada de
i9oo/i969b)). maneira concreta em vozes agudas, música eloquen-
O filme, apresentado como uma sucessão de breves te, imagens chocantes, cores e sombras, que anunciam
blocos de mensagens, permeados por grande quantidade possibilidades desafiadoras de interpretação dos as-
de informações de diversas fontes e naturezas, pare- pectos discursivos e simbólicos do filme. Nesse sen-
ras, o q u e nos permite considerar q u e há várias formas de c o m -
tido, a Pesquisa nos dois campos, da Semiótica e da preender a definição dos tipos de Pesquisa.
Psicanálise, pode trazer abundantes subsídios para a É importante ter e m conta q u e a categorização de u m a
formulação de novos conceitos encontrados na análise Pesquisa tem a finalidade de identificar as estratégias pelas
de conteúdo do filme. quais o estudo pretende alcançar seus resultados, q u e p o r sua
vez encaminharão as conclusões da Pesquisa.
Na confecção d o texto d o Referencial Teórico é impor-
tante tecer u m a construção de pensamento e m q u e f i q u e m
evidentes os principais conceitos acerca d o O b j e t o estudado,
1.9.1. M o d a l i d a d e s de Pesquisa ^ A s Pesquisas científicas caracterizam
as definições que a u x i l i e m a compreensão dos Objetivos da
-se s e g u n d o a n a t u r e z a , a abordagerr
Pesquisa e das bases teóricas que darão sustentação à discussão
os o b j e t i v o s e p r o c e d i m e n t o s , o q u
dos elementos analisados no estudo.
lhes d e f i n e m e l e m e n t o s p e r t i n e n t e s
As citações de teorias de diferentes abordagens, autores
sua M e t o d o l o g i a , q u e estabelecem i
e fontes consultados q u e compõem os Fundamentos Teóricos e
processo d e d e s e n v o l v i m e n t o da invés
servem c o m o suporte conceituai ao estudo pretendido possuem
a finalidade d e auxiliar a estruturação de pensamento sobre o
Ig^igação p r e t e n d i d a .
c o n h e c i m e n t o científico acerca d o assunto estudado.
Rara Dalbério e Dalbério (2009, p. 165):
As pesquisas podem ser classificadas de
acordo com seus objetivos gerais. Co-
1.9. M e t o d o l o g i a mumente, são divididas em três grandes
M é t o d o s são os c a m i n h o s p a t a se chegar As diferentes áreas d o c o - grupos: exploratórias, descritivas e expli-
ao objetivo p r e t e n d i d o d e u m a Pesquisa cativas.
n h e c i m e n t o , para atenderem a
científica, que d e p e n d e m d e escdhas so- busca d o desenvolvimento cientí-
bre as estratégias que determinarão a m o - D e a c o r d o c o m Severino ( 2 0 1 3 , p. 118-123), as Pesqui-
f i c o , realizam suas investigações
dalidade de estudo e o c o n j u n t o de fatores sas p o d e m ser diferenciadas: (1) segundo a a b o r d a g e m c o m o
segundo Métodos e P r o c e d i m e n -
a ela associados ( m a t e i i a l o u população, Pesquisa Q u a l i t a t i v a e Q u a n t i t a t i v a ; (2) segundo p e c u l i a r i d a -
tos q u e lhes p e r m i t e m evoluir,
i n s t r u m e n t o s e procedimentos, análise des d o O b j e t o estudado e da participação d o pesquisador, e m
a m p l i a n d o teorias e p r o p o n d o
pretendida de resultados) q u e permitirão Pesquisa Etnográfica, Pesquisa Participante, Pesquisa-ação e
novas Pesquisas.
a obtenção de resultados na i n v K t i g a Estudo de Caso; (3) de a c o r d o c o m a " n a t u r e z a das f o n t e s " de
A M e t o d o l o g i a da Pesquisa estudo e " t r a t a m e n t o de seu o b j e t o " e m Pesquisa Bibliográfi-
define a maneira c o m o o estudo se desenvolverá para buscar ca, D o c u m e n t a l , Experimental e Pesquisa de C a m p o ; (4) e m
alcançar u m a resposta ao Problema de Pesquisa. relação aos O b j e t i v o s de Pesquisa, e m Exploratória, Descritiva
o u Explicativa.
Na estruturação d o Projeto de Pesquisa, o Método deter- Rara Gerhardt e Silveira (2009), os vários tipos de Pesqui-
m i n a a escolha dos elementos sobre os quais o estudo se sa existentes p o d e m ser didaticamente organizados, de acor-
apoiará na prática, a começar pela definição d o t i p o de d o c o m u m a diferenciação inicial, e m Pesquisa Qualitativa e
Pesquisa q u e delineará a coleta de dados. ^ ( > a n t i t a t i v a ; e m termos da natureza da Pesquisa e m Básica e
A p l i c a d a ; de acordo c o m seus objetivos e m Exploratória, Des-
' Os tipos o u modalidades de Pesquisa são agrupados o critiva e Explicativa; e, ainda, e m função de seus p r o c e d i m e n -
classificados pelos estudiosos d o assunto, do diferentes m.uiei- tos e m Bibliográfica, D o c u m e n t a l , Experimental, de C a m p o , d e
1.9.1.1. Modalidade de Pesquisa segundo a abordagem
Levantamento o u Survey/ Etnográfica, Estudo de Caso, l'esqui-
sa participante, Pesquisa-ação. São dois os tipos d e Pesquisa segundo a a b o r d a g e m : a
A M e t o d o l o g i a adotada e m u m a investigação científica Pesquisa Q u a l i t a t i v a e a Pesquisa Q u a n t i t a t i v a , q u e são c o n -
deve indicar o t i p o de Pesquisa e seus fatores estruturantes ( m a - trastantes, u m a vez q u e d e f i n e m formas de a b o r d a g e m c o m -
terial o u participante(s), instrumento(s), procedimentos e análi- plementares.
se pretendida) q u e efetivarão o estudo na prática. "As fases dos
métodos p o d e m ser vistas c o m o indicadoras de u m c a m i n h o U m e x e m p l o de Pesquisa A Pesquisa Quantitativa busca objeti-
[...]" ( R U D I O , 1 9 8 6 , p. 15). Quantitativa é a investigação d o v i d a d e e p r e t e n d e t r a d u z i r e m números
perfil dos usuários brasileiros d o as opiniões e informações coletadas para
Twitter, c o m mais de 35 anos. O serem classificadas e analisadas; sendo as-
1^ O s vários autores, e m relação aos tipos de Pesquisa, p r o -
estudo poderia c o n t r i b u i r para s i m , utiliza-se d a l i n g u a g e m matemática
c u r a m indicar diferentes maneiras de agrupar as várias
identificar as finalidades de u t i - para explicar <» fatos através de técnicas
modalidades de Pesquisa, mas suas definições são todas
lização desse canal de c o m u - estatísticas.
* concordantes, não havendo conflitos sobre a conceitua-
nicação entre indivíduos q u e
ção dos diversos tipos de Pesquisa, isto é, n e n h u m estudio-
provavelmente possam ser caraterizados c o m o u m a população
so descreve u m a forma de Pesquisa de m o d o distinto o u
produtiva n o país. Esse estudo investigaria a porcentagem de
conflitante ao o u t r o estudioso, mas privilegia a existência
usuários distribuída por género, nível económico, grau de es-
de u m a m o d a l i d a d e à outra.
colaridade, p o r e x e m p l o .

