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Manual do Projeto Castor


1. O castor

O projeto Castor foi elaborado para oferecer à criança de 5 a 6,5


preferencialmente a uma série de atividades, visando desenvolver os aspectos físicos,
afetivo, caráter, espiritual, intelectual e social por meio de artes, canções, estórias e
explorações do meio ambiente, usando como abordagem o método escoteiro e seus
princípios.
Os Castores fazem parte do mais novo segmento do Escotismo mundial,
denominado pela WOSM como “Pré-lobinhos” (​Pre-Cubs​).
Os castores ou seus similares somam atualmente um efetivo de 480 mil membros, em
45 associações nacionais (censo WOSM de 2014).
Este manual está sendo elaborado com base em literatura psicopedagógica atualizada,
bem como com a consulta de materiais escoteiros de associações que já desenvolvem
esta prática de forma oficial e padronizada, além da prática de grupos independentes e
suas mantenedoras que desenvolvem o projeto em nosso país por mais de 30 anos.

O CASTOR, UM ANIMALZINHO MUITO ENGENHOSO.

O castor é um mamífero roedor, encontrado principalmente em terras


norte-americanas e Europa. Seu habitat preferido é um pântano tranquilo. Alimenta-se
de cascas de árvores e de outras plantas herbáceas que vivem à beira dos pântanos, e
outras ervas.
Sua cor varia entre o castanho-amarelado brilhante na parte superior do corpo
e castanha escuro nas partes inferiores.
É na água que o Castor se sente mais à vontade, em terra firme é lento e
desajeitado.

Um grupo de castores forma uma COLÔNIA. Nestas tocas o trabalho é


cooperativo, mas a tarefa é individual.

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Abatem árvores de todas as dimensões para construírem engenhosas barragens


e, quando esta está terminada, constroem a sua casa no meio do pântano que se
formou.

Essas barragens são bastante duráveis e são úteis à natureza em muitos


aspectos.

Ajudam a impedir a inundação na estação das chuvas, conservam a umidade do


solo no período da seca, servem de bebedouro aos animais, os peixes aí se multiplicam
e os pássaros povoam esses reservatórios artificiais.

Desse modo, os castores são os benfeitores de todos os animais selvagens nas


regiões onde se instalam.

POR QUE CASTOR?

O nome “castor” bem como o cerimonial deste projeto conserva as muitas


características do original canadense “Beavers Leader’s Handbook” edição 1984 Boy
Scouts of Canadá, porém vem sendo amplamente estudado e adaptado a realidade da
nossa população e sua prática nos grupos independentes.

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A decisão de manter o nome Castor no início da realização deste trabalho foi


bastante questionada. Muitas sugestões foram apresentadas naquela ocasião e a
maioria era de opinião que deveria ser escolhido um animal brasileiro para substituir o
Castor. Porém qual seria unânime diante de uma fauna tão exuberante que temos em
nosso país.
Alguns países não usaram o castor como animal símbolo da seção, e estes
fizeram adaptações para outro animal típico de suas regiões.
Então temos hoje na Austrália os ​Joyes ​(cangurus), Nova Zelândia os ​Keas
(papagaios), Estados Unidos os ​Tigers (​ Tigres), Hong Kong os ​Grasshoppers
(Gafanhotos), África do Sul os ​Meerkats (​ Suricatos), Colômbia/Guatemala os
Cachorros​.
O Castor na natureza tem um significado ecológico universal e com um tipo
especial de participação capaz de satisfazer nessas crianças o ideal escoteiro de
bondade, utilidade, amizade e cooperação.
Porém, o principal motivo da decisão de manter o nome escolhido no Canadá é
que o Escotismo é um movimento mundial e que, portanto, a exemplo da Alcatéia e da
Tropa Escoteira, essa nova proposta deve manter também certa uniformidade.

2. Histórico

Originalmente B.-P. tinha previsto o Escotismo como movimento de meninos


com idades entre 11 e 18.
Já em 1909 os Chefes Escoteiros estavam enfrentando o problema dos irmãos
mais novos que queriam participar da diversão.
O problema não foi apenas confinado aos irmãos mais novos, mas também
para as irmãs também.
Inicialmente B-P. estava propensas em permitir que as meninas se tornassem
Escoteiras, mas teve de mudar de ideia devido às pressões da sociedade eduardiana.
Criou-se então o G​irl Guides​, em 1910, com a ajuda de sua irmã, Agnes, e
depois com a ajuda de sua esposa, Olave.
Na edição original do livro "Escotismo para Rapazes", Baden-Powell não fixou
um limite de idade mínima, nem máxima para o ingresso do menino no Movimento

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Escoteiro.
Baden-Powell, porém, demonstrava preocupação, conforme explicou em artigo
do "Headquarters Gazette", em não exaurir as crianças pequenas com atividades que
estavam além de sua capacidade física; e também evitar o risco de perturbar os
rapazes mais velhos, os quais poderiam se sentir humilhados em terem de executar as
mesmas atividades que os mais jovens.
Para esclarecer as suas ideias, escreveu no final do ano de 1913 as primeiras
tentativas de denominar os meninos menores e entre as sugestões do chefe estavam
os nomes de: Beavers (castores); Wolf Cubs (lobinhos); Cubs (filhotes); Colts (potros) e
Trappers (ajudante de caçador).
Em 1914, no entanto, B-P. delineou um esquema na “Gazeta da Sede” para a
formação dos Junior Scouts, 2 anos mais tarde substituído pelos Lobinhos, em torno
dos “Livros da Selva” de seu amigo íntimo Rudyard Kipling,
Em suma, Baden-Powell preocupava-se que o novo seguimento / ramo tivesse
suas próprias características, e não fosse uma versão simplificada do programa
dedicado aos escoteiros.
Em 1917, pouco antes do final da Grande Guerra, BP. Cria um regime de ​Senior
Scouts,​ Escoteiros Seniores, que mudou seu nome para Rover Scouts no próximo ano,
para qualquer pessoa com mais de 18 anos, com Aventura ao Ar livre e Serviços como
os principais pilares do seu programa.
Mesmo com a criação dos Lobinhos, a pressão continuava os irmãos menores
que os lobinhos também desejavam participar, ainda mais porque eram levados por
seus Pais para assistirem a reunião dos seus irmãos maiores.
Sendo então criado o programa para os Pre-Cubs na Irlanda do Norte em 1963,
pelo 1º Grupo Escoteiro Dromore. Inicialmente foi chamado de “Os Pequenos Irmãos”.
Em 1965, grupos de Belfast se juntaram ao projeto, no final do ano já eram 7
grupos.
A grande expansão aconteceu no ano seguinte, em 1966​, neste ano o nome foi
mudado para Beaver (Castor).
Este nome fora sugerido pelo próprio Baden-Powell 50 anos antes, durante a
criação do Ramo Lobinho.
Também neste ano foi definido o uniforme, faixa etária e aprovado o projeto

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educacional de base.
Os anos seguintes foram dedicados na criação dos manuais para apoio aos
líderes. Foram gerados inúmeros documentos e relatórios sobre o andamento do
projeto, os quais foram enviados para análise da Associação dos Escoteiros.
Em 1971, já existiam aproximadamente 900 meninos e 150 líderes, em 60
grupos.
Em 1972, o projeto se expande para outros continentes, e no Canadá são
realizados os primeiros estudos na cidade de Winnipeg para sua implantação. O
Canadá teve um papel importante na expansão dos Beavers. Foram gerados
documentos padrões técnicos e livros, sendo que o programa canadense serviu de
base para vários outros países, inclusive para as primeiras colônias brasileiras.
Em 1973, se formam as primeiras colônias de castores da América, no Canadá.
Em 1974, o projeto foi implantado na República da Irlanda e os primeiros
estudos em Portugal.
Nos anos seguintes foi dado um importante passo, o seguimento passou a se
chamar “Beaver Scouts” e foi criado um grupo de estudo nacional. Este grupo tinha
como objetivo analisar os resultados e sugerir ajustes para unificar os projetos.
No relatório “Wellbeloved”, recomendaram-se alguns ajustes. Para isto foi
escolhida a Escócia para ser realizado um projeto piloto.
Em 1975, foi implantado o projeto “Cachorros” na Guatemala. O projeto é
baseado nas documentações do Canadá.
Em 1978​, ​iniciou estudos para implantação nos Estados Unidos por Robert
Untch (diretor nacional do Cub Scouting - BSA).
Estes estudos culminaram com a criação dos Tigers Cubs, oficializado
posteriormente em 1982.
Em 1983​, ​durante a ​European Guide and Scout Conference na cidade de Assis -
Itália foi aprovada uma resolução incentivando a implantação da seção pré-cub em
toda Região Européia.
Em ​1 de abril de 1986, o Ramo Castor (Beaver Scouts) foi oficializado no Reino
Unido, em 2011 eram 110 mil (2011).
Em 1990, inicia o projeto “KIDd Scouts” nas Filipinas, para crianças de 4 a 6
anos. O projeto foi aprovado no ano seguinte, 1991.

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Em 2012, o Ramo Castor (Beaver Scouts) foi oficializado pelo ​Arab Scout
Committee,​ durante as comemorações de 100 anos dos Escoteiros Árabes. Os países
são: Jordânia, Bahrein, Tunísia, Arábia Saudita, Sudão, Omã, Qatar, Kuwait, Líbano,
Líbia, Egito e Iêmen.
Em 2013, os pré-lobinhos chegaram ao número de 468.971 membros em 43
países, segundo o censo escoteiro (WOSM Memberhsip Census 2013).
Em 2015, inicia as atividades do Ramo Castor na Argentina. O projeto de estudo
que durou um ano teve seu início em 1 de julho de 2013. Foi apresentado na
Assembleia Geral realizada em 24 de novembro de 2014, onde foi aprovado.
Em 2017 na reunião do CAN – inicia-se uma nova discussão sobre a faixa etária
no Brasil e sua viabilidade dentro dos escoteiros do Brasil

Castores no Brasil

Desde a década de 1980​, alguns Grupos pioneiros, no Brasil, vêm discutindo a


necessidade de um programa para atender crianças com menos de 7 anos de idade, os
irmãos mais novos dos jovens escoteiros.
Em julho de 1984 o G.E. Paineiras, chefiado naquela ocasião por Luiz Adão
Perna, decidiu em reunião montar um projeto experimental para crianças fora da
idade inicial do Escotismo brasileiro.
As atividades tiveram o seu início em agosto do mesmo ano, esta nova seção
não dispunha de qualquer material para orientação em português, apenas um nome
provisório emprestado do Canadá - “Castor”.
Em outubro de 1984, foi elaborado o esboço de um Manual, que foi aceito pela
chefia administrativa e técnica daquele Grupo.
Parte dele foi adaptada do original americano “Tiger Cubs Family Activity Book”
edição 1982 Boy Scouts of America; parte baseado no ​modus vivendi do Castor; mas
principalmente, ele foi feito baseado no trabalho executado com as crianças naqueles
três meses.
Embora o esboço do Manual fornecesse a linha mestra das atividades com as
crianças, ainda faltavam muitos detalhes. Em março de 1986, foi decidido encerrar as
atividades e preparar novas documentações.

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O ano de 1986 foi de intenso trabalho de pesquisa, realizado por um grupo de


chefes e pais. Foram importados dos Estados Unidos e Canadá diversos materiais.
Esse estudo mais profundo forneceu o embasamento para a tradução e
elaboração do Manual do Grande Castor, destinado à orientação básica para se realizar
as atividades com as crianças e servindo de apoio aos líderes da Colônia.
O manual não era apenas uma tradução e adaptação, ele foi elaborado para
atender necessidades e realidades brasileiras.
Também foi criado: o “Guia do Castor”; o Cancioneiro; e um conjunto de regras
para a nova proposta Castor e orientação para a programação e as atividades com as
crianças.
Em 25 de abril de 1987, o “ GE Paineiras”, contando com a experiência anterior
– agora bem mais fundamentada, reiniciou o trabalho com crianças de 5 a 7 anos,
abrindo, então, a primeira Colônia de Castor do Brasil.
Em 1988, os entusiastas pelo tema formaram em São Paulo um grupo de
estudos - a GRUTESCA (Grupo de Estudos Teórico-Técnicos do projeto Castor), o qual
realizou uma série de reuniões de estudos.
“Após “um ano de boas atividades, parte do “Grupo de Estudos”, transferiu-se
para o” GE Jabuti”, criando assim mais uma Colônia de Castores.
Diversas vezes os castores participaram de atividades regionais, hasteando
bandeiras e integrando as cerimônias oficiais da UEB.
Tanto o GE Paineiras como o GE Jabuti estavam devidamente autorizados para
funcionamento da Colônia, em caráter experimental.
Durante todo o período de atividades foram gerados diversos documentos, e
toda essa experiência foi registrada, documentada, relatada e entregue aos
representantes do Movimento Escoteiro, aos dirigentes e Direção Regional da UEB/SP.
A partir do ano de 1997 até 1999, 11 outros Grupos Escoteiros do estado de
São Paulo se uniram ao Grupo de Estudos, e fundaram suas Colônias – sempre em
caráter de projeto experimental.
Em 2000, por determinação da Direção Nacional, todas as colônias foram
convidadas a encerrar suas atividades e o projeto experimental de São Paulo foi
interrompido.
Após o fechamento das colônias experimentais em 2000, todo trabalho de

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pesquisa realizada pelo GRUTESCA foi preservado e aprimorado, e continuaram a


surgir novas colônias de caráter independente, com suas próprias mantenedoras e
associações.
Em 2006, durante a 51ª Reunião Ordinária do CAN (Conselho de Administração
Nacional), realizada em Brasília/DF, foi apresentada por São Paulo uma proposta de
criação de uma comissão de estudos sobre os Castores. A Proposta foi rejeitada na
ocasião
No início do ano de 2017, existiam 15 colônias independentes, em diferentes
estados brasileiros, com cerca de 200 membros juvenis, sendo que aproximadamente
30% já integram o efetivo do ramo Lobinho.

