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RESUMO
INTRODUCTION: From the Brazilian psychiatric reform, new ways of mental health care
were instituted. OBJECTIVE: This paper aims to discuss and problematize the setbacks in
the policies that maintain the Psychosocial Care Center for Alcohol and Drugs (CAPS-AD)
and their impacts on patient care. METHODOLOGY: The narrative literature review was
chosen as a methodological approach. Using the indexes: Psychosocial Care Center for
Alcohol and Drugs, Psychology and Retrogression, from 2016 to 2022, in Google Scholar, 13
studies were selected and included in this review. RESULTS: The results confirm the
scrapping of specialized mental health services, mainly CAPS-AD, and the controversies in
the policies that should guarantee the right to have appropriate care assistance for its users.
CONCLUSION: The revaluation of the biomedical model was identified from the inclusion
of day hospitals, psychiatric hospitals and therapeutic communities in the Rede de Atenção
Psicossocial (RAPS) and the devaluation of multi and interprofessional care.
KEYWORDS: Health Care; Psychosocial Care Center for Alcohol and Drugs; Setbacks;
Alcohol and Drug Users.
1 INTRODUÇÃO
2 MÉTODOS
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Realidade brasileira do cuidado aos usuários de álcool e drogas
O tratamento para adição ocorre a partir de diversos recursos. Neste estudo explana-se
acerca dos mais conhecidos quando se trata de dependência química: a redução de danos e o
tratamento grupal. Este primeiro teve seu início nos anos 20, na Europa, mais especificamente
no Reino Unido, começando como estratégia médica para a redução dos sintomas de
abstinência, prescrevendo cocaína e/ou heroína para os pacientes (ROQUE; GUIMARÃES,
2019).
Roque e Guimarães (2019, p. 8) também discorrem que, a partir dos anos 80, com a
epidemia do vírus HIV entre usuários de drogas injetáveis, surgiu a “necessidade de ações
preventivas efetivas com resultados que não dependessem da adesão destes pacientes aos
tratamentos que objetivam unicamente a abstinência”. Assim, ações como a redução de danos
e o fornecimento de seringas para os usuários tornaram-se importantes para a diminuição dos
casos desta infecção e consolidaram-se no âmbito das políticas voltadas ao tratamento de
pessoas usuárias de álcool e drogas, visto que a adesão ao tratamento baseado unicamente na
abstinência não oferecia os resultados esperados.
Mais recentemente, ocorreu a implementação dos Centros de Atenção Psicossocial
Álcool e Drogas, cujo atendimento é construído a partir de um projeto terapêutico singular
(PTS), realizado em conjunto com o paciente, focando nas atividades de ordem grupal e
reinserção social. Carniel et al. (2020, p. 577), no artigo “Percepção de profissionais de
Psicologia sobre a assistência oferecida aos usuários de CAPS”, relata que os grupos se
tornam um grande aliado no processo terapêutico, visto que o vínculo grupal “se estrutura no
seio das dinâmicas interpessoais, sendo passível de manejo e aprimoramento por meio do
aprender com a experiência”.
A pesquisa supracitada considerou a percepção dos psicólogos trabalhadores do CAPS
sobre o serviço. Identificou-se que os mesmos reconhecem a importância da participação
familiar no tratamento do dependente químico, mesmo que o caminho seja sinuoso e envolva
recaídas, caracterização que retrata o tratamento da dependência, que não é linear (CARNIEL
et al., 2020). Pela perspectiva destes profissionais, o paciente dependente químico é de difícil
adesão ao tratamento, sendo essencial que ele se sinta pertencente ao local que está
frequentando, o que torna as intervenções em grupo mais valiosas e efetivas durante o
tratamento, pois proporcionam a exploração e o trabalho com os sentimentos, promovendo
também processos criativos que auxiliam no enfrentamento de problemas e favorecem o
relaxamento (PICASSO; SILVA; ARANTES, 2020).
Por outro lado, entende-se que as redes entre pacientes criadas a partir da troca de
experiência “servem como fonte potencial de recursos, apoio emocional e informações, sendo
caracterizadas por fomentar interações frequentes, apoio significativo e afeto positivo”
(CARNIEL et al., 2020, p. 577). Este cuidado é congruente com a política de saúde mental
brasileira, que prioriza o cuidado realizado preferencialmente no território, visto que durante
as internações hospitalares, tais grupos e projetos individuais não são o foco do tratamento,
sendo um cuidado centrado na lógica biomédica, onde o paciente é internado para receber um
tratamento, não sendo ativo no seu processo de reabilitação.
Nessa perspectiva, Favero et al. (2019, p. 91) descreve a experiência dos usuários de um
CAPS, enfatizando a importância dos espaços coletivos para o “tratamento, fortalecimento
das relações, do protagonismo e autonomia e contribuição na apropriação sobre o projeto
terapêutico singular”. À luz dessas considerações, fica evidente que tanto os usuários quanto
os profissionais do serviço veem o tratamento dentro do território e longe dos hospitais
psiquiátricos como a estratégia mais válida para a reabilitação dos dependentes químicos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal, 2016.
496 p.
BRASIL. Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001. Dispõe sobre a proteção e os direitos das
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https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10216.htm Acesso em 26 de dez. de
2022.
SANTOS, A. J. D.; et al. Política Nacional de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas:
retrocessos atuais e análise sob a ótica materialista histórico-dialética do usuário de drogas
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SOUZA, C. M. A.; et al. A. Uma análise acerca dos retrocessos nas políticas de saúde mental,
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