Elegemos u m a apresentação das modalidades de Pesqui-


U m e x e m p l o de Pesquisa ^ ^ é s q t i i s a Qualitativa, p o r se tratar de
sa q u e consideramos didática, o u seja: segundo a abordagem,
Qualitativa é o estudo d a expe- u m a abordagem descritiva, aborda aspec-
segundo a natureza, segundo os objetivos e segundo os p r o c e -
riência de formação universitária tos da realidade relacionados ao "imiverso
dimentos da Pesquisa.
de alunos de Relações Públicas de significados, motivos, aspirações, c r e n -
Os tipos de Pesquisa organizados por categorias (segundo
de u m a instituição e d u c a c i o n a l . ças, valores e atitudes" ( M I N A Y O , 2001, p.
a abordagem, a natureza, os objetivos e os procedimentos) não
Essa Pesquisa, baseada na análise 14), q u e não são passíveis de serem objeti-
impõem uma relação de exclusão entre elas, de maneira que u m
d o relato de experiências, p e r m i - vados, cujos resultados não são q u a n t i f i -
estudo pode ser identificado e m mais de uma categoria e assim
tiria u m entendim en to a p r o f u n - cáveis e, sendo assim, as informações o b -
mencionado, por exemplo: a Pesquisa é de abordagem Q u a l i t a -
d a d o de alguns poucos relatos tidas são analisadas de maneira i n d u t i v a .
tiva; segundo sua natureza, é Descritiva; e de acordo c o m seus
particulares, mas q u e p o d e r i a m
procedimentos, é u m Estudo de Caso.
oferecer dados significativos sobre a trajetória profissional des-
ses indivíduos.
Para u m e n t e n d i m e n t o sobre as distintas característi-
cas d e Pesquisa Q u a l i t a t i v a e Q u a n t i t a t i v a , r e p r o d u z i m o s u m

4 O termo Survey é uma palavra de origem inglesa que significa análise, pesquisa, q u a d r o c o m p a r a t i v o o f e r e c i d o p o r G e r h a r d t e Silveira ( 2 0 0 9 ,
avaliação, inspeção. Quando o pesquisador deseja obter dados ou informações p. 3 4 ) .
sobre as características, ações ou opiniões de determinado grupo de pessoas, a pes-
quisa denominada Survey é indicada, pois por meio de um instrumento de pesquisa
como o Questionário, cuja estratégia pode ser a entrevista pessoal, via correio etc.
é possível investigar características quantitativas de uma determinada população.
Isso significa responder questões que envolvem: O quê?. Por quê? Como? Quando?
COMO FAZER PROJETOS DE INICIAÇÃO CIEMlFICA PARTE I - PROJETO DE PESQUIS-

P^quisa Quantítafiv^HHI: ' Pesquisa Ouátitativa ^ H ^ ^ ^ H g


da observação de um certo número de
antecedentes para concluir como prová-
Focaliza uma quantidade pequena de conceitos Tenta compreender a totalidade do fenómeno, vel todos os casos da mesma espécie. Ex:
mais do que focalizar conceitos específicos todos os corvos observados são pretos,
logo todos os corvos são pretos. Outra
Inicia c o m ideias p r e c o n c e b i d a s do modo Possui p o u c a s ideias preconcebidas e salienta forma de raciocínio é o que se dá pela
c o m o os conceitos estão relacionados a importância das interpretações dos eventos comparação, ou seja, é pela analogia que
mais do que a interpretação do pesquisador podemos observar duas ou mais coisas
de espécie diferentes para obtermos c o n -
Utiliza procedimentos estruturados e Coleta dados sem instrumentos formais e
clusões prováveis.
instrumentos formais para coleta de dados estruturados

Coleta os dados mediante condições de N ã o tenta controlar o contexto da pesquisa, e, D a r w i n , e m sua busca de e n t e n d i m e n t o sobre a o r i -
controle sim, captar o contexto na totalidade gem das espécies, oferece u m e x e m p l o de Pesquisa Teórica

Enfatiza a objetividade, na coleta e análise dos Enfatiza o subjetivo c o m o meio de


"que c o n t r i b u i u para a evolução d e novas ideias e de novas
dados compreender e interpretar as experiências discussões sobre os seres vivos" (PARRA F I L H O ; SANTOS,
1998, p. 101). Em sua Teoria da Evolução das Espécies partiu
Analisa os dados numéricos através de Analisa as informações narradas de uma forma da minuciosa observação das estruturas biológicas q u e se as-
procedimentos estatísticos organizada, mas intuitiva
semelhavam nas diferentes espécies e construiu u m c o r p o de
Q u a d r o 1 - Características comparativas entre Pesquisa Quantitativa e Qualitativa.
conhecimentos teóricos coerente e consistente sobre a o r i g e m
Fonte: Elaborado por Gerhardt e Silveira (2009) (UFRS), a partir de: P O L I T et al. (2004).
e o desenvolvimento das espécies vivas. Sua Teoria r e v o l u c i o -
nária, q u e continua válida até nossos dias, não f o i refutada o u
1.9.1.2. Modalidades de substituída por outra.
A P e s q u i s a B á s i c a , também d e n o m i - f l T pesquisa segundo a natureza
Na Pesquisa Aplica-
nada Pesquisa Pura o u Tedrica, é aquela
da, " o investigador é mo- WTTO8quisaAptícada,porsuavez,éaque-
que a m p l i a o c o n h e c i m e n t o científico a
vido pela necessidade de la e m q u e o pesquisador busca u m a solu-
p a r t i r de novas articulações teóricas e
contribuir para fins práticos P^^^ necessidade existente na
proposições conceituais.
mais o u menos imediatos" realidade, p r o c u r a responder a u m a ques-
Nas palavras de Cervo e Bervian (1996, p. 47), a Pesquisa e busca "soluções para pro- tão q u e se m o s t r a urgente,
Básica ocorre quando: " o pesquisador t e m c o m o meta o saber, blemas concretos" (CERVO;
buscando satisfazer uma necessidade intelectual pelo c o n h e - BERVIAN, 1996, p. 4 7 ) .
c i m e n t o " . O objetivo é " o e n r i q u e c i m e n t o d o c o n h e c i m e n t o Os estudos aplicados p a r t e m de "contribuições de t e o -
científico" e m que o pesquisador busca "desenvolver novas rias e leis já existentes" (PARRA F I L H O ; SANTOS, 1 9 9 8 , p.
teorias, criar novos modelos teóricos o u estabelecer novas h i - 101) q u e oferecem suporte ao d e s e n v o l v i m e n t o de respostas
póteses de trabalho nos vários campos d o saber h u m a n o , quer palpáveis a questões imediatas, c o m o n o caso da elaboração
por dedução, quer por indução, quer p o r analogia". (PARRA de vacinas, na proposição de p r o c e d i m e n t o s novos e m p r o -
FILHO; SANTOS, 1 9 9 8 , p. 101). cessos já existentes etc.
Podemos identificar i n i j m e r o s exemplos de Pesquisa A p l i -
Nas palavras de FHaack (1976, p. 113): cada, c o m o : a descoberta de n o v o s medicamentos; a criação
[...] a dedução envolve um raciocínio de sistemas de ensino; de técnicas d e edição de material a u d i o -
que parte do geral para o particular, logo
-^í^í-dt-^i-rtc^f t^r\ryn^ caryAr^ */rílirlDC DC í"r>n<^lfl_
visual; de procedimentos o r g a n i z a c i o n a i s ; de novos formatos
COMO FAZER PROJETOS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA PARTE I - PROJETO DE PESQUISA

1.9.1.3. Modalidades da Pesquisa segundo objetivos


Estudos c u j o propósito é A Pesquisa Explicativa é u m a modalidade
As Pesquisas p o d e m ser caracterizadas, segundo seus o b - explicativo preocupam-se em de e s t u d o q u e busca a causa de d e t e r m i n a -
jetivos, em três modalidades. D e a c o r d o c o m G i l (2008), são esclarecer os fatores que e x p l i - ção d o O b j e t o estudado, a q u i l o que possa
elas: Exploratória, Descritiva o u Explicativa. cam os fenómenos estudados, explicá-lo i d e n t i f i c a n d o fatores d e t e r m i -
caracterizando-se c o m o estu- nantes para sua existência.
dos Experimentais que buscam
A Pesquisa Exploratória é u m tipo estabelecer a relação de causa e efeito, o porquê de determina-
de Pesquisa q u e visa t o m a r f a m i l i a r e s do fenómeno (GIL, 2 0 0 8 ; GERHARDT; SILVEIRA, 2 0 0 9 ; CERVO;
novos O b j e t o s de e s t u d o , m u i t a s vezes BERVIAN, 1996).
buscando constituir u m conhecimento
que p e r m i t a posteriormente elaborar o d i s c e r n i m e n t o entre as modalidades de Pesquisa a u x i l i a
Hipóteses. a t o m a d a de decisões acerca da escolha da amostra e dos
procedimentos metodológicos a serem adotados n o estudo
Para G i l (2008), podemos classificar as Pesquisas B i b l i o - pretendido. Nesse sentido, a clareza dos objetivos d o estu-
gráficas e os Estudos de Caso nessa m o d a l i d a d e de Pesquisa. d o p o d e facilitar a identificação.