3. A criança de 4 a 6 anos

Os meninos e meninas que compõem esta faixa etária passam por mudanças
físicas emocionais em seu desenvolvimento global, sendo mais significativas entre os 5
e 6 anos, pois coincide com conclusão da Pré́-Escola e o início do Ensino Fundamental.
Para facilitar a compreensão e reflexão sobre esta faixa etária tão especial
abordaremos as características do desenvolvimento físico, psicossocial, afetivo,
espiritual e intelectual de cada idade, no entanto cabe lembrar que esta é uma divisão
didática e que cada indivíduo é único e particularidades podem ser observadas em
virtude de experiências individuais.

3.1 Aspectos físicos


3.1.1 aos 4 anos.

O desenvolvimento motor é enorme nesta fase. De repente, a criança consegue


andar de bicicleta e triciclo, subir em árvores e realizar uma série de atividades que
exigem muito equilíbrio.

São capazes de corre, salta, começa a subir escadas; grande desejo de


experimentar tudo.

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Embora ainda não seja capaz de amarrar sapatos, veste-se sozinha


razoavelmente bem; é capaz de comer sozinha com uma colher ou um garfo

É cada vez mais independente ao nível da sua higiene; é já capaz de controlar


os esfíncteres (sobretudo durante o dia

A criança desenha já figuras humanas, com cabeças enormes e com braços e


pernas em linha, completamente desproporcionais em relação ao volume da cabeça e
comprimento dos próprios membros. Copia figuras geométricas simples

Aos 4 anos, o cérebro está focado em desenvolver e aperfeiçoamento da


motricidade fina

O maxilar e os ossos do rosto crescem para fornecer o espaço necessário entre


os dentes de leite para o nascimento dos dentes permanentes

Pesam em médias: meninos: 20 kg; meninas: 12,25 kg; tem altura: meninos:
109 cm; meninas: 94 cm; Perímetro cefálico​:​ meninos: 50,4 cm; meninas: 49,6 cm e
dormem cerca de 10-13 horas

COMPETÊNCIAS MOTORAS

● A coordenação mão-olho aperfeiçoa-se.

● Aperta um fecho.

● Enche a colher com comida.

● É capaz de cortar com uma tesoura uma linha desenhada no papel.

● Corre ainda mais rápido e consegue correr em pontas dos pés.

● Sobe e desce escadas com alternância.

● Consegue executar movimentos segundo um ritmo.

● É por esta altura que define a ​lateralidade​

● Salta num pé.

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● Despe-se e veste-se sozinha, mas não consegue abotoar atrás das costas.

● Dá laços e também consegue lavar os dentes.


● Pode vestir-se e despir-se só, com exceção de abotoar atrás e dar laços.
● Fica num pé sem apoio 3-5 segundos.

● Salta num pé.

● Sobe e desce as escadas alternadamente.

● Constrói escada de 6 cubos (3 degraus) após demonstração.

● Combina e nomeia 4 cores básicas (amarelo, vermelho, verde e azul).

● Desenha a figura humana (cabeça, tronco, pernas, e geralmente braços e


dedos).
● Consegue tomar banho ou vestir-se sozinha.

● Começa a interessasse pelas letras e pelo desenho.

● Dá cambalhotas.

● Constrói objetos tridimensionais com blocos ou lego.

● Adora todas as atividades físicas.

● Dança ao som de música.

● Equilibra-se num pé durante 6 a 10 segundos.

● Anda a pé 2 a 3 metros.

● Usa faca e garfo.

● Consegue vestir-se e despir-se sozinha.

3.1.2. Aos 5 anos

Aos 5 anos, as crianças são muito ativas e têm períodos de atenção curtos
Aos 5 anos, a criança passa por uma grande transformação. Deixa de ser “bebê”
para se tornar mais Independente, consegue fazer muitas tarefas sozinha, como tomar
banho ou vestir-se.

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Consegue escovar os dentes, pentear-se e vestir-se com pouca ajuda.


Precisam de atividades que exijam movimento e cuja duração seja limitada,
adaptadas para que sua atenção seja focada.
Adquirem maior controle e domínio sobre seus movimentos, bem como sobre
seu equilíbrio.
Há grande e rápido desenvolvimento muscular
Corre, salta, pula corda, dança, toca um instrumento, joga à bola, anda de
bicicleta, adora a água
Sua motricidade fina (que possibilita o manejo mais preciso de ferramentas e
elementos de maior exatidão) estão em processo de acabamento. Isto não só́
depende da musculatura, mas também do desenvolvimento de estruturas mentais que
integram a coordenação da visão com o sistema motor.
Nesta fase de desenvolvimento, exercitam ao mesmo tempo a capacidade de
pensar e também suas habilidades motoras.
Começa a interessar-se pelas letras e pelo desenho. Usa cores ligação
cromáticas mais equilibradas, dá cambalhotas e constrói objetos tridimensionais com
blocos ou lego. O desporto e as atividades físicas são as suas preferidas.
O cérebro atinge em seu desenvolvimento 90% do tamanho do cérebro adulto
os dentes permanentes a nascer. Pesam​:​ meninos: 22,50 kg; meninas: 14 kg; com
estatura: meninos: 117 cm; meninas: 101 cm, o perímetro cefálico não é mais medido
e tem em geral 10-13 horas de sono diário.
COMPETÊNCIAS MOTORAS

● Consegue fazer muitas tarefas sozinhas, como vestir-se e despir-se sozinha.

● Interessa-se pelas letras e pelo desenho.

● Quando pinta, usa combinações cromáticas mais equilibradas.

● Dá cambalhotas.

● Constrói objetos tridimensionais com blocos ou legos.

● A extensão completa da coxa faz com que as pernas adquiram o seu


alinhamento definitivo.

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● Dança ao som de música.

● Equilibra-se num pé durante 6 a 10 segundos.

● O desporto e as atividades físicas são as suas preferidas.

● Corre, pula corda, dança, toca um instrumento, joga à bola, anda de bicicleta,
adora a água

● Usa faca e garfo.

● Consegue vestir-se e despir-se sozinha.

● Dança ao som de música.


● Veste-se sozinho.

● Copia o quadrado e o triângulo

● Conta 5 dedos de uma mão.

● Nomeia 4 ou mais cores e combina até 10 cores.

● Desenha a figura humana (cabeça com alguns pormenores, tronco, pernas e


braços).
3.1.3. Aos 6 anos

Aos 6 anos de idade, a criança desenvolve progressivamente sua


estrutura corporal, que permite um desenvolvimento de controle postural e
respiratório, ocorre a definição da lateralidade, a diferenciação esquerda-direita e a
independência dos braços em relação ao corpo.
Eles dominam todos os tipos de ações motoras, por esse motivo tentam de
executar qualquer tarefa física sem considerar suas possibilidades reais e perigos.
A riqueza de movimento que possuem não é apenas devida ao aumento da
complexidade das habilidades motoras básicas alcançadas em idade anterior, mas
também fruto do interesse que começam a manifestar por atividades pré́-esportivas
relacionadas à ciclismo, patinação, natação, atividades na natureza, etc.
Com a escola, surgem as ​atividades extracurriculares​ que proporcionam o
desenvolvimento de novos campos de interesses e habilidades físicas.

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É uma oportunidade para se relacionar com outras crianças, interagir com


novos ambientes e ocupar os tempos livres de forma ativa e estimulante.
Esta diversidade ajuda-a a construir novas imagens do mundo e de seu corpo e
a perceber que existem várias realidades e formas de fazer a mesma coisa.
A preferência manual está estabelecida
O uso das novas tecnologias surge e deve ser observado para que não diminua
às oportunidades de exploração motora do mundo.
As rotinas das refeições e de sono continuam a ter uma importância
fundamental para a estruturação da vida da criança.
Tem preferência por comida pouco elaborada, embora aceite uma maior
variedade de alimentos; pode manifestar dores de estômago ou vômitos quando
obrigada a comer comidas de que não gosta
É capaz de se vestir e despir sozinha e cuidar de sua higiene com autonomia
Dorme cerca de 9 a 11 horas
COMPETÊNCIAS MOTORAS

● Consegue chutar uma bola em movimento.

● Quando se aproxima dos 7 anos, é capaz de atirar uma bola pequena com
precisão e também de a agarrar com uma mão.

● Fica num pé 8-10 segundos com os braços cruzados.

● Salta sem esforço, com os cotovelos fletidos, “​aterrando​” no solo com a zona
plantar anterior dos pés.

● Salta alternadamente num pé (numa distância de 2-3 metros).

● Galopa com toda a coordenação.

● Desenvolve preensão complexo de utilização da tesoura. Dedo médio no


buraco inferior, dedos cubitais fletidos, indicador estabiliza parte inferior da tesoura.

● Manipula o papel durante a utilização da tesoura.

● Roda a caneta na mão para usar a borracha.

● Participa em jogos de mesa e jogos de computador com regras.

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● Participa em jogos competitivos e cooperativos.

● Transporta um copo sem derramar o conteúdo.

● Consegue atar um nó de vestido à frente.

● Ata laços traseiros.


3.2 Aspectos psicossociais

Nesta faixa etária, as crianças apresentam uma crescente e evidente


curiosidade sobre a constituição de seu corpo, e pelas diferenças e semelhanças com
outros corpos.
Surgem perguntas frequentes acerca da origem das pessoas (“como nascem os
bebês? ”) E geralmente observam com atenção o corpo dos adultos.
Já́ têm esclarecida a sua identidade sexual (“sou um menino”, “sou uma
menina”). Por isso que podem diferenciar atividades, jogos, brinquedos e interesses
próprios de cada sexo, mas também podem compartilhá-lós sem distinção.
Às vezes, tocam seus genitais em público, sem ter consciência das normas
sociais. Essa conduta particular da idade, é devido à exploração do próprio corpo, mas
vai ser minimizada com o ingresso no Ensino Fundamental.

3.2.1. Aos 4anos

Aos 4 anos, a criança é um ser imaginativo e sonhador. Os medos podem surgir


associados a esta enorme vontade de conhecer e explorar.

Cada vez mais consciente da sua individualidade, gosta de conviver com outras
crianças e pode ter já dois ou três “​melhores amigos”​ e um ou outro amigo imaginário.

A amizade é muito valorizada e as brincadeiras cooperativas são as suas


preferidas: brincar às escondidas, apanhada, o rei manda.

As birras tornam-se numa forma de exteriorizar a frustração e, apesar de já


perceber que os seus comportamentos e atitudes terão consequências, por vezes, esta
é a única forma que encontra para se expressar.

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COMPETÊNCIAS PSICOSSOCIAIS

● É bastante sensível aos sentimentos dos que o rodeiam relativamente a si


própria
● Tem dificuldade em cooperar e partilhar
● Preocupa-se em agradar os adultos que lhe são significativos, sendo
dependente da sua aprovação e afeto;
● Começa a aperceber-se das diferenças no comportamento dos homens e das
mulheres.
● Começa a interessarem-se mais pelos outros e a integrar-se em atividades de
grupo com outras crianças
● É capaz de se separar da mãe durante curtos períodos de tempo;
● Começa a desenvolver alguma independência e autoconfiança;
● Pode manifestar medo de estranhos, de animais ou do escuro;
● Começa a reconhecer os seus próprios limites, pedindo ajuda;
● Imita os adultos
● Autoconfiante e segura, a criança testa todos os limites.
● Tem consciência das consequências dos seus atos.

● Cada vez mais sociável, pode desenvolver uma relação mais estreita com um ou
dois “​grandes amigos​“.

● Consegue dirigir a atenção de forma controlada para pequenas tarefas.

● Inicia os jogos de regras, esperando pela sua vez de jogar por exemplo.
● Gosta de brincar com crianças da sua idade.

● Sabe esperar pela sua vez.

● Jogo imaginativo/narrativo (uso de miniaturas com criação de cenários


imaginários).
● A criança reconhece-se como um ser independente, com uma personalidade
própria e distinta.

● Comportamento mais sensato, controlado e independente.

● Escolhe amigos e joga em equipe.

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3.2.2 Aos 5 anos

O jovem de cinco anos aprende as habilidades sociais necessárias para jogar e


trabalhar com outras crianças. Eles precisam compartilhar esse espaço com outras
crianças.
À medida que deixam de lado o egocentrismo, começam a transitar pela etapa
da brincadeira social: compartilham situações de jogo e seus materiais, brincam com
grandes grupos, gostam de participar, cooperar e manter a unidade do grupo.
Gosta de brincar com outras crianças; porém poderá ser seletiva acerca dos
seus companheiros
Ao mesmo tempo, o jogo simbólico ajuda as crianças, estimulando a diminuição
das atividades centradas em si mesmo, permitindo uma socialização crescente.
Gosta de imitar as atividades dos adultos
Fazem um avanço significativo na comunicação oral, o que os permite começar
a expressar suas ideias com os demais. A linguagem egocêntrica gradualmente diminui
e cede lugar à linguagem socializada.
Com o trabalho em grupos, as crianças começarão a interagir com os outros,
dando início à cooperação.
Está crescendo na habilidade de compartilhar e aceitar as regras e a respeitar a
vez do outro
Os pesadelos são comuns nesta fase e pode possuir amigos imaginários e uma
grande capacidade de fantasiar;
Procura frequentemente testar o poder e os limites dos outros. Exibe muitos
comportamentos desafiantes e opositores; os seus estados emocionais alcançam os
extremos: por ex., é desafiante e depois bastante envergonhada;
Apresenta um crescente uma confiança em si própria e no mundo;
COMPETÊNCIAS PSICOSSOCIAIS

● Controla melhor as suas emoções e compreender as necessidades dos outros.

● Reconhece-se como um ser independente, com uma personalidade própria e


distinta.

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● Desenvolve o sentido de autocrítica, de individualidade e de autoconfiança.

● Comportamento mais sensato, controlado e independente.

● Escolhe amigos e joga em equipa.


● Continuar a proporcionar à criança responsabilidade, como por exemplo:
ajudar em casa, dar recados…

● Incutir regras, impor limites, ajudar a lidar com os impulsos (roubo, mentira).

● Promover a participação em jogos para a promoção da sua personalidade


(saber lidar com a timidez, submissão, vaidade, liderança, etc.…).
● Escolhe os amigos.

