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Contemporânea

Contemporary Journal
3(5): 4604-4638, 2023
ISSN: 2447-0961

Artigo

A EFICIÊNCIA DAS AÇÕES REALIZADAS NO


COMBATE ÀS QUEIMADAS NO AMAZONAS E SUA
CORRELAÇÃO COM INTERNAÇÕES POR DOENÇAS
RESPIRATÓRIAS: PERÍODO DE 2015 A 2022

THE EFFICIENCY OF ACTIONS TAKEN TO COMBAT


FOREST FIRES IN AMAZONAS AND ITS CORRELATION
WITH HOSPITALIZATIONS FOR RESPIRATORY
DISEASES: PERIOD FROM 2015 TO 2022

DOI: 10.56083/RCV3N5-062
Recebimento do original: 26/05/2023
Aceitação para publicação: 01/06/2023

Felipe Azevedo da Costa


Graduado em Engenharia Ambiental
Instituição: Centro Universitário Fametro (CEUNI)
Endereço: Av. Constantino Nery, 3000, Chapada, Manaus - AM, CEP: 69050-000
E-mail: felipeedx.dx@gmail.com

José Carlos Alves Roberto


Mestre em Engenharia de Produção
Instituição: Centro Universitário Fametro (CEUNI)
Endereço: Av. Constantino Nery, 3000, Chapada, Manaus - AM, CEP: 69050-000
E-mail: jose.roberto@fametro.edu.br

Sistina Pereira Souto


Especialista em Docência do Ensino Superior
Instituição: Centro Universitário Fametro (CEUNI)
Endereço: Av. Constantino Nery, 3000, Chapada, Manaus - AM, CEP: 69050-000
E-mail: sistinasouto@gmail.com

Suelen Costa Lima


Doutoranda em Entomologia pela Universidade Federal do Amazonas (INPA – UFAM)
Instituição: Centro Universitário Fametro (CEUNI)
Endereço: Av. Constantino Nery, 3000, Chapada, Manaus - AM, CEP: 69050-000
E-mail: suelenlc9@gmail.com

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RESUMO: No Estado do Amazonas as queimadas têm sido crescente durante
os últimos anos, para combatê-las, ações são realizadas por órgãos
ambientais, de modo a minimizar as ocorrências e os seus efeitos na saúde
humana. Este trabalhou objetivou verificar se essas ações realizadas foram
positivas, precisamente entre os anos 2015 a 2022 e comparar com os casos
de doenças respiratórias nesse mesmo período, para verificação foi utilizado
à pesquisa bibliográfica, análise documental e dados quantitativos
publicados, comparando as ações e os números de ocorrências no período
estipulado. Os resultados obtidos mostram que a atuação dos órgãos
ambientais com as ações não foram relevantes em reduzir os focos de
incêndios, através da análise comparativa anual de focos de queimadas,
houve uma variação nos anos de 2015 a 2018 com um aumento expressivo
em 2020, no caso das internações houve uma diminuição no ano de 2016 e
2020 comparado aos anos anteriores e ocorrendo um aumento significativo
no ano de 2022 pelo aumento dos focos das queimadas, este efeito pode ter
sido estimulado pela falta de investimento em projetos novos e melhoria nos
projetos ativos, desligamentos de planos de ação, ausência de tecnologias e
a falta de efetivo das políticas públicas para um cumprimento mais rigoroso
das leis ambientais.

PALAVRAS-CHAVE: Queimadas, Combate, Focos de incêndios, Doenças


Respiratórias, Internações.

ABSTRACT: In the state of Amazonas the fires have been increasing during
the last years, to combat them, actions are taken by environmental agencies
in order to minimize the occurrences and their effects on human health. This
work aimed to verify if these actions were positive, precisely between the
years 2015 and 2022 and compare them with the cases of respiratory
diseases in the same period, for verification was used to bibliographic
research, document analysis and quantitative data published, comparing the
actions and the number of occurrences in the stipulated period. The results
obtained show that the actions of environmental agencies were not relevant
in reducing the outbreaks of fires, through the annual comparative analysis
of fires, there was a variation in the years 2015 to 2018 with a significant
increase in 2020, In the case of hospitalizations there was a decrease in the
years 2016 and 2020 compared to previous years and occurring a significant
increase in the year 2022 by the increase of the fires focuses, this effect may
have been stimulated by the lack of investment in new projects and
improvement in active projects, disconnections of action plans, absence of
technologies and the lack of effective public policies for a stricter compliance
with environmental laws.

KEYWORDS: Burning, Combat, Fire Hotspots, Respiratory Diseases,


Hospitalizations.

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1. Introdução

As queimadas são práticas que colaboram para a destruição ambiental,


causando vários impactos que afetam direta e indiretamente a fauna
alterando as características do solo promovendo também o efeito estufa com
a poluição atmosférica ao emitir gases para o aquecimento global (CAPECHE,
2012). A morte e a extinção das espécies importantes é um dos impactos
causados pelas queimadas descontroladas, além de afetar significativamente
o clima (INPE, 2017). Da mesma forma que gera impactos ecológicos na
mudança da biosfera e alteração no ciclo hídrico, causa grandes impactos à
saúde. O ato de queimar é uma ameaça à saúde humana, a emissão de
poluentes clássicos, material particulado e substâncias tóxicas, afetam
significativamente o sistema respiratório, essas substâncias podem ficar no
ar por semanas. Segundo Andrade (2011), cerca de 2 milhões de pessoas
perdem suas vidas prematuramente devido à poluição atmosférica urbana.
As queimadas são bastante utilizadas na agricultura, para o cultivo de
lavouras, renovação de pastagens, também combate de pragas (ROCHA,
2015). A presença da cinza muda de forma considerável à composição
química do solo, devido o excesso de nutrientes presentes como o cálcio,
fósforo, magnésio e o nitrogênio (EMBRAPA, 2019). O Amazonas representa
mais de 95% de cobertura pela floresta amazônica, sendo uma das maiores
áreas de floresta tropical do mundo, os incêndios e as queimadas no Estado
causam um enorme risco para a conservação da biodiversidade (PRIMACK e
RODRIGUES, 2001; GEA, 2017). O fogo no Amazonas é cultural e difícil de
ser substituído (CABRAL, 2013) e seu uso é proibido nos meses de agosto,