Cervo e Bervian (1996, p. 51) afirmam que:


A Pesquisa Descritiva é u m a m o d a l i - [...] a pesquisa descritiva procura classi-
dade de estudo que busca descrever o ficar, explicar e interpretar os fenómenos
O b j e t o de estudo para dar a conhecer que ocorrem, a pesquisa experimental pre-
tende dizer de que modo ou por que cau-
o que se pretende pesquisar; o conhe- sas o fenómeno é produzido.
c i m e n t o é f r u t o da observação e d e t a -
lhada apresentação d e elementos p e r t i - 1,9.1.4. Modalidades
nentes ao observado. ida Pesquisa segundo 4 A Pesquisa Bibliográfica é u m a m o d a -
\ l i d a d e d e estudo q u e p o d e se caracterizar
c o m o t o d o e c o m o parte, isto é, p o d e se
A Pesquisa Descritiva "está interessada e m descobrir <• C o m o parte de uma pro-
c o n s t i t u i r c o m o u m t i p o d e Pesquisa que
observar fenómenos, p r o c u r a n d o descrevê-los, classificá-los <• posla de Pesquisa, qualquer
se destina ao l e v a n t a m e n t o de referencial
interpretá-los" ( R U D I O , 1 9 9 7 , p. 56). O estudo descritivo: <|IH' seja, o levantamento b i -
b i b l i c ^ f i c o acerca de u m Tema ( q u a n d o
[...] observa, descreve, analisa e concl.i bliográfico também p o d e ser
o e s t u d o p r o p o s t o é d e natureza Teórica,
ciona fatos ou fenómenos (variáveis) sem • íipiescntado c o m o um ele-
manipulá-los, Procura descobrir, ( o t n .i t o d a v o l t a d a à Pesquisa de dados c o n c e i -
fiiiTilo diferenciado em des-
precisão possível, a frequência com ( | I M t u a i s e fontes teóricas) o u , pode-se confi-
um fenómeno ocorre, sua relação c ( o n . ' (t.H|ii<', c o n f i g u r a n d o u m a se-
^ i r a r c o m o u m a das partes pertencentes
xão com os outros, sua natureza <M <ir.it I»' r yAo de atualização de estudos
rísticas. (CERVO; BERVIAN, 1 ')<)(., p. -Vn a u m a Pesquisa, q u a n d o p a r t i c i p a da ela-
íinl>M' o assunto, que poderá
boração dos F u n d a m e n t o s Teóricos (toda
MoMli);(irar o estado da arte
e q u a l q u e r Pesquisa prescinde de estudo
Nessa categoria de Pesquisa podemos classific ar, scp.im íd.ii|iiclc l(Mna ou O b j e t o pes-
bibliográfico). Na p r o p o s t a de Pesquisa
d o os mesmos autores, os estudos Exploratórios, de Opinião, <lr :(|Uf.,i(l<i.
Descritiva o u Explicativa, p o r exemplo.
Motivação, D o t umentais e o Estudo d e Caso.
A Pesquisa Bibliográfica e m resumo, mas [ K K I C ser realizado e m " c o n t e x t o de c a m p o " (CERVO; BER-
[...] procura explicar um problema a partir
V I A N , 1996, p. 51). É importante distinguir aqui a natureza da
de referências teóricas publicadas em do-
cumentos. Pode ser realizada independen- Pesquisa e o contexto de sua ocorrência. O c o n t e x t o não q u a -
temente ou como parte de pesquisa descri- lifica o t i p o de Pesquisa, apenas esclarece o local de realização
tiva ou experimental. (CERVO; BERVIAN, (CERVO; BERVIAN, 1 9 9 6 , p. 51).
1996, p. 48).
A Pesquisa de C a m p o é aquela e m q u e o O b j e t o de estu-
d o é investigado e m condições habituais, q u e lhe são próprias,
Enquanto a Pesquisa Bi-
A Pesquisa Documental é aquela que favorecendo o estudo pretendido.
bliográfica utiliza livros, artigos
c o n t r i b u i c o m a ampliação d o c o n h e c i - Em outras palavras:
científicos e similares (teses, A coleta de dados é feita nas condições
m e n t o q u a n d o estuda d o c u m e n t o s v a r i a -
por exemplo), a Pesquisa D o - naturais em que os fenómenos ocorrem,
dos, sejam o r i u n d o s dos diversos meios sendo assim diretamente observados, sem
cumental amplia suas fontes
de comunicação c o m o o rádio, a internet intervenção e manuseio por parte do pes-
utilizando-se de tabelas esta-
e t c , sejam q u a n d o u t i l i z a m os inúmeros quisador. Abrange desde os levantamentos
tísticas, jornais, revistas, fotos, (surveys), que são mais descritivos, até es-
registros d a experiência h u n u n a , c o m o tudos mais analíticos. (SEVERINO, 2013,
filmes, gravações, relatórios,
a catalogação de objetos, os desenhos, as p. 123).
cartas, documentos oficiais,
peças publicitárias, as apresentações tea-
pinturas, programas de tele-
trais etc.
visão etc. (SEVERINO, 2 0 1 3 ;
CERVO; BERVIAN, 1996). A Pesquisa de Levantamento o u Sur-
vey possibilita descrever vima " p o p u l a -
ção" o u "universo", c o m o o c o n j u n t o de
A Pesquisa D o c u m e n t a l mostra grande p r o x i m i d a d e e m
moradores d e u m município, o u u m g r u -
termos p r o c e d i m e n t a i s e m relação à Pesquisa Bibliográ-
p o rqjresentativD de pessoas que se defi-
fica na m e d i d a e m q u e ambas se baseiam e m estudos
. n e m c o m o "amostra"
v i n c u l a d o s a fontes d e dados existentes, físicas o u d i g i -
tais, mas q u e se d i s t i n g u e m e m relação à m o d a l i d a d e dos
d o c u m e n t o s consultados, o q u e as caracterizam.
"Amostra é, portanto, u m a parte da população, seleciona-
da de acordo c o m u m a regra o u p l a n o " ( R U D I O , 1 9 9 7 ,
p. 50). A Pesquisa de Levantamento utiliza u m a amostra,
A Pesquisa E x p e r i m e n t a l é uma m o - Na Pesquisa Experimen- e não toda u m a população, porque ela permite v i a b i l i z a r
dalidade de estudo que implica a reali- tal " o pesquisador selecion.i a Pesquisa mediante uma restrição o u e c o n o m i a de t e m -
zação de intervenções n o processo d e determinadas variáveis e testa po, recursos financeiros e pessoal, c o m a i n d i s p o n i b i l i d a -
investigação, q u e v i s a m à obtenção d e suas relações funcionais, uti- de concreta de toda população e, ainda, p o r q u e permite
resultados esperados o u resultados des- lizando formas de c o n t r o l e " . maior c o n t r o l e e precisão ( R U D I O , 1997).
c o n h e c i d o s q u e possam c o n f i r m a r , o u (SEVERINO, 2 0 1 3 , p. 123).
não, relações existentes e n t r e d e t e r m i - Em geral, esse estudo "Rara garantir esta representatividade, a técnica de sele-
nadas variáveis. ocorre e m ambientes c o n t r o ção de amostra", refere Rudio (1997, p. 5 1 ) , deve atender às
lados c o m o u m laboratório, «•rguntas: 1 - Q u a l é o t a m a n h o da amostra q u e a torna re-
significativo e bem representativo, (le modo ^
presentativa? 2 - C o m o deve ser a seleção para q u e todos os
a ser apto a fundamentar uma genoraliz.i-
casos da população,possam participar c o m o representantes? ção para situações análogas, autorizando
Q u a n d o qualquer integrante p o d e ser representado na amostra, inferências. (SEVERINO, 2013, p. 121).
por m e i o de sorteio, d i z e m o s q u e as técnicas d e escolha são
"probabilísticas" ( R U D I O , 1 9 9 7 , p. 5 1 ) . O Estudo d e Caso é m u i t o u t i l i z a d o nas Ciências Sociais,
segundo G i l (2008), na medida e m q u e permite aprofundar o c o -