● Compreende as regras do jogo.

● Conta ou inventa pequenas histórias

3.2.3 Aos 6 anos

Aos 6 anos de idade, se acrescenta a preocupação de que é certo e errado.


Preocupa-se em aplicar e cumprir as regras, como também em denunciar as
outras crianças quando percebem que se comportam mal.
As relações sociais se tornam mais importantes, buscando a aprovação, não só́
dos adultos, mas também começam a importar-se com as opiniões de seu grupo social.
Isto leva a mostrar um crescente reconhecimento do outro.
A vida escolar, aos 6 anos, é marcada pelo aumento significativo das relações
interpessoais da criança; e os grupos de amizade são caracterizados por serem do
mesmo sexo.
O papel da brincadeira das oportunidades de aprendizagem. E é nela
que a criança desenvolve confiança em sua habilidade de fazer uma variedade de
coisas, entrarem em contato com o grupo de pares e se relacionar com eles,
aprendendo a aceitar e respeitar as normas.
Gostam de ganhar, mas também deve aprender a perder sem irritar-se, sendo
que esse tipo de jogo e experiência contribui para adquirir esta habilidade social e
possibilitar uma melhor gestão das frustrações nos estágios da vida que se seguem.

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A mãe é ainda o centro do mundo da criança, pelo que poderá recear a não
voltar a vê-la após uma separação; copia os adultos
Está mais calma. Brinca com meninos e meninas não sendo tão exigente nas
suas relações com os outros; é capaz de brincar apenas com outra criança ou com um
grupo de crianças, manifestando preferência pelas crianças do mesmo sexo.
COMPETÊNCIAS PSICOSSOCIAL

● Brinca de forma independente, sem necessitar de uma constante supervisão


● Eles gostam de jogos de competição que exigem atenção e concentração.
● Começa a interessar-se por saber de onde vêm os bebês;
● Está numa fase de maior conformismo, sendo menos crítica
● Pode apresentar alguns medos: do escuro, de cair, de cães ou de dano corporal,
embora esta não seja uma fase de grandes medos;
● Se estiver cansada, nervosa ou chateada, poderá apresentar alguns dos
seguintes comportamentos: roer as unhas, piscar repetidamente os olhos, fungar,
etc.;
● Preocupa-se em agradar aos adultos;
● Maior sensibilidade relativamente às necessidades e sentimentos dos outros;
● Envergonha-se facilmente
● Começa a ser capaz de esperar pela sua vez e de compartilhar
● Está completamente integrada nas atividades familiares e deve ter a
responsabilidade de desempenhar pequenas tarefas como pôr os talheres na mesa,
regar as plantas, dar de comer ao gato, ajudar em pequenas coisas nos cuidados a um
irmão mais novo, entre outras.

● Com a integração na escola, forma novas amizades e desenvolve novos


interesses.

● Com o desenvolvimento das relações de amizade, pode começar a pedir para


passar a tarde na casa de amigos.

GRUTESCA
19

● Gosta de brincar em grupo. A participação em jogos ajuda a promover a sua


personalidade (aprende, a saber, lidar com a timidez, a submissão, a vaidade, a
liderança).

● Precisa de se sentir apreciada pelo adulto, de ser reconhecida e apreciada por


ele.

● Mostra que já tem opinião e vontade próprias.

● Pode fazer algumas ​birras​ quando a sua independência é ameaçada ou quando


sente a pressão de um elevado nível de restrição.

● Mostra que é capaz de fazer escolhas e que gosta de ser incluída nas decisões
que lhe dizem diretamente respeito.

● Diz claramente o que quer e o que não quer fazer.


3.3 Aspectos de caráter
3.3.1. Aos 4 anos

Começa a distinguir o certo do errado. As opiniões dos outros, acerca de si


própria assumem grande importância para a criança;
Consegue controlar-se de forma mais eficaz e é menos agressiva;
Utiliza ameaças verbais extremas, como por exemplo: "eu te mato!", sem ter
noção das suas implicações;

3.3.2. Aos 5 anos

Aos 5 anos, as crianças respeitam as normas estabelecidas pelo adulto e pelo


grupo, e se chateiam muitíssimo perante qualquer injustiça.
Tem maior consciência do certo e errado, preocupando-se geralmente em fazer
o que está certo; podem culpar os outros pelos seus erros
São responsáveis e gostam de cooperar, podendo cumprir algumas tarefas.
São perseverantes, gostam de terminar o que começaram no mesmo dia ou nos
dias subsequentes, dependendo do tempo que a tarefa exige.

GRUTESCA
20

Sabem que existem limites sociais Pré́-estabelecidos, têm noção das regras, do
que se pode e não se deve fazer, embora às vezes, tentam transgredir os limites, pelo
seu pensamento egocêntrico. São extremamente curiosos.
Adaptam-se às obrigações cotidianas sem dificuldade.
As crianças não só́ testam os limites dos adultos, mas também, buscam ir além
de suas limitações em termos de proeza física, comportamentos e expressões de
emoção e habilidades de pensamento.
Começam a descobrir a trapaça nos jogos, e podem diferenciar brincadeiras de
meninos e meninas, sem que isso seja um impedimento para que brinquem num ou
noutro. São prestativos, carinhosos, compreensivos e falantes.
Seu egocentrismo os leva a ter dificuldade em respeitar o tempo (querem tudo
já́), mas quando o fazem, exigem que outros façam o mesmo.
3.3.3. Aos 6 anos

Devido à sua grande preocupação em fazer as coisas bem e em agradar, poderá


por vezes mentir ou culpar os outros de comportamentos reprováveis
Aprendemos sobre o jeito de ser de cada criança através da forma como se
relaciona com seus amigos, seus brinquedos, como manifesta suas vontades e afetos;
tolera suas frustrações, através das primeiras expressões gráficas e da linguagem
3.4 Aspecto intelectual

É uma fase muito importante do pensamento de uma criança, onde graças à


aquisição da linguagem, começam a desenvolver representações mentais que lhes
permitem evocar situações, objetos, gestos sem que eles mesmos estejam presentes.
É o que surge naturalmente, quando brincam sozinhos ou com seus companheiros;
sem que ninguém organize o jogo ou lhes digam como devem jogar, mas com
vigilância por parte dos educadores para que não ocorram acidentes.
O jogo simbólico não é um jogo didático, é uma expressão de forma lúdica de
seus pensamentos.
Podem aprender algo ou não aprender nada, em todo caso, sua importância é
estimular o pensamento, servindo para expressar emoções e resolver situações que

GRUTESCA
21

possam apresentar-se conflituosas, entre outros aspectos relacionados ao


desenvolvimento evolutivo.
Nesta fase as janelas de oportunidade de aprendizado estão abertas e
disponíveis em sua totalidade devem ser estimuladas

3.4.1 aos 4 anos

Com 4 anos, a criança consegue dar asas à imaginação e acrescentar novas


competências a seu repertorio.

A comunicação é uma competência essencial para se relacionar com os outros e


com o mundo e que deve ser incentivada através da leitura e experiências de leitura.

Todas as situações do dia-a-dia são bons pretextos para conversar e estimular,


tentando compreender como vê o mundo, como se relaciona com os outros, os seus
medos e ansiedades.

O seu vocabulário é constituído por mais de 1.500 palavras e pode falar horas
seguidas sem mostrar qualquer sinal de cansaço.

Pode- se ficar surpreendido por palavras e expressões que as crianças desta


idade podem usar de forma completamente correta mesmo quando lhe parece que
ninguém lhe ensinou o significado.

Já é capaz de reconhecer e nomear cerca de oito cores. Compreende a maior


parte do que ouve e o seu discurso é compreensível para os adultos

Utiliza bastante a imaginação, início dos jogos de faz-de-conta e dos jogos de


papéis

Começa a ter noção das relações de causa e efeito. É bastante curiosa e


investigadora

ASPECTO INTELECTUAL

GRUTESCA
22

● Compreende 2500 a 2800 palavras.

● Usa 1500 a 2000 palavras.

● Descreve o que o outro faz com os objetos.

● Descreve acontecimentos que aconteceram no passado, de forma detalhada.

● Conhece os opostos: grande pequeno; pesado/leve.

● Dá atenção e ouve histórias, conversações e filmes.

● Descreve imagens através de frases completas.

● Usa todos os pronomes adequadamente.

● Usa frases complexas no discurso (coordenadas e subordinadas).

● Inventa histórias.

● Joga de forma dramática e conversa muito.


● Compreende o conceito de "dois";
● Sabe o nome, o sexo e a idade;
● Repete sequências de 3 algarismos
● Descreve o que o outro faz com os objetos.

3.4.2 aos 5 anos

Por volta dos 5 anos de idade, a criança encontra um interesse crescente pela
existência real, o que lhe oferece os meios para satisfazer as necessidades afetivas e
intelectuais de seu “eu” para “compensar” situações insatisfatórias. Assim, a
assimilação simbólica (ficção) torna-se cada vez menos útil.
O símbolo se aproxima cada vez mais do real, convertendo-se em uma simples
representação imitativa da realidade.
A brincadeira da criança se desenvolve agora na direção da atividade
construtiva ou do trabalho em si. Isto é possível pela sua organização mental, e se
manifesta através de diferentes formas de expressão: desenho, modelagem,
montagem com diferentes elementos, representações dramáticas, etc.

GRUTESCA
23

As marcas distintivas que definem a atividade lúdica nesta etapa são as


seguintes:
● Existe uma crescente preocupação pela veracidade e exatidão na imitação da
realidade.
● A criança valoriza o produto obtido através de sua atividade, em vez da
atividade em si.
● O brincar adquire maior ordem, sequência e continuidade. Esta ordem e
coerência também se evidenciam nas construções materiais que a criança
executa nesta fase. Ao mesmo tempo, o progresso na socialização contribui
para que se registrem as seguintes características:
● O simbolismo torna-se mais coletivo (simbolismo de vários).
● Os papéis se diversificam e se diferenciam cada vez mais (mecânicos,
bombeiros, médicos, etc.)
Aos 5 anos, as crianças estão muito interessadas em todos os tipos de atividades
que põem sua criatividade em desenvolvimento.
A música, a dança, a expressão plástica, colocam em prática estruturas mentais
que propiciam o desenvolvimento integral da criança.
Nesta idade, realizam espontaneamente tais atividades, não se importando demais
com a opinião do resto do grupo. Elas criam pelo prazer de fazer
O jogo simbólico se manifesta nesta fase como uma expressão do criativo. Nos
momentos de brincadeira livre, a criança deixa sua imaginação voar para explorar o
espaço entre a realidade e a fantasia, desfrutando diferentes papéis. Elas adoram ouvir
e inventar histórias, e imaginar que são parte disso.
Os jogos de construção produzem experiências sensoriais, potencializam a
criatividade e desenvolvem habilidades.
É uma transição entre a atividade egocêntrica e uma atividade mais social. Neste
tipo de jogos, as crianças tendem recriar com sua ação os elementos mais próximos da
realidade que vivem.
Os materiais que utilizam a acompanharão na descoberta, criação, invenção, e
tudo isso as levará a estabelecer um conhecimento significativo.
Também aos 5 anos, as crianças desenvolvem a noção temporal e consegue
estruturar o tempo em dias, semanas, meses e anos.

GRUTESCA
24

Gradualmente, começa a compreender o significado das palavras, integrando-o nos


diferentes contextos em que a utilizada.
A evolução da linguagem, a constante aquisição de novo vocabulário (nesta fase
composto por cerca de 2000 palavras) e a aplicação correta das palavras, obrigam a
criança a compreender o significado e, por vezes, o duplo significado das palavras.
Esta necessidade muda o discurso da criança. Agora não quer saber apenas o nome
das coisas, mas qual o seu significado nos vários contextos em que são utilizadas. Fase
de muitos porquês.
O contato com os livros, contar histórias e brincar são formas de estimular o
desenvolvimento das competências linguísticas e de aprendizagem.
A criatividade da criança está no auge e começa a passar para o papel o que
imagina. Os desenhos tornam-se mais complexos e com mais elementos.

ASPECTO INTELECTUAL

● Vocabulário alargado e adequado às situações

● Incorpora novas palavras no discurso espontaneamente.

● Reconta histórias,

● Explica experiências de forma mais coesa, sequencial e elaborada.

● Capacidade de sinonímia e antonímia.

● Capacidade de categorização.

● Distingue o certo do errado, a verdade da mentira


● Desenvolveu a noção do que é justo ou injusto.
● Conta até 100
● Compreende os conceitos de mais alto, mais baixo, maior, mais pequeno e
consegue organizá-los em séries: do primeiro ao último, do mais pequeno ao maior.
● Melhor pronunciação das palavras
● Melhor memória auditiva.
● Estrutura frásica mais complexa.

GRUTESCA
25

● Participa em discussões de grupo, toma a sua vez de forma adequada em


conversações.

● Tece comentários relativos aos tópicos que estão a ser discutidos.


● Compreende ordens com frases na negativa
● Articula bem consoantes e vogais e constrói frases bem estruturadas
● Exibe uma curiosidade insaciável, fazendo inúmeras perguntas
● Compreende as diferenças entre a fantasia e a realidade;
● Compreende conceitos de número e de espaço: "mais", "menos", "maior",
"dentro", "debaixo", “atrás”.
● Começa a compreender que os desenhos e símbolos podem representar
objetos reais
3.4.3 Aos 6 anos

Como nas etapas anteriores, aos 6 anos as crianças apresentam grande


atividade criativa, mas agora frequentemente buscam produzir uma obra, para serem
autores.
Por isso as atividades como modelagem, construção com blocos, pintura ou
outros, parecem muito atrativas, pois estimulam sua criatividade, exercitam suas
habilidades intelectuais e permitem experimentar emoções prazerosas como a alegria
de criar (durante o processo) e a alegria do êxito (no fim do processo).
A ansiedade da perfeição, própria desta fase, se reflete em seu esforço por
terminar as obras iniciadas, ainda que isto suponha adiar outras atividades.
Esse comportamento implica no desenvolvimento da vontade, que lhe permite
organizar suas ações afim de cumprir as metas a que se propõe.
Nesta fase, a opinião do resto do grupo começa a influenciá-lós, como
também, surge a cópia como uma forma de realizar algo que “agrade os demais”.
Aos 6 anos de idade, a criança apresenta habilidades de linguagem bem
desenvolvidas, sendo capaz de aprender palavras mais complexas o que aumenta a
compreensão da informação verbal.
A entrada na escola traz novas responsabilidades e ​anseios​ e exige uma forte
capacidade de adaptação.

