Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
GRUTESCA
2
GRUTESCA
3
2. Histórico
GRUTESCA
4
Escoteiro.
Baden-Powell, porém, demonstrava preocupação, conforme explicou em artigo
do "Headquarters Gazette", em não exaurir as crianças pequenas com atividades que
estavam além de sua capacidade física; e também evitar o risco de perturbar os
rapazes mais velhos, os quais poderiam se sentir humilhados em terem de executar as
mesmas atividades que os mais jovens.
Para esclarecer as suas ideias, escreveu no final do ano de 1913 as primeiras
tentativas de denominar os meninos menores e entre as sugestões do chefe estavam
os nomes de: Beavers (castores); Wolf Cubs (lobinhos); Cubs (filhotes); Colts (potros) e
Trappers (ajudante de caçador).
Em 1914, no entanto, B-P. delineou um esquema na “Gazeta da Sede” para a
formação dos Junior Scouts, 2 anos mais tarde substituído pelos Lobinhos, em torno
dos “Livros da Selva” de seu amigo íntimo Rudyard Kipling,
Em suma, Baden-Powell preocupava-se que o novo seguimento / ramo tivesse
suas próprias características, e não fosse uma versão simplificada do programa
dedicado aos escoteiros.
Em 1917, pouco antes do final da Grande Guerra, BP. Cria um regime de Senior
Scouts, Escoteiros Seniores, que mudou seu nome para Rover Scouts no próximo ano,
para qualquer pessoa com mais de 18 anos, com Aventura ao Ar livre e Serviços como
os principais pilares do seu programa.
Mesmo com a criação dos Lobinhos, a pressão continuava os irmãos menores
que os lobinhos também desejavam participar, ainda mais porque eram levados por
seus Pais para assistirem a reunião dos seus irmãos maiores.
Sendo então criado o programa para os Pre-Cubs na Irlanda do Norte em 1963,
pelo 1º Grupo Escoteiro Dromore. Inicialmente foi chamado de “Os Pequenos Irmãos”.
Em 1965, grupos de Belfast se juntaram ao projeto, no final do ano já eram 7
grupos.
A grande expansão aconteceu no ano seguinte, em 1966, neste ano o nome foi
mudado para Beaver (Castor).
Este nome fora sugerido pelo próprio Baden-Powell 50 anos antes, durante a
criação do Ramo Lobinho.
Também neste ano foi definido o uniforme, faixa etária e aprovado o projeto
GRUTESCA
5
educacional de base.
Os anos seguintes foram dedicados na criação dos manuais para apoio aos
líderes. Foram gerados inúmeros documentos e relatórios sobre o andamento do
projeto, os quais foram enviados para análise da Associação dos Escoteiros.
Em 1971, já existiam aproximadamente 900 meninos e 150 líderes, em 60
grupos.
Em 1972, o projeto se expande para outros continentes, e no Canadá são
realizados os primeiros estudos na cidade de Winnipeg para sua implantação. O
Canadá teve um papel importante na expansão dos Beavers. Foram gerados
documentos padrões técnicos e livros, sendo que o programa canadense serviu de
base para vários outros países, inclusive para as primeiras colônias brasileiras.
Em 1973, se formam as primeiras colônias de castores da América, no Canadá.
Em 1974, o projeto foi implantado na República da Irlanda e os primeiros
estudos em Portugal.
Nos anos seguintes foi dado um importante passo, o seguimento passou a se
chamar “Beaver Scouts” e foi criado um grupo de estudo nacional. Este grupo tinha
como objetivo analisar os resultados e sugerir ajustes para unificar os projetos.
No relatório “Wellbeloved”, recomendaram-se alguns ajustes. Para isto foi
escolhida a Escócia para ser realizado um projeto piloto.
Em 1975, foi implantado o projeto “Cachorros” na Guatemala. O projeto é
baseado nas documentações do Canadá.
Em 1978, iniciou estudos para implantação nos Estados Unidos por Robert
Untch (diretor nacional do Cub Scouting - BSA).
Estes estudos culminaram com a criação dos Tigers Cubs, oficializado
posteriormente em 1982.
Em 1983, durante a European Guide and Scout Conference na cidade de Assis -
Itália foi aprovada uma resolução incentivando a implantação da seção pré-cub em
toda Região Européia.
Em 1 de abril de 1986, o Ramo Castor (Beaver Scouts) foi oficializado no Reino
Unido, em 2011 eram 110 mil (2011).
Em 1990, inicia o projeto “KIDd Scouts” nas Filipinas, para crianças de 4 a 6
anos. O projeto foi aprovado no ano seguinte, 1991.
GRUTESCA
6
Em 2012, o Ramo Castor (Beaver Scouts) foi oficializado pelo Arab Scout
Committee, durante as comemorações de 100 anos dos Escoteiros Árabes. Os países
são: Jordânia, Bahrein, Tunísia, Arábia Saudita, Sudão, Omã, Qatar, Kuwait, Líbano,
Líbia, Egito e Iêmen.
Em 2013, os pré-lobinhos chegaram ao número de 468.971 membros em 43
países, segundo o censo escoteiro (WOSM Memberhsip Census 2013).
Em 2015, inicia as atividades do Ramo Castor na Argentina. O projeto de estudo
que durou um ano teve seu início em 1 de julho de 2013. Foi apresentado na
Assembleia Geral realizada em 24 de novembro de 2014, onde foi aprovado.
Em 2017 na reunião do CAN – inicia-se uma nova discussão sobre a faixa etária
no Brasil e sua viabilidade dentro dos escoteiros do Brasil
Castores no Brasil
GRUTESCA
7
GRUTESCA
8
3. A criança de 4 a 6 anos
Os meninos e meninas que compõem esta faixa etária passam por mudanças
físicas emocionais em seu desenvolvimento global, sendo mais significativas entre os 5
e 6 anos, pois coincide com conclusão da Pré́-Escola e o início do Ensino Fundamental.
Para facilitar a compreensão e reflexão sobre esta faixa etária tão especial
abordaremos as características do desenvolvimento físico, psicossocial, afetivo,
espiritual e intelectual de cada idade, no entanto cabe lembrar que esta é uma divisão
didática e que cada indivíduo é único e particularidades podem ser observadas em
virtude de experiências individuais.
GRUTESCA
9
Pesam em médias: meninos: 20 kg; meninas: 12,25 kg; tem altura: meninos:
109 cm; meninas: 94 cm; Perímetro cefálico: meninos: 50,4 cm; meninas: 49,6 cm e
dormem cerca de 10-13 horas
COMPETÊNCIAS MOTORAS
● Aperta um fecho.
GRUTESCA
10
● Despe-se e veste-se sozinha, mas não consegue abotoar atrás das costas.
● Dá cambalhotas.
● Anda a pé 2 a 3 metros.
Aos 5 anos, as crianças são muito ativas e têm períodos de atenção curtos
Aos 5 anos, a criança passa por uma grande transformação. Deixa de ser “bebê”
para se tornar mais Independente, consegue fazer muitas tarefas sozinha, como tomar
banho ou vestir-se.
GRUTESCA
11
● Dá cambalhotas.
GRUTESCA
12
● Corre, pula corda, dança, toca um instrumento, joga à bola, anda de bicicleta,
adora a água
GRUTESCA
13
● Quando se aproxima dos 7 anos, é capaz de atirar uma bola pequena com
precisão e também de a agarrar com uma mão.
● Salta sem esforço, com os cotovelos fletidos, “aterrando” no solo com a zona
plantar anterior dos pés.