A Pesquisa Etnc^iáiica é a q u d a q u e nhecimento de processos sociais por m e i o d o estudo descritivo

se ajusta à investigação d e g r u p o s e a i l - minuciosamente c o n d u z i d o .

turas h u m a n a s , p o i s se destina à des- Rara Fonseca ( 2 0 0 2 , p. 35)> u m Estudo d e Caso p o d e ser

crição e à análise de costumes, c o m p o r - realizado c o m " u m a entidade b e m definida c o m o u m p r o g r a -

t a m e n t o o u outras expressões, d e u m ma, u m a instituição, u m sistema educativo, u m a pessoa, o u


u m a u n i d a d e s o c i a l " . C o n c l u i o autor q u e o estudo p o d e se
d e t e r m i n a d o g r u p o ou sociedade, e m
desenvolver de u m prisma interpretativo, d o p o n t o d e vista d e
função d e suas n o r m a s , seus valores,
seus participantes, o u de u m a perspectiva pragmática q u e visa
crenças, c o n h e c i m e n t o e experiências.
apresentar o fenómeno de m o d o g l o b a l , coerente e c o m p l e t o ,
i U m e x e m p l o d e Estudo d e Caso p o d e ser u m a Pesquisa
"A pesquisa etnográfica visa compreender, na sua coti- c o m o Programa Bolsa-Família, instituído pelo G o v e r n o Fede-
dianidade, os processos d o dia a d i a e m suas diversas m o d a l i - ral, c o m o o b j e t i v o d e compreendê-lo e m sua m a g n i t u d e i n d i -
dades. Trata-se d e u m m e r g u l h o n o microssocial [...]", nas pa- vidual e coletiva.
lavras de Severino (2013, p. 119). Trata-se de u m a abordagem
qualitativa, na qual o pesquisador decide sobre a técnica da
A Pesquisa Participante c o m o seu
;i coleta dos dados, q u e p o d e ser beneficiada pela escolha d a
nome sugere, é a q u e l a e m q u e o pes-
Observação participante o u da Entrevista, d o D e p o i m e n t o o u
quisador é u m participante d o proces-
d o Relato de experiência (História de vida), mediante uma c o n -
so d e investigação.' E m b o r a seu papel
versa i n f o r m a l , seleção d o c u m e n t a l d e fotografias, filmes, o u
seja d i s t i n t o , d e f i n i d o c o m o aquele quo
outra técnica q u e possibilite obter dados válidos.
irá c o n d u z i r os p r o c e d i m e n t o s d e e s -
U m e x e m p l o de Pesquisa Etnográfica poderia ser o estu-
t u d o , ele é u m e l e m e n t o q u e interage
vdo d e hábitos d e c o m p o r t a m e n t o ritualísticos nos c e r i m o n i a i s n a situação estudada c o m o m e m b r o d o
de casamento da t r i b o Carajás. m n j u n t o examinado.

0 - Estudo de Caso é u m a m o d a l i d a d e
d e Pesquisa q u e se a p o i a i n v e s t i g a -
Nas palavras de Severino ( 2 0 1 3 , p. 121), o pesquisador
ç ã o de alguns casos particulares, porém j [...] compartilha a vivência dos sujeitos
lepresentativos, q u e p>ossibilitam ela- ;| pesquisados, participando, de forma sis-
I)(M-ar hipóteses válidas f u n d a m e n t a d a s ^ temática e permanente, ao longo do tem-
po da pesquisa, das suas atividades. O
1- m construções teóricas plausíveis. K N o Estudo de Caso a inves-
pesquisador coloca-se numa postura de
t«tesj&^ " ligação se dá e m u m identificação com os pesquisados. Passa a
1...J conjunto de casos análogos [...]. O interagir com eles em todas as situações,
caso escolhido para a pesquisa deve sei acompanhando todas as ações praticnd.is
pelos sujeitos. [...] vai registrando descri- fVsquisíi segundo a Atx)rclagom
5*
Qualitativa ^
tivamente todos os elementos observados Quantitativa "
•" bem como as análises e considerações que
IVsquisa de Natureza Básica
se fizer ao longo dessa participação.
Aplicada
Pesquisa segundo os Objetivos Exploratória
Segundo Fonseca ( 2 0 0 2 , p. 3 4 ) essa m o d a l i d a d e de Pes-
Explicativa
quisa " f o i criada p o r B r o n i s l a w M a l i n o w s k i : para conhecer
Descritiva
os nativos das ilhas T r o b r i a n d , ele f o i se t o r n a r u m d e l e s " . O
Pesquisa segundo Procedimentos Pesquisa Bibliográfica
pesquisador r o m p e u c o m seus hábitos o c i d e n t a i s e se i n t e -
Pesquisa Documental
g r o u à v i d a c o t i d i a n a da t r i b o a p r e n d e n d o sua língua e seus Pesquisa Experimental
costumes. Pesquisa de C a m p o
Pesquisa de Levantamento ou Survey
Pesquisa Etnográfica
Estudo de C a s o
A Pesquisa-ação é u m a Pesquisa d e Pesquisa Participante

Caráter p a r t i c i p a t i v o à semelhança d a Pesquisa-ação

pesquisa p a r t i c i p a n t e , que p o r m e i o d a (Cuadro 2 - M o d a l i d a d e s de Pesquisa segundo características determinadas.

I nteração de seus atores sociais, desen-^


1.9.2. Vetores do Planejamento metodológico
volve o estudo; todavia o que diferencia'
ç\s duas modalidades de estudo é q u e na O p l a n e j a m e n t o metodológico i n i c i a d o c o m a escolha
f esquisa-ação ocorre de forma planeja- do t i p o de Pesquisa deve definir posteriormente outros fatores,
da u m a intervenção n o transcorrer d o tais c o m o : a fonte de dados (documentos o u pessoas) que cons-
processo investigativo q u e prevê a reso- tituem a Amostra estudada; o uso de Instrumentos o u Técnicas
lução da situação pesquisada. (Ic investigação; os Procedimentos a serem adotados na coleta '
de dados; e, finalmente, a Análise pretendida destinada à dis-
I iissão dos dados obtidos na Pesquisa. - 4