GRUTESCA
26

ASPECTO INTELECTUAL

● Vocabulário alargado e adequado às situações – incorpora novas palavras no


discurso espontaneamente.

● Fala fluentemente, utilizando corretamente o plural, os pronomes e os tempos


verbais

● Grande interesse pelas palavras e a linguagem e seu significado

● Pode gaguejar se estiver muito cansada ou nervosa

● Reconta histórias, explica experiências de forma mais coesa, sequencial e


elaborada.

● Capacidade de sinonímia e antonímia.

● Capacidade de categorização.

● É capaz de agrupar e ordenar objetos tendo em conta o tamanho (do menor ao


maior);

● Melhor pronunciação das palavras.

● Melhor memória auditiva.

● Estrutura frásica mais complexa.

● Participa em discussões de grupo, toma a sua vez de forma adequada em


conversações.

● Tece comentários relativos aos tópicos que estão a ser discutidos.

● Sabe o nome completo, a idade, endereço e habitualmente a data de


nascimento.

● Começa a entender os conceitos de "antes" e "depois", "em cima" e "em


baixo", etc., bem como conceitos de tempo: "ontem", "hoje", "amanhã

● A partir dos 6/7 anos inicia a alfabetização


● Segue instruções e aceita supervisão
● Conhece as cores, os números,

GRUTESCA
27

● Capacidade para memorizar histórias e repeti-las

3.5 Aspectos afetivos


3.5.1. Aos 4 anos
Aos 4 anos, a família é seu núcleo social e ainda é bastante dependente da mãe.
Porem começa a ocorrer uma mudança gradual na relação de apego da criança
com sua mãe, familiares. Bowlby trata este estágio como ​parceria de objetivo
corrigido,​ em que o relacionamento não depende totalmente da interação com
proximidade física onde a criança começa a entender e a ausência de maneira mais
tranquila.
As crianças dessa idade ficam muito menos perturbadas com a separação,
porém ficam preocupadas se não sabem o que está acontecendo ou não
compartilharam o planejamento da separação. É somente nas situações estressantes
que vemos nítidos comportamentos de apego

A criança é muito afetuosa e criativa porém pode estranhar as pessoas que


desconhece.
3.5.2. Aos 5 anos

Aos 5 anos, para crianças é fundamental seu ambiente familiar, mas também,
necessitam de relacionamentos sociais com pares para poder crescer e desenvolver
aspectos de sua vida emocional.
Eles apreciam ser elogiados por seus êxitos e precisam de oportunidades para
se sentir mais livres e independentes. Demonstram seu afeto e são muito
espontâneos, expressivos e alegres.
Através do jogo simbólico, as crianças conseguem processar conflitos,
superar seus medos e começar a compreender e adaptar o mundo real à sua maneira.
À medida que a criança vai superando seu egocentrismo e adaptando-se as
realidades do mundo físico e social, os símbolos se aproximam cada vez mais das
situações reais, convertendo-se em uma representação imitativa do que acontece com
elas.

GRUTESCA
28

A fantasia prevalece como forma de estabelecer uma união com o mundo,


porém as crianças podem distinguir entre está e a realidade.
3.5.3. Aos 6 anos
Aos 6 anos, começam a ser mais independentes de seus pais e se
relacionam com mais pessoas, especialmente seus amigos como resultado de sua
maturidade física, cognitiva e afetiva.
Através da interação com outras crianças, fazem descobertas de suas próprias
atitudes, valores e habilidades, mas a família continua a ser uma influência vital. Os
pais ainda são figuras muito importantes; as crianças se dirigem a eles em busca de
carinho, orientação, vínculos confiáveis e duradouros, afirmação de sua competência e
valor como pessoas.
O grupo de amigos oferece segurança emocional, conforto e
comumente têm um melhor amigo do mesmo sexo. Para as crianças deste estágio, a
amizade significa dar e receber, mas ainda atende interesses individuais ao invés de
interesses comuns.
As opiniões dos seus colegas sobre ele, pela primeira vez na vida da
criança, terão peso em sua imagem pessoal.
3.6 Aspectos espirituais

As crianças de 4 a 6 anos são muito curiosas acerca de Deus. Elas gostam de


ouvir histórias e cantar músicas que as nutrem espiritualmente, sempre que puderem
relacioná-las com sua vida cotidiana.
Surgem preocupações pela ideia da morte e eles próprios começam a elaborar
suas próprias hipóteses. Começam a internalizar a ideia de um Deus Criador e tem um
senso de transcendência. Gostam de contemplar a natureza, sua grandeza e pequenos
mistérios.
3.6.1 – Aos 4 anos
A maior necessidade para as crianças sentir que o mundo é um lugar seguro e
que as pessoas que nele habitam são confiáveis.
Essa sensação de segurança e confiança geralmente vem da família e fornece
uma fundação para crianças a confiar em Deus.

GRUTESCA
29

O desenvolvimento primário durante este tempo é pela imitação. O


desenvolvimento da espirituali​dade se dará pela imitação da crença de sua família.
3.6.2- 5 Anos
Durante a pré-escola e primeiros anos da infância, as crianças geralmente agem
com "fé experimentada.".
A maior parte das crianças responde às ações dos pais e dos adultos, enquanto
aprende a iniciar ações.
Eles exploram e experimentam, imaginam e criam, observam e copiam,
experimentam e reagem. Seus atos fornecem um espelho e um teste dentro do
contexto familiar e da comunidade de fé. Neste contexto, estão experimentando a fé
de sua família
3.6.3 – 6 Anos

A fé é intuitiva - a criança não é capaz de raciocinar logicamente, e usa a


intuição para tentar entender o que é Deus; as experiências familiares continuam a dar
o tom nesta idade.
As experiências com o sagrado são fundamentalmente mediadas pela família e
suas ações e vivência.

4. Os princípios

Os Princípios do projeto Castor seguem os do Escotismo em sua essencialidade,


no que diz respeito à base moral, ajustada ao grau de maturidade da criança mais
jovem.
A adaptação da Promessa do Ramo Castor foi baseada num amplo estudo
sobre as características psicológicas, cognitivas, afetivas e de socialização dessa faixa
etária.
Os pontos básicos da Promessa definem o modo de atuar com o Castor,
conforme se segue:
a. Deveres para com Deus​: o “Amar a Deus” fundamenta a vivência e a adesão
aos princípios espirituais, seguindo os preceitos de uma religião que expresse a
interioridade da criança, desenvolvendo sua espiritualidade natural e valorizando o

GRUTESCA
30

respeito às demais crenças;


b. Deveres com a Pátria: o “Amar a Pátria” contribui para que a criança
compreenda a importância de seu papel na promoção (local, nacional e internacional)
da paz, cultivando seu espírito cívico; o “Ajudar a Construir um Mundo Melhor” é
entendido como a cooperação e participação ativa no desenvolvimento da sociedade,
incentivando o reconhecimento, respeito e dignidade por cada povo e para a
integridade natural do mundo como um todo;
c. Deveres com o Próximo​: o “Amar a Família” enfatiza a vida familiar do ​CASTOR
como o berço e núcleo básico de respeito e solidariedade, sensibilizando-o para o
auxílio ao próximo.
5. A vida na colônia

A vida na colônia ocorre nos pequenos grupos de forma geral e em suas tocas
que correspondem a pequenos grupos de 4 castores divididos pela cor de sua cauda e
que representam seu desenvolvimento pessoal e cronológico.

A colônia se desenvolve num ambiente rico de fantasias “fundo de cena “ e


cheio de novidades onde a convivência ao ar livre, as boas ações, os jogos, cantos e
narrativas favorecem o desenvolvimento e crescimento individual e em grupo.

Neste ambiente o pequeno castor é recebido de forma ímpar e sua relação com
os demais castores e com os adultos da colônia se estabelece, cabendo a estes adultos
se preocuparem de maneira especial e única com o desenvolvimento individual de
cada novo castor e do acompanhamento do desenvolvimento de todos os castores.

É neste ambiente especial da colônia que ocorre o espaço educativo e a


experimentação da vida social longe, de forma controlada, gradual e segura, de seus
cuidadores/pais e o seu desenvolvimento integral.

A progressão, desenvolvimento educacional, se faz pela prática “ aprender


fazendo “ sendo a vida na colônia o agente educativo que permeia o método escoteiro
e que dá cor a todo este processo de aprendizado e conquista de competências.

Todos os elementos do método escoteiro devem estar presentes neste


processo.

Castores

GRUTESCA
31

Lei e promessa

Atividades Competências

Vida ao ar livre Vida na colônia marco simbólico

Serviço Jogo

Adultos

A relação dos adultos e dos castores irá propiciar de maneira saudável o


ambiente adequado e as oportunidades necessárias para o desenvolvimento do
projeto educativo.

Os adultos propiciam o desenvolvimento do método escoteiro sem exercer


uma autoridade direta e hierárquica onde o adulto ensina e a criança aprende. Os
adultos são facilitadores do aprendizado e companheiro neste processo de educação.

Os castores também são agentes ativos do seu desenvolvimento e de seus


pares ao enriquecerem as atividades com suas experiências apesar da tenra idade.

O que se busca na colônia é o desenvolvimento pleno do método educativo


através de atividades que produzam competências através do aprender fazendo e das
atitudes resultantes deste aprendizado.

Todos os pontos do método educativo permeiam a vida da colônia. As


atividades desenvolvidas ao ar livre e em contato direto com a natureza fazem parte
do dia a dia da colônia; os jogos como facilitadores de aquisição de habilidades; o
servir através de pequenas boas ações, marco simbólico representado pelas narrativas
e pela história amiga da floresta, as cerimônias que marcam as etapas da vida da
criança e seu crescimento físico e mental.

GRUTESCA
32

Ainda aceitação da Lei e da Promessa dentro do nível de entendimento dos


jovens desta idade.

6. O marco simbólico

É marcado pelo mundo fantástico, onde o fundo motivador – amigos da floresta


– favorece a fantasia e o desenvolvimento das competências. Outras narrativas
também podem ser usadas complementando a história base.
Através da fantasia o castor é levado a:
● Vivenciar, descobrir e direcionar suas emoções
● Compartilhar, aprender e tomar atitude sobre este conhecimento através do
jogo
● Modificar seu ambiente através das experiências vivenciadas com a colônia

O marco simbólico é a ferramenta que ajuda a gerar as situações de


aprendizado e criação.

O fundo de cena é o elemento motivador que propicia, fomenta e direciona a


curiosidade, as descobertas e, por conseguinte o aprendizado oferecendo um tempero
as atividades desenvolvidas na colônia

A construção de valores é um marco para a colônia e se evidencia pela


expressão individual de cada criança e pelas atitudes que toma em relação as
experiências vividas no grupo.

O marco simbólico também se evidencia na adesão a Lei e a Promessa, e na


progressão em outros segmentos onde o pequeno castor se propõe de modo
voluntário e pessoal a ajudar os outro desenvolvendo atitudes colaborativas e
compartilhando suas coisas; ser amigo respeitando e brincando com as demais
crianças e ser alegre e otimista.

7. O fundo de cena

O fundo de cena busca motivar as crianças a se verem como irmãos e a


vivenciarem as atividades como uma família -colônia de castores- e assim juntos se
desenvolverem.

GRUTESCA
33

O programa adaptado do projeto Castor hoje utilizado no Brasil é baseado no


livro “Beaver Leader’s’ Handbook” – Nacional Council “Boy Scouts of Canada” -
maio/1984 entre outras literaturas.
A primeira edição da História “Amigos da Floresta” foi traduzida por João
Antônio Munhoz Sacola e Moacir Antônio Orosco, do GE Paineiras, em 1987, baseado
no “Friends of the Forest”, publicada pela National Council Boy Scouts of Canada –
Ottawa, Ontario, 1972.

Ao final do atual documento segue a tradução do livro.


A toca é chefiada por um chefe de toca, que é auxiliado por um ou mais
assistentes.
A colônia é liderada pelo Grande Castor.
A chefia assistente recebe o nome dos personagens do livro “Amigos da
Floresta”: Falcão, Bolinha, Ferrugem, Arco-Íris, Malak, Tic-Tac, Keeo e de outros
animais da floresta
Os personagens representam áreas de desenvolvimento e características
específicas relativas a esta área de desenvolvimento deve ser pensada ao atribuir um
personagem ao chefe assistente.
A coruja Malak representa a área intelectual
O esquilo Tic Tac, ágil e esperto representa a área física por sua habilidade em
subir árvores e se mover rapidamente pelas árvores
Falcão (pai da família Jones) representa as relacionadas ao caráter.
Os castores gêmeos representam as áreas afetivas trabalhadas no programa.
A mãe da família Jones, nomeada pelos castores como Arco-Íris, trabalha as
questões relativas à espiritualidade
Ferrugem e Bolinha tratam da grande área social

GRUTESCA
34

No primeiro capítulo são apresentados os personagens principais de nossa


história e suas características essências
No segundo capítulo a toca é apresentada como local onde os castores se
reúnem e se sentem como família e que este local os torna um grupo, é também o
momento de explicar as etapas de progressão dos castores.
No terceiro capítulo os castores entram em contato com o Keeo, castor que ao
ser iluminado e tocado pela magia aprende a língua dos humanos e é capaz de fazer a
mediação entre o mundo dos castores e dos humanos e tem com isto a missão de
aprender e ensinar os mais novos, bem como mediar esta relação.
No quarto capítulo o Keeo se torna amigo e troca experiências com as crianças
Jones – Ferrugem e Bolinha.
No quinto capítulo as crianças tomam contato com a ênfase do Projeto Castor –
“o compartilhar”. Tic Tac, o esquilo, busca com a coruja Malak entender os motivos da
Colônia compartilhar o trabalho e todos os momentos alegres e tristes e este como
uma forma de viver melhor e mais feliz.
Trata da vida em família e das atividades coletivas e individuais
No sexto capítulo Ferrugem e Bolinha conhecem a toca dos castores. Então,
estimula-se o interesse em conhecer novos lugares e novas pessoas. Trata do
compartilhar experiências.
No sétimo capítulo as crianças são apresentadas ao trabalho em equipe, ao
aprender juntos e dividir as tarefas para se obter um fim conjunto.
No último capítulo o castor é levado a compreender que cresceu e precisa
buscar novos mundos e experiências sempre compartilhando e respeitando os demais.