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setembro e outubro, mesmo com uso ou não de técnicas controladas (IPAAM,
2010).
Segundo o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAAM,
2020), A Organização Mundial da Saúde (OMS), afirma que o contato
constante às fumaças e cinzas produzidas pelas queimadas podem causar:
redução da função pulmonar, incluindo tosse e sibilo, bronquite, inflamação
pulmonar, agravamento de asma e outras doenças pulmonares com irritação
nos olhos, nariz e garganta. Entretanto pessoas com o sistema imunológico
menos resistentes como idosos, crianças e gestantes são mais suscetíveis
aos efeitos das queimadas. Estudos comprovam a relação entre poluição do
ar e morbimortalidade cardiorrespiratória (SILVIA et al., 2018).
Para Magalhães et al. (2011), Félix; Lourenço (2017) e Lima et al.
(2018), a eficiência no combate aos incêndios florestais diz respeito à
minimização do tempo envolvido entre as operações de combate, que são:
detecção, comunicação, preparação e início das operações, mobilização,
implantação de recursos na área da ocorrência e extinção do fogo.
Dados observados no desmatamento na Amazônia Legal até o ano de
2020, descreve que as regiões que concentram maior área desmatada foram
os estados do Mato Grosso, Tocantins, Maranhão, Rondônia e Pará (BORGES,
2023). Desse modo para combater as queimadas sem controle em
localidades mais remotas os brigadistas e o corpo de bombeiros podem obter
uma eficiência pequena no controle dessa problematica.
Sabe-se que as internações hospitalares por doenças respiratórias são
ocasionadas por diversos fatores como vírus e bactérias. Os dados
trabalhados podem ser filtrados para uma melhor precisão do resultado, as
internações por Covid 19 do ano 2020, 2021 e 2022 não foram anexadas a
pesquisa para se chegar a um parâmetro aceitável das internações ocorridas
pelos efeitos das queimadas.
Este trabalho tem como objetivo geral do estudo analisar a eficiência
das ações realizadas pelos órgãos governamentais em reduzir as ocorrências

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de queimadas no Amazonas entre 2015 a 2022 e comparar o efetivo dessas
ações com o quantitativo de internações hospitalares por doenças
respiratórias no mesmo período.
Para atender o objetivo geral foram definidos os seguintes objetivos
específicos:
a) Apontar as operações de combate realizadas por cada órgão no
mesmo período.
b) Levantamento do quantitativo anual de queimadas através da
plataforma consultiva (BDQueimadas) no site
<queimadas.dgi.inpe.br> do INPE.
c) Levantamento do quantitativo anual de internações hospitalares
por doenças do aparelho respiratório no Departamento de Informática
do Sistema Único de Saúde (DATASUS) e pelo Sistema de Informação
sobre internação hospitalar (SIH).
d) Extrair quantitativo de internações dos dos arquivos *RD
referente às AIH (Autorizações de Internação Hospitalar) emitidas no
Sistema Único de Saúde (SUS) com o auxílio do ‘software’ TabWin
disponibilizado pelo DATASUS.

2. Fundamentação Teórica

A Fundamentação Teórica é a base de conhecimento que sustenta a


pesquisa, pois através de um outro ponto de vista elaborado e registrado
sobre o tema abordado, pode se agregar e desenvolver um outro tipo de
pesquisa.
Azevedo (2016) descreve que a fundamentação teórica representa a
premissa teórica a partir da qual será feita a análise de dados da investigação
e sua estrutura prova o domínio que o pesquisador tem sobre o assunto,
cada fundamento a ser aplicado ao longo do trabalho será abordado em uma
seção própria da Fundamentação Teórica.

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2.1 Prática da Queima

A queima da vegetação superficial vem passando de geração a


geração, e praticada por determinadas povos como os índigenas, ribeirinhos,
quilobolas e micro agricultores. O ato das queimadas continua sendo um dos
meios de limpeza e preparação do solo mais utilizado no brasil, é uma prática
barata, cultural e muito utilizada por agropecuários que atuam na floresta
amazônica. De acordo com Cochrane (2010) o ato de queimar a cobertura
vegetal da terra é altamente eficiente para reduzir os resíduos encontrados
e também obter êxito na aplicação de fertilizantes contra pragas.
Segundo Jesus et al. (2020) Os órgãos competentes, preocupados com
os transtornos causados pelas queimadas sem controle que causam desde a
degradação ao meio ambiente até males à saúde, evoluíram um método
considerado sustentável, conhecido como queima controlada e regulada.
Mesmo sendo um método legal e barato, o ato da queima gera
consequências, Machado (1998) afirma que o hábito de usar o fogo na
vegetação acaba com o solo e destrói a fauna mesmo trazendo benefícios
econômicos ao agricultor, pois o maquinários e agrotóxicos disponíveis no
mercado são caros.
Filgueira (2021) diz que na maioria das vezes o método da queima
controlada acaba saindo do controle, pois os procedimentos de segurança
não são seguidos corretamente, ela enfatiza que os procedimentos precisam
seguir a risca a legislação do Novo Código Florestal Lei 12651/2012, onde
diz que o acompanhamento técnico de Agrônomo e Engenheiro Florestal deve
ser monitorado pelo orgão competente inserido no Sistema Nacional do Meio
Ambiente (Sisnama).
Quanto às queimadas controladas segundo o Código Florestal
12.651/2012 o art. 8 inciso II, diz que “a queimada controlada precisa estar
com os acordos de manejo florestal elaborados mediante a prévia aprovação

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do órgão gestor, com o objetivo de conservar a floresta nativa e as
características ecológicas da área que podem vir a ser afetadas pelo fogo”.

