Você está na página 1de 3

ATIVIDADE DE ESCRITA

NOME: N.O: TURMA: DATA: _________

Síntese

A partir do texto de A. Costa Ramalho acerca de Erasmo de Roterdão, que constitui


uma entrada de enciclopédia, construa uma síntese bem estruturada do mesmo, com
um mínimo de cento e dez e um máximo de cento e vinte palavras.

Erasmo (Desidério) — Humanista, filósofo, pedagogo e ensaísta holandês


(Roterdão, 27/10/1466? — Basileia, 11/07/1536). Foi o mais notável dos
humanistas europeus do século XVI e aquele que maior influência teve no
movimento cultural do seu tempo. Embora filho ilegítimo e cedo privado dos pais,
conseguiu obter uma boa educação, largamente por esforço próprio. Estudou dos
11 aos 18 anos na escola de Deventer, dos Irmãos da Vida Comum, uma das
melhores da Holanda. Posteriormente, entrou no convento dos Cónegos
Regrantes de Santo Agostinho, em Steyn, próximo de Gouda, onde permaneceu
por sete ou oito anos e fez votos religiosos. Do seu período conventual não
guardou boas recordações. As memórias destes anos irão alimentar,
posteriormente, as suas repetidas diatribes contra a vida monástica.
Aos 27 anos, conseguiu ser nomeado secretário latino do bispo de Cambrai e, dois
anos mais tarde, que o bispo o enviasse para estudar na Universidade de Paris. Foi
para o Colégio de Montaigu, cujas precárias condições higiénicas ganharam fama
através dos seus escritos. Aí adquiriu a sua conhecida aversão aos filósofos
escotistas e à Escolástica que eles lhe pareciam simbolizar. Desinteressando-se da
Escolástica, dedicou-se ao estudo dos clássicos latinos e deu lições particulares.
Um dos seus discípulos, William Bount, Lord Mountjoy, proporcionou-lhe a
primeira das suas numerosas viagens a Inglaterra. Conheceu então (1499) Thomas
More e John Colet, ficando amigo de ambos. Como J. Colet fizesse então em
Oxford lições de crítica textual e exegese sobre as Epístolas de S. Paulo, animou E.
a que procedesse de igual modo com o Novo Testamento. Regressado ao
continente, viaja e estuda.
De novo em Inglaterra, em 1505, convive com os helenistas Linacre, Grocyn,
Latimer e Tunstall. Com Thomas More traduz Luciano. Estas traduções e as de
Eurípedes, além de uma reedição dos Adagia e outras obras, saem em Paris, por
onde passa em 1506, antes de seguir para Itália. Ainda em 1506, é feito Doutor
em Teologia por Turim. Em Itália, prossegue os estudos de grego e prepara novas
publicações. Regressando a Inglaterra, durante a travessia dos Alpes, em julho de
1509, medita no texto de um opúsculo ligeiro que virá a escrever em casa de
Thomas More. É, no título grego, o Encomium Moriae (com jogo de palavras com
o nome latino de More, Morus), ou Elogio da Loucura, a sua obra mais divulgada
hoje. De 1511 a 1514, fica sobretudo em Cambridge, em cuja Universidade é feito
«Lady Margaret Professor of Divinity and Professor of Greek». Trabalha no Novo

ENTRE NÓS E AS PALAVRAS • Português • 10.o ano • Material fotocopiável • © Santillana 1


Testamento em grego e latim e nas Obras de São Jerónimo. Chamado a Basileia
pelo impressor Froben, que preparava edições desses livros, aí publica em 1516 o
Novum Testamentum e os Divi Hieronymi Opera Omnia.
Nesta altura, foi nomeado conselheiro do arquiduque Carlos (futuro imperador
Carlos V), para quem escreve a Institutio Principis Christiani. Em 1517, o Papa Leão
X, a quem dedicara o Novum Testamentum, dispensou-o de usar o hábito de frade e
concedeu-lhe outras regalias. De 1517 a 1521, reside a maior parte do tempo em
Lovaina, onde organiza o Colégio Trilingue. É aí que vem encontrá-lo, em 1519, uma
carta de Lutero em que este diz que gostaria de ver Erasmo aderir à Reforma.
Erasmo respondeu benevolamente e recomendou a Lutero que não recorresse à
violência. A mesma recomendação fez aos inimigos de Lutero. Todavia, depois de
1520, quando foi publicada a bula que condenava Lutero, esta posição tornava-se
insustentável e, ante a pressão dos teólogos de Lovaina, que desejavam ver Erasmo
tomar uma atitude mais significativa contra Lutero, o humanista refugiou-se em
Basileia, no outono de 1521. Entretanto, os ataques do luterano Ulrich von
Hutten, aliados à intolerância dogmática de Lutero, e ainda os desejos
manifestados pelo Papa de que Erasmo se pronunciasse, levaram-no a escrever,
em 1524, o De libero arbitrio contra as teses deterministas de Lutero. O
reformador respondeu com o De servo arbitrio, em 1526, a que Erasmo ripostou
com o Hyperaspistes (o Defensor), um trabalho extenso em que critica o
movimento luterano. Das obras que continua a compor, uma das mais
importantes é o Ciceronianus (1527), em que defende o seu uso pessoal do latim
como língua viva e troça daqueles que queriam confinar este idioma ao uso
ciceroniano. De 1531 a 1535, Erasmo vive na cidade católica de Friburgo, de onde
mantém correspondência com humanistas e gente grada da Europa, enquanto
prepara reedições e publica novos livros, como o Liber de sarcienda Ecclesiae
concordia (1533) e o De praeparatione ad mortem (1534). Em 1535, volta a
Basileia, para tratar de publicações na casa Froben, e aí morre em 1536, no seio
da Igreja Católica que nunca abandonara.

AMÉRICO DA COSTA RAMALHO, «Erasmo», in Enciclopédia Verbo Luso-Brasileira


de Cultura. Edição Século XXI, vol. 10, Lisboa-São Paulo, Editorial Verbo, 2002,
pp. 556-561 (com supressões).

_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

ENTRE NÓS E AS PALAVRAS • Português • 10.o ano • Material fotocopiável • © Santillana 2


_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

ENTRE NÓS E AS PALAVRAS • Português • 10.o ano • Material fotocopiável • © Santillana 3

Você também pode gostar