8. Regras para abertura de colônias

A Colônia é dirigida por um Chefe de Seção denominado - Grande Castor.

O Grande Castor é auxiliado por Chefes de Tocas, seus Assistentes, sendo um


deles designado substituto eventual do Chefe.

GRUTESCA
35

Os Chefes de Tocas ou Assistentes recebem nomes de personagens da História


“Amigos da Floresta”, como: Arco-Íris, Bolinha, Falcão, Ferrugem, Keeo, Malak, Tic-Tac;
ou outros nomes de animais da floresta.

É aconselhável que a Colônia seja composta por adultos de ambos os sexos,


devido ao fato de serem crianças menores e de terem necessidades específicas da
idade.

A Colônia de Castores possui características próprias no que diz respeito à


chefia. É recomendada a existência de um chefe para cada Toca, além do Grande
Castor.

Eventualmente, a Colônia pode precisar de auxílio de Instrutores para


desenvolver atividades específicas.

O Chefe da colônia - O “Grande Castor”- responde pela orientação e direção da


Colônia.

Compete ao Chefe da Colônia manter-se atualizado com relação aos aspectos


de educação infantil, das características próprias das crianças dessa idade, tem como
principal dever aplicar, adequadamente, o Programa Castor e ser o responsável pelos
incentivos aos demais Chefes, Assistentes e pais de castores. Bem como pelo
acompanhamento da progressão individual de cada criança

Ao entrar para a Colônia os pais devem ser informados do caráter experimental


dos trabalhos e da sua isenção de vínculo para com outras instituições que utilizem o
Método Escoteiro como fundamento de sua prática educativa.

A Colônia é composta por unidades denominadas Tocas nas quais os ​CASTORES


congregam-se para realizar o trabalho em grupo, sem desenvolver, contudo, a
estruturação da equipe de trabalho e de jogos adotada por outras iniciativas
educativas

Um Colônia comporta cerca de 3 a 4 Tocas, que são formadas por grupos


estáveis de, no máximo, 4 castores, não ultrapassando 16 crianças.

A Colônia organiza-se, além das Tocas, pela formação de subgrupos


denominados: Grupos de Cauda.

GRUTESCA
36

Esses subgrupos são discriminados pela cor da cauda que o ​CASTOR porta em seu
boné, agrupando crianças com o mesmo intervalo de idade, estratificando, assim, a
Colônia de acordo com o potencial de desenvolvimento.

As crianças com mesma idade ficam, igualmente, distribuídas entre as Tocas, de


tal forma que, cada Toca, tenha ​CASTORES​ de diversas idades na sua composição.

No sistema Grupo de Cauda, é valorizado o desenvolvimento global do ​CASTOR​,


tanto nos aspectos físicos, como nos afetivos, emocionais, sociais e cognitivos.

O Grupo de Cauda é utilizado quando se quer aplicar atividades que exijam


graus de amadurecimento e habilidades diferenciados, proporcionando à criança a
possibilidade de desenvolver seu próprio potencial, e sem a competitividade que
caracteriza outras faixas etárias.

O Símbolo representativo da história “Amigos da Floresta” é o Mascote “Castor


Marrom”, usado, principalmente, na Cerimônia de Alimentar o Castor, como também,
nas cerimônias de Abertura e de Encerramento. É aconselhável que a colônia tenha um
castor para servir de mascote nas suas atividades. Por ser o Símbolo da Colônia,
podem ser afixados em seu corpo os distintivos de atividade realizados pela Colônia.

Qualquer material pode ser usado ou recurso para a confecção da mascote

As Tocas não usam bandeirolas. A Colônia pode ter um Bastão-Tótem,


encimado por um Castor de frente ou perfil, usado, principalmente, em atividades
externas e em encontros com outras Colônias.

As Tocas não possuem líderes fixos, porém devem ser organizadas pelos
próprios castores a escolha de um coordenador e seu auxiliar de toca - no momento de
formação ou nos jogos e atividades. Essa designação traz para os castores a
importância de sentirem-se responsáveis, percebendo a confiança que a chefia
deposita neles.

O coordenador e o auxiliar de Toca são escolhidos pelo chefe, periodicamente


ou a cada reunião, em sistema de rodízio. Leva-se em conta o tempo na Colônia e a
idade, por serem, geralmente, os mais amadurecidos e experientes, quase sempre
portadores de cauda branca ou branca com raio, na fase de ​CASTOR ESPERTO​.

GRUTESCA
37

O coordenador segue na frente da Toca, conduzindo-a, enquanto que seu


Auxiliar segue em último lugar, colaborando na organização e formação da mesma.

É importante que a chefia chegue ao local de reunião antes dos castores. Esse
tempo pode ser aproveitado para discutir detalhes da programação e preparar o
equipamento e material que serão utilizados nas atividades. Se um familiar vai
colaborar nas atividades do dia é bom que participe desta sessão prévia.

A chefia deve ir recebendo os castores que vão chegando. Pode ser planejada
uma atividade para esse fim de modo que as crianças fiquem envolvidas com a
programação logo que cheguem ao Lago. Deve ser escolhido um jogo que seja
entendido pelas crianças com um mínimo de explicação.

A chefia deve receber e entregar o Castor aos seus pais ou responsáveis.


Durante as atividades, não permitir que deixem o grupo sozinho. Se houver grande
necessidade, um adulto deve acompanhá-las. As práticas de segurança devem ser
sempre seguidas

As atividades externas e acantonamentos devem ser meticulosamente


preparados e todos os quesitos de segurança garantidos

Os acantonamentos dos castores não devem ter duração superior a 36 horas e


devem ser realizados sob a direção do Grande Castor;

A proporção da chefia em relação às crianças deverá ser de um chefe para cada


4 crianças da Colônia preferencialmente

A colônia deve contar com uma associação mantenedora e ter sua escrituração
realizada adequadamente.

9. O uniforme

Uniforme azul e marrom, simbolizando a natureza.

O azul representa o céu e o marrom a terra.

É composto por:

● Colete marrom com dois bolsos; Lenço da colônia, colocado de maneira


especial; Anel com a figura do Castor. Tênis ou sapato de qualquer cor confortável

GRUTESCA
38

Meias de qualquer cor preferencialmente de algodão. Camiseta com a figura do castor


em marrom (opcional).

● Boné azul e marrom com cauda em feltro de cores diferentes fornecido


oportunamente e adequado a idade e desenvolvimento da criança; contendo a aba do
boné em marrom (cor e tecido do uniforme), com cerca de oito gomos, encimados por
um botão forrado, em tecido marrom. O uso do boné é indispensável para os castores,
não só pela função de proteção, como também por ser o local de colocação da Cauda -
símbolo da identidade e da toca qual pertence o castor

GRUTESCA
39

10. A Promessa

A Promessa de Castor foi elaborada de acordo com as caraterísticas cognitivas


dessa faixa etária, com conceitos adequados à sua idade.
Contempla os elementos essenciais da vida da criança incluindo a relação
familiar, como antecessora dos demais deveres, como também na disposição de
cumprir a lei e ajudar ao próximo, como a possibilidade de realizar um mundo melhor.
Neste sentido, procura valorizar a simplicidade da interação da criança com seu
mundo, sem incluir, ainda, a responsabilidade do “fazer”. A Promessa prestada pela
criança, ao se tornar um ​CASTOR​, é a seguinte:

“Prometo amar a Deus, a Família, a Pátria e

“Ajudar a construir um mundo melhor”.

11. A Lei
A Lei do Castor respeita as potencialidades das crianças e procura abranger as
características próprias das crianças dessa idade.
Busca abranger seus interesses como: gostar de animais; ser curioso; alegre;
ativo; brincalhão; ouvir e atender às solicitações de adultos.
Prevê a necessidade de desenvolver atividades em grupo e de iniciar a
socialização. Compõe-se de 4 artigo, da seguinte forma:

I - O castor é amigo dos animais e das plantas.

II - O castor está sempre querendo aprender.

III - O castor é alegre, limpo e obediente.

IV - O castor trabalha em família

12. O Lema

O Lema do Castor “ VIVER MELHOR “ foi formatado em alusão ao cumprimento


da Promessa e da Lei e como proposta de um estilo de vida para a criança,
incentivando-a a criar uma boa perspectiva para seu futuro.

GRUTESCA
40

“VIVER MELHOR”

13. O grito

“A-lá-uê, A-la-uê, A-la-uô

Só quem é muito bom

“Pode ser Castor”

14. O cumprimento

Sinal especial de cumprimento feito com os dedos indicador e médio dobrados,


representando os dois dentes frontais do animal Castor, dizendo: “Viver Melhor! ”.

15. Vozes de comando

Com os castores ​não se utilizam sinais sonoros (como apito) ou gestos


manuais (como uso da mão ou braço) para se atrair a atenção das crianças ou
para solicitar sua organização.
Seguem-se os conceitos originados da vida do animal, que
fundamentam a forma de comunicação entre a chefia e o Castor​.
Procura-se desenvolver o hábito de organização e disciplina, através da
Voz de Comando que é acompanhada de um movimento realizado pela
própria chefia, no cumprimento do que foi dito.
Devido ao grau de maturidade e características dos Castores, não é
necessário que o “Dique” seja redondo e as “Margens de Rio”, paralelas, visto

GRUTESCA
41

que, até mesmo na natureza, nada é exatamente reto ou geometricamente


simétrico.
A Voz de Comando segue os seguintes princípios:

a) Sinal de comando para os castores deve ser sempre acompanhado de


voz de comando de sua chefia, uma vez que nessa idade é difícil prestar
atenção somente a gestos ou se atentar a um som específica como apito;
b) Para que os castores se agrupem é necessário bater palmas duas a três
vezes e ao mesmo tempo chamar: “Castor, Castor, Castor” de modo lento e
pausado;
c) Para a formação em duas colunas: a voz de comando é “Formar a
Margem do Rio”, acompanhada do movimento de braços em paralelo. A este
comando os Castores e a chefia se dividem em dois grupos, de mãos dadas, e
formam duas linhas de frente uma para a outra, de modo desigual como se
fossem as margens do rio;

d) Para a formação em círculo, o comando é “Construir o Dique”,


acompanhado do movimento que indica o fechamento dos braços do rio. A
este comando as duas margens de rio se fecham, ainda de mãos dadas,
formando um círculo irregular, como o lago na natureza;

GRUTESCA
42

e) Para a formação das tocas: “Formar as Tocas”.


16. Cerimônias

As cerimônias constituem parte importante de qualquer evento. Elas realçam a


programação e a magia das reuniões. Além disso, estimula o senso comunitário,
componente importante na programação dos castores.

No Escotismo, as cerimônias são uma tradição desde a época de seu Fundador.


E estão sempre relacionados os fatos alegres da vida e do desenvolvimento.

Entretanto, sempre que se programa uma cerimônia, qualquer que seja, é bom
lembrar uma regra básica: faça-a curta, simples e objetiva, especialmente por se tratar
de crianças menores onde a atenção tem seu tempo diminuído.

São elas:
● Cerimônia de Abertura - Batida da Cauda​ - Usada na abertura da reunião;
● Cerimônia Alimentar o Castor - ​Corresponde ao preparo do lanche comunitário
(em todas as reuniões) ou à coleta de Gravetos para o dia da passagem;
● Cerimônia da Grande Batida da Cauda​ - Usado no encerramento da reunião;
● Cerimônia Promessa ​- Promessa Castor;
● Cerimônia da Cauda - ​Voltada a registrar o desenvolvimento e o crescimento
da criança.
● Cerimônia do Elo - Marca a Entrada Keeo na Colônia e o início da Etapa de
Castor Elo.
● Cerimônia da Subida do Rio - ​Utilizado na passagem do Castor Elo para a
Alcatéia quando escolhido o Escotismo ou outro ramo correspondente em outra

GRUTESCA
43

associação e escolhido pela família.


16.1 CERIMÔNIA DE ABERTURA (batida da cauda).

Ocorre após o hasteamento da bandeira.

A cerimônia da batida da Cauda, é realizada pelo Grande Castor ou outro Chefe


designado no início da reunião e tem por objetivo agrupar os Castores, reunindo a
Colônia e despertando a atenção das crianças para os chefes direcionando sua energia
e dinamismo para o início da atividade do dia.

Inicialmente o Chefe fica de pé, perto do Castor Marrom e diz​: “MARGEM DE


RIO”.

A este comando os castores formam duas linhas sinuosas, como se fossem


margens de um rio.

Eles ficam de mãos dadas de frente um para o outro.

Feito isso o chefe ordena: ​“CONSTRUAM O DIQUE”. A este comando os


castores formam a represa, fechando as pontas das margens do rio.

O grande castor fica no meio do Dique.

Formação - Margem do Rio:

Formação - Construam o dique

GRUTESCA
44

O chefe abre os braços, dá uma volta e depois os abaixa. Com este movimento
as crianças colocam-se em “Posição de Cortar a Árvore”:
O chefe então pergunta:​ QUEM SÃO VOCÊS?
E a Colônia responde em tom bem alto e forte: ​CO-LÔ-NIA DE CAS-TOR.
O Grande Castor está voltado a uma criança que foi designada pelo chefe
naquele momento, e que pergunta à Colônia: ​E O QUE CONSTRUÍMOS?
Todos respondem em uníssono: ​UM MUN-DO BEM ME-LHOR.
Em seguida, o chefe faz um sinal com as mãos para se levantarem e emite o
som: “​ooo​”, começando baixinho e erguendo a voz, até o volume máximo.
A outro sinal do chefe os castores “batem a cauda”.
Ação de bater com palmas das mãos nas costas, com os braços estendidos e
mãos espalmadas, significando a chamada que o Grande Castor faz para atrair a
atenção do restante da Colônia, imitando o barulho provocado pelo mergulho do
Castor na lagoa.