2.2 Programas de Combate Realizadas pelo Ibama que Atuam No


Amazonas

Cada órgão desenvolve alguma atividade com intuito de minimizar e


combater a ocorrência das queimadas. O IBAMA criou em 1989 através do
decreto número 97.635, o Centro Nacional de Prevenção e Combate aos
Incêndios Florestais (PREVFOGO), política de prevenção e controle de
incêndios florestais, que atua em todo território nacional, essa política
trabalha em conjunto com o Instituto Chico Mendes (ICMBio), também
responsável pela prevenção e controle, porém somente em unidades de
conservação. O PREVFOGO tem como objetivo, promover, apoiar, coordenar
e executar atividades de educação, pesquisa, monitoramento, controle de
queimadas, prevenção e combate aos incêndios florestais no Brasil,
avaliando seus efeitos sobre os ecossistemas, a saúde pública e a atmosfera.
A metodologia de atuação do PREVFOGO é dividido por sete núcleos
técnicos:
● Núcleo de Capacitação e Treinamento;
● Núcleo de Comunicação e Educação Ambiental;
● Núcleo de Contratação e Administração de Brigadas;
● Núcleo de Interagências e Controle de Queimadas;
● Núcleo de Operações de Combates
● Núcleo de Pesquisa e Monitoramento;
● Núcleo de Planejamento e Administração.
A queima poderá ser organizada por órgão competente autorizado e
fiscalizado pelo IBAMA para demarcar a área da queima com objetivo de não
sair do controle.

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Em 25 de novembro de 2016 um esforço para agilizar o combate aos
incêndios florestais no país foi desenvolvido pelo Governo Federal o Centro
Integrado de Coordenação Multiagencial de Ação Nacional (CIMAN),
integrado pelo IBAMA, e várias outras agências federais. O CIMAN vai
monitorar queimadas e incêndios, trocar informações e buscar soluções
comuns durante as operações de combate (IBAMA, 2016).
O CIMAN é um projeto que trabalha com uma equipe maior em
períodos de picos dos incêndios florestais e monitora a região do Amazonas,
área deste estudo. O CIMAN foi utilizado pelos brigadistas durante os grandes
incêndios de 2019 na região de Humaitá e Lábrea.
A questão do Combate está sendo encaminhada através de ações
conjuntas com os Corpos de Bombeiros e Brigadas Contra Incêndios,
normalmente estruturadas em Prefeituras Municipais ou ONGs. Quanto ao
desenvolvimento de equipamentos e tecnologias para atender a essa área, o
setor empresarial do brasil tem desenvolvido e recebido incentivos para
investimento no setor (IBAMA, 2018)
Em 2018 o IBAMA chegou a contratar 1565 brigadistas florestais para
atuação em 78 brigadas federais em 17 estados e no Distrito Federal. O
objetivo é a prevenção e o combate aos incêndios florestais durante o período
de estiagem, que se concentra de junho a outubro. Serão formadas 40
brigadas em terras indígenas, 23 em assentamentos federais e 3 em
território quilombola, além de 7 brigadas especializadas em diferentes
biomas e 5 de pronto emprego.
Em 2019 o Legislativo brasileiro adotou e regulamentou estratégias
para para ampliar as atividades de monitoramento do CIMAN, surgia então
a Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo (PNMIF). Em seu artigo
“Agencia Camara de Noticias”, Natalia Doederlein (2019) diz que a A PL
11276/2018, prevê a criação de meios para a substituição do uso do fogo no
meio rural, tendo como alvo os agricultores tradicionais e os povos indígenas.

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A ideia principal desse método de redução das queimadas era
promissor, iria regulamentar as queimadas controladas pelos indígenas,
ribeirinhos e agropecuários com um conjunto de regras a ser seguidas a
fiscalização seria constante, citando exemplos como compostagem, crédito
para compra de maquinários e plantio direto.
No ano de 2021 o CIMAN passou por uma reformulação passando a se
chamar Centro Integrado Multiagência de Coordenação Operacional Federal
(Ciman Federal) e foi anexado ao Comitê Nacional de Manejo Integrado do
Fogo.
Segundo a relatora Rosa Neide (2021) o programa será ampliado aos
órgãos estaduais, defesa civil e ao Corpo de Bombeiros. Assim, esses órgãos
poderão ter acesso ao Sistema Nacional de Informações sobre Fogo
(Sisfogo), o sistema de dados do IBAMA.
O processo foi encaminhado ao Senado em outubro de 2021 para
votação e vigência e seu status e de em processo de análise, devido a
conflitos em termos envolvendo os recursos para implantação e entraves
como segurança, contratação e treinamento dos brigadistas, seguro de vida
e adequações para áreas quilombolas e de preservação indigena.
De acordo com o PREVFOGO (2022) o fortalecimento do sistema
contou com o investimento financeiro do Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico (BNDES), concedido ao IBAMA para a aquisição de equipamentos,
melhorias de serviços e modernização da estrutura.
A PREVFOGO é bem executada quando a quantidade de brigadistas
treinados atende a necessidade de regiões, no Estado do Amazonas um dos
mais atingidos por queimadas sem controle, o Governo do Estado iniciou
investimentos no programa para reduzir as queimadas no estado,
principalmente na região sul onde o número de queimadas e alta. Junior
(2017) no início de suas atividades no fim dos anos 1980 o PREVFOGO seria
executado pelo Corpo de Bombeiros, as comunidades locais, voluntários e
brigadistas, a partir do Decreto nº 2.661/98 o seu corpo de brigadistas e

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combatentes de queimadas poderia ser executado por outros órgãos públicos
cada um seguindo seus critérios de seleção.