Neste sentido, o estudo i n c l u i u m diagnóstico da situa


1.9.2.1. Amostra
ção vivenciada pelos sujeitos estudados, que t e m o o b j e t i v o i li- ll A f o n t e de dados a serem estudados e m
Os estudos q u e se uti-
>• estabelecer u m a avaliação para p r o p o r aos envolvidos moditi- q u a l q u e r Pesquisa, p o d e ser de d o i s t i -
li/.uTi de fontes documentais,
cações necessárias durante a prática da pesquisa em qiiosi.io pos: a d v i n d o s d e d o c u m e n t o s o u das
i o m o Pesquisas históricas que
(SEVERINO, 2 0 1 3 ) . pessoas. A A m o s t r a d e Pesquisa e m u m
analisam matérias e m jornais e
' - " U m e x e m p l o de Pesquisa-ação poderia ser o estudo «l.i nvistas informativas, e Pesqui- e s t u d o será d e f i n i d a , neste sentido, nas
interação professor-aluno na disciplina de Filosofia nas es( ol.i>» •i.is Bibliográficas que u t i l i z a m respectivas categorias: M a t e r i a l o u Par-
públicas de Ensino Médio da região da grande São Raulo. ilissortações, teses e artigos t i c i p a n t e s (Sujeitos).
As modalidades de Pesquisa p o d e m ser visualizada-, nu
ílrMitíficos são exemplos d e estudos que u t i l i z a m u m Material
Q u a d r o 2, apresentado a seguir, d e a c o r d o c o m a organi/.iç.Ut
i k ' h-squisa q u e deve ser identificado detalhadamente n o Proje-
de suas características.
ii» de Pesquisa, a partir da apresentação de suas especificações.
quisados, com vistas a conhecer;.> opinião
|É||I^ N o caso d o estudo c o m d o c u m e n t o s , devemos definir n o dos mesmos sobre os assuntos em estudo.
Projeto de Pesquisa a categoria " M a t e r i a l " e os elementos (SEVERiNO,2013, p. 125).
,a serem investigados, o que deve ser m e n c i o n a d o em suas
características o u denominações, o Banco de dados c o n - As questões apresentadas no Questionário p o d e m ser
sultado, o período estudado, as palavras-chave utilizadas abertas (quando o pesquisado p o d e expor livremente o seu
para coleta de dados etc. pensamento) o u fechadas (quando o pesquisado deve escolher
u m a o u mais respostas já identificadas no formulário). As per- 1
Pesquisas q u e se destinam ao estudo de experiências v i v i - guntas devem ser apresentadas de m o d o objetivo para evitar '
das p o r pessoas d e m o d o i n d i v i d u a l o u nos grupos d e v e m respostas duvidosas, ambíguas o u lacónicas, q u e dificultarão o
definir seus Sujeitos o u Participantes, m e n c i o n a n d o os e n t e n d i m e n t o d o pesquisador sobre o pensamento dò Sujeito \

p fatores q u e os i d e n t i f i c a m (idade, grau de escolaridade, de Pesquisa.

••p. profissão, ocupação, género e t c ) . Neste caso, a Amostra A Entrevista é u m a técnica bastante u t i l i z a d a e m Ciên- l
''^ deve ser m e n c i o n a d a p o r m e i o da categoria " P a r t i c i p a n - cias H u m a n a s e Sociais edefine-se c o m o u m a situação d e " i n - ,?
tes" da Pesquisa e deve ser descrita de m o d o mais c o m - teração entre pesquisador e p e s q u i s a d o " (SEVERINO, 2 0 1 3 , p.
p l e t o possível. 124) e m q u e a comunicação oferece as informações acerca
d o O b j e t o de estudo de parte d o pesquisado para o pesquisa-
dor. Essa técnica possibilita variações d e a c o r d o c o m o m o d o
Os I n s t n i m e a t o s o u Técnicas destina- | ^ Instrumentos c o m o a Entrevista é estruturada: ela p o d e ser desestruturada '.
dos à coleta de dados n a Pesquisa são A Observação é uma técni-
o u livre, p e r m i t i n d o q u e o Participante da Pesquisa fale livre- '
inúmeros e devem''se adequar ao resul- ca presente em t o d o e q u a l q u e r mente sem ser i n t e r r o m p i d o o u i n q u i r i d o sobre aspectos es-
tado que se pretende alcançar. São eles: a estudo, pois fornece i nformações pecificados; p o d e ser semiestruturada o u s e m i d i r i g i d a , o q u e
Observação, o Questionário ( o u Formu- de inúmeras perspectivas e qua- supõe uma participação parcial d o pesquisador q u e p o d e in- ':
lário), a Entrevista (dirigida, não d i r i g i d a lidades. U m estudo D o c u m e n t a l , terferir e m alguns m o m e n t o s , i n t r o d u z i n d o questões especí-
o u livre, semidiriglda), o D q x r i m e n t o , a por e x e m p l o , pode ser beneficia- ficas durante a conversação; p o d e ser estruturada o u d i r i g i d a i
História de Vida, o G r u p o Focal. d o e n o r m e m e n t e pela capacida- de m o d o q u e o pesquisador m a n t e n h a a direção da situação,
de de atenta percepção d o pes- apresentando as questões e m u m a o r d e m preestabelecida. As
quisador que observa detalhes no Material estudado. N o estudo Entrevistas s e m i d i r i g i d a e d i r i g i d a são realizadas m e d i a n t e u m
; com pessoas, a Observação é utilizada, por e x e m p l o , na Pes- roteiro de perguntas q u e são m e n c i o n a d a s no Projeto de Pes-
quisa ftirticipante e m que o pesquisador faz registros m i n u c i o - quisa, e m seu anexo. As questões apresentadas na Entrevista
sos nas situações e m que participa e estuda. A Observação d e - p o d e m ser m o d i f i c a d a s (em relação ao r o t e i r o elaborado) d u -
pende d o olhar sensível e curioso d o pesquisador que mantém rante a sua realização, m e d i a n t e novos dados que v e n h a m a
' ' uma postura aberta ao observado, p r o c u r a n d o não influenciar surgir na comunicação.
sua percepção e seu registro, pois deve estar livre de interpre- O D e p o i m e n t o é u m recurso e m q u e o pesquisador re-
tações e ater-se à finalidade da descrição da realidade, o mais colhe, j u n t o ao pesquisado, u m texto escrito o u u m a c o m u -
fiel possível. nicação oral de uma situação v i v i d a q u e esteja relacionada
O Questionário é u m instrumento estruturado e m forma
ao O b j e t o estudado. M u i t a s Pesquisas na área social p o d e m
d e formulário, n o qual são apresentadas utilizar o D e p o i m e n t o c o m o u m i n s t r u m e n t o r i c o e m i n f o ^
[...] questões, sistematicamente articula-
das, que se destinam a levantar informa mações que a u x i l i a o estudo de eventos, relacionamentos e
ções escritas por parte dos sujeitos pes outras experiências humanas.
quisados, com vistas a c;onheí erí.i opinião
N o caso d o estudo c o m d o c u m e n t o s , devemos definir n o dos mesmos sobre os assuntos em (!studo.
Projeto de Pesquisa a categoria " M a t e r i a l " e os elementos (SEVERINO, 2013, p. 125).
,a serem investigados, o que deve ser m e n c i o n a d o em suas
características o u denominações, o Banco de dados c o n - As questões apresentadas n o Questionário p o d e m ser
sultado, o período estudado, as palavras-chave utilizadas abertas (quando o pesquisado p o d e expor livremente o seu
para coleta de dados etc. pensamento) o u fechadas (quando o pesquisado deve escolher
u m a o u mais respostas já identificadas no formulário). As per-
1^ Pesquisas q u e se destinam ao estudo de experiências v i v i - guntas devem ser apresentadas de m o d o objetivo para evitar
das p o r pessoas de m o d o i n d i v i d u a l o u nos grupos d e v e m respostas duvidosas, ambíguas o u lacónicas, q u e dificultarão o
d e f i n i r seus Sujeitos o u Participantes, m e n c i o n a n d o os e n t e n d i m e n t o d o pesquisador sobre o pensamento dó Sujeito
fatores q u e os i d e n t i f i c a m (idade, grau de escolaridade, de Pesquisa.