GRUTESCA
14
Cada vez mais consciente da sua individualidade, gosta de conviver com outras
crianças e pode ter já dois ou três “melhores amigos” e um ou outro amigo imaginário.
GRUTESCA
15
COMPETÊNCIAS PSICOSSOCIAIS
● Cada vez mais sociável, pode desenvolver uma relação mais estreita com um ou
dois “grandes amigos“.
● Inicia os jogos de regras, esperando pela sua vez de jogar por exemplo.
● Gosta de brincar com crianças da sua idade.
GRUTESCA
16
GRUTESCA
17
● Incutir regras, impor limites, ajudar a lidar com os impulsos (roubo, mentira).
GRUTESCA
18
A mãe é ainda o centro do mundo da criança, pelo que poderá recear a não
voltar a vê-la após uma separação; copia os adultos
Está mais calma. Brinca com meninos e meninas não sendo tão exigente nas
suas relações com os outros; é capaz de brincar apenas com outra criança ou com um
grupo de crianças, manifestando preferência pelas crianças do mesmo sexo.
COMPETÊNCIAS PSICOSSOCIAL
GRUTESCA
19
● Mostra que é capaz de fazer escolhas e que gosta de ser incluída nas decisões
que lhe dizem diretamente respeito.
GRUTESCA
20
Sabem que existem limites sociais Pré́-estabelecidos, têm noção das regras, do
que se pode e não se deve fazer, embora às vezes, tentam transgredir os limites, pelo
seu pensamento egocêntrico. São extremamente curiosos.
Adaptam-se às obrigações cotidianas sem dificuldade.
As crianças não só́ testam os limites dos adultos, mas também, buscam ir além
de suas limitações em termos de proeza física, comportamentos e expressões de
emoção e habilidades de pensamento.
Começam a descobrir a trapaça nos jogos, e podem diferenciar brincadeiras de
meninos e meninas, sem que isso seja um impedimento para que brinquem num ou
noutro. São prestativos, carinhosos, compreensivos e falantes.
Seu egocentrismo os leva a ter dificuldade em respeitar o tempo (querem tudo
já́), mas quando o fazem, exigem que outros façam o mesmo.
3.3.3. Aos 6 anos
GRUTESCA
21
O seu vocabulário é constituído por mais de 1.500 palavras e pode falar horas
seguidas sem mostrar qualquer sinal de cansaço.
ASPECTO INTELECTUAL
GRUTESCA
22
● Inventa histórias.
Por volta dos 5 anos de idade, a criança encontra um interesse crescente pela
existência real, o que lhe oferece os meios para satisfazer as necessidades afetivas e
intelectuais de seu “eu” para “compensar” situações insatisfatórias. Assim, a
assimilação simbólica (ficção) torna-se cada vez menos útil.
O símbolo se aproxima cada vez mais do real, convertendo-se em uma simples
representação imitativa da realidade.
A brincadeira da criança se desenvolve agora na direção da atividade
construtiva ou do trabalho em si. Isto é possível pela sua organização mental, e se
manifesta através de diferentes formas de expressão: desenho, modelagem,
montagem com diferentes elementos, representações dramáticas, etc.
GRUTESCA
23
GRUTESCA
24
ASPECTO INTELECTUAL
● Reconta histórias,
● Capacidade de categorização.
GRUTESCA
25
GRUTESCA
26
ASPECTO INTELECTUAL
● Capacidade de categorização.
GRUTESCA
27
Aos 5 anos, para crianças é fundamental seu ambiente familiar, mas também,
necessitam de relacionamentos sociais com pares para poder crescer e desenvolver
aspectos de sua vida emocional.
Eles apreciam ser elogiados por seus êxitos e precisam de oportunidades para
se sentir mais livres e independentes. Demonstram seu afeto e são muito
espontâneos, expressivos e alegres.
Através do jogo simbólico, as crianças conseguem processar conflitos,
superar seus medos e começar a compreender e adaptar o mundo real à sua maneira.
À medida que a criança vai superando seu egocentrismo e adaptando-se as
realidades do mundo físico e social, os símbolos se aproximam cada vez mais das
situações reais, convertendo-se em uma representação imitativa do que acontece com
elas.
GRUTESCA
28
GRUTESCA
29
4. Os princípios
GRUTESCA
30
A vida na colônia ocorre nos pequenos grupos de forma geral e em suas tocas
que correspondem a pequenos grupos de 4 castores divididos pela cor de sua cauda e
que representam seu desenvolvimento pessoal e cronológico.
Neste ambiente o pequeno castor é recebido de forma ímpar e sua relação com
os demais castores e com os adultos da colônia se estabelece, cabendo a estes adultos
se preocuparem de maneira especial e única com o desenvolvimento individual de
cada novo castor e do acompanhamento do desenvolvimento de todos os castores.
Castores
GRUTESCA
31
Lei e promessa
Atividades Competências
Serviço Jogo
Adultos
GRUTESCA
32
6. O marco simbólico
7. O fundo de cena
GRUTESCA
33
GRUTESCA
34
GRUTESCA
35
GRUTESCA
36
Esses subgrupos são discriminados pela cor da cauda que o CASTOR porta em seu
boné, agrupando crianças com o mesmo intervalo de idade, estratificando, assim, a
Colônia de acordo com o potencial de desenvolvimento.
As Tocas não possuem líderes fixos, porém devem ser organizadas pelos
próprios castores a escolha de um coordenador e seu auxiliar de toca - no momento de
formação ou nos jogos e atividades. Essa designação traz para os castores a
importância de sentirem-se responsáveis, percebendo a confiança que a chefia
deposita neles.
GRUTESCA
37
É importante que a chefia chegue ao local de reunião antes dos castores. Esse
tempo pode ser aproveitado para discutir detalhes da programação e preparar o
equipamento e material que serão utilizados nas atividades. Se um familiar vai
colaborar nas atividades do dia é bom que participe desta sessão prévia.
A chefia deve ir recebendo os castores que vão chegando. Pode ser planejada
uma atividade para esse fim de modo que as crianças fiquem envolvidas com a
programação logo que cheguem ao Lago. Deve ser escolhido um jogo que seja
entendido pelas crianças com um mínimo de explicação.
A colônia deve contar com uma associação mantenedora e ter sua escrituração
realizada adequadamente.
9. O uniforme
É composto por:
GRUTESCA
38
GRUTESCA
39
10. A Promessa
11. A Lei
A Lei do Castor respeita as potencialidades das crianças e procura abranger as
características próprias das crianças dessa idade.
Busca abranger seus interesses como: gostar de animais; ser curioso; alegre;
ativo; brincalhão; ouvir e atender às solicitações de adultos.
Prevê a necessidade de desenvolver atividades em grupo e de iniciar a
socialização. Compõe-se de 4 artigo, da seguinte forma:
12. O Lema
GRUTESCA
40
“VIVER MELHOR”
13. O grito
14. O cumprimento
GRUTESCA
41
GRUTESCA
42
Entretanto, sempre que se programa uma cerimônia, qualquer que seja, é bom
lembrar uma regra básica: faça-a curta, simples e objetiva, especialmente por se tratar
de crianças menores onde a atenção tem seu tempo diminuído.
São elas:
● Cerimônia de Abertura - Batida da Cauda - Usada na abertura da reunião;
● Cerimônia Alimentar o Castor - Corresponde ao preparo do lanche comunitário
(em todas as reuniões) ou à coleta de Gravetos para o dia da passagem;
● Cerimônia da Grande Batida da Cauda - Usado no encerramento da reunião;
● Cerimônia Promessa - Promessa Castor;
● Cerimônia da Cauda - Voltada a registrar o desenvolvimento e o crescimento
da criança.
