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• Anna Freud: é difícil assinalar o limite entre o normal e o patológico na adolescência. Seria
anormal a presença de equilíbrio estável.
• A adolescência é processo e desenvolvimento.
• Ideias de Aberastury: o adolescente realiza 3 lutos fundamentais:
3) o luto pelos pais na infância, os quais tenta reter na sua personalidade procurando o
refúgio e a proteção que significam. Une-se a estes lutos o luto pela bissexualidade
infantil.
O ADOLESCENTE E A LIBERDADE
• Entrar no mundo dos adultos significa para o adolescente a perda definitiva de sua condição de criança. As
mudanças psicológicas que se produzem nesse período e que são correlação de mudanças corporais, levam
a uma nova relação com os pais e com o mundo.
• Busca por uma nova identidade, que vai sendo construída no plano consciente e inconsciente.
• Só quando o adolescente é capaz de aceitar, simultaneamente, seus aspectos de criança e de adulto pode
começar a aceitar em forma flutuante as mudanças do seu corpo e começa a surgir sua nova identidade.
• Quando a maturidade biológica estiver acompanhada de maturidade afetiva e intelectual será possibilitada
a entrada no mundo adulto, munido de sum sistema de valores. Porém, antes disso há uma multiplicidade
de identificações contemporâneas e contraditórias.
• O enfoque da adolescência será sempre incompleto enquanto não se levar em conta a ambivalência e
resistência dos pais em aceitar o processo de crescimento – disfarce de adolescência difícil.
• A dificuldade do adulto para aceitar o amadurecimento intelectual e sexual a criança é a base da moratória
sexual (termo de Erikson).
• Toda a adolescência tem, além da característica individual, as características do meio cultural, social e
histórico.
A busca incessante de saber qual a identidade adulta que vai se constituir é angustiante, e as forças necessárias para
superar esses microlutos e os lutos ainda maiores da vida diária obtém-se das primeiras figuras introjetadas que
formam a base do ego e do superego deste mundo interno do ser.
Anna Freud fala da intelectualização e ascetismo como manifestações defensivas típicas da adolescência. A função
do ascetismo é manter o id dentro de certos limites por meio de proibições e a função da intelectualização é ligar os
fenômenos instintivos com conteúdos ideativos e fazê-los assim acessíveis à consciência e fáceis de controlar.
• Tempo vivencial ou experiencial (tempo rítmico) e tempo conceitual (tempo cronológico).
• Como defesas, o adolescente especializa o tempo, para poder manejá-lo vivendo sua relação com o objeto.
Com este tempo-espaço-objeto pode manejar-se de maneira fóbica ou obsessiva, convertendo as situações
psicóticas em neuróticas ou psicopáticas.
• a busca da identidade adulta do adolescente esteja estreitamente vinculada com a sua capacidade de
conceituar o tempo.
• Na personalidade do adolescente os processos de projeção e introjeção são intensos, variáveis e
frequentes. No adolescente, um indício de normalidade se observa na fragilidade de sua organização
defensiva.
ADOLESCENCIA E PSICOPATIA
O luto pelo corpo infantil perdido leva a uma expressão na ação motora direta. O luto pela identidade e pelo papel
infantil permite a atuação afetiva sem apreensão, passional ou cheia de indiferença, sem nenhuma consideração
racional pelos objetos. O luto pelos pais da infância produz uma distorção da percepção, que facilita a resposta
imediata, global e irracional. Esta tríplice situação traz consigo também a confusão sexual e a da temporalidade, que
caracterizam o pensamento do adolescente.
A elaboração incompleta dos lutos ou a não elaboração de algum deles produzirá fixação ou exageros destes
processos, que poderão ser identificados na conduta psicopática, onde adquirem modalidades de persistência e de
irredutibilidade, que, levando em conta estas considerações, podem ser modificadas mediante o tratamento
psicanalítico.