Na posição de “cortar a árvore” os castores ficam agachados, pés no chão,


sentados em seus calcanhares, com os cotovelos encostados nos joelhos, e com as
duas mãos representando o “Sinal de Castor” junto à testa.

Nesta posição, assemelham-se ao animal castor “apoiado em suas patas


traseiras” com as patas dianteiras erguidas, quando está roendo as árvores. Esta
posição é utilizada durante a Cerimônia a Batida da Cauda, demonstrando que estão
prontos “para trabalhar”.

GRUTESCA
45

16.2 CERIMÔNIAS DA PROMESSA.

A criança após completar o período introdutório – castor Filhote se torna um


Castor Atento na Cerimônia de integração quando recebe o lenço da colônia e pode ou
não fazer sua promessa.
A cerimônia de promessa marca o encerramento do período de adaptação do
Castor na Colônia.
Os pais dentro do possível devem participar da cerimônia ficando de pé atrás do
filho e colocando o lenço da colônia e o anel no momento oportuno.
Na ausência dos pais um familiar ou um chefe os substitui.
A Promessa é feita no início da reunião, logo após a Cerimônia de Abertura.
O chefe faz um sinal e todos os castores sentam-se com as pernas cruzadas,
fazendo o som de “sh, sh, sh, sh”.
Antes de começar a cerimônia um dos Chefes deve falar sobre o significado da
Promessa. Em seguida ele convida os pais para assumirem suas posições e trazerem os
lenços e os anéis.
Os castores podem fazer a Promessa ao mesmo tempo ou individualmente,
lembrando que o ideal é que seja u momento especial para cada castor.

O chefe pede que a criança faça a saudação do Castor enquanto diz a Lei e a
Promessa. A lei pode ser dita de frente par os pais e a Promessa de frente para o chefe.
A seguir o lenço é colocado no Castor. Pode haver variações nesta parte segundo a
tradição de cada colônia.

GRUTESCA
46

Os castores que acabaram de fazer a Promessa recebem cumprimentos da


chefia e de seus pais antes de retornarem aos seus lugares.

Os castores podem se reunir aos outros na formação do dique enquanto a


Colônia e a Toca os saúdam com o Grito de Guerra ou podem receber os
cumprimentos individualmente.

Formação:

13.3 ALIMENTAR O CASTOR.

Esta cerimônia acompanha o recebimento do material para o lanche


comunitário.

Os castores devem trazer biscoitos, bolos, etc., para alimentar o Castor Marrom
dentro do Dique, depositando no recipiente colocado à sua frente. Estes alimentos
serão consumidos no lanche dos castores.

É realizada em todas as reuniões e precede o momento do lanche

Existem diferentes maneiras de alimentar o Castor.

Pode-se receber a criança na porta de entrada e em troca entregar um pedaço


de madeira para com ele alimentar o Castor, ou então deixar a criança sair da margem
durante a cerimônia a ir até o centro do dique depositar o lanche diante do castor.

GRUTESCA
47

Dar a todas as crianças a oportunidade de alimentar o Castor Marrom. Se


alguma criança se esquecer de trazer o alimento, deixá-la ir ao Castor e passar a mão
nele. Todas, porém, todos devem participar do lanche comunitário.
O ato de alimentar tem um significado simbólico: aprender a compartilhar e a
repartir; compartilhar o que se tem; num sentido mais amplo este ato de alimentar o
castor pode ser expandido para outros tipos de atividade como campanhas d boa ação
e ajuda humanitária
O Símbolo representativo da história “Amigos da Floresta” é o boneco “Castor
Marrom”, usado, principalmente, na Cerimônia de Alimentar o Castor, como também,
na de Abertura e de Encerramento.

13.4 CERIMÔNIAS DE ENCERRAMENTO (Grande Batida da Cauda)


A Cerimônia de encerramento da atividade é denominada de a Grande Batida
da Cauda, tem o intuito de acalmar, passar recados, e despedir dos castores antes
deles serem entregues os seus pais.
Marca a conclusão do evento, na qual o chefe se despede dos Castores. Visa
diminuir o ritmo da atividade, demonstra a sequência das rotinas. Simboliza o
Mergulho para o fundo da lagoa em busca da entrada da Toca.

A grande batida corresponde ao som da cauda na água quando mergulham


para acessarem o túnel da toca

GRUTESCA
48

Um chefe é designado para conduzir a cerimônia enquanto os demais se


juntam às crianças. Esta cerimônia encerra a reunião e todos os castores e chefes
tomam parte. Ocorre após o arriamento da bandeira nacional

“Como “na Cerimônia de Abertura, esta, também, começa com um chefe de pé


no centro, dizendo: ” MARGEM DE RIO”​,​ seguido de ​“CONSTRUAM O DIQUE”.

O este último comando os castores e chefes formam a represa.

O chefe então diz “descansar” e a este comando todos os castores e chefes


começam a abaixar com as pernas cruzadas dizendo em voz sonolenta: “sh, sh, sh, sh,
sh, sh”. O chefe bate palma uma vez e todos os “sh-si” cessam.

Suavemente os castores dizem: descansar, descansar, descansar.

Em seguida o chefe levanta o braço direito acima da cabeça e os castores fazem


o mesmo. Com a palma da mão chefes e castores fazem uma retumbante batida no
chão (grande batida da cauda).

O chefe diz: ​“BOA NOITE E CONTINUEM​ ​CONSTRUINDO O AMANHÔ.

“BOA NOITE”, respondem os castores e dizem o nome do chefe que conduziu a


cerimônia.

GRUTESCA
49

Posição do castor

13.5 CERIMÔNIA DA CAUDA

As cerimônias de cauda chamam a atenção para o desenvolvimento das


habilidades, crescimento e destreza das crianças.

Duas vezes por ano a programação regular da Colônia deve ser interrompida
para esta cerimônia. Geralmente no início dos semestres.

Nela os chefes e os pais falam com as crianças sobre as mudanças que notaram
nos últimos seis meses e as incentivam a nova conquista. Deve-se conversar com os
castores sobre:

● Como estão se esforçando para vivenciarem sua Lei, Promessa e Lema;


● Como entendem melhor quando alguém está falando;
● Como cresceram (registrar em livro as estaturas, pesos e medidas);
● Como participam das brincadeiras com mais habilidades;
● Como dividem mais com as outras crianças.

Todas as Cerimônias da Cauda incluem a confecção de novas caudas,


discussões em grupo e as medidas corporais da criança são atualizadas por servirem de
parâmetro de crescimento mais concreto para os pequenos castores.

GRUTESCA
50

É de extrema importância medir e pesar cada criança, anotar e


comparar os dados da cerimônia anterior;

Num momento especial da atividade – pouco antes do seu encerramento as caudas


podem ser trocadas dos bonés e as antigas devem ser guardadas pelas crianças e seus
familiares como lembrança de seu crescimento.

Veja mais detalhes sobre o sistema de caudas no item sistema de progressão.

13.6 CERIMÔNIAS DO ELO proposta para regularização

É uma cerimônia semestral realizada no final ou início de cada semestre.


Realizada um mês antes da passagem, após a Cerimônia da Cauda.
Celebra a entrega do Distintivo de Elo ao Castor que irá mudar para o Ramo
Lobinho ou seguimento em outra associação e à entrada do Keeozinho na Colônia.
Esta fase tem por finalidade preparar o castor para ingressar na Alcatéia ou
outra associação de seguimento. O preparo é feito pelo Grande Castor e o Akelá ou
outro líder de associação.
Um mês antes de passar para a Alcateia o castor recebe o distintivo de ELO e é
preparado para fase seguinte.
No mês de passagem o Keeozinho é introduzido na Colônia para contar aos
castores do Elo como é a vida fora da colônia.
Parte das atividades desta fase será feita com a Alcatéia ou associação
escolhida pelos pais, conforme orientação do Grande Castor.

Os castores gêmeos da estória não sabiam se estavam alegres ou tristes. Na


verdade, era um pouco de cada coisa. Eles sabiam que deixariam a Colônia naquela
tarde. Assim começa o capítulo 8 da estória “AMIGOS DA FLORESTA”, ao descrever a
passagem para a Alcatéia.

Quando estiver próximo da passagem é importante que a chefia dos Castores e


dos Lobinhos ou outra associação escolhida trabalhem em conjunto, para torná-la um
sucesso e uma experiência emocionante para as crianças.

GRUTESCA
51

É importante que os castores se sintam felizes e ansiosos em passar para a


Alcatéia, ou outra associação escoteira regular, tendo em mente que a Colônia formou
um bom jovem para compor suas equipes

A partir da primeira reunião do mês de passagem, data do ingresso do Keeo na


Colônia, os castores que usam cauda branca ou cauda branca com raio prateado
ouvem dele as atividades que fazem parte do programa de lobinhos.

Durante todo este mês eles devem conhecer bem a nova chefia, e as crianças
que dela participam.

O Keeo ensina a eles o programa, a saudação, as cerimônias básicas e os nomes


da chefia. Ele pode, também, falar sobre as etapas de progressão.
Keeo é uma criança mais velha, que preferencialmente foi castor, e que
compõe a seção de seguimento usando seu uniforme regula.
Keeo utiliza um lenço prateado impresso com um raio branco, sobreposto ao
lenço de uso normal, e um distintivo de Elo na lapela, que o destaca entre os demais.
Ele é o intermediário entre a Colônia e a fase seguinte e irá acompanhar o
Castor nesta fase de transição.
Na Cerimônia de Elo, a criança designada para ser o Keeo é apresentada à
Colônia e recebe do Grande Castor o Distintivo de Elo e Lenço de Keeozinho, que deve
ser usado sobre seu uniforme completo durante o mês da Passagem
Neste momento, é importante enfatizar ser uma criança “mais sábia”, “mais
iluminada”, que irá conduzir e auxiliar os irmãos castores nesta passagem.
Na cerimônia a Alcatéia, ou outro grupo escolhido pela família vem visitar a
Colônia.
O Grande Castor dirige a Cerimônia, apresenta o seu líder para a colônia e diz
breves palavras sobre a importância desta fase de transição.
O líder / akelá apresenta a criança que representará o Keeozinho.
O Grande Castor coloca o lenço prateado no Keeozinho, a moda Castor, e
entrega o Distintivo de Elo, enfatizando a importância do Keeozinho ao acolher o
Castor elo. O líder/ Akelá entrega distintivo de Elo aos Castores em transição.
Colônia e os visitantes realizam uma atividade em conjunto para celebrar esta

GRUTESCA
52

fase.
Formação:

13.7 CERIMÔNIA DA PASSAGEM - SUBIDA DO RIO

É a Cerimônia que promove a passagem do Castor Elo para a Alcatéia ou


associação escolhida pela família. Ocorre duas vezes ao ano ou quando o grande castor
percebe que a criança completou sua progressão, não permanecendo além dos 7 anos.

Os pais devem participar da cerimônia de passagem e trazer o novo uniforme


para a criança trocar durante a passagem.

Este é um dia muito importante para o castor, pois está prestes a começar uma
nova aventura.
Na cerimônia a Colônia e Alcatéia ou associação escolhida pelos pais se
reúnem. Colônia em formação de Dique e a Alcatéia (trataremos aqui mais
especificamente de cerimônia com ingresso no ramo lobinho – porém adaptações
podem ser feitas segundo o ritual de outras associações) em Círculo de Parada.
Os Familiares se posicionam nas laterais do obstáculo que simboliza a “Subida
do Rio”.

A cerimônia começa com a Colônia em formação “MARGEM DE RIO” e a


Alcatéia em círculo, deixando uma abertura voltada para a Colônia. Os pais dos
castores que farão a passagem são convidados a ocupar as posições demarcadas no
diagrama, conforme ilustração.

GRUTESCA
53

Explica a Colônia a importância do Momento.


Conta a parte da história dos “Amigos da Floresta” quando os gêmeos irão para
alcatéia (capítulo VII)

Em seguida, o Grande Castor dirige-se ao centro do rio e dá início à Cerimônia


de Abertura após a qual a Colônia forma novamente a “MARGEM DE RIO”.

Os castores são chamados pelo nome e vão se colocando de frente para o


Grande Castor e este diz: “castores, espero que vocês se lembrem da Promessa.

Mais “uma vez quero que a repitam comigo”. Os castores reafirmam a


Promessa juntos:

“​Prometo amar a Deus, a Família, a Pátria e ajudar a construir um mundo


melhor”.

O Grande Castor diz: “​Castores, nós desejamos a vocês uma vida alegre e feliz
junto com seus novos amigos e que façam o Melhor Possível”.

Um de cada vez, os castores apertam as mãos do Grande Castor e dos demais


chefes da Colônia e, acompanhados pelo Keeo, sobem o rio formado pela Colônia.

Antes de atravessar o dique, previamente montado com galhos de árvores e


gravetos, tiram o colete e o boné de castor e em seguida atravessam o dique,
continuando a caminhada até ficarem em frente ao Akelá.

GRUTESCA
54

Sugere-se que nesse dia a criança vá vestida com o uniforme que usará no ramo
em que está sendo aceita sobreposto pelo Colete e boné de Castor. Quando vai ao
“RIO”, ocorre a metamorfose, despindo-se do uniforme castor e chegando à Alcatéia
como Lobinho.

Ao chegar na Alcatéia ocorre a recepção pelo Akelá, que o cumprimenta,


explicando a diferença do sinal de mão e da saudação. Segue-se rito de cada
associação para o ingresso de novos membros.