● Cerimônia do Elo - Marca a Entrada Keeo na Colônia e o início da Etapa de
Castor Elo.
● Cerimônia da Subida do Rio - Utilizado na passagem do Castor Elo para a
Alcatéia quando escolhido o Escotismo ou outro ramo correspondente em outra
GRUTESCA
43
GRUTESCA
44
O chefe abre os braços, dá uma volta e depois os abaixa. Com este movimento
as crianças colocam-se em “Posição de Cortar a Árvore”:
O chefe então pergunta: QUEM SÃO VOCÊS?
E a Colônia responde em tom bem alto e forte: CO-LÔ-NIA DE CAS-TOR.
O Grande Castor está voltado a uma criança que foi designada pelo chefe
naquele momento, e que pergunta à Colônia: E O QUE CONSTRUÍMOS?
Todos respondem em uníssono: UM MUN-DO BEM ME-LHOR.
Em seguida, o chefe faz um sinal com as mãos para se levantarem e emite o
som: “ooo”, começando baixinho e erguendo a voz, até o volume máximo.
A outro sinal do chefe os castores “batem a cauda”.
Ação de bater com palmas das mãos nas costas, com os braços estendidos e
mãos espalmadas, significando a chamada que o Grande Castor faz para atrair a
atenção do restante da Colônia, imitando o barulho provocado pelo mergulho do
Castor na lagoa.
GRUTESCA
45
O chefe pede que a criança faça a saudação do Castor enquanto diz a Lei e a
Promessa. A lei pode ser dita de frente par os pais e a Promessa de frente para o chefe.
A seguir o lenço é colocado no Castor. Pode haver variações nesta parte segundo a
tradição de cada colônia.
GRUTESCA
46
Formação:
Os castores devem trazer biscoitos, bolos, etc., para alimentar o Castor Marrom
dentro do Dique, depositando no recipiente colocado à sua frente. Estes alimentos
serão consumidos no lanche dos castores.
GRUTESCA
47
GRUTESCA
48
GRUTESCA
49
Posição do castor
Duas vezes por ano a programação regular da Colônia deve ser interrompida
para esta cerimônia. Geralmente no início dos semestres.
Nela os chefes e os pais falam com as crianças sobre as mudanças que notaram
nos últimos seis meses e as incentivam a nova conquista. Deve-se conversar com os
castores sobre:
GRUTESCA
50
GRUTESCA
51
Durante todo este mês eles devem conhecer bem a nova chefia, e as crianças
que dela participam.
GRUTESCA
52
fase.
Formação:
Este é um dia muito importante para o castor, pois está prestes a começar uma
nova aventura.
Na cerimônia a Colônia e Alcatéia ou associação escolhida pelos pais se
reúnem. Colônia em formação de Dique e a Alcatéia (trataremos aqui mais
especificamente de cerimônia com ingresso no ramo lobinho – porém adaptações
podem ser feitas segundo o ritual de outras associações) em Círculo de Parada.
Os Familiares se posicionam nas laterais do obstáculo que simboliza a “Subida
do Rio”.
GRUTESCA
53
O Grande Castor diz: “Castores, nós desejamos a vocês uma vida alegre e feliz
junto com seus novos amigos e que façam o Melhor Possível”.
GRUTESCA
54
Sugere-se que nesse dia a criança vá vestida com o uniforme que usará no ramo
em que está sendo aceita sobreposto pelo Colete e boné de Castor. Quando vai ao
“RIO”, ocorre a metamorfose, despindo-se do uniforme castor e chegando à Alcatéia
como Lobinho.
b) Aprender fazendo
GRUTESCA
55
● Como a vida do animal na natureza, o Castor pertence a uma Toca com poucos
elementos, favorecendo a capacidade de cooperação e de organização;
● Cada Toca contém crianças de diferentes idades, do mais novo, ao mais velho -
como nas famílias de Castores - possibilitando a descoberta e aceitação progressiva do
crescimento, amadurecimento e acréscimo de responsabilidade;
● Propicia o sistema de rodízio de liderança.
GRUTESCA
56
GRUTESCA
57
● Entusiasmo
● Paciência
● Respeito
● Delicadeza no trato
● Resistência a frustração
● Conciliador
● Exemplo de conduta
● Disponível para aprender e se atualizar
● Comprometido
GRUTESCA
58
É importante ressaltar que os dois são praticados e que tem sua importância,
sendo o sistema de caudas mais lúdico e concreto para a criança que nesta fase ainda
não lida bem com o sistema mais complexo de avaliação progressiva.
GRUTESCA
59
GRUTESCA
60
É esperado do castor Aprendiz na 2a fase que ele seja capaz ao final do período
de:
Espera-se que:
GRUTESCA
61
Esse período de ambientação tem por finalidade preparar o castor para ingressar na
alcatéia ou outra associação escolhida pela família.
Neste momento o Grande Castor deve entrar em contato com o grupo que receberá o
castor propiciar a ambientação do jovem.
O jovem poderá participar das duas atividades neste período conforme orientação do
Grande Castor e do responsável pelo outro grupo. Neste período o castor deverá:
GRUTESCA
62
GRUTESCA
63
GRUTESCA
64
Cores da cauda para o MÊS DE AGOSTO (idade a ser completada até 31.12):
5 a 5,5 anos verde até 31.12
5,6 a 5,11 anos azul até 31.12
> 6 anos branca * até 31.12
Quadro esquemático da troca de caudas
GRUTESCA
65
Observação: Se o Castor tiver mais de 6 anos de idade e mais de 6 meses na Colônia,
recebe a cauda branca com um raio pintado com tinta prateada.
Todas as trocas da Cauda incluem a confecção de novas caudas pelas próprias
crianças
Apesar desta atividade tomar espaço e tempo muito grandes para serem
organizada e realizada, seu impacto é muito significativo. Guardar, registrar e o
crescimento torna a progressão real e concreta para a criança, e depois será muito
significativa no momento em que o castor deixar a colônia para seguir seu
desenvolvimento.
O processo educativo ocorre no indivíduo e na forma como ele age sobre este
conhecimento e que o método educativo espera que gradualmente esse sujeito
assuma responsabilidades sobre esse seu aprendizado.
GRUTESCA
66
medida que este sujeito mesmo muito jovem irá se desenvolver e ter atitudes frente
aos valores propostos, na busca pela autonomia – nos castores representados pelos
cuidados básicos consigo mesmo; solidários com os demais e serem comprometidos e
responsáveis com seus objetivos e pessoas que os cercam.
Neste processo cada área do desenvolvimento conta com objetivos finais que
serão desenvolvidos através de competências específicas para cada fase da
progressão.
