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BACHARELADO EM PSICOLOGIA
Cajazeiras-PB
2024
REABILITAÇÃO PSICOSSOCIAL: HABITAÇÃO, TRABALHO E LAZER
O capítulo 7 do livro “Políticas e Cuidado em Saúde Mental” aborda o tema da
Reabilitação Psicossocial, focando em aspectos como habitação, trabalho e lazer. Este
capítulo é parte de uma obra que discute a transição do cuidado em saúde mental do ambiente
hospitalar para serviços de abordagem comunitária, um movimento que começou na década
de 1980 e trouxe avanços significativos, bem como desafios. O livro destaca a importância de
profissionais de saúde mental estarem preparados para oferecer um cuidado diferenciado,
especialmente os trabalhadores de nível médio, que têm um papel crucial na conexão entre o
serviço, o paciente, sua família e a comunidade. Segundo a Organização Mundial da Saúde
(2001), a eficácia da abordagem comunitária envolve uma combinação equilibrada de três
ingredientes fundamentais: farmacoterapia, psicoterapia e reabilitação psicossocial.
O governo brasileiro tentou ajudar esses pacientes por meio de dois programas, O
Serviço residencial terapêutico é o Programa de volta para casa. Serviço Residencial
Terapêutico foi a denominação dada a esse dispositivo pelo âmbito do Sistema Único de
Saúde (SUS). O formato organizacional das residências terapêuticas foi definido por meio da
portaria n. 106 em fevereiro dos anos 2000 (Brasil, 2000). Residências terapêuticas são
moradias destinadas a portadores de transtornos mentais egressos de internações psiquiátricas
de longa permanência que não tenham suporte social ou laços familiares que viabilizem sua
inserção social. O número limite por dispositivo é de oito pacientes, com, no máximo, três
por dormitório. A moradia deve dispor de sala de estar, móveis adequados e oferecer um
mínimo de três refeições diárias
O programa "De volta para casa" foi implantado pelo governo federal no dia 31 de
julho de 2003 por meio da lei n. 10.708/2003. Seu eixo principal é a concessão de um
benefício chamado auxílio-reabilitação psicossocial concedidos pacientes acometidos de
transtornos mentais e egressos de internações (Brasil, 2003). Os beneficiários do auxílio
precisam ter estado por, pelo menos, dois anos em hospitais psiquiátricos. O valor mensal
(R$ 320,00 em outubro de 2012) era pago diretamente aos beneficiários, se os pacientes
fossem incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil, o benefício era pago ao
representante legal do paciente. Ao final de 2011, 3.961 pessoas estavam recebendo o
auxílio-reabilitação (Brasil, 2012).
A relação entre trabalho e pessoas com transtornos mentais severos continua sendo
um desafio significativo. Experiências internacionais mostram que pacientes com transtornos
severos são frequentemente excluídos de programas vocacionais, e aqueles disponíveis
muitas vezes não são eficazes. Quando se considera a duração do emprego e a satisfação no
trabalho, os resultados geralmente são desanimadores. Em contraposição a essa face negativa
da questão, existem diversos modelos de cooperativas em todo o mundo que incluem pessoas
com transtornos mentais, tendo como exemplo de sucesso mais conhecido, a Itália. As
cooperativas sociais italianas operam de forma independente, mas mantém uma relação
próxima com os serviços de saúde mental.
A IMPORTÂNCIA DO LAZER
Muitas pessoas por razões diversas possuem pouco lazer, e pessoas com transtornos
severos se encontram nessa condição. Elas acabam por possuir muito tempo livre, de forma
involuntária, isso está associado ao pouco convívio social que é resultado dos estigmas que os
cercam. Para fornecer essa modalidade se pode ter atividades e dispositivos, não precisam
estar ligados a nenhum serviço, mas é bom que tenha agentes que compreendam e gerem
qualidade de vida social para os indivíduos, é bom também que não se limite apenas aos
portadores de transtornos, mas que se unam diversos grupos.
Para prover essa modalidade, pode haver vários tipos de instituições, e com isso
vários tipos de pessoas cuidando da atenção psicossocial, como: músicos, monitores, artistas
e outros. O ministério da Saúde não focalizou um lugar responsável que cuidasse da atenção
psicossocial, no entanto definiu os centros de convivência da atenção básica do SUS como os
espaços de sociabilidade e produção cultural para todo tipo de pessoa, adoecida ou não
mentalmente.
REFERÊNCIAS