17. O método educativo

O Método educativo aborda os pontos básicos para o planejamento e aplicação


do Programa Castor. ​A prática escoteira é definida como um sistema de autoeducação
progressiva que inclui:

a) Aceitação da Promessa e da Lei

Os Castores se dispõem a se esforçar para viver de acordo com a lei e a


promessa de sua seção, competindo à chefia:
● Incentivar o Castor a compreender o significado da Promessa e da Lei;
● Demonstrar, através da vivência do cotidiano, ações e atitudes que
desenvolvem esses princípios.

b) Aprender fazendo

Criado como meio ambiente facilitador do aprendizado do Castor, aborda:


● O aprendizado pela prática, respeitando o ritmo individual de cada criança;
● O incentivo ao cuidar de si e de seus pertences, operando para atingir o
máximo autodesenvolvimento e responsabilidade individual, como forma de adquirir
prontidão à autonomia, autoconfiança e iniciativa;
● Hábitos de observação, imitação e representação, requisitos essenciais para o
processo de indução e dedução.

c) Organização em pequenos grupos:

GRUTESCA
55

● Como a vida do animal na natureza, o Castor pertence a uma Toca com poucos
elementos, favorecendo a capacidade de cooperação e de organização;
● Cada Toca contém crianças de diferentes idades, do mais novo, ao mais velho -
como nas famílias de Castores - possibilitando a descoberta e aceitação progressiva do
crescimento, amadurecimento e acréscimo de responsabilidade;
● Propicia o sistema de rodízio de liderança.

d) Programas progressivos, atraentes e variados:


● Favorecido pela aplicação do Sistema da Cauda que permite o desenvolvimento
de habilidades inerentes a cada intervalo de idade, com graus progressivos de
dificuldade;
● Orientado pelas Áreas de Desenvolvimento do Castor que proporcionam uma
gama de variedade de ingredientes que devem ser adicionados à programação, no
dia-a-dia;
● A adoção de mística própria, criando um ambiente apropriado para as fantasias
dessa idade;
● Interação com a família como unidade básica da comunidade;
● Uso de jogos, brincadeiras e diversões como a chave do aprendizado;
● Utilização de atividades externas e vida ao ar livre como forma de aprender a
viver harmoniosamente com a natureza.

e) Desenvolvimento individual ​pelo estímulo, constante, da chefia, para que a


criança extraia o melhor de si:
● Realizando atividades que a encorajem a desenvolver seu pleno potencial;
● Criando oportunidade para que os ​CASTORES discutam regras de grupo, limites e
respeito à opinião e à vez do outro;
● Demonstrando confiança na capacidade de cada criança, delegando
responsabilidade de acordo com o grau de amadurecimento;
● Dando o exemplo pessoal em coerência com o Propósito e Princípios
Escoteiros;
● Observando o limite, tanto no número de crianças, como na faixa etária, que
permita um bom desempenho do Programa Castor.
18. O sistema de equipes

GRUTESCA
56

A colônia é formada por até 16 crianças divididas em tocas de 4 castores


organizados pela cor de suas caudas.
As tocas são mistas e seus líderes são variáveis e escolhidos conforme a
necessidade do momento. Os líderes não são fixos para dar oportunidade de todos os
castores exercerem a liderança e experimentarem esta situação.
As tocas servem para o desenvolvimento dos jogos; realização de projetos
manuais ou outros que necessitem de maior concentração e atenção dos pequenos; ou
para realização de atividades rotineiras.
As atividades de avaliação de atividade e ciclos de programa ocorrem em geral
no grupo maior – colônia; porém vez ou outra podem acontecer na toca sob a
supervisão de um adulto que direciona a atividade e facilita a manutenção da atenção
na atividade. As tocas com crianças mais velhas desenvolvem melhor as atividades
propostas nas tocas pois seu poder de concentração e habilidade de realizar atividade
em grupo aumenta gradativamente.
As tomadas de decisão são sempre tomadas no grupo maior no dique.
O dique reúne a colônia para os jogos, histórias, receber novos castores, lanche
e para as tomadas de decisões

19. Os adultos na vida da colônia

Os adultos agem na colônia como facilitadores e fazem parte do mundo da


criança, conhecem individualmente cada umas delas e seu desenvolvimento, bem
como suas características e interesses.
É importante que este adulto saiba brincar, digo é essencial que saiba brincar,
porém deve se atentar para não se tornar um deles. Sua missão é se identificar com a
criança e com seu desenvolvimento e não agir como uma criança.
O adulto é um animador, um enriquecedor, um mitigador de riscos e acima de
tudo um regulador de regras sem ser um juiz.
É esperado que que seja capaz de ouvir, orientar, corrigir e proteger e é
desejado que possua as seguintes características:
● Maturidade
● Estabilidade emocional

GRUTESCA
57

● Entusiasmo
● Paciência
● Respeito
● Delicadeza no trato
● Resistência a frustração
● Conciliador
● Exemplo de conduta
● Disponível para aprender e se atualizar
● Comprometido

20. O projeto educativo

Sabemos que a colônia não é um local estático e sum um ambiente rico de


aprendizado e que tem um objetivo claro.
Este objetivo vem a ser o projeto educativo semelhante ao proposto a todos os
escoteiros do mundo e presente em várias associações que tem seu fundamento
baseado nas ideias de BP.
Desta maneira o projeto educativo castor também baseia sua progressão neste mesmo
projeto educativo mundial e busca a longo prazo desenvolver
● Uma pessoa íntegra e livre
● Um líder a serviço do próximo
● Uma pessoa guiada por valores espirituais
● Aceitação da lei e da promessa.

21. Sistema de progressão

O sistema de progressão é realizado de 2 maneiras concomitantes, pela


evolução progressiva e avaliada individualmente pelas competências adquiridas pelas
situações vivenciadas pelas colônias

E pelo sistema de troca de caudas onde a criança observa seu crescimento


corporal e o compara com seu crescente ganho de habilidades nos diferentes campos

GRUTESCA
58

do desenvolvimento relacionando-o com sua idade cronológica e com as estações do


ano

É importante ressaltar que os dois são praticados e que tem sua importância,
sendo o sistema de caudas mais lúdico e concreto para a criança que nesta fase ainda
não lida bem com o sistema mais complexo de avaliação progressiva.

A seguir detalharemos os dois sistemas de acompanhamento do


desenvolvimento da criança.

21.1 Sistema progressivo

21.1.1 CASTOR FILHOTE – fase introdutória

É o período que compreende desde o ingresso da criança na Colônia até o dia


da sua integração com o recebimento do lenço da colônia.

É esperado que possuam o seguinte conhecimento:

● É capaz de fazer a saudação e entende seu significado.


● Conhece e utiliza o uniforme
● Ouviu a primeira historia
● Conhece a lei do castor e sua promessa
● Conhece e participa da cerimônia de abertura e encerramento da atividade
● Conhece as demais crianças e os adultos da chefia
● Participou de 4 reuniões

21.1.2 CASTOR ATENTO (1​a​ fase).

GRUTESCA
59

Após a integração a criança torna-se Castor Atento. Ao final da 1​a fase é


esperado que o castor atento seja capaz de:

● Utilizar do próprio corpo como meio de comunicação, expressão e domínio


psicomotor.
● Seja capaz de lanças objetos com destreza e ganhe gradualmente controle
sobre suas ações motoras
● Conquiste noções de lateralidade básicas e perceba seu corpo no ambiente
● Perceba suas ações em relação ao ambiente e as reações eu provoca
● Desenvolva a habilidade de comunicação e expressão cada vez mais complexas
através dos diferentes meios apresentados
● Adquira hábito de vida sadia, alimentação e prevenção de doenças
● Perceba os riscos de pequenos acidentes
● Desenvolva gradualmente a habilidade do compartilhar
● Seja capaz de realizar atividades simples com independência e autoconfiança.
● Desenvolva habilidade de observar, agrupar, classificar, medir.
● Desenvolva a capacidade de observar e manipular elementos de seu ambiente.

21.1.3 CASTOR APRENDIZ (2​a​ fase).

GRUTESCA
60

É esperado do castor Aprendiz na 2​a fase que ele seja capaz ao final do período
de:

● Conheça os diferentes alimentos e experimente novos sabores


● Cuide de seu corpo, e de seus pertences
● Observe cuidados simples de segurança e higiene
● Que consiga fazer uso de materiais que exijam maior grau de habilidade
motora (tesouras, pincéis e ferramentas simples) e que apresente certa autonomia
sobre seu uso.
● Seja capaz de preparar a mesa para o lanche comunitário.
● Seja capaz de repetir pequenos recados e conheça seu endereço, e como
contatar seu responsável em caso de perigo.
● Entenda e aceite gradualmente as regras de convivência e faça parte da
elaboração das mesmas
● Seja capaz de participar de jogos coletivos e entender regras de participação e
de premiação
● Seja capaz de compartilhar jogos e espaços
● Seja capaz de utilizar suas habilidades motoras e de utilizá-las a seu favor
● Reconhecer e explorar o meio ambiente
● Participar de atividades com grupos de crianças diferentes e seguir as regras
● Perceber o outro no ambiente

21.1.4 CASTOR ESPERTO (3​a​ fase).

Refere-se ao castor com idade próxima a 6,5 e meio e que se encontra


próximo da saída da colônia para integrar outra associação que desenvolva Escotismo

Espera-se que:

GRUTESCA
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● Ter-se desenvolvido noções de responsabilidade com o outro e com ele mesmo


● Conhecer sua colônia e seus amigos e desenvolvido uma relação fraternal com
eles
● Ser curioso com relação a seu ambiente
● Saber compartilhar momentos e experiências
● Ter desenvolvido habilidades de comunicação e expressão

21.1.5 CASTOR ELO

Corresponde ao período onde o castor deve ser preparado para seu


desligamento da colônia e quando possível ser apresentado a associação de
seguimento dentro do Escotismo

Esse período de ambientação tem por finalidade preparar o castor para ingressar na
alcatéia ou outra associação escolhida pela família.

Neste momento o Grande Castor deve entrar em contato com o grupo que receberá o
castor propiciar a ambientação do jovem.

É aconselhável que no mês da transição o Keeo – jovem do grupo que receberá a


criança participe de uma atividade contando como é a vida e a rotina no grupo a que a
criança pertencerá.

O jovem poderá participar das duas atividades neste período conforme orientação do
Grande Castor e do responsável pelo outro grupo. Neste período o castor deverá:

● Conversar com o Grande Castor sobre seu crescimento.


● Conversar e conhecer as crianças e adultos do grupo que irá participar
● Conhecer o Keeo e a vida do grupo que participará.
● Participar de algumas atividades
● Se possível iniciar o período introdutórios deste grupo

GRUTESCA
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21.2 Sistema de caudas

É sistema de progressão onde a colônia reconhece que os castores cresceram.


É onde a colônia celebra o crescimento físico da criança, focaliza as mudanças
naturais da idade e simboliza os estágios de desenvolvimento e momentos se promove
a troca de cauda do boné e a reorganização das tocas e da Colônia.
A troca de cauda chama a atenção sobre o desenvolvimento das habilidades,
crescimento e destreza das crianças. Nelas os chefes, as crianças e os pais celebram e
refletem sobre as mudanças que notaram nos últimos seis meses e as incentivam a
nova conquista. Deve-se conversar com os castores sobre:
● Como estão se esforçando para vivenciarem sua Lei, Promessa e Lema;
● Como entendem melhor quando alguém está falando;
● Como cresceram (registrar em livro as estaturas, pesos e medidas);
● Como participam das brincadeiras com mais habilidades;
● Como dividem mais com as outras crianças.

A troca ocorre semestralmente, em março e em agosto consagrando a entrada


do outono e da primavera. Sabemos que estas datas de mudança de estação não
coincidem com o início ou fim dos meses propostos, mas são assim planejados para
facilitar a vida e a organização das atividades.
A cor da cauda é definida pela idade que a criança irá completar no último dia
do semestre,
No sistema de Cauda, é valorizado o desenvolvimento global do Castor, tanto
nos aspectos físicos, como nos emocionais, sociais e cognitivos. Para assinalar a
evolução da criança dentro da colônia, a Chefia concede, periodicamente (na
primavera e no outono), uma nova cauda, a ser colocada, centralizada, na parte
posterior do boné, presa com velcro (ou similar).
Cada troca de cauda simboliza, para a criança, seu crescimento,
desenvolvimento e progresso na colônia. As caudas trocadas são entregues às próprias
crianças para que guardem como recordação de cada fase.
A cor da cauda muda em março e agosto de cada ano. No mês de março e
agosto, classificam-se as crianças de acordo com a idade completada de 5 anos / 5,5

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anos / 6 anos até trinta de junho ou trinta e um de dezembro, respectivamente.