2.3 As Operações de Combate Coordenadas pela Sema na Região Sul


do Amazonas

A Secretaria de Meio Ambiente (SEMA) lançou em 2016 um plano de


prevenção, controle, combate e monitoramento a focos de calor através de
parceria com o Governo Federal, Estadual e Municipal. Entre as ações a
campanha “DIGA NÃO AO FOGO VOCÊ TAMBÉM” foi levada a mais de 22
municípios por uma equipe ou serviços da SEMA, IPAAM e Corpo de
Bombeiros. A princípio a campanha serviu como conscientização e
informativa principalmente alcançando o público alvo das regiões com
maiores índices de queimadas.
Marcelo Santos (2016) afirma que em 2015, o número de focos de
queimadas no estado chegou a 2.853, o que podemos considerar recorde em
relação aos anos anteriores, dada na ordem por maior número de focos nos
municípios de Autazes, Presidente Figueiredo, Itacoatiara, Careiro, Careiro
da Várzea, Manacapuru, Manaquiri, Silves, Manaus, Rio Preto da Eva,
Iranduba, Novo Airão e Itapiranga.
As ações continuaram nos anos seguintes, destacando-se a Operação
Curuquetê ocorrida em 2018. Segundo Taveira (2019) já foram realizadas
atividades de estratégia e planejamento, reconhecimento dos pontos críticos
que serão objeto de ação da operação com base em dados de inteligência,
tanto do IPAAM quanto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). A região
com maior foco da operação foi a região sul do Estado, além da fiscalização
à ação contínua realizando palestras, oficinas de orientação e sensibilização
ambiental.

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As ações da operação surtiram efeitos imediatos, o município de Apuí
saiu da lista dos 10 municípios brasileiros com mais focos de queimadas.
Duas bases da operação foram montadas em Apuí e Humaitá.
Uma força tarefa em conjunto foi criada na região sul, Melo (2019) o
exército brasileiro irá trabalhar na garantia da lei e da ordem na região, com
treinamento na força operacional, na logística, e na inteligência a fim de
combater as queimadas na região.
O aumento da poluição atmosférica pela fumaça das queimadas na
Região Metropolitana de Manaus, capital do Amazonas, fez a SEMA
intensificar as operações de combate às queimadas, criando parceria com o
ICMBio, A fim de aumentar o número de brigadistas que se encontravam em
número baixo, mesmo com a inclusão do Corpo de Bombeiros e da Defesa
Civil administrados pela Governo do Estado do Amazonas.
No ano de 2019 a Operação Curuquetê teve maior relevância devido à
fiscalização, essa força tarefa embargou 1,625 hectares, multando as
irregularidades. As operações também incluem patrulhamento nas estradas
do sul da Amazônia, fiscalização de veículos para apurar o transporte de
material inflamável, coibindo a criminalidade (SEMA, 2019).
A segunda fase da Operação Curuquetê está anexada no Plano de
Prevenção e Combate ao Desmatamento e Queimadas no Amazonas
(PPCDQ-AM) e intensificou a fiscalização e o combate às queimadas, nessa
nova fase da operação a capital do Amazonas também foi integrada. O foco
da operação também se voltou para as Áreas de Proteção Permanente (APP).
Para Valente (2020) mais de 90% dos focos de queimadas e
desmatamentos ocorrem na região sul do Estado, devido a grande produção
agrícola e a fertilidade do solo para plantação, é preciso que a força tarefa
da SEMA em conjunto com o Exército Brasileiro executem e combate às
queimadas de forma rápida e eficaz. As primeiras ações da operação
ocorreram no municipio de Humaita entre junho de 2020 a outubro de 2020
e de inicio foi realizada apressencoes de madeira ilegal que são recolhidas

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apos a epoca das queimadas no mes de agosto. A operação recebeu mais
investimento do estado e reforçou sua parceria com o Governo Federal.
No ano de 2021 a Operação Curuquetê 2 realiza um workshop com
objetivo de expansão das atividades e fazer um balanço positivo e negativo
das atividades realizadas no ano de 2020. Segundo o gerente do IPAAM
Raimundo Chuvas (2020) desde que a operação se instalou em Apuí não
ocorreu uma expansão em suas operações, algo que precisa ser revisto em
2021, as dificuldades geográficas da região não permitiam uma realização
com grande eficácia das operações, os objetivos eram fixar as bases
operacionais em Apuí e Humaitá e criar pequenos comandos em municípios
pequenos na vizinhança.
A Operação Tamoiotatá, operação desenvolvida com o resultado e com
a mesma finalidade da operação curuquete 2, tinha como objetivo em 2021
reduzir o número de queimadas e desmatamentos em até 5% a menos que
no ano anterior, para que seja possível atingir essa meta as atividades de
campo começaram com 4 meses de antecedência.
Valente (2021) ressalta que o tamanho territorial do Amazonas é um
dos maiores entraves para a fiscalização, mas que a Operação Tamoiotata
tera maior suporte tecnológico e melhorias de comunicação entre as bases,
os trabalhos se iniciaram em abril do mesmo ano e se estenderão até
novembro. A Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM)
ampliou o número de policiais nos dois municípios Apuí e Humaitá, com
objetivo de garantir a segurança as equipes de combate, para isso foi fechado
um acordo com as Centrais Integradas de Coordenação Operacional
Municipal (Cicop), que irão trabalhar na inteligência das informações, em
articulação com o Centro Integrado de Comando e Controle (CICC)
No ano de 2022 a tecnologia esteve mais presente como ferramenta
de combate às queimadas no estado do Amazonas, a ferramenta ArcGIS foi
bastante utilizada no centro de monitoramento visto que o