profissão, ocupação, género e t c ) . Neste caso, a A m o s t r a A Entrevista é u m a técnica bastante u t i l i z a d a e m C i ê n -


deve ser m e n c i o n a d a p o r m e i o da categoria " P a r t i c i p a n - cias H u m a n a s e Sociais e define-se c o m o u m a situação d e " i n -
tes" da Pesquisa e deve ser descrita de m o d o mais c o m - teração entre pesquisador e p e s q u i s a d o " (SEVERINO, 2 0 1 3 , p.
p l e t o possível. 124) e m q u e a comunicação oferece as informações acerca
d o O b j e t o de estudo de parte d o pesquisado para o pesquisa-
dor. Essa técnica possibilita variações de a c o r d o c o m o m o d o
Os I n s t r u m e n t o s o u "Rcnicas destina- Instrumentos c o m o a Entrevista é estruturada: ela p o d e ser desestruturada
dos à coleta de dados n a Pesquisa são A Observação é uma técni- o u livre, p e r m i t i n d o q u e o Participante da Pesquisa fale l i v r e -
inúmeros e devem'se adequar ao resul- ca presente em t o d o e q u a l q u e r mente sem ser i n t e r r o m p i d o o u i n q u i r i d o sobre aspectos es-
tado que se pretende alcançar. São eles: a estudo, pois fornece i nformações pecificados; p o d e ser semiestruturada o u s e m i d i r i g i d a , o q u e
Observação, o Questionário ( o u Formu- de inúmeras perspectivas e qua- supõe u m a participação parcial d o pesquisador q u e p o d e i n -
lário), a Entrevista ( d i r i ^ d a , não d i r i g i d a lidades. U m estudo D o c u m e n t a l , terferir e m alguns m o m e n t o s , i n t r o d u z i n d o questões especí-
o u livre, semidirigida), o Deperimento, a por e x e m p l o , pode ser beneficia- ficas durante a conversação; p o d e ser estruturada o u d i r i g i d a
História de Vida, o G r u p o Focal. d o e n o r m e m e n t e pela capacida- de m o d o que o pesquisador m a n t e n h a a direção da situação,
de de atenta percepção d o pes- apresentando as questões em u m a o r d e m preestabelecida. As
quisador que observa detalhes no Material estudado. N o estudo Entrevistas s e m i d i r i g i d a e d i r i g i d a são realizadas m e d i a n t e u m
í c o m pessoas, a Observação é utilizada, por e x e m p l o , na Pes- roteiro de perguntas q u e são m e n c i o n a d a s no Projeto d e Pes-
quisa Participante e m que o pesquisador faz registros m i n u c i o - quisa, e m seu anexo. As questões apresentadas na Entrevista
sos nas situações e m que participa e estuda. A Observação d e - p o d e m ser m o d i f i c a d a s (em relação ao r o t e i r o elaborado) d u -
pende d o olhar sensível e curioso d o pesquisador que mantém rante a sua realização, m e d i a n t e novos dados que v e n h a m a
uma postura aberta ao observado, p r o c u r a n d o não influenciar surgir na comunicação.
sua percepção e seu registro, pois deve estar livre de interpre- O Depoimento é u m recurso e m q u e o pesquisador re-
tações e ater-se à finalidade da descrição da realidade, o mais colhe, j u n t o ao pesquisado, u m texto escrito o u u m a c o m u -
fiel possível. nicação oral de uma situação v i v i d a q u e esteja relacionada
O Questionário é u m instrumento estruturado e m forma ao O b j e t o estudado. M u i t a s Pesquisas na área social p o d e m
de formulário, n o qual são apresentadas utilizar o D e p o i m e n t o c o m o u m i n s t r u m e n t o r i c o e m infor-
[...] questões, sistematicamente articula-
das, que se destinam a levantar informa mações que a u x i l i a o estudo de eventos, relacionamentos e
ções escritas por parte dos sujeitos p e s outras experiências humanas.
A técnica da História de vida refere-se à Pesquisa d e " i n -
fp N o caso da Pesquisa realizada c o m Materiais, d e f i n i r os
formações d a v i d a pessoal d e u m o u vários informantes" q u e
P r o c e d i m e n t o s significa descrever a ida aos locais da c o -
p o d e m estar relacionadas à "autobiografia, m e m o r i a l , crónicas,
leta d e dados e detalhar todas as atividades necessárias
em q u e se possa expressar as trajetórias pessoais dos sujeitos"
para o registro d e dados. N o caso da Pesquisa c o m pes-
(SEVERINO, 2 0 1 3 , p. 123). soas, requer a descrição d o c o n v i t e aos Sujeitos e das d e -
O Grupo Focal é u m recurso metodológico criado na Se- mais atividades q u e são necessárias para a obtenção das
gunda Guerra M u n d i a l para avaliar a influência de programas de informações oferecidas pelos Participantes d o estudo,
rádio j u n t o a soldados americanos e q u e vem sendo bastante u t i - tais c o m o a entrega d a Carta d e Informação a o Sujeito
lizado nas Ciências Sociais Aplicadas (GIL, 2008). Consiste e m sobre a Pesquisa e a solicitação d e assinatura d o Termo
reunir u m grupo de pessoas que partilha uma discussão dirigida de C o n s e n t i m e n t o Livre e Esclarecido.
a u m tema o u foco preestabelecido e tem c o m o moderador da
situação, o pesquisador. O objetivo d o G r u p o Focal é obter a p l u -
ralidade de ideias, e não o consenso, baseada na interação gru-
pai q u e favorece a emergência d e dados e insights (GIL, 2008). 1.9.2.4. Análise pretendida
A coleta d e dados d e u m a Pesquisa se
Características principais^ > A Pesquisa Quantitativa, por c o m p l e t a q u a n d o se reaUza a análise de
Técnica
trabalhar estatisticamente os dados, que consiste n o último fator q u e
Utiliza a percepção acurada do observado, que é minuciosamente registrado,
Observação dados, fará uso de medidas compõe a M e t o d o l o g i a estabelecida n o
isento de interpretações; reprodução mais fiel possível d a realidade.
e critérios matemáticos para Projeto d e Pesquisa. Sendo assim, é n e -
Estruturação c o m o formulário, apresenta questões abertas, fechadas o u definir e interpretar os dados cessário d e t e r m i n a r n o Método o t r a t a -
Questionário ambas; formulação das perguntas deve ser clara e objetiva.
de Pesquisa obtidos. m e n t o d e dados q u e será u t i l i z a d o n o
É u m a interação e m que são apresentadas questões do pesquisador a o estudo, c o m a definição da AnáUse d e
Entrevista pesquisado, que é inquirido a responder d e modo direcionado ou livre. resultados p r e t e n d i d a .