GRUTESCA
67
Saber conhecimento
Saber fazer habilidade
Saber ser e conviver atitude
GRUTESCA
68
GRUTESCA
69
Afetivas
A1- participo de jogos de meninos e meninas
Consigo compartilhar A2 – é capaz de ficar algum tempo sem seus
meus brinquedos e brincar familiares numa atividade da colônia
em grupo A3 – participo de jogos e compartilho com
outras crianças
A4 – participo de atividade com outra colônia
Brinco com meninos e A5 – expresso o que sinto
meninas e com crianças A6 – sou capaz de participar de uma atividade
diferentes em sede sem a presença de meus pais
A7 – respeito a opinião de outro castro
Consigo ficar distante de A8 - Colaboro e sou solidário
meus pais e entendo que A9 – divido meus pertences
eles voltarão A10 – sou capaz de participar de uma
atividade sem meus pais
Caráter
C1- conhece a saudação e seu significado
C2- conhece o uniforme
Conheço minha colônia C3-ouviu o primeiro capítulo dos amigos da
floresta
Entendo a lei e a C4- conhece a lei do castor
promessa do castor C5- Conhece a promessa do castor
C6 - Conhece as cerimônias de abertura e
Aceito que compartilhar é encerramento
importante para se viver C7 – compreende o 2 e 3 capítulos dos amigos
melhor da floresta e dá sua interpretação sobre eles
GRUTESCA
70
Espiritual
E1 – exercita o relaxamento
Reconheço que existe um E2 sabe fazer uma pequena oração de
ser maior e que ele pode agradecimento
estar em todas as coisas E3 – se reconhece no mundo como um ser
importante e que pode fazer mudanças
positivas
E4 – participo com meus pais da crença da
família e sei falar sobre ela
E5 – compartilho e colaboro com minha
colônia
Intelectual
I1 – imita animais
Compreendo que o I2-imita meios de transporte
mundo é cheio de I3- inicia o desenvolvimento da lateralidade –
novidades e sou curioso reconhece frente, cima, baixo; inicia direita e
por descobri-las. esquerda
I4- desloco-me em função de uma referência
Desenha com matérias e técnicas variadas (3
Comunico-me de técnicas e matérias)
diferentes maneiras e I6 – realiza recortes e colagem livre e dirigida
meios I7 – utiliza música na expressão corporal
(canta e dança com gestos)
I8 – ouve, conta e dramatizam pequenas
Sou capaz de me vestir e histórias
de cuidar de pequenos I9 – veste sozinho e calça o sapato
ferimentos I10 – saber reconhecer água potável
I11- conhecer os cuidados básicos com
Tenho cada dia mais pequenos ferimentos
habilidades e sou atento I12 – conhece os meios de comunicação
para sempre as melhoras I13 – sabe fazer uma ligação de emergência
I14 – separa e classifica diferentes materiais
Sou curioso pelas coisas I15 – separa e classifica diferentes materiais
da natureza e de onde eu I16 – reconhece os 4 elementos da natureza
vivo (água, terra, fogo e ar)
I 18 – saber hastear a bandeira e arria-la
Sei como resolver I19 – sabe cuidar de pequenos cortes e
pequenas emergências ferimentos
GRUTESCA
71
Social
S1-conhece e sabe o nome da chefia e dos
Conheço meus amigos e o outros castores
grupo que me cerca S2- participou de 4 reuniões da colônia
S3 – cuida dos próprios pertences
Sou frequente na vida da S4 – arruma e guarda o material de uso
minha colônia coletivo e pessoal
S5 - participou de 75 % das atividades da
Convivo com meus amigos colônia na 1 º fase (castor atento)
e sou capaz de cuidar S6 – conhecer e interpreta o capítulo 2 e 3 dos
deles e lhes fazer amigos da floresta
pequenas gentilezas S5 – participar de 1 atividade externa com sua
colônia
S6 – é capaz de prepara a mesa para o lanche
Faço boas ações para comunitário e/ou refeição de sua família
minha família e S7 – conhece as regras da Colônia e as
comunidade e sei que isto respeita
é importante S8 – consegue participar de uma pequena
gincana e compreende que nem sempre pode
vencer
S9 – participou de 2 atividades externas e 1
acantonamento
S10 – participou de uma campanha de boa
ação de sua comunidade
GRUTESCA
72
Legenda
GRUTESCA
73
GRUTESCA
74
Inicia a conquista logo após o castor ter feito sua integração na colônia. A
conquista se dá através da participação frequente das atividades da colônia e através
das experiências pessoais vividas pelo castor e devidamente comprovadas.
GRUTESCA
75
GRUTESCA
76
▪ Pular corda.
▪ Saltar obstáculo com pelo menos 1/3 de sua altura.
▪ Andar equilibrando em uma tábua de 4 metros de comprimento por 10cm de
largura a 10 cm do solo.
▪ Demonstrar que sabe andar de bicicleta ou similar.
▪ Fazer uma série de cinco exercícios entre correr, saltar, saci, salto de rã. A série
deve durar no mínimo 4 minutos.
GRUTESCA
77
GRUTESCA
78
Também neste processo deve sempre ter em mente, quem vai fazer o que e
quando e onde.
Sugere-se que as atividades sejam planejadas segundo um calendário e
disponibilizados o quanto antes as famílias dos castores.
32. Dicionário
BATIDA DA CAUDA: Ação de bater palmas nas costas (vide Cerimônia de Abertura).
CASTOR APRENDIZ (2a fase): Continua o preparo para receber os distintivos. Usa cauda
marrom (março) ou azul (agosto) e deve ter 5,5, anos de idade.
CASTOR ATENTO (1a fase): É o Castor que fez a sua Promessa. A partir desta fase ele já
é candidato à conquista de distintivos, ou seja, os GRAVETOS DE HABILIDADES. Usa
cauda amarela (março) ou verde (agosto), e deve ter 5 anos completos.
CASTOR ELO: Um mês antes de passar para a ALCATÉIA o castor recebe o distintivo de
ELO e é preparado para ser LOBINHO. Esse período de passagem é chamado ELO.
CASTOR ESPERTO (2a fase): Ele já deve ter a cauda branca ou a cauda branca com raio
prateado, estar preparado para receber o distintivo máximo (o de CONSTRUTOR DA
NATUREZA) e ter 6 anos de idade.
CASTOR MARROM: Castor feio em tecido ou outro material. Faz parte das cerimônias
e é a mascote da Colônia.
GRUTESCA
79
GRUPO DE CAUDA: além da Toca a Colônia possui outro subgrupo importante dentro
da organização. Ele é formado por crianças da mesma idade e se distingue pela cor de
uma cauda em feltro, de tons diferentes e presa ao boné. Este subgrupo será utilizado
sempre que se desejar distribuir atividades mais compatíveis com a idade.
KEEO: É um jovem mais velho com seu uniforme regular, um lenço prateado e um
distintivo que o destaca. Ele é o intermediário entre a Colônia e o ramo de seguimento.
O Keeo ensina aos castores como é a vida fora da colônia
MARGEM DE RIO: Formação na qual os castores ficam lado a lado em duas linhas
sinuosas (vide Cerimônia de Abertura).
GRUTESCA
80
BIBLIOGRAFIA:
I. BEAVERS CANADA, A book for busy Beavers, National Council Ottawa, Boy
Scouts of Canada.
II. A book for Eager Beavers, National Coouncil Ottawa, Boy Scouts of Canada.
III. A book for Growing Beavers, National Council Ottawa, Boy Scouts of Canada.
IV. Beavers Leader’s handbook, National Council Ottawa, Boy Scouts of canada,
1984.
V. Friends of the Forest, National Council Ottawa, Boy Scouts of Canada.
VI. Games& Creative Activities - book I, National Council Ottawa, Boy Scouts of
Canada.
VII. Games & Creative Activities - book II, National Council Ottawa, Boy Scouts of
Canada.
VIII. Colony program ideas, National Council Ottawa, Boy Scouts of Canada.
IX. The Colony resource book, National Council Ottaws, Boy Scouts of Canada.
X. CENP (Coordenadoria de Estudos e Norma Pedagógicas), Modelo Pedagógico
para _ educação pré-escolar. Secretaria de Estado da Educação/SP, 1979.