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geoprocessamento permite que o fiscal localize em tempo real leitura de
focos de calor no estado, documentos de licenciamento ambiental.
De acordo com Carvalho (2022) o acesso ao banco de dados do Centro
de Monitoramento Ambiental e Áreas Protegidas (CMAAP) permite que com
as coordenadas geográficas geradas pelo mapa facilite a localização e agiliza
uma resposta do centro de comando que se localiza em Manaus para as
equipes de campo que estão nas bases estabelecidas nos municípios.
Segundo os dados do IPAAM (2022) as duas operações realizadas pela
SEMA e com apoio de outras entidades governamentais reduziram em 11.2%
significativamente os focos de calor do Estado nos anos de 2020 e 2021. A
Operação Tamoiotatá está agora em sua terceira fase de expansão, com uma
brigada de 312 pessoas, das quais 137 são funcionários do governo estadual
e 175 são brigadistas treinados pelo governo estadual para fortalecer e suprir
a demanda das equipes.

2.4 A Conscientização Ambiental como Método de Combate Adotado


pela Prefeitura de Manaus

A SEMMAS realiza anualmente o trabalho de combate à ocorrência de


queimadas intensificando campanhas, com os setores de educação ambiental
e fiscalização, suas atividades de conscientização também envolvem
parcerias com a Secretaria Municipal de Educação (SEMED) e o IPAAM.
Segundo Souza (2018) as ações de sensibilização sobre os impactos
negativos das queimadas na saúde da população é de extrema importância.
Sensibilizar, informar, alterar comportamentos e atribuir competências, são
os conceitos básicos para que o cidadão tenha uma educação ambiental.
Araújo et al. (2016, a) afirma que as queimadas nas áreas urbanas são
constantes em período sem chuvas, na área urbana é constante o aumento
da queima dos resíduos gerados pelos moradores. No terceiro trimestre do

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ano é comum ocorrerem casos de queimadas e aumento de fumaça na
cidade.
Araújo et al (2016, b) relata que em outubro de 2016 Manaus foi
coberta por uma intensa nuvem de fumaça, acarretando danos como a
suspensão de voos no aeroporto e aumento no número de hospitalizações
por problemas respiratórios. Através deste relato pode se dizer que a fumaça
originada das queimadas tem efeito imediato sobre a rotina e a saúde das
pessoas.
Em um balanço anual publicado pela Prefeitura de Manaus através da
SEMMAS, todas as zonas da capital tiveram um número expressivo de
denúncias de queimadas.

Tabela 1. Registro de focos de queimadas urbanas por zonas de manaus de janeiro a


outubro de 2016
Zona Focos de Queimadas (Registradas)

Norte 92

Leste 71

Sul 42

Centro-Sul 42

Centro-Oeste 25

Oeste 23

Total 295
Fonte: Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (2016).

De 295 denúncias registradas a SEMMAS atendeu 90.5%, um efeito


das ações de conscientização e da agilidade de resposta na central de
denúncias, o serviço de denúncias sobre queimadas na cidade de manaus,
0800-092-2000, como também todos nos ramais dos setores da secretaria
ou ainda pelo site semmas.manaus.am.gov.br.
Oliveira (2016) diz que todos os funcionários de atendimento passaram
por treinamentos para encaminhar as denúncias ao setor de fiscalização que

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posteriormente encaminha para a equipe de campo. As ações de combate
aplicadas pela prefeitura de Manaus permaneceram sem alteração entre
2016 e 2017. Isso aconteceu devido a redução de 25% nos focos de
queimadas de um ano para o outro.
No ano de 2019 foram sensibilizadas cerca de 8.140 pessoas em todas
as localidades possíveis. Uma grande força tarefa foi realizada pela SEMMAS
com entrega de mudas de plantas, panfletagem sobre os perigos da queima
do lixo e os males que a fumaça causa à saúde, o objetivo principal era levar
ao máximo de pessoas a mensagem “Diga não às Queimadas", a operação
também abordou eventos populares de grande aglomeração de pessoas. A
procissão fluvial de São Pedro, realizada anualmente no mês de junho no
bairro Educandos em Manaus, serviu de local para a campanha, foram
distribuídos mais de 800 panfletos de como reciclar o lixo e evitar queimar.
De 2019 a 2022 a SEMMAS intensificou suas campanhas
principalmente nas escolas e no trânsito da cidade. Nas ruas de Manaus o
público alvo foi os motoristas, a distribuição de panfletos contou com ajuda
dos agentes do Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU). Nas escolas
foram realizadas oficinas e palestras para diversas faixas etárias.
Em 2022 foi o ano que houve um aumento recorde nos focos de
queimadas na região de Manaus, por vários dias no mês de agosto e
setembro a capital amanheceu coberta por fumaça.

Figura 1 - Banner da Campanha “Manaus sem Fumaça”

Fonte: Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (2022)

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De acordo com o titular da SEMMAS Atroski (2022), a fumaça, que
afeta a visibilidade e a qualidade do ar, é causada por uma combinação de
fatores urbanos e rurais relacionados a fatores climáticos, baixa precipitação
e ventos fracos. O período da queima, processo de preparação do solo nos
períodos de plantação dos agricultores, aumenta drasticamente a quantidade
de fumaça nas áreas urbanas, com esse objetivo a prefeitura criou a
campanha “Manaus sem fumaça” campanha municipal que tinha como
público alvo as zonas da capital e do interior que mais estavam queimando.
A campanha atendeu principalmente a zona leste e norte da capital e se
expandiu até os municípios vizinhos da capital, Autazes, Manacapuru,
Presidente Figueiredo, Careiro da Várzea e Itacoatiara. Somente esses cinco
municípios somaram 131 focos de incêndio entre agosto e setembro de 2022.

