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Estruturas Básicas dos Apêndices:

Protopodito (Coxa, Base): O protopodito é a parte basal dos apêndices dos


crustáceos e serve como a base de ligação para outras estruturas. Ele é crucial
para a movimentação e manipulação de alimentos. A coxa, que é a porção proximal do
apêndice, é uma parte fundamental para a locomoção dos crustáceos.

Perion e Periopodes: Os perion são apêndices locomotores geralmente encontrados em


crustáceos, como os caranguejos. Os periopodes consistem em apêndices semelhantes a
patas que desempenham um papel importante na locomoção e na captura de alimentos.

Pleion e Pleópodes: Os pleion são apêndices natatórios que muitos crustáceos


possuem. Eles são particularmente importantes para a locomoção aquática e para a
aerodinâmica dos crustáceos durante a natação. Os pleópodes são apêndices
especializados usados na reprodução e na transferência de espermatozoides nos
crustáceos.

Nutrição:

Os crustáceos exibem uma ampla variedade de estratégias nutricionais, o que os


torna uma classe diversificada em termos de dieta. Suas estratégias incluem:

Suspensão: Alguns crustáceos, como os copépodes, alimentam-se de partículas em


suspensão na água, como fitoplâncton e detritos orgânicos. Eles utilizam apêndices
especializados para capturar e filtrar essas partículas.
Maxila: As maxilas são apêndices em forma de estruturas foliáceas que estão
localizadas na parte central da boca do crustáceo. Elas desempenham um papel
importante na suspensivoria, pois são equipadas com cerdas ou setas finas e
ramificadas que funcionam como filtros. Quando o crustáceo move a água através de
sua boca, as maxilas filtram as partículas em suspensão, retendo alimentos como
plâncton, partículas orgânicas e detritos.
Mandíbula: As mandíbulas são estruturas fortes e móveis que ficam próximas às
maxilas. Elas são responsáveis por triturar e manipular o alimento. Quando as
partículas são capturadas pelas maxilas, as mandíbulas ajudam a quebrar essas
partículas em pedaços menores que podem ser mais facilmente digeridos.
Maxílula: A maxílula, também conhecida como maxílula maxilípede, é um apêndice que
auxilia na captura e no transporte de partículas de alimento para a boca. Ela é
encontrada na parte anterior da boca e desempenha um papel na coleta de partículas
e na movimentação delas em direção às maxilas e mandíbulas para posterior
processamento.

Parasitas: Alguns crustáceos são parasitas que se alimentam dos fluidos corporais
de outros animais. Isso pode incluir parasitas de peixes, moluscos e outros
crustáceos.

Carnívoros: Muitos crustáceos são predadores e se alimentam de outros animais, como


pequenos peixes, moluscos, vermes e outros crustáceos. Eles usam suas garras e
apêndices para capturar suas presas.

Herbívoros: Alguns crustáceos, como os cracas, se alimentam de material vegetal,


como algas e micro-organismos. Eles raspam ou trituram o alimento usando suas
mandíbulas ou maxilas adaptadas para esse fim.

Transporte Interno:

Trocas Gasosas: Em crustáceos, as trocas gasosas ocorrem principalmente através de


brânquias. A cutícula também desempenha um papel nas trocas gasosas, mas é menos
eficiente que as brânquias.
Sistema Circulatório Aberto: A maioria dos crustáceos possui um sistema
circulatório aberto, no qual o sangue, chamado hemolinfa, circula livremente nos
seios do corpo. Isso difere do sistema circulatório fechado encontrado em
vertebrados, como os humanos.

Excreção:

Glândula Verde/Coxal: A glândula verde ou coxal é um órgão excretor que ajuda na


eliminação de produtos de excreção, como a amônia, dos fluidos corporais dos
crustáceos.

Amoníaco: A excreção de amônia é comum em crustáceos. A glândula verde e outros


órgãos excretores desempenham um papel na eliminação desse resíduo nitrogenado.

Par de Nefrídeos: Os nefrídeos são órgãos excretores encontrados em pares em muitos


crustáceos. Eles estão envolvidos no equilíbrio iônico e na regulação do volume dos
fluidos corporais.

Sistema Nervoso:

Cérebro, Gânglios e Axônios Gigantes: Os crustáceos possuem um sistema nervoso


central com um cérebro e gânglios nervosos que coordenam as funções do sistema
nervoso. Alguns crustáceos, como o caranguejo eremita, têm axônios gigantes que
permitem movimentos rápidos, como o fechamento rápido de suas garras.

Estatócito: O estatócito é um órgão sensorial que ajuda os crustáceos a manter o


equilíbrio e a orientação em relação à gravidade.

Cerdas e Proprioceptores: As cerdas sensoriais e os proprioceptores são importantes


para a percepção tátil e espacial dos crustáceos.

