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ASSOCIAÇÃO ENTRE SANEAMENTO E SAÚDE, A PARTIR DA

ANÁLISE DOS ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICO DA CÓLERA EM UM


INTERVALO DE DEZ ANOS

Isabela Pires Vieira


Cientista Ambiental pela UFF - Universidade Federal Fluminense
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Saneamento e Ambiental, em andamento – PUC/MG
isabellapires@id.uff.br

Fábio Martins Gomes


Engenheiro de Segurança do Trabalho pela Faculdade de Engenharia de Minas Gerais - FEAMIG
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Saneamento e Ambiental, em andamento – PUC/MG
Fabio.mecseg@gmail.com

Raiane Letícia Primo de Jesus


Engenheira Civil pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – PUC/MG
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Saneamento e Ambiental, em andamento – PUC/MG
pj.raiane@gmail.com

RESUMO

ABSTRACT
INTRODUÇÃO

Segundo o Ministério da Saúde (2008), cólera é uma doença infecciosa intestinal aguda
que afeta o intestino delgado causada pela bactéria Vibrio cholerae, de transmissão
predominantemente hídrica. O agente infeccioso entra no organismo de um indivíduo por meio
do consumo de água e de alimentos que foram previamente contaminados pelo bacilo. As
manifestações clínicas podem manifestar-se de forma assintomática ou com potencial grave,
com diarreia profunda, podendo levar ao óbito o paciente. Visto que, pode resultar em
desidratação rápida, acidose e colapso circulatório, devido a grandes perdas de água em poucas
horas.
De acordo com Pinheiro (2021) a doença pode agravar e chegar em um estado de
incubação que costuma ficar entre um ou dois dias, mas que pode variar de poucas horas até
cinco dias. Entretanto, a maioria dos pacientes infectados com cólera apresenta um quadro de
diarreia leve a moderada, que é igual a qualquer outra forma de diarreia, incluindo as
gastroenterites virais vômitos e dor abdominal que podem ocorrer, mas a febre é um sintoma
incomum.
Normalmente os surtos de cólera, de acordo com Carvalho et. al. (2020), ocorrem
devido à ausência do fornecimento de água potável e à contaminação da água pelo esgoto. Essas
situações ocorrem em locais onde a infraestrutura básica à higiene e ao saneamento básico não
foi implementado, permitindo que a população fique exposta de forma indevida. Tais condições
sanitárias e ambientais são os maiores obstáculos para o controle dos surtos e epidemias de
cólera, locais onde há boas condições de saneamento básico e fornecimento de água potável em
quantidade e qualidade adequadas não há propagação e surtos. Portanto, entender as nuances
entre coleta, tratamento e abastecimento de água é, de forma sistemática é um importante passo
para a prevenção de doenças, nesse caso, a cólera.
Desta forma, o presente artigo trata-se de um estudo ecológico que tem por objetivo
avaliar os aspectos epidemiológico da Cólera na cidade de Belo Horizonte e em três (3)
municípios da região metropolitana, Contagem, Betim e Nova Lima, fazendo comparativos
entre os casos de internação e os aspectos sanitários, de abastecimento de água e esgotamento
sanitário, das regiões em estudo, buscando avaliar a contribuição destes fatos sobre a ocorrência
de casos entre os anos de 2010 a 2019.
MATERIAS E MÉTODOS

Áreas de estudo

A pesquisa analisou dados de 2010 a 2019 da cidade de Belo Horizonte e de três


municípios da região metropolitana, sendo, Betim, Contagem e Nova Lima, ambas pertencentes
ao estado de Minas Gerais, Brasil. Inicialmente, pretendia-se observar sete municípios
localizados na região metropolitana da capital mineira, porém devido à falta de informações
pertinentes ao estudo optou-se por retirar da pesquisa os municípios de Ribeirão da Neves,
Ibirité e Santa Luzia.
Para a escolha das áreas incluídas na pesquisa, foi considerado como critério de escolha
a facilidade de acesso aos dados referentes aos números de infectados e abrangência de sistemas
de saneamento, uma vez que se trata de um estudo com utilização de dados secundários.

Delineamento epidemiológico

Adotou-se como delineamento epidemiológico o estudo do tipo ecológico, no qual é


possível verificar a possível associação entre variáveis através da comparação entre a ocorrência
de doença e/ou condição relacionada à saúde e exposição de interesse entre grupos agregados
de indivíduos, como por exemplo, populações, municípios, regiões e países. Bem como, o
contexto ambiental e social pode afetar a saúde dos grupos populacionais.
Neste sentido, foram adotadas como variáveis de estudo para os critérios ambientais de
saneamento, o abastecimento de água e esgotamento sanitário e como casos, os pacientes
internados por cólera independente do sexo e faixa etário, de acordo com o ano de internação,
separado por município.