XI. Pré-escola hoje, uma proposta pedagógica. Secretaria de estado da Educação,
1988.
XII. Pré-escola, uma nova visão. Secretaria de estado da Educação, 1984.
XIII. Recursos didáticos da pré-escola. Secretaria de Estado da educação, 1982.
XIV. Subsídios para implantação da proposta curricular de educação física para a pré
_ escola. Secretaria de Estado da Educação, 1985.
GRUTESCA
81
GRUTESCA
82
Anexo 1
Amigos da floresta
CAPÍTULO I - O ENCONTRO
O GRANDE CASTOR tem uma importante comunicação a fazer. Ele nadou até o meio
do lago e bateu a cauda três vezes: tap, tap, tap. Todos os castores ouviram o sinal e
correram ao dique construído por eles onde a reunião será realizada. “O que você acha
que pode ter acontecido? ” - Perguntou o pequeno castor com os dentes afiados. “E
algo sobre as pessoas da nova casa de campo” - disse um dos castores gêmeos.
“Também acho que sim”, disse o outro, “porque o GRANDE CASTOR nadou até a
enseada esta manhã”.
“Castores grandes e pequenos”, disse ele. “Tenho algo importante para lhes dizer. Lá
embaixo na enseada, quatro humanos estão construindo uma casa de campo. São dois
GRUTESCA
83
grandes e dois pequenos e acho que vocês ficarão contentes em saber que eles
parecem amistosos. O menino me viu e me mostrou aos outros. Todos acenaram e
quando bati a cauda, sorriram. De volta da enseada, encontrei Tic-Tac, o esquilo. Ele
disse que são uma família, a família Jones e, já que serão nossos amigos - castores
grandes e pequenos - convoquei esta reunião, hoje, para dar-lhes nomes. Todos os
amigos da floresta devem ter nomes, como vocês sabem”. “E como faremos? ” -
Perguntou o castor com os dentes mais compridos. “Queremos vê-los antes de
dar-lhes nomes. ” O GRANDE CASTOR então disse: “iremos todos lá embaixo, na
enseada, esta tarde para dar uma olhada na família Jones”.
Havia muita agitação entre os castores, enquanto se preparavam para nadar até o local
em que os Jones construíam sua nova casa de campo. No início, ninguém viu quando
os castores chegaram que, muito quietos, espiavam de dentro do dique.
Foi papai Jones quem finalmente disse: “Vejam crianças, veja mamãe, acho que temos
companhia. Não se virem muito rápido ou vocês assustarão os castores. ” Todos se
viraram. Eles estavam contentes com a presença dos castores. “Não lhes disse que
teríamos muitos amigos na floresta? ” - Falou mamãe.
“Acho que há uma Colônia de Castores no lago acima” - disse papai. Os castores
olhavam curiosamente, observando os humanos para ver se encontravam um nome
que os descrevessem adequadamente. A menina aproximou-se do dique e tirou
devagar os sapatos. Os castores, prudentemente, afastaram-se, enquanto ela brincava
na água. O menino, a mãe e o pai andaram, calmamente, em direção ao dique vendo
os castores nadarem de volta. “Acho”, disse o menino, “que estão tentando ver se
somos amigos”. O pai disse: “levará algum tempo, mas sei que saberão que somos”.
Uma forte batida de cauda do GRANDE CASTOR avisou aos outros para retornar.
Nadaram lago acima para se reunirem e escolherem nomes para os humanos. Com
grande prudência, o GRANDE CASTOR disse: “castores, o pai nos viu primeiro, antes de
termos contornado a curva do lago. Acho que podemos chamá-lo FALCÃO”. “Oh, é um
excelente nome”, disseram os castores. Os gêmeos começaram a tagarelar. “Vocês
viram as roupas de cores vivas que a mãe vestia? Eram cores tão lindas! Devemos
chamá-la ARCO-ÍRIS”. “Ótimo gêmeos”, disseram os outros castores. “Este é o nome
pela qual a chamaremos: ARCO-ÍRIS”. “Eu estava bem perto da menina quando ela se
GRUTESCA
84
aproximou da água e fez muitas bolinhas com os pés”, disse o castor com a cauda
maior. “Que tal chamá-la BOLINHA? ”. “Nós gostamos muito”, disseram os castores.
“Este é um bom nome para ela”. O GRANDE CASTOR disse: “E o menino, vocês viram a
cor de seus cabelos? Nós o chamaremos FERRUGEM”.
“Então, estes são os nomes que nós lhes daremos”, disseram juntos os castores,
batendo suas caudas com prazer. “Esta será a maneira como os chamaremos e
seremos seus amigos”.
CAPÍTULO II - A TEMPESTADE
Foi a trovoada rugindo e rolando no céu que acordou Ferrugem. Um raio de luz
iluminou o quarto e ele viu que eram 4 horas da manhã. Estava chovendo quando a
família Jones foi para a cama. Pelas janelas podiam ver a chuva caindo, batendo no
vidro. Sabiam que haveria enchente pela manhã e temiam o que poderia acontecer
com o dique dos castores com toda esta água extra fluindo para o lago. Quando
Ferrugem voltou para tentar dormir, pensou em dar uma corrida, pela manhã, para ver
o que os castores estavam fazendo. Não havia sol. Quando a família Jones se sentou à
mesa do café, Falcão expressou o pensamento de todos: “parece que tivemos uma
noite ruim. A enseada encheu muito e estou preocupado com o dique dos castores.
Porque não damos uma caminhada para ver o que os nossos amigos estão fazendo? ”
Lavando a louça rapidamente, Arco-Íris, Bolinha e Ferrugem colocaram suas botas de
borracha e capas de chuva. Logo estavam a caminho da trilha. Os pingos dos galhos
das árvores escorriam pelos seus pescoços, deixando-os muito molhados. Quando
chegaram ao dique viram imediatamente que a tempestade fora bem forte. A água
jorrava por ele, “Veja, papai”, disse Ferrugem, “O dique rompeu. O que podemos fazer
para ajudar? ” “Não creio que teremos alguma coisa para fazer, Ferrugem”, disse
Falcão. “Vamos nos sentar naquela pedra lá embaixo e observar. A água estava muito
alta no lago. Acho que quando voltar ao nível normal, veremos nossos amigos
aparecerem e começarem a reconstruir o dique”.
Meia hora mais tarde, quando a água havia baixado alguns centímetros, Bolinha viu o
primeiro castor. Como um pequeno engenheiro, o castor parecia explorar o estrago,
testando aqui e ali. Depois, vieram juntar-se muitos outros, todos os membros da
mesma família. Começaram a trabalhar juntos. Logo o fluxo de fora do dique começou
GRUTESCA
85
Não havia pausa para os castores. Trabalho era uma necessidade, mas também um
divertimento para eles. “Eu sei por quê eles são chamados de Castores Espertos”,
disse Ferrugem. “Sim”, riu Falcão, “esta é a maneira certa de descrevê-los”. “Olhem
aquele Filhote lá em cima”, disse Arco-Íris. “O que é filhote? ” Perguntou Bolinha.
“Querida, é como é chamado o castor pequeno, mas acho que logo será chamado
Castor Atento”. “Ele está se preparando para aprender a ser realmente útil”.
Por fim, o dique estava restaurado. Cansados, porém satisfeitos, os castores deram um
suspiro e mergulharam no lago em direção à porta de entrada da toca dos castores.
Pelo túnel eles nadaram até alcançar o interior, seguros e aquecidos. Eles sabiam que
lá estariam a salvo de invasores e intrusos e, com o dique reparado, tudo retornaria ao
normal.