2.5 Doenças Respiratórias e Internações Ocasionadas pela Inalação de


Micropartículas

O primeiro impacto causado à saúde humana ocorre na inalação dos


materiais particulados lançados na atmosfera pelas queimadas, atingindo
todas as faixas etárias e gerando algum tipo de distúrbio na saúde.
Materiais particulados são pedaços de sólidos ou líquidos suspensos na
atmosfera. Medidos em micrômetros (1 milionésimo de metro) e se esses
pedaços forem menores que 2,5 micrômetros já podem entrar nos pulmões,
causando obstruções e irritações.
Segundo (Lima, 2022 apud WHO, 1979) o sistema respiratório ao
entrar em contato com as micro partículas se aglomeram tanto no trato
respiratório superior como boca, laringe e faringe, como no trato respiratório
inferior como os brônquios, traqueias e alvéolos. O sistema circulatório
sanguíneo do corpo é atingido por esse material devido a adaptação biológica
e química que o material inalado ocorre no corpo humano, causando

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Contemporânea – Revista de Ética e Filosofia Política, v. 3, n. 5, 2023. ISSN 2447-0961


inflamações e desenvolvendo doenças como bronquite, asma e outras
doenças crônicas.
O padrão de material particulados na atmosfera definidos pela
Organização Mundial da Saúde (OMS) e com acordo da Conama das
queimadas entra na classificação de Padrão de Qualidade do ar, com sua
leitura sendo (PM2,5). 25 µg/m³ (média para 24h) segundo a OMS e PM2.5
150 µg/m³ (média para 24h) segundo a Conama.
De acordo com a pesquisa de Costa et al. (2021) no período de 2010
a 2020 o Amazonas foi o estado que mais apresentou um grande número de
internações hospitalares por doenças respiratórias causadas por inalação de
materiais particulados, 1.051 internações por 100.000 habitantes. significa
que o Amazonas é um dos estados mais afetados pela elevação do padrão
de qualidade do ar classificado pela OMS e Conama, causando internações
em larga escala.
Costa et al. (2021) também afirma que o Risco de Internação encontra-
se elevado na região devido a exposição constante a fumaças que
desencadeiam doenças respiratórias como bronquites, asma e rinites.

3. Metodologia

3.1 Procedimentos metodológicos

A definição de procedimentos metodológicos para Menezes et al.


(2019) diz que os procedimentos equivalem a um momento do texto em que
se descreve, com mínimos e obsessivos detalhes, como serão feitos os
passos para se realizar a pesquisa”.
O procedimento inicial, fundamentação de artigos científicos; Leitura
dos dados de registro de focos de calor do satélite CBERS, fornecidos pelo
banco de dados de queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE) e detalhamento das ações no combate às queimadas no estado, obter

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índices e informações do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas -
IPAAM, da Secretária de Estado do Meio Ambiente - SEMA e Secretária
Municipal do Meio Ambiente e Sustentabilidade- SEMMAS.
O segundo procedimento, levantamento de dados quantitativos de
pacientes internados obtidos no Departamento de informática do Sistema
Único de Saúde (DataSUS), no Sistema de Informação sobre Internação
Hospitalar (SIH) no período de 01 de janeiro de 2015 a 31 de novembro de
2022. dados informativos no sistema diagnosticados com doenças
respiratórias. Dados de pacientes com COVID-19 não foram anexados ao
estudo.
O Terceiro procedimento, comparativo dos dados obtidos para a
montagem do gráfico de focos de queimadas e internações hospitalares,
dividido entre dois tópicos principais, o primeiro no período de análise dos
anos 2015 a 2019, seguido pela análise atual do período de 2020 a 2022.

3.1.1 Quanto à Natureza

No estudo quantitativo, quando uma síntese está bem elaborada e


similar, criasse uma possibilidade para comparar os estudos. Assim podendo
se criar uma revisão com síntese estatística Koller (2014).
Como o objetivo principal desta pesquisa é o levantamento de dados
para obter um resultado avaliativo, a pesquisa quantitativa pode ser utilizada
como método de correlacionar as duas variáveis da pesquisa, utilizando
métodos matemáticos.
Segundo Menezes (2019) a pesquisa quantitativa lida com fatos, então
as duas variáveis da pesquisa que serão correlacionadas, devem ter
determinada e mensurada para iniciar a análise.

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Contemporânea – Revista de Ética e Filosofia Política, v. 3, n. 5, 2023. ISSN 2447-0961


3.1.2 Quanto aos fins

Em seu livro Projetos e relatórios de pesquisa em administração,


Vergara (2016) afirma que uma pesquisa pode ser classificada em
exploratória, descritiva, explicativa, metodológica, aplicada,
intervencionista. O tipo de pesquisa explicativa serve para tornar algo de
difícil compreensão, justificando os motivos, seu objetivo é esclarecer quais
fatores contribuem para um determinado fenômeno de uma determinada
maneira.
Para Gil (2017) as bases da pesquisa explicativa são pesquisas
descritivas e exploratórias, pois para dar procedimento a pesquisa é preciso
estudar os fenômenos detalhadamente e descrevê-los. Portanto escolheu-se
a pesquisa explicativa pois através dessa metodologia é possível responder
o por que de um fenômeno como as queimadas florestais, leva a um outro
fenômeno, que são as doenças respiratórias. A finalidade básica da pesquisa
é tratar essas duas variáveis e entender esse fenômeno.