Amostragem

Os dados populacionais para este estudo ecológico foram obtidos através de consulta ao
banco de dados do Sistema de Informação Hospitalar do Sus (SIH-SUS), disponibilizados pela
plataforma de informação do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do
Brasil (DATASUS), órgão pertencente a Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa do
Ministério da Saúde, que tem como responsabilidade a coleta, procura e disseminação de
informações sobre saúde.
Quanto os dados referentes às condições do abastecimento de água e esgotamento
sanitário dos municípios em estudo, foram coletados através do SNIS - Série Histórica que é
um programa via web disponibilizado pelo Sistema Nacional de Informação Sobre Saneamento
(SNIS) que possibilita consultar as informações e os indicadores sobre Água e Esgotos e
Resíduos Sólidos Urbanos, desde os primeiros anos de coleta até a atualidade.

Análise dos resultados

Os dados coletados, primeiramente foram tabulados e distribuídos em tabelas por meio


do programa Excel, onde posteriormente, foi calculada a taxa de incidência e gerado gráficos
de dispersão, com linha de tendência e coeficiente de determinação (R²). A taxa de incidência
foi calculada pela Equação 1.

Digite a equação aqui.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

No período avaliado, de janeiro de 2010 a dezembro de 2019, ocorreram 180 internações


por cólera, em toda área de estudo, conforme demonstrado na Tabela 1. Sendo, 48 casos em
Belo Horizonte, 21 em Betim, 93 no município de Contagem e 18 em Nova Lima. Logo,
percebe-se que 51,67% dos casos concentram-se na cidade de Contagem.

Ano 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 Total
Belo Horizonte 32 11 - - - 2 1 1 - 1 48
Betim 5 - 2 2 2 1 2 1 2 4 21
Contagem 20 18 16 11 11 8 7 2 0 0 93
Nova Lima 1 0 1 1 1 0 2 0 3 9 18
Total geral de casos 180
Tabela 1 - Casos de internações por cólera sem distinção da faixa etária.
Fonte: Ministério da Saúde - Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS)

Os gráficos de dispersão demonstrados na Figura X, mostram as taxas de incidência por


municípios a cada ano.
GRÁFICO 1 - ESPECÍFICO - CIDADE DE BH

A abela abaixo demonstra o cálculo da taxa de incidência da doença sobre cada ano na
cidade de Belo Horizonte.

Neste gráfico o número de internações cai no decorrer dos anos, saindo de um patamar
de 32 internações para 01 caso em 2019;
GRÁFICO 2 - ESPECÍFICO - CIDADE DE BETIM

Na tabela acima cálculo da taxa de incidência da doença


No ano de 2010 teve uma queda de 5 internações para 0, e se manteve estabilizado até
o ano de 2018. Após, subida de 2 internações.

GRÁFICO 3 - ESPECÍFICO - CIDADE DE CONTAGEM

Na tabela acima cálculo da taxa de incidência da doença


Em contagem ocorreu uma melhora significativa ao ponto de zerar o indicador

GRÁFICO 4 - ESPECÍFICO - CIDADE DE NOVA LIMA


O número de internações na cidade de nova lima aumentou consideravelmente, saindo
no ano de 2010 de 1 para 9 em 2019, com tendência de alta.

GRÁFICO 5 - GERAL ENTRE AS 4 CIDADES


O resultado geral é satisfatório uma vez que os indicadores de internação sairam no ano
de 2010 de um quantitativo de 58 para apenas 5 em 2018, porém, no ano posterior (2019) a taxa
voltou a crescer, atingindo um patamar de 14 internações. (fazer correlação com o sistema
sanitário...etc)
GRÁFICO 6 - GERAL - TODAS AS CIDADES
CONCLUSÃO

REFERÊNCIAS

ANGELO, J. A. Conceitos Básicos em Epidemiologia. São José dos Campos, 2011.

Lima-Costa MF, Barreto SM. Tipos de estudos epidemiológicos: conceitos básicos e


aplicações na área do envelhecimento. Epidemiol Saúde 2003; 12(4):189-201.
Machado, CJ. Estudos Ecológicos. Disponível em:
<https://epidemiologiaprofessoracarla.blogspot.com/2015/05/estudos-ecologicos-maioria-
das.html>. Acesso em junho, 2021.

https://www.rededorsaoluiz.com.br/doencas/colera

Ministerio da Saude
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_integrado_vigilancia_colera.pdf

Dr. Pedro Pinheiro. CÓLERA – SINTOMAS, CAUSAS E TRATAMENTO. 18/01/2021 -


https://www.mdsaude.com/doencas-infecciosas/colera/#Sintomas

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