Enquanto observava, Ferrugem teve uma ideia. “Sabe Bolinha”, disse, “porque não
construímos uma toca de castores? Poderia ser nosso esconderijo. Poderíamos
construí-la atrás da casa, perto da árvore”. Bolinha disse que era uma ideia excelente.
E enquanto voltavam para casa, as duas crianças planejavam sua própria toca. Claro
que seria de galhos de árvores, mas decidiram que seria resistente, firme e segura,
como a dos castores.
Keeo, o Grande Castor sentia-se inquieto. Ele era, de longe, o maior castor do lago.
Enquanto nadava para lá e para cá, as ondas de seus movimentos lambiam os lados da
represa, Splish, splash. Ele simplesmente não sabia por que se sentia deste jeito. Mas
achava que tinha a ver com o céu tempestuoso. Ele certamente não queria mais
enchentes. Haviam terminado de consertar o açude. Não queria ter de repará-lo
novamente. Neste instante, começou a trovejar e um terrível clarão cortou o céu. “Nós
teremos”, pensou Keeo, “outra tempestade, com certeza! ”.
GRUTESCA
86
O vento havia parado e o silêncio era total. A calmaria que vem antes de uma
tempestade é grande. As folhas haviam parado de farfalhar e a chuva ainda não
começara a cair. Havia silêncio no resto da floresta, como se todos os animais tivessem
sumido; todos, exceto Keeo. Ele estava sentado sobre a maior tora do lago. Nenhum
dos outros castores sabia o que ele estava fazendo lá. “Ele deveria entrar”, diziam os
castores. “Nós não gostamos de ver nenhum dos animais fora quando relampeja,
talvez caiam árvores. ”
Mais tarde, cada castor teria uma história diferente para contar. Viam de maneira
diferente o que havia acontecido, mas todos concordavam que foi o segundo raio que
o fez. Era um raio que parecia partir a tora em que Keeo estava sentado. Quando ele se
foi, uma estranha incandescência envolvia o enorme castor. Primeiro os outros
castores pensaram que o clarão os havia cegado a todos, porque quando olharam para
Keeo, sentado na tora, ele parecia estar envolvido num brilho, como se fosse prata.
Estavam preocupados porque pensavam que ele havia se queimado gravemente. Mas
quanto mais olhavam, mais se certificavam do que realmente havia acontecido. Keeo
estava todo prateado e isto não era a coisa mais estranha nele. Estava também
pensando diferente. Pensava em coisas nas quais nunca havia pensado antes. Sentia-se
estranho. Sabia e pensava não só como castor, mas também como ser humano. Podia
pensar como as pessoas lá da casa de campo. Sentindo-se muito importante, chamou
os outros castores para transmitir-lhes as novidades. Falou-lhes, na linguagem dos
castores, que sabia pensar como humano. Falou algumas palavras na linguagem
humana para mostrar-lhes que podia realmente fazê-lo, “que grande responsabilidade
você tem agora, Keeo”, disseram os castores. “Será por seu intermédio que
poderemos falar em benefício dos animais da floresta e especialmente de nós,
castores. Você poderá aprender muito dos outros”. Todos concordaram. “Nós,
animais, poderemos conhecer nossos amigos humanos e eles poderão conhecer todas
as coisas importantes da natureza. Você Keeo falará por todos nós! ” (Keeo estava
curioso para saber se poderia fazê-lo). Um trabalho muito importante, mas estava
certo de que deveria haver uma razão tanto para falar daquela maneira, como para o
raio de luz que o envolvia, tornando-o um castor prateado. “Deve haver um bom
motivo”, pensava.
GRUTESCA
87
Ele estava curioso para saber também como os humanos na casa de campo, seus
amigos Jones, reagiriam à sua conversa com eles. “Será um choque”, pensou, “talvez
devesse falar aos jovens primeiro”. Assim pensando, deslizou da tora e dirigiu-se para
a casa de campo, a fim de falar com Ferrugem e Bolinha.
Keeo, não estava apenas assustado, ele estava apavorado. “Como um castor pode
encontrar um menino e uma menina e começar a falar com eles? ” Enquanto pensava,
caminhava em direção da casa de campo. “Preciso pensar sobre o que vou falar.
Suponho que a primeira coisa a fazer é contar-lhes quem sou e esperar para ver o que
eles dirão. ” Determinado, alcançou a curva, atrás da qual se encontrava a casa de
campo. Agora o que lhes dizer, ainda o preocupava. Sobre os nomes que haviam sido
dados pelos castores, o menino e a menina nunca os ouviram antes.
Você pode imaginar o rosto do menino quando ele tirou os olhos de sua vara de
pescar, ao ouvir uma voz dizendo: - “Alô Ferrugem, meu nome é Keeo, eu sou o Castor
Falante”. Foi realmente o olhar de surpresa de Ferrugem que fez Keeo pensar rápido.
“Oh, perdoe-me”, disse ele. “Ferrugem é como nós o chamamos; isto é, eu e meus
amigos, os outros castores. Nós o chamamos Ferrugem e a sua irmã de Bolinha e eu
sou Keeo”.
Agora foi a vez de Ferrugem ficar em dúvida. Antes de tudo, o que dizer a um castor
prateado que chega pela enseada e começa a falar com você. “Bem”, disse ele, “estou
surpreso de vê-lo. Quero dizer, de ouvi-lo. Não, de vê-lo e ouvi-lo. Estou surpreso. Mas
estou muito feliz em encontrá-lo”. Dito isto, Ferrugem entendeu a sua mão e sacudiu a
pata da frente de Keeo. “Preciso chamar minha irmã”, disse Ferrugem e, com um grito
alegre, chamou Bolinha que estava na cozinha, ajudando sua mãe a fazer uns biscoitos
para o lanche. Ela correu para Ferrugem com dois biscoitos na mão.
“Por que você está tão agitado? ”, perguntou. “Você ficará admirada quando eu
apresentar o nosso novo amigo. Keeo, conheça minha irmã. Antes que eu me esqueça,
irmãzinha, eles a chamam de Bolinha”. “Quem me chama de Bolinha? ”, ela perguntou.
GRUTESCA
88
“Keeo, o Castor Prateado e todos nossos amigos castores, do lago”. Keeo começou a
falar: “Estou muito contente em conhecê-la Bolinha”. “Eu também estou muito feliz”,
disse Bolinha. E sem saber o que fazer, ela ofereceu um dos biscoitos assados há
pouco.
Era o primeiro biscoito que havia visto em toda sua vida. Keeo pensou: será que
sempre que encontrava um humano, ele oferecia um biscoito? Como viu Ferrugem
comer o seu com grande satisfação achou melhor fazer o mesmo. O gosto era
realmente muito bom. Talvez não tão bom como a raiz de salgueiro que havia
saboreado pela manhã, mas certamente algo novo e muito agradável. Bolinha e
Ferrugem estavam sentados sobre a grama e olhando para Keeo. “Keeo”, disse
Ferrugem, “que tal nos contar toda a história? ” E Keeo contou como ele recebeu a voz
e se tornou um Castor Iluminado, contou sobre os nomes que os animais da floresta
haviam dado a família Jones e muitas outras coisas. Foi fácil ver que se tornariam
ótimos amigos. Achando que o tempo corria, Keeo disse que era melhor voltar e
contar aos outros castores. “É uma boa ideia”, disse Bolinha, “porque nós também
gostaríamos de contar a Arco-Íris e Falcão toda a história”. Despediram-se, tendo se
tornado grandes amigos e combinado encontrarem-se no dia seguinte às 4 horas. O
encontro seria no dique, porque Keeo queria apresentar os outros castores a Ferrugem
e Bolinha.