3.1.3 Quanto aos meios

Kleina (2014) afirma que a internet tornou-se um dos meios mais


fáceis de levantamento de dados para desenvolver uma pesquisa, porém é
preciso ter cautela nas fontes de informações. A Pesquisa bibliográfica para
Severino (2017) é o início básico da pesquisa, pois se utiliza informações já
publicadas em artigos, livros e teses e utiliza essas informações como base
teórica para aprofundar a pesquisa.
Encinas (2019) diz que a pesquisa experimental descreve o que
acontecerá quando houver controle sobre os fatores investigativos, e sua
importância reside nas relações de causa e efeito. Os meios de pesquisa
Bibliográfica e Experimental serão utilizados como metodologia neste
levantamento de dados, utilizando as ferramentas seguintes, Google

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Acadêmico, Banco de dados do INPE, Relatórios do IBAMA, IPAAM, SEMA e
Prefeitura de Manaus onde foram utilizados as palavras de busca:
“Queimadas no Amazonas período 2015 a 2019 ”; "Operações de combate a
queimadas”; “Ações de Combate a queimadas no período de 2015 a 2022” e
“Queimadas”.

4. Resultados e Discussões

4.1 Processamento dos dados anuais de focos de queimadas entre


2015 a 2019

No ano de 2015 o número de focos de queimadas no Amazonas foi de


13,419 (GRÁFICO 1), um quantitativo significativamente alto em
comparativo com os anos de 2016, 2017 e 2018, sendo similares nas
ocorrências de queimadas. Em 2019 se observa um aumento expressivo,
com uma totalidade de 12,433.

Gráfico 1: Quantitativo Anual de focos de queimadas no Estado do Amazonas entre 2015 e


2019.

Fonte: INPE, 2020

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As ações do Estado do Amazonas para redução de ocorrências de
queimadas não foram expressivas durante o período estudado. Em 2015 com
um alto índice de focos de queimadas, ações foram feitas e aplicadas em
campo, provocando uma pequena redução por três anos consecutivos, porém
com um aumento no ano de 2019. Também se observou que as ações no
Estado são feitas de forma paliativa para os momentos críticos: picos de
focos, tendo uma redução durante o período das ações realizadas e
aumentando com o abrandamento delas, não se nega o fato do governo
tentar reverter o quadro das queimadas em seus períodos de picos,
destacando as grandes dificuldades encontradas como as matas fechadas e
a extensão territorial do Estado, porém essas atividades devem abranger
períodos maiores e contínuos, as leis ambientais rigorosamente praticadas
com fiscalizações intensas, para que assim se consiga uma eficácia diante
das queimadas no Estado do Amazonas, a média é 12.031 e o desvio padrão
é 906.
Considerando a média + 1 desvio padrão, o máximo de queimadas
aceitável na variação de 2015 a 2019 é de 12 938. Se considerarmos a
constante de 2019, até o final do ano, considerando o valor até 27 de
novembro, dividido por 11 e multiplicado por 12, esse número de queimadas
tende a passar o patamar superior de variação das queimadas, chegando a
estimativa de 13 567 queimadas, 626 acima deste patamar superior,
mostrando uma variação atípica em relação aos últimos 3 anos (2016, 2017
e 2018).

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4.1.1 Processamento dos dados anuais de focos de queimadas
entre 2020 a 2022

Gráfico 2: Quantitativo Anual de focos de queimadas no Estado do Amazonas entre 2020 e


2022

Fonte: INPE, 2020

As ações realizadas pelo Estado do Amazonas para coibir os focos de


queimadas, passaram por mudanças em seu departamento,
consequentemente ocorreu ampliação desses programas desde a sua criação
tanto no número de brigadistas quanto no recurso tecnológico, como
exemplo a Operação Tamoiotatá que se encontra em sua terceira fase
atualmente e se encontra com um quadro de brigadistas e voluntários bem
maior que no começo da Operação Curuquete em 2016. Nos três primeiros
anos dessa nova década ocorreu um aumento bastante expressivo de focos
de incêndio, com um acúmulo de 16.729 em 2020, 14.848 em 2021 e 21.217
em 2022 (GRÁFICO 2).
Em 2020 o mundo entrou em uma emergência global devido a
Pandemia de Covid-19 iniciada logo em março do mesmo ano, e devido às

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medidas de segurança sanitária, muitos grupos de brigadistas, funcionários
do corpo de bombeiros e equipes de voluntários tiveram que limitar sua
atuação no campo. Com uma equipe reduzida às operações de campo na
região limitou as ações de combate às queimadas.
Pode-se observar no Gráfico 2 que o quantitativo de focos de
queimadas registrado no INPE nos três primeiros anos dessa década já
ultrapassou a média de focos dos anos 2015 a 2019, acumulando uma média
de 17.598.

4.1.2 Comparativo dos dados de Focos de Queimadas e


Internações por Doenças do aparelho respiratório entre 2015 a
2019

Gráfico 3: Comparativo de internações de doenças do aparelho respiratório com os focos


de queimadas nos anos 2015 a 2019.