Cerda Sensorial: As cerdas sensoriais são estruturas sensoriais sensitivas que


auxiliam na detecção de estímulos ambientais, como toque e vibrações

Reprodução e Desenvolvimento:

Maioria Dioicos: A maioria dos crustáceos é dioica, o que significa que há machos e
fêmeas separados. Cada indivíduo pertence a um dos sexos.

Fertilização Interna e Cópula: Muitos crustáceos realizam a fertilização interna,


na qual o macho transfere os espermatozoides diretamente para a fêmea durante uma
cópula. A cópula é o ato de acasalamento entre macho e fêmea.

Alguns Hermafroditas: Embora a maioria dos crustáceos seja dioica, existem


exceções. Alguns crustáceos, como certos caranguejos eremitas, são hermafroditas, o
que significa que possuem órgãos sexuais masculinos e femininos em um único
indivíduo.

Estágios de Desenvolvimento:

Náuplio: O náuplio é o primeiro estágio larval que muitos crustáceos passam após a
eclosão dos ovos. Eles são geralmente pequenos e têm um corpo simples, com
apêndices especializados para a natação.

Metanáuplio: O metanáuplio é um estágio larval subsequente após o náuplio,


caracterizado por um maior desenvolvimento dos apêndices e órgãos sensoriais. Esse
estágio prepara o organismo para a fase adulta.
Ciprís (Cracas): Os ciprís são larvas de cracas, que são crustáceos sésseis que
vivem fixados em superfícies sólidas, como rochas ou cascos de tartarugas. Os
ciprís são larvas planctônicas que passam por metamorfoses antes de se tornarem
cracas adultas.

Copepodito: Os copepoditos são larvas de copépodes, que são pequenos crustáceos


planctônicos. Eles também passam por várias metamorfoses antes de atingirem a fase
adulta.

Protozoea: A protozoéa é um estágio larval que ocorre em algumas espécies de


crustáceos, como caranguejos. É um estágio intermediário entre o estágio de zoea e
a fase de megalopa, e os animais nesse estágio passam por mudanças morfológicas
significativas antes de se tornarem adultos.

Classe Malacostraca:
Uma das maiores classes de crustáceos, com cerca de 23.000 espécies viventes.
Corpos segmentados com uma tagmose padronizada: 5 segmentos cefálicos (cabeça), 8
segmentos torácicos (tórax), 6 segmentos abdominais e um telson na parte posterior.
Presença de apêndices abdominais especializados que desempenham funções diversas,
como locomoção na água, ventilação das brânquias e reprodução.
Diversidade de formas e estilos de vida, ocupando habitats que vão desde a água
doce até ambientes marinhos.
Adaptações específicas para atender às necessidades ecológicas de cada espécie.
Variedade de estratégias de alimentação, padrões de reprodução e estruturas de vida
na classe Malacostraca.

Apendices Torácicos Semelhantes: Os apêndices torácicos dos malacostráceos são


semelhantes entre si, o que significa que os apêndices das diferentes partes do
tórax (thorax) tendem a ter uma estrutura básica que se repete. Esses apêndices
torácicos podem ser usados para uma variedade de funções, como locomoção,
manipulação de alimentos e defesa.

Endopódio para Agarrar/Deslocar: O endopódio é uma parte de apêndices torácicos que


frequentemente se desenvolve para ser utilizada no agarre e deslocamento. Ele pode
ser modificado de várias maneiras, dependendo da função do apêndice. Por exemplo,
em caranguejos, o endopódio das patas dianteiras é frequentemente desenvolvido em
uma garra poderosa usada para agarrar e manipular alimentos.

Pleópodes Birremes: Os pleópodes birremes são apêndices abdominais modificados


encontrados em muitos malacostráceos, como camarões e lagostas. Eles têm duas
ramificações (birremes) e desempenham várias funções, incluindo:

Natação: Os pleópodes birremes são usados para a locomoção na água, permitindo que
os crustáceos nadem.
Cavar: Alguns malacostráceos usam os pleópodes birremes para cavar e criar tocas no
substrato.
Criação de Correntes: Em certas espécies, esses apêndices são usados para criar
correntes de ventilação que levam água às brânquias, ajudando na respiração.
Incubação de Ovos: Em fêmeas de algumas espécies, os pleópodes birremes são usados
para transportar e proteger os ovos até que eclodam.
Gonópodes Copulatórios: Os gonópodes são apêndices especializados que desempenham
um papel fundamental na cópula e na transferência de esperma em crustáceos. Eles
são encontrados em machos e são frequentemente modificados de forma apropriada para
a transferência eficiente de esperma para a fêmea durante o acasalamento.