CAPÍTULO V – COMPARTILHANDO
Tic-Tac, o esquilo, simplesmente não podia acreditar em seus olhos. Ele estava sentado
sobre um galho da grande árvore oca, na borda do lago e lá embaixo os castores
trabalhavam ajudando uns aos outros a juntar os melhores brotos de galhos para seus
suprimentos de inverno. Muito felizes, eles dividiam o trabalho, roendo árvores,
nadando com elas até sua toca, onde eram armazenadas. “Eu não posso entender
isto”, ele tagarelava enquanto corria para lá e para cá ao longo do galho da árvore.
“Não posso entender porque eles dividem todo esse trabalho junto. Por que
simplesmente não colhem a comida para si mesmos e deixam de se preocupar com os
GRUTESCA
89
outros? ” Sentiu que deveria falar sobre isto com alguém e pensou se Malak, a grande
coruja, estava acordada no topo da árvore. Correndo para frente e para trás, pulando
de galho em galho, algumas vezes subindo pelo tronco, chegou ao topo e lá, com seus
olhos meio abertos, estava sentada Malak, a coruja.
“Olá, Malak”, disse Tic-Tac, acordando-o, “porque eles fazem? Por que eles fazem
aquilo? ” Ele gritou. “Por que quem está fazendo o quê? ” Perguntou Malak um pouco
rabugento, não acostumado a estar acordado durante o dia. “Bem, eles estão
compartilhando o trabalho e estão todos juntando gravetos. Eu não entendo porque
estão fazendo aquilo”. “Do que você está falando Tic-Tac? ” Perguntou Malak, agora
complemente acordado e bastante interessado no que estava agitando tanto o
esquilo. “Bem, quando eu colho a minha comida para o inverno, saio e colho todas as
minhas nozes. Eu as guardo todas na floresta em pequenas pilhas, das quais só eu sei,
e assim fazem todos os outros esquilos. Nós guardamos nossos próprios suprimentos
de alimentos para nós mesmos. Mas estes castores, eles não fazem assim. Eles
trabalham juntos, compartilhando o trabalho e, imagino que eles irão compartilhar,
também, toda a comida mais tarde. ”
“Realmente, eles irão”, disse Malak. “Estes castores, são muito espertos. Olhe-os mais
de perto; você verá alguns deles trabalhando perto do dique; outros ensinam os mais
jovens a nadar corretamente; e olhe lá, veja o GRANDE CASTOR ensinando aos filhotes
como roer uma árvore de maneira que ela caia onde ele quer; e então, todos os outros
reúnem as árvores cortadas em sua toca de castores. Eles compartilham a
responsabilidade de ensinar uns aos outros; claro, eles compartilham seu trabalho e
então durante o inverno eles têm toda esta comida para dividir. É uma maneira alegre
de viver, um ajudando o outro”.
“Eu não gosto deles”, disse Tic-Tac. “Eu simplesmente não gosto deles”. “Bem”, disse
Malak, “claro que você não gosta, mas isto é porque você é um esquilo e todos sabem
que esquilos são animais muito individualistas, mas esta é à sua maneira de ser;
portanto não se preocupe. Se vocês esquilos fossem realmente espertos, fariam tudo
juntos, e compartilhariam seus suprimentos de nozes. Estou certo de que esquecem
aonde colocam metade delas”.
GRUTESCA
90
Havia tanta agitação no lago dos castores que Keeo precisou convocar uma reunião
para acalmá-los. “Castores grandes e pequenos”, disse ele, “são somente 7 horas da
manhã e Ferrugem e Bolinha não chegarão antes das 2 da tarde. Assim, vamos ficar
quietos e assegurar de que tudo esteja pronto. ” ”está tudo pronto? ”, disse um dos
gêmeos. “Acho que sim”, disse Keeo. “Mas vamos conferir. Agora me deixe ver.
Número 1, a canoa de Ferrugem está pronta na praia? ”. “Sim”, responderam em coro
os castores. “Número 2, a toca dos castores está toda limpa e pronta para os nossos
visitantes? ” ”Sim”, responderam em coro os castores. “Temos maçãs, para oferecer
para a visita? ” “Sim”, responderam em coro os castores.
Não eram somente os castores que estavam ansiosos. Ferrugem acordou muito cedo,
tão cedo que começou a fazer o café. Quando Bolinha, Falcão e Arco-Íris entraram na
cozinha, o cheiro do café fresco e presunto frito estava no ar. “Por que você está tão
agitado, Ferrugem? ”, perguntou Falcão. “Este é o dia que irei à toca dos castores.
Assim, após o café, pegarei minha roupa de mergulho e as nadadeiras. Serei o primeiro
humano a visitar uma toca de castores, e com eles dentro dela”.
GRUTESCA
91
“Agora Ferrugem, quero que você seja cuidadoso”, disse Arco-Íris. “Que profundidade
tem este lago? ” ”oh, serei cuidadoso. Keeo disse que tem cerca de quatro (4) metros,
assim não terei problemas ao mergulhar. E Keeo disse que faria a entrada maior, assim
poderia entrar mais facilmente e, uma vez dentro, haveria ar suficiente para respirar.
Assim, não é tão perigoso. ” “Eu desejaria nadar tão bem quanto Ferrugem”, disse
Bolinha, “mas poderei ficar sentada na canoa e os gêmeos ficarão brincando comigo.
Portanto, não será tão ruim”. O café terminou rapidamente esta manhã e, com o sol
nascendo num céu lindo, azul claro. Os dois andaram trilha acima, em direção ao lago.
A agitação era grande quando chegaram e, com a ajuda dos amigos, Ferrugem e
Bolinha empurraram a canoa e remaram em direção a toca dos castores. Ferrugem, já
estava com sua roupa de mergulho, assim tudo o que tinha a fazer era colocar as
nadadeiras. “Agora” disse Keeo, nadando em volta da jangada, “ficaremos um pouco
atrás e daremos a Ferrugem espaço para mergulhar”.
“Não mergulharei da canoa com a máscara”, Disse Ferrugem, “somente entrarei na
água e tomarei fôlego, então seguirei você, Keeo. Mas não vá muito fundo, pois não
posso segurar minha respiração tanto quanto você”. Dizendo isto, Ferrugem deslizou
no lago e respirou fundo.
Pela sua máscara, podia ver Keeo acima dele com seu pelo prateado, brilhando na
água. Era um lago claro, que permitia perceber, para onde que Keeo estava indo. Em
alguns segundos Keeo nadou para dentro da grande abertura. Ferrugem viu que
poderia entrar na abertura com folga, e nadou também rapidamente para dentro.
Algumas braçadas a mais e já estava na borda do lado da abertura. Arrastou-se para
dentro. Continuou nadando suavemente para cima até entrar na toca. Um grande
“hurra” veio dos castores que estavam dentro para lhe dar as boas-vindas. Keeo, a
pedido dos castores, disse como estavam contentes com a visita de Ferrugem e este
respondeu dizendo do prazer em aceitar tão gentil convite.