É u m a c o m u n i c a ç ã o oral o u escrita que o Participante d a Pesquisa é A apresentação d e dados e m tabelas e quadros é d e n o m i -


Depoimento solicitado a realizar sobre o O b j e t o estudado.
nada séries estatísticas, q u e p o d e m ser estáticas q u a n d o m o s -
É o relato d e u m a ou mais pessoas que reportam informações pertinentes tram uma determinada situação e m u m d e t e r m i n a d o m o m e n t o "
História d e vida ao percurso d e suas vidas, q u e estejam implicadas no estudo e m questão ou "dinâmicas q u a n d o d i z e m respeito a intervalos de t e m p o e
(expressam a evolução dos fenómenos" (SANTOS; PARRA FI-
É u m a estratégia que envolve a discussão de um Tema, por um grupo
( i r ú p o Focai c o n d u z i d o pelo pesquisador q u e faz a moderação das ideias emergentes. LHO, 2 0 1 1 , p. 147-148). O trabalho estatístico p o d e contem-
|)lar vários fatores para análise: a média aritmética, a média
Qu.idro 3 - Descrição das Técnicas de coleta d e dados e suas principais características.
aritmética ponderada, a mediana, a moda, o histograma, curvas
íle frequência, a distribuição n o r m a l , o desvio médio, o des-
()s P r o c e d i m e n t o s d e Pesquisa sâo os 1.9.2.3. Procedimentos vio-padrão, a variância etc. (SANTOS; PARRA FILHO, 2 0 1 1 ,
P.I.S3; 168).
passos dados n o e n c a m i n h a m e n t o d a Descrever os P r o c e d i m e n -
<oleta d e d a d o s ; consiste n o conjunto^ tos d e u m Projeto d e Pesquisa Atualmente, a Pesquisa Quantitativa tem utilizado recur-
(los c u i d a d o s detalhados e tarefas im-^ implica relatar todas as ações sos informatizados o u programas (softwares) para realizar o tra-
picscindíveis q u e estão e n v o l v i d o s na'' que são necessárias para garantir tamento estatístico dos resultados, q u e segundo Pilati e Porto
coiu rt'ii/.a(;ão d o p l a n e j a m e n t o méto- a coleta de dados. i',.(l.), são usuais: Excel, BMDP, M i n i t a b , NCSS, SYSTAT, Stat-
plus, SAS, SPSS (Statistical Packege for Social Sciences). O SPSS
d o |(')J'ÍCO.
ó u n i softWiiro largamente u t i l i z a d o q u e oferec:e vários cálculos elementos configurará a coerência metodológica (ou sua
estatísticos, c o m o : frequências, tabelas cruzadas, análise fato- ausência) no estudo e demonstrará a qualidade d o p l a n e -
rial, regressão linear, regressão o r d i n a l e análise de a g r u p a m e n - j a m e n t o da Pesquisa.
to, entre outros dados (PILATI; PORTO, s.d.).
A análise estatística pode ser u m recurso fundamental A estruturação d o Método q u e define a escolha d o t i p o
para a Pesquisa Quantitativa. C o m o e m todos os Métodos de de Pesquisa, sua Amostra (Material o u Participantes), os Instru-
classificação, a análise estatística propriamente dita, o u Análise mentos utilizados para a coleta de dados, os Procedimentos e a
dos resultados de u m a Pesquisa, se baseia e m fazer a distinção Análise pretendida na Pesquisa pode ser observada n o e x e m p l o
entre desfechos o u resultados devidos ao acaso o u a u m a causa ilustrativo apresentado a seguir.
o u m o t i v o . Existem muitos e diferentes testes estatísticos q u e A apresentação da estrutura e d o conteúdo presentes n o
p o d e m ser empregados de acordo c o m o t i p o de variáveis estu- texto sobre o Método d o Projeto de Pesquisa "Processos de
dadas. Destacamos o fato de q u e a análise estatística p o d e ser Construção e Desconstrução n o Filme 'The W a l l ' (1982) - Aná-
realizada testando-se hipótese o u estimando-se probabilidades. lise Interpretativa nas Perspectivas Semiótica e Psicanalítica" é
meramente ilustrativa para oferecer a possibilidade de visua-
1^ A Pesquisa Qualitativa, ao buscar o e n t e n d i m e n t o da sin- lizar os elementos fundamentais da M e t o d o l o g i a q u e devem
gularidade dos fenómenos, define a Análise de Conteúdo estar presentes no planejamento d o estudo.
c o m o base interpretativa dos resultados. É i m p o r t a n t e destacar q u e o Projeto de Pesquisa de Jo-
nas poderi a ter outra a b o r d a g e m metodológica se os O b j e -
A Análise de Conteúdo se aplica a "textos escritos o u de tivos estabelecidos a partir d o Problema de Pesquisa fossem
qualquer comunicação (oral, visual, gestual) reduzida a u m tex- delineados de outra maneira, e m outra direção de investiga-
to o u d o c u m e n t o " ( C H I Z Z O T T I , 2 0 0 1 , p. 98). Nesse tratamento ção. D i t o e m outras palavras, se Jonas desejasse investigar os
de dados, para compreender o pensamento d o sujeito o pes qui - estudos realizados c o m o f i l m e The Wall até o presente, seu
sador faz uso da interpretação d o conteúdo d o texto o u da m a - Método deveria descrever o u t r o c a m i n h o de Pesquisa, q u e é o
terialidade linguística oferecida, visando alcançar as possíveis de u m a a b o r d a g e m Q u a l i t a t i v a de m o d a l i d a d e Bibliográfica,
significações. A Análise de Conteúdo aborda as mensagens es- c o m a definição de M a t e r i a l e Procedimentos diferente da q u e
tudadas buscando compreender " o sentido das comunicações, apresentaremos a seguir.
seu conteúdo manifesto o u latente, as significações explícitas
o u ocultas" ( C H I Z Z O T T I , 2 0 0 1 , p. 98).
A Análise d o Conteúdo pode d e c o m p o r " u m texto e m
unidades léxicas (análise lexicológica)" o u classificar "segun-
o presente estudo elegeu a Pesquisa Qualitativa,
d o categorias (análise categorial), seja desvelando o sentido de
de natureza interpretativa, como modalidade de abor-
uma comunicação no m o m e n t o d o discurso (análise da e n u n -
dagem metodológica, que irá por meio de Estudo de
ciação)" o u destacando significados e m diversos meios sociais
Caso do filme The Wall encaminhar a investigação de
(CHIZZOTTI, 2 0 0 1 , p. 98).
elementos subjetivos e intersubjetivos presentes nesse
longa-metragem.
N o Projeto de Pesquisa, é fundamental mencionar e m sua
O Estudo de Caso é um tipo de Pesquisa na qual a
M e t o d o l o g i a qual será a Análise de conteúdo, após indicar
investigação científica aprofunda de maneira particular
, a Amostragem, os Instrumentos de investigação e os Pro-
aspectos inerentes ao Objeto de estudo, dando oportuni-
cedimentos da coleta de dados. O c o n j u n t o desses quatro
dade para identificar novos elementos e estabelecer no-
vas relações que permitirão levantar Hipóteses acerca do Ao estudar uma produção cinematográfica, é impor-
Tema estudado. tante considerar que o cinema tem sua linguagem própria
O campo da intersubjetividade e, em especial, da e, como uma forma de comunicação, utiliza para transmi-
produção cinematográfica apresenta muitos desafios na tir sua mensagem basicamente imagens em movimento
medida em que estabelece um território de estudo inter- que, no entanto, se apresentam de modo associado a có-
disciplinar que integra várias áreas do conhecimento. O digos e variados elementos (som, luz, música, textos, falas
filme The Wall oferece possibilidade de análise de ques- etc.) que produzem inúmeros significados.
tões humanas que interagem nos espaços de convergên-
cia entre Música, Linguagem cinematográfica. Semióti-
ca, Psicologia e Sociologia, entre outras.
Para o presente Estudo de Caso, a coleta de dados
É importante considerar que a Metodologia escolhida
será realizada mediante a Observação, técnica que busca
no Projeto de Pesquisa possui um papel fundamental na
captar informações por meio da percepção atenta e do
realização do estudo, já que determina o espectro de pos-
registro cuidadoso, que busca a descrição do observado
síveis resultados por ele alcançados. Sendo assim, vale a
da forma mais objetiva possível.
pena considerar que o presente Estudo de Caso abre uma
A Observação do filme será acompanhada de regis-
perspectiva exploratória bastante favorável a interpreta-
tros que descrevam os elementos semióticos e simbólicos
ções inusitadas acerca da vida subjetiva abordada no en-
do filme The Wall, selecíonados como conteúdos signifi-
redo e da dimensão semiótica de sua comunicação.
cativos a serem analisados.