Fonte: INPE, 2020 / Ministério da Saúde - Sistema de Informações Hospitalares do SUS


(SIH/SUS)

Entre os anos de 2015 a 2019, foram registradas 78.282 internações


hospitalares por doenças do aparelho respiratório no Estado do Amazonas
(GRÁFICO 2). No ano de 2015 o total de internações foi de 15.487, em 2016

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houve uma baixa nesse índice, com 14.314 internações. Porém, a tendência
foi só de aumento de casos nos anos seguintes, entre os que apresentaram
maiores casos de internações hospitalares do período se destacam os valores
encontrados no ano de 2019 (16.651 internações), fato que pode ser
justificado pelo alto índice de queimadas no Estado do Amazonas. No ano de
2015 a SEMA lançou uma ação em 22 municípios do estado, os anos de 2017
e 2018 tiveram quantitativos similares com mínimas diferenças tanto no
número de focos de incêndios como nas internações hospitalares.
Os efeitos das ações de combate às queimadas se estagnaram entre
2016 e 2018, ocasionando nenhuma mudança significativa no número de
queimadas, consequentemente os números de internações continuam
subindo gradativamente.
O ano de 2019 foi um ano com um número expressivo de focos de
queimadas e também de internações, apesar das operações e dos embargos
realizados pelos órgãos competentes, em agosto mais de três milhões de
pessoas foram afetados além do limite estabelecido pela OMS, por
substâncias tóxicas de material particulado (PM 2,5) (IPAM; 2020). O
Conselho Nacional Do Meio Ambiente-CONAMA por meio do decreto
491/2018 estabeleceu padrões da qualidade do ar, que determinam valores
temporários de concentração de poluentes, para que a população na
totalidade não padeça por impactos relacionados à emissão de poluentes.

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4.1.3 Comparativo dos dados de Focos de Queimadas e
Internações por Doenças do aparelho respiratório entre 2020 a
2022

Gráfico 4: Comparativo de internações de doenças do aparelho respiratório com os focos


de queimadas nos anos 2020 a 2022.

Fonte: INPE, 2020 / Ministério da Saúde - Sistema de Informações Hospitalares do SUS


(SIH/SUS)

Do ano de 2020 a 2022 somaram-se um total de 46.694 pessoas


internadas segundo o sistema DataSUS (GRÁFICO 4). No ano de 2020
acumulou-se um total de 10.991 internações, uma redução extremamente
significativa em comparação ao total do ano de 2019. Em 2021 o total de
internações chegou aos 15. 204, revelando que o aumento expressivo de 2%
em relação ao seu ano anterior de 2020. Com o salto em mais de 5 mil
internações de 2021 para 2022, é perceptível que o número de queimadas e
de internações de 2021 e 2022 tiveram o mesmo nível de aumento. Esse
aumento pode ser efeito das queimadas que aumentaram em período de
Pandemia, no ano de 2022 as políticas ambientais do Estado sofrem descaso

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com corte de orçamentos e redução de brigadistas. A política de controle
sanitário da Covid 19 limitou a atuação dos brigadistas em certas regiões do
estado, principalmente em Manaus. O número de denúncias de focos de
queimadas aumentou no período de 2 anos entre 2021 e 2022, devido à
escassez de alimentos na região urbana, muitos ribeirinhos e agricultores
tiveram que dobrar sua produção para atender os pedidos, ocasionando
queimadas sem controle.
O ano de 2020 obteve um número bastante reduzido de internações
por doenças respiratórias, o aumento de fiscalização sanitária e a política de
distanciamento social decretado pelo estado ocasionou uma redução no
número de pessoas em ambientes externos, em um ano onde equipamentos
como máscara facial reduzia o número de pessoas respirando Micro
Partículas no ar.
As ações de combate como a Operação Curuquete surtiram um grande
efeito nos primeiros anos da atividade, ocorreu um equilíbrio entre os
registros de focos de incêndio e posteriormente suas ações atenderam a
demanda daquele período. O aumento de registros de 2020 a 2022
corresponde principalmente a efeitos de descaso com as operações e a falta
de adaptação para situações externas.
No Amazonas 87% das internações por doenças do aparelho
respiratório estão relacionadas com a inalação de partículas finas (fumaça),
e para suprir a necessidade dessa demanda foram investidos cerca de 1
bilhão de reais com internações leves e graves por doenças derivadas à
exposição de fumaça (GONÇALVES et al. 2021). Um impacto econômico
significativo se considerar a fiscalização precária que há no mesmo território.

5. Considerações Finais

Constatou-se que os índices mostram que as ações ainda são


insuficientes para um resultado mais significativo, é visível o crescimento

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proporcional tanto no quantitativo de focos quanto nas internações de
pessoas por doenças respiratórias, as ações são efetivas em determinada
localização e ineficazes em outras regiões, isso se dar devido a dificuldade
de acesso e a disponibilidade de tecnologia para as operações. Segundo
TRASEL (2009), políticas públicas são as ações governamentais pautadas no
princípio da legalidade e da eficiência que visam alcançar determinados
objetivos em um dado espaço de tempo. Surgem para controlar e reduzir a
ação do homem contra o meio ambiente (FERRAZ, 2013). Quando as ações
surgem algum tipo de efeito positivo nos números, ocorrem alguns entraves
que os órgãos de combate não respondem com rapidez ao problema
encontrado, ocasionando números altos de focos de incêndio. Dessa forma,
o aumento do número de focos no decorrer dos anos, pode ter sido
impulsionado pela falta do cumprimento das leis ambientais de forma
relevante e principalmente pela falta de empenho em equilibrar os
resultados, principalmente nos últimos três anos, junto a ausência de um
investimento nos projetos existentes ou em tecnologias de suporte. O
aumento exorbitante de internações associadas a doenças respiratórias está
em uma fase crítica entre 2020 a 2022, e pode continuar em crescimento
nos anos seguintes.
Compreende-se que a crise sanitária de Covid 19 é um fator que
prejudicou o andamento das operações no estado. Por fim, sugere-se que
futuras pesquisas sejam feitas em um intervalo de 3 anos e monitorar quais
ações os órgãos de combate vão adotar nesse período, para correlacionar as
ações e os focos de queimadas e o quantitativo de internações ao longo de
anos. Sugere-se uma avaliação sobre os impactos da Pandemia de Covid-19
relacionado às ações realizadas pelos órgãos competentes.

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