Em seguida, cada castor se ocupou de uma atividade. Um trouxe uma maçã para
Ferrugem. “Muito obrigado”, disse Ferrugem, “que boa ideia”. “Nós queríamos lhe
oferecer algum alimento, mas para trazê-lo por baixo da água achamos que uma maçã
seria uma boa ideia. Não faz mal se fica molhada”. “É verdade”, disse Ferrugem,
“nunca havia pensado nisto”. Ao olhar em volta ficou surpreso com o tamanho da toca
GRUTESCA
92
dos castores. Poderia ficar de pé e até se deitar nela. Era muito limpa e, olhando para
as paredes, notou que eram firmes. Havia um cheiro de umidade na toca e pela
primeira vez pode também sentir o cheiro dos castores - um cheiro quente e molhado.
“Obrigado novamente pelo convite e por esta maçã, é muito gostosa. Vocês podem
ouvir o barulho da floresta daqui? ”, perguntou Ferrugem. “Não”, disse Keeo, “nós
raramente ouvimos alguma coisa. Porém, sabemos quando você e Bolinha estão
nadando e quando Falcão e Arco-Íris vêm na canoa. Só ouvimos sons na água. Não
ouvimos os sons da floresta. ” “Então deve ser muito tranquilo”, disse Ferrugem.
Ele ficou na toca apenas uns 10 minutos porque Bolinha, aguardando na canoa, ficaria
preocupada se demorasse muito. Agradecendo mais uma vez, respirou fundo e,
seguindo Keeo em direção a entrada, arrastou-se novamente e subiu. Subiu tão
depressa que quase bateu a cabeça na canoa, chegando a dois palmos dela. Ele tinha
muita coisa para contar a Bolinha. E foi descrevendo enquanto os castores nadavam
em volta, puxando a canoa em direção a margem.
“A toca é simples, limpa e bem maior do que eu poderia supor”, disse Ferrugem. "É
maior do que a que fizemos para nós”. Ferrugem e Bolinha deixaram a canoa e, com
um último aceno para Keeo, seguiram em direção a casa de campo. E continuou.
“Toquei os lados da casa e os senti muito firmes e você ficaria surpresa se visse como
os castores ficam rapidamente secos em sua casa. Keeo sacudiu a água e percebi que
estava completamente seco. Sabe”, disse Ferrugem orgulhoso, “devo ter sido o
primeiro ser humano a visitar uma toca de castores como esta”. “Da próxima vez”,
disse Bolinha, “irei também, assim você me ensina a nadar melhor”. “Está certo”, disse
Ferrugem, “se fizer biscoitos de gengibre hoje à tarde”. Rindo juntos, foram correndo
para casa.
GRUTESCA
93
“Bem jovem Castor”, disse Keeo, “não sei se todas são, mas sei que poderão ser, se
quiserem. Veja, nesta colônia aprendemos o que é compartilhar. Nós crescemos e
construímos. Nós exploramos. Nós brincamos e ajudamos uns aos outros a descobrir
como se tornar um Castor Esperto. Nós também aprendemos como é importante
trabalhar em equipe, do mais novo ao mais velho e como é importante que cada um
de nós contribua com a melhor habilidade que temos. Vocês lembram-se da noite da
tempestade, de como o dique estava perto de ruir, e o menor castor de todos colocou
a tora e fechou o lago, salvando-o da inundação? Nós aprendemos uns com os outros.
Veja também, a família Jones. Eles também sabem o que é compartilhar e este é o
motivo de serem uma família feliz. Algumas vezes é Falcão, ou Arco-Íris, ou Ferrugem,
ou Bolinha que tem a ideia, mas juntos vão em frente e descobrem um novo mundo,
uma nova sensação, um novo gesto. O que os faz felizes, é que decidem juntos o que
gostam de fazer e seguem juntos cheios de amor em seu coração. Acho que é por isso
que somos felizes e porque temos uma Colônia de Castores felizes”.
“Vocês sabem como estivemos ocupados estes últimos meses. Não há limite para as
coisas que fazemos juntos. O único limite para as atividades que fazemos é nossa
mente, e como compartilhamos numa atmosfera positiva e amorosa, temos felicidade
de sobra dentro de nossa Colônia. Não aprendemos de Falcão quando eles vieram
remar em nosso lago com suas canoas? Eles fizeram sugestões de atividades, nos
ensinaram sobre a natureza, Deus e o mundo em volta de nós. Não temos muito a
agradecer a Bolinha e Ferrugem, por eles nos ensinarem como brincar juntos e tomar
conta um do outro, no tipo de jogos que jogamos? Não aprendemos tanto deles
quando os observamos e participamos de suas atividades, ajudando um ao outro, cada
um tendo prazer na satisfação e alegria do outro? Todas as coisas, castores, nos
tornam uma Colônia feliz”.
“Se mantivermos nossa promessa de amar a Deus, a Pátria, a nossa família e ajudar a
construir um mundo melhor; se vivenciarmos nossa lei com alegria, trabalhar e ajudar
nossa família e amigos, então poderemos esperar por mais alegria e felicidade. ”
GRUTESCA
94
Colônia esta tarde. Foi um tempo maravilhoso estar com seus amigos; por isso
estavam um pouco tristes por ter de dizer adeus, mas ao mesmo tempo estavam
felizes porque iriam sair para um mundo maior e mais extenso; conhecer novas coisas
e encontrar novos amigos.
Keeo lhes disse que iriam ter uma grande surpresa. Dessas que só acontecem aos
castores que se prepararam bem e conseguiram tornarem-se Castores Espertos.
Quando perguntaram o que seria, ele disse: ”Vocês saberão ao seu tempo”. Keeo sabia
que havia magia no ar nesta tarde, e que estes dois jovens castores iriam fazer parte
de um grupo diferente de amigos da floresta. Keeo lembrava bem do dia em que
começou a pensar e falar como um ser humano e sabia que a mesma mágica estava no
ar. A Colônia se reuniu para ver os gêmeos nadarem para longe e despedirem-se dos
amigos, que iriam mundo afora. Foi uma longa travessia através do lago. Os castores
gêmeos descobriram que não iam com frequência ao outro lado, e eles queriam ir
rápido porque viram que o céu estava ficando mais e mais escuro. Justo quando
começaram a sair da água em direção da Jângal é que aconteceu a magia, e aconteceu
da mesma maneira que para Keeo: um raio de luz. Estavam se transformando. A
primeira coisa que viram foi sumir sua cauda de castor. Suas patas também mudaram.
Eles ficaram diferentes. Realmente, eles mudaram de castor para filhotes de lobos.
Primeiro ficaram parados olhando um para o outro, não sabendo o que dizer. Porém,
não ficaram sozinhos por muito tempo; imediatamente de dentro da floresta, veio
uma matilha de lobos uivando votos de boas-vindas. O lobo mais sábio parou e lhes
disse: “eu sou Akelá, líder da matilha de lobos. E vocês jovens Castores Espertos,
aprenderam da natureza e por intermédio de Keeo e dos Jones, ouviram do homem e
de Deus. Agora os convidamos a se juntarem a nós, no mesmo espírito de amizade,
determinados a ajudar seus companheiros de matilha, como eles os ajudarão. ”
“O mundo é maior para vocês agora, e como uma matilha nós percorreremos a
floresta. Vocês aprenderam habilidades, das quais em alguns nós compartilharemos,
outras vocês aprenderão a fazer sozinhos como um filhote de lobo. ” Os castores não
estavam assustados.
Eles sabiam que estavam entre amigos. Era uma sensação excitante, que dava vontade
de correr, conhecer esta grande floresta, tão cheia de amigos e ver este mundo a ser
GRUTESCA
95
explorado! A matilha aproximou-se deles e, com grande uivo final de alegria, entraram
para o maravilhoso mundo dos LOBINHOS
GRUTESCA