O material utilizado na Pesquisa é o longa-metragem


Com a finalidade de analisar o conteúdo de The Wall
The Wall, de género musical, cujo lançamento em 1982
em sua perspectiva semiótica e psicológica, o filme será
tem o roteiro e música de Roger Waters e a direção de
assistido inúmeras vezes para proceder à seleção e à
Alan Parker, além das animações de Gerald Scarf.
enunciação de conteúdos estruturais e simbólicos consi-
O filme foi comercializado três anos depois do lan-
derados significativos.
çamento do álbum musical, que teve uma turnê de apre-
A cada nova situação de exposição ao filme, novas
sentação de extraordinárias proporções, em termos de
anotações pertinentes ao enredo serão realizadas, nas
seus efeitos especiais que mostravam um muro que era
quais se destaquem elementos estruturais e elementos
derrubado no final do espetáculo.
simbólicos, ao mesmo tempo que os conteúdos anterior-
Na sinopse que acompanha o filme, TTie Wall é apre-
mente selecíonados forem se mostrando cada vez mais
sentado como um misto de música de Pink Floyd, ima-
representativos para a construção de categorias de Aná-
gens e efeitos de animações que, em sua narrativa, mos-
lise do filme.
tram uma linguagem 'não convencional'.
A definição seletiva das categorias de conteúdos elei-
The Wall retrata a trajetória existencial de um idolo
tas para a análise do filme constituirá as Unidades de
do rock que tem uma carreira bem-sucedida e ao mesmo
Significado, ou os resultados obtidos do estudo a serem
tempo tem uma deterioração de sua dimensão humana.
discutidos na Pesquisa.
O filme de 92 minutos tem como contexto sociocul-
Essa tarefa da busca de identificação de Unidades de
tural, a Inglaterra do pós-guerra e apresenta muitos frag-
Significado ou Indicadores de Análise, como refere Bar-
mentos históricos dos integrantes da banda. ^ , ^ ^ ^ 3 :
Trata-se d o " C o n j u n t o de elementos q u e p e r m i t e m a
din (1995), depende de uma modalidade de leitura flu
identificação, no t o d o o u e m parte, de d o c u m e n t o s impressos
tuante que permite que se destaquem do contexto "nú-
o u registrados e m diversos tipos de materiais" (CERVO; BER-
cleos de sentido" (BARDIN, 1995, p. 105), que organizarão
V I A N , 1 9 9 6 , p. 93).
as temáticas relevantes que evidenciam os significados
As obras utilizadas na elaboração d o Projeto d e v e m ser
centrais presentes na mensagem do filme.
mencionadas u m a a u m a de a c o r d o c o m as Normas de citações
bibliográficas da A B N T - Associação Brasileira de Normas Téc-
nicas. "Esta N o r m a fixa as condições mencionadas n u m deter-
A Análise de Conteúdo em The Wall, dirigida ao con- m i n a d o trabalho [...]" (CERVO; BERVIAN, 1996, p. 92).
junto da obra que reúne o enredo, a linguagem cinema-
tográfica e demais elementos semióticos e psicológicos,
N a listagem de obras apresentadas nas Referências B i b l i o -
será abordada em seus elementos significativos estabele-
gráficas d o Projeto de Pesquisa, é recomendada apenas
cidos nos Indicadores de Análise estabelecidos.
a inclusão das fontes citadas n o Projeto, excluindo-se as
Os Indicadores de Análise serão dispostos de modo obras que embora tenham sido consultadas não foram
organizado segundo critérios definidos a partir dos vá- mencionadas no texto. São válidos artigos, livros, teses e
rios núcleos de sentido identificados em The Wall. outros textos académicos de origem confiável e segura.
As Análises de Indicadores serão realizadas em pri-
meira instância de modo separado, isto é, cada uma das É importante m e n c i o n a r q u e existem outros regulamentos
Unidades de Significado será analisada individualmente. para citações bibliográficas e q u e p o d e m ser encontrados e m
Em seguida, os Indicadores de Análise serão analisados seus documentos oficiais.
em conjunto para a obtenção de uma visão global dos Referências Bibliográficas constituem o p e n t i l t i m o ele-
significados encontrados que possa indicar alguma in- m e n t o apresentado no Projeto de Pesquisa. Seguem-se a elas: o
terpretação conclusiva. Cronograma e os Anexos.
Do ponto de vista semiótico e psicológico, The Wall
poderá oferecer uma perspectiva de análise enrique-
cedora ao olhar das questões existenciais que tangem a 1.11. Cronograma
intersecção de temas individuais e coletivos, pragmáti-
Planejar uma Pesquisa é ordená-la n o t e m p o , c o m p a t i b i -
cos e afetivos, evolutivos e desestruturantes, temporais l i z a n d o metas e realização, o u d i t o de outra maneira, é alinhar
e atemporais, nas dimensões subjetiva e intersubjetiva, atividades e datas, é dispor e m u m a programação ao longo de
presentes na obra. u m período a o r d e m das atividades a serem realizadas para a
concretização d o estudo pretendido.

Referências Bibliográficas consti- ^ : 1 . 1 0 . Referências


t u e m as obras utilizadas c o m o s u p o r t e Bibliográficas 1^ O modelo mais usual de U m Cronograma d e Pesquisa é u m
teórico n a Pesquisa e d e v e m ser a d e - Cronograma é uma tabela m a p a de atividades e datas q u e c o o r -
quadamente mencionadas n o texto e de dupla entrada e m que d e n a a realização d o estudo; nele se
listadas n o final d o Projeto de Pesquisa, identificamos atividades nas e n c o n t r a m especificados t o d o s os p r i n -
de acordo c o m regras estabelecidas. linhas e datas nas colunas. cipais passos d e realização d o planeja-
como segue o exemplo m e n t o d a Pesquisa,
apresentado a seguir I f e
6^
N a medida e m q u e u m Projeto de Pesquisa dos Progra- C R O N O G R A M A D E P E S Q U I S A - Modelo 2
mas de Iniciação Científica é u m trabalho académico q u e se
delineia n o período de u m ano, identificamos nas colunas cor- -.MESES
AÇÃO JAN FEV MAR ABR MAI JUN iUL AGO SET O U T DEZ
respondentes às datas os 12 meses q u e correspondem ao seu AflVHJADB ^ - - . . ^
respectivo planejamento. Sendo assim, se o Projeto de Pesquisa
Revisão d o projeto
estiver determinado dentro de u m período letivo de março a
1
fevereiro, o Cronograma deverá apresentar c o m o início o mês
Ajustes necessários
de março daquele ano e o término será identificado c o m o f e -
vereiro d o ano seguinte; neste caso é importante acrescentar a
Revisão Bibliográfica
identificação d o a n o seguido da indicação d o mês.
2
Seguem dois modelos de Cronograma q u e organizam as
atividades da Pesquisa planejadas no Projeto. Leitura

Fichamento
C R O N O G R A M A DE P E S Q U I S A - Modelo 1 3

6" 8^ Resumo e resenhas


^"""-•^..Çeríodo 1« 2" 3»í 4« 5° 7° lia
mês nriês mês m f e mês nnês mês nr»ês mês mês mês
/ V i v i d a d ^ ' ^ ^ mês
Escrita inicial
Revisão d o
X 4
Projeto
Aplicação metodológica
Pesquisa
X X X
Bibliográfica

Fichamento de Coleta d e dados


X X X
textos 5
C r u z a m e n t o de dados
Coleta de dados X X

Escrita final: responder


Relatório Parcial X X X
ao Problema de Pesquisa
6
Tratamento de Relatório final e m forma
X X X
dados de artigo.

Relatório Final X X
Revisão ortográfica
7
Artigo científico X intrega para apreciação
da comissão julgadora.
Rcvisão(ões)
X
ortográficaís) Apresentação e m Evento
H
Científico
Apresentação e m
X
eventos
É interessante considerar q u e o Cronograma, além de
(k^stacar as tarefas centrais da realização da Pesquisa, também
mostra o compromisso c o m a sua concretização dentro d o pra-
zo determinado, atendendo seus objetivos.

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