Diversidade dos Decapoda:

Os Decapoda são caracterizados por uma série de características distintivas que os


diferenciam de outros crustáceos. Eles são, em geral, grandes e muitos deles são
considerados comestíveis, o que os torna economicamente significativos em várias
partes do mundo. Além disso, a ordem Decapoda é extraordinariamente diversificada,
com mais de 10.000 espécies conhecidas. Isso a torna uma das maiores ordens de
crustáceos.

A grande maioria dos Decapoda é marinha e habita ambientes bentônicos, o que


significa que eles vivem no fundo do oceano, frequentemente em associação com o
substrato marinho. Essa adaptação a habitats bentônicos é uma característica
distintiva desse grupo.

Características dos Decapoda:

Antenas Birremes: Uma das características distintivas dos Decapoda é a presença de


antenas birremes, o que significa que eles têm dois tipos de antenas. Uma é curta e
robusta, enquanto a outra é longa e fina, o que é uma adaptação para a detecção de
diferentes tipos de estímulos ambientais.

10 Pereópodes: Os Decapoda possuem dez pares de pereópodes, também conhecidos como


pernas ambulatórias. Essas patas desempenham um papel fundamental na locomoção e na
manipulação de alimentos.

Forma do Corpo: Os Decapoda semelhantes a camarões têm corpos cilíndricos ou


achatados lateralmente, o que lhes permite uma forma hidrodinâmica, facilitando a
natação e a locomoção na água.

Abdômen Muscular: Possuem um abdômen muscular, que é uma característica que


contribui para a flexibilidade do corpo e a capacidade de realizar movimentos
complexos, como o enrolamento da cauda.

Cefalotórax com Rosto Serrilhado em Quilha: O cefalotórax, a parte anterior do


corpo que inclui a cabeça e o tórax, muitas vezes tem uma quilha e pode apresentar
características serrilhadas ou estriadas, o que é uma característica distintiva.

Exoesqueleto Fino e Não Calcificado: O exoesqueleto dos Decapoda semelhantes a


camarões é relativamente fino e não calcificado. Isso os torna mais flexíveis e
menos rígidos em comparação com outros crustáceos, permitindo que eles se movam com
facilidade.

Pléopodes para Natação: Os Decapoda semelhantes a camarões têm pléopodes bem


desenvolvidos que desempenham um papel importante na natação. Essas estruturas nas
regiões abdominais permitem que eles se movam rapidamente na água.

Rápida Flexão Ventral do Abdômen: Uma característica comportamental notável é a


capacidade de realizar uma rápida flexão ventral do abdômen, o que lhes permite
executar movimentos ágeis e escapar de predadores.

Habitat Bentônico: Assim como as lagostas, esses Decapoda têm um estilo de vida
bentônico, o que significa que eles vivem no fundo do oceano ou de corpos de água,
frequentemente associados ao substrato marinho. Eles se adaptaram a esse ambiente
específico.

Forma Achatada Dorso-Ventralmente: Esses crustáceos têm corpos achatados dorso-


ventralmente, o que os torna bem adaptados para rastejar e se esconder em tocas ou
cavidades no fundo do mar. Essa forma achatada é uma adaptação para viver em locais
de esconderijo e proteção.

Pernas Mais Robustas (Primeiro Par Quelípodes): O primeiro par de patas, conhecido
como quelípodes, é mais robusto e geralmente tem pinças maiores. Essas patas são
usadas para capturar alimentos, cavar tocas e se defenderem contra predadores.
Pléopodes Não Natatórios: Ao contrário de outros Decapoda, como camarões, esses
Decapoda têm pléopodes que não são adequados para a natação. Em vez disso, eles
desempenham um papel na ventilação, ajudando na circulação de água sobre as
brânquias para obter oxigênio.

Flexão do Abdômen e Corpo Ovóide: Esses Decapoda têm um corpo geralmente ovóide, o
que significa que são mais arredondados e globulares em sua forma geral. O abdômen
desses crustáceos é altamente flexível e capaz de dobrar e se adaptar para cavar e
criar tocas ou abrigos subterrâneos.

Adaptações para Enterrar: São altamente adaptados para cavar e se enterrar no


substrato. Isso inclui a presença de apêndices especializados, como patas com
espinhos ou processos, que ajudam a escavar o solo ou a areia. Além disso, suas
brânquias podem ser modificadas para retirar oxigênio da água dentro da toca,
permitindo-lhes viver em ambientes de baixa oxigenação.

Quelípodes Ausentes em Filtradores: Diferentemente de alguns outros Decapoda, esses


crustáceos, semelhantes a tatuís, geralmente não possuem quelípodes bem
desenvolvidos, especialmente se eles são filtradores. Em vez disso, eles dependem
de estruturas especializadas para a filtragem de partículas suspensas na água, como
maxilípedes ou outros apêndices adaptados para a alimentação por filtração.

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