No primeiro semestre, elas recebem as caudas das cores do outono: ​amarela /
marrom / branca​; e no 2º semestre, as cores da primavera, ​verde / azul / branca​,
respectivamente​.
Se o Castor tiver mais de 6 anos de idade e mais de 6 meses na Colônia, recebe,
uma sua cauda branca, um raio pintado com tinta prateada, significando que se tornou
um “castor esperto”, “iluminado”, como o Keeo.
Na primavera os Castores até 5 anos e meio (em 31 de dezembro) recebem
cauda verde; enquanto que os de até 6 anos (em 31 de dezembro), azul. Já, no outono,
os Castores que for fazer 5 anos e meio em 31 de junho, portam as caudas amarela e
os de 6 anos, marrom.
Desta forma, como a cada semestre as crianças mudam a cor da cauda, de
acordo com a estação do ano, nunca repetindo a mesma cor, reforçando-se a ideia de
crescimento contínuo, que sempre conduz à promoção.
Para as crianças maiores, não há distinção de cor de cauda em relação à
estação do ano. Sempre que o Castor estiver para completar mais de 6 anos e meio no
último dia do semestre, ele recebe uma cauda branca na Cerimônia da Cauda.
Porém, quando ela tem mais de 6 meses de participação na Colônia, a cauda
branca recebe um raio pintado na cor prata, demonstrando que a criança já adquiriu
bastante experiência na colônia.
O raio prateado se relaciona diretamente ao fundo de cena amigos da floresta,
onde o castor recebe um raio luminoso
A cauda é confeccionada em feltro colorido, pelos Castores, com auxílio da
Chefia, durante a Cerimônia de Cauda, segundo modelo fornecido, tendo 16 cm de
altura; 8,5cm de largura no bojo; e 4,5cm de largura no colo.
Sintetizando:
A. Cauda Amarela ou Verde: Corresponde aos Castores mais jovens, outorgada às
crianças que completam 5 anos e meio, respectivamente, até 30 de junho ou 31 de
dezembro, do ano em exercício;
B. Cauda Marrom ou Azul: ​Corresponde aos Castores intermediários, outorgada
às crianças que completam 6 anos, respectivamente, até 30 de junho ou 31 de
dezembro, do ano em exercício;

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C. Cauda Branca: Corresponde aos Castores mais velhos, outorgada às crianças


que completam 6 anos e meio, respectivamente, até 30 de junho ou 31 de dezembro,
do ano em exercício;
D. Cauda Branca com Raio: pintado em cor prata, de modo centralizado no bojo:
Corresponde aos Castores mais velhos e há, pelo menos, 6 meses na Colônia,
outorgada às crianças entre 6 anos e meio e 7 anos, antes do dia 30 de junho ou 31 de
dezembro, do ano em exercício.
Cores da cauda para o ​MÊS DE MARÇO​ (idade a ser completada até 30.06):
5 a 5,5 anos amarela até 30.06
5,6 a 5,11 anos marrom até 30.06
> 6 anos branca * até 30.06

Cores da cauda para o ​MÊS DE AGOSTO​ (idade a ser completada até 31.12):
5 a 5,5 anos verde até 31.12
5,6 a 5,11 anos azul até 31.12
> 6 anos branca * até 31.12
Quadro esquemático da troca de caudas

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Observação​: ​Se o Castor tiver mais de 6 anos de idade e mais de 6 meses na Colônia,
recebe a cauda branca com um raio pintado com tinta prateada.
Todas as trocas da Cauda incluem a confecção de novas caudas pelas próprias
crianças
Apesar desta atividade tomar espaço e tempo muito grandes para serem
organizada e realizada, seu impacto é muito significativo. Guardar, registrar e o
crescimento torna a progressão real e concreta para a criança, e depois será muito
significativa no momento em que o castor deixar a colônia para seguir seu
desenvolvimento.

22. As áreas de desenvolvimento e as competências


Tendo em vista tudo que já se falou até aqui, a Colônia é o ambiente onde o
projeto educativo se desenvolve através do método educativo e seus 5 componentes.
O aprendizado se dá dentro das 6 dimensões da personalidade e
considerando-a criança de forma única e especial
Esta divisão em 6 grandes áreas permite que nos foquemos nos diferentes
setores sem que apenas uma ou outra seja privilegiada. Cada área tem seu objetivo
final próprio e é o que se busca no final de todo o processo de vivência da colônia

Esta divisão também auxilia na avaliação do crescimento da criança e de seu


auto percepção.
Na colônia cada uma destas áreas possui um personagem temático que com
suas características ilustra a área de desenvolvimento

23. Os objetivos educacionais

O processo educativo ocorre no indivíduo e na forma como ele age sobre este
conhecimento e que o método educativo espera que gradualmente esse sujeito
assuma responsabilidades sobre esse seu aprendizado.

Considerando que mesmo os mais jovens internalizam os conceitos de


aprender, aprender a fazer e aprender a fazer e conviver com o outro acredita-se que a

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medida que este sujeito mesmo muito jovem irá se desenvolver e ter atitudes frente
aos valores propostos, na busca pela autonomia – nos castores representados pelos
cuidados básicos consigo mesmo; solidários com os demais e serem comprometidos e
responsáveis com seus objetivos e pessoas que os cercam.

Neste processo cada área do desenvolvimento conta com objetivos finais que
serão desenvolvidos através de competências específicas para cada fase da
progressão.

Portanto teremos competências específicas da primeira fase – castor filhote e


atento e as da segunda fase – castor aprendiz e esperto e espera-se que os objetivos
finais estejam cumpridos no castor Elo.
Dimensão da personalidade Interesse educativo
Área de desenvolvimento Objetivos finais
Físico Desenvolvimento corporal
Afetivo Orientação dos afetos
Caráter Formação do caráter = busca pela ética
Espiritual Busca de Deus
Intelectual Estímulo a criatividade
Social O encontro com o outro

As competências se sucedem progressivamente em direção aos objetivos finais

Competências da fase 1 competências fase2 objetivos


finais

24. Os objetivos finais e competências

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No processo de aprendizagem contamos com competências intermediárias que


se sucedem para que ao final do processo de aprendizado se atinjam o mais
satisfatoriamente os objetivos finais ao final da aventura na colônia
Como competência entendemos a forma como o pequeno castor enfrenta uma
situação e como se comporta diante dela e como age sobre ela considerando a tríade:

Saber conhecimento
Saber fazer habilidade
Saber ser e conviver atitude

Estas competências são alcançadas através das vivências na colônia e das


experiências das crianças em seu núcleo familiar e social fora da colônia.
A proximidade com a família é essencial para a colônia e fonte inesgotável de
informação sobre o desenvolvimento das crianças
Este processo não tem como ser controlado de maneira formal, e nem deve ser
feito desta maneira. Ele ocorre pela observação meticulosa e sistemática dos castores
por seus pais e chefes e por todos os que convivem com ele.
É um processo dinâmico, natural e democrático.
As competências surgem de maneira fluida e equilibrada embora muitas vezes
não sejam percebidas pelos demais que desconhecem a forma como elas se
desenvolvem.
Por vezes apenas os chefes da colônia percebem o processo se desenvolvendo,
e não há nada errado com isto,
As competências para nós são os indicadores de aprendizado.
E são organizados em 2 blocos

Fase Progressão Idades cronológica

Primeira fase Filhote 4 ,5 a 5,5 anos


Atento

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Segunda fase Aprendiz 5,5 a 6,5 anos


Esperto

25. Áreas do desenvolvimento

Assim como em outras associações que utilizam o método escoteiro como


forma e caminho para desenvolver as potencialidades das crianças, as colônias utilizam
este mesmo método e para desenvolver e trabalhar com os castores
No desenvolvimento global do jovem se trabalham com as competências que
devem resultar em aprendizado que ocorre através da experienciação, vivência da
habilidade- aprender fazendo e atitude frente a este conhecimento e habilidades
adquiridos.
Estas competências estão distribuídas ao longo de 6 áreas de desenvolvimento
que estão distribuídas ao longo da progressão pessoa e coletiva da colônia e que
buscam o desenvolvimento global e pleno da criança, como o estimulo de suas
potencialidades.
As competências são apresentadas de forma gradual com atividades variada se
divertidas levam a conquista gradual dos objetivos finais.
As competências são apresentadas as crianças por meio das atividades
propostas e avaliação ocorre pela observação do desempenho

Competências Atividades pessoais e coletivas

Físicas F1- forma colunas únicas e anda ou marcha


nesta formação
F2 – forma um círculo
F3 – anda nas pontas dos pés
F4 – salta, corre e pula com bom equilíbrio
Domino meu corpo e sei F5- lança e recebe objetos
como ele funciona F5- sobe em árvores e outros brinquedos de
escalar
F7-passa a póla para outra criança

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Cuido do meu corpo e sei F8 – flexiona e estende segmentos do corpo


como cuidar para que conforme solicitado
fique saudável F9 - corre pequenos percursos
F10- marcha em ritmos diferentes (rápido,
Conheço as principais lento e alternando)
refeições e sei que são F11- correr e andar sobre linha desenhada
importantes para que eu F12 – toma banho sozinho
cresça saudável F13 – lava as mãos adequadamente
F14 – escova os dentes corretamente
F15 – saber se alimentar (conhece as refeições
principais)
F16 – conhece as propriedades dos alimentos
F17 – conserva suas mãos e unhas limpas e
entende a importância deste cuidado
F18 – anda nos calcanhares e em circuitos
curvos
F19 - Forma colunas duplas e marcha seguindo
comandos e contando
F20 – salta sobre pequenos obstáculos
F21 – pula corda

Afetivas
A1- participo de jogos de meninos e meninas
Consigo compartilhar A2 – é capaz de ficar algum tempo sem seus
meus brinquedos e brincar familiares numa atividade da colônia
em grupo A3 – participo de jogos e compartilho com
outras crianças
A4 – participo de atividade com outra colônia
Brinco com meninos e A5 – expresso o que sinto
meninas e com crianças A6 – sou capaz de participar de uma atividade
diferentes em sede sem a presença de meus pais
A7 – respeito a opinião de outro castro
Consigo ficar distante de A8 - Colaboro e sou solidário
meus pais e entendo que A9 – divido meus pertences
eles voltarão A10 – sou capaz de participar de uma
atividade sem meus pais

Caráter
C1- conhece a saudação e seu significado
C2- conhece o uniforme
Conheço minha colônia C3-ouviu o primeiro capítulo dos amigos da
floresta
Entendo a lei e a C4- conhece a lei do castor
promessa do castor C5- Conhece a promessa do castor
C6 - Conhece as cerimônias de abertura e
Aceito que compartilhar é encerramento
importante para se viver C7 – compreende o 2 e 3 capítulos dos amigos
melhor da floresta e dá sua interpretação sobre eles

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C8 – divide brinquedos e brincadeiras com


Conheço a história dos outras crianças
amigos da floresta C9 – conhece d0 4 ao 5 capítulo dos amigos da
floresta
C10 - conhecer do 6 ao 8 capítulo dos amigos
da floresta.
C11 – perceber a relação de companheirismo
de bolinha e ferrugem e dos castores gêmeos.

Espiritual
E1 – exercita o relaxamento
Reconheço que existe um E2 sabe fazer uma pequena oração de
ser maior e que ele pode agradecimento
estar em todas as coisas E3 – se reconhece no mundo como um ser
importante e que pode fazer mudanças
positivas
E4 – participo com meus pais da crença da
família e sei falar sobre ela
E5 – compartilho e colaboro com minha
colônia

Intelectual
I1 – imita animais
Compreendo que o I2-imita meios de transporte
mundo é cheio de I3- inicia o desenvolvimento da lateralidade –
novidades e sou curioso reconhece frente, cima, baixo; inicia direita e
por descobri-las. esquerda
I4- desloco-me em função de uma referência
Desenha com matérias e técnicas variadas (3
Comunico-me de técnicas e matérias)
diferentes maneiras e I6 – realiza recortes e colagem livre e dirigida
meios I7 – utiliza música na expressão corporal
(canta e dança com gestos)
I8 – ouve, conta e dramatizam pequenas
Sou capaz de me vestir e histórias
de cuidar de pequenos I9 – veste sozinho e calça o sapato
ferimentos I10 – saber reconhecer água potável
I11- conhecer os cuidados básicos com
Tenho cada dia mais pequenos ferimentos
habilidades e sou atento I12 – conhece os meios de comunicação
para sempre as melhoras I13 – sabe fazer uma ligação de emergência
I14 – separa e classifica diferentes materiais
Sou curioso pelas coisas I15 – separa e classifica diferentes materiais
da natureza e de onde eu I16 – reconhece os 4 elementos da natureza
vivo (água, terra, fogo e ar)
I 18 – saber hastear a bandeira e arria-la
Sei como resolver I19 – sabe cuidar de pequenos cortes e
pequenas emergências ferimentos

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I20 – conhece os cuidados de segurança para


Conheço meu país e seus andar em calçadas e atravessar a rua
símbolos I21 sabe onde fica um serviço de emergência e
o telefone do samu/bombeiro
I22 – é capaz de repetir um pequeno recado
I23- sabe seu nome completo, de seus pais,
seu endereço e telefone.
I24 –sabe sua data de nascimento e a idade
que tem
I25 – reconhece 6 tipos de frutas
I26 – sabe onde nasce o sol
I27 – sabe o ciclo da chuva de forma
simplificada
I28 – sabe amarrar os sapatos (nó direito e nó
direito alceado duplo)
I29 – conhecer a bandeira nacional e saber o
significado das cores e estrelas
I30 - escrever seu nome
I31 - conhecer os cuidados básicos de
segurança com fogo e tomadas elétricas
I32 – conhecer os cuidados básicos para andar
de bicicleta e similares
I 33 – conhecer 4 animais domésticos

Social
S1-conhece e sabe o nome da chefia e dos
Conheço meus amigos e o outros castores
grupo que me cerca S2- participou de 4 reuniões da colônia
S3 – cuida dos próprios pertences
Sou frequente na vida da S4 – arruma e guarda o material de uso
minha colônia coletivo e pessoal
S5 - participou de 75 % das atividades da
Convivo com meus amigos colônia na 1 º fase (castor atento)
e sou capaz de cuidar S6 – conhecer e interpreta o capítulo 2 e 3 dos
deles e lhes fazer amigos da floresta
pequenas gentilezas S5 – participar de 1 atividade externa com sua
colônia
S6 – é capaz de prepara a mesa para o lanche
Faço boas ações para comunitário e/ou refeição de sua família
minha família e S7 – conhece as regras da Colônia e as
comunidade e sei que isto respeita
é importante S8 – consegue participar de uma pequena
gincana e compreende que nem sempre pode
vencer
S9 – participou de 2 atividades externas e 1
acantonamento
S10 – participou de uma campanha de boa
ação de sua comunidade

GRUTESCA
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S11 - Visitou com sua colônia uma creche,


orfanato ou asilo
S12 – saber dar pequenas explicações sobre e
para a colônia
S13 – saber o nome da sua escola e contar
algo sobre ela
S14- conversar com o grande castor sobre sua
passagem
S15 - Conversar com o chefe da alcatéia ou da
associação de escolha sobra as regras deste
grupo
S16 – participar da cerimônia que recebe o
Keeo na Colônia
S17- ouvir do Keeo como é a vida dos castores
depois da passagem
S18 – participar de atividades com seu novo
grupo de amigos

Legenda

Amarelo – castor filhote – período introdutório


Verde - castor atento – primeira fase
Azul – castor aprendiz – segunda fase
Rosa – castor esperto – segunda fase
Cinza – castor elo – fase de transição

26. A avaliação da progressão

A progressão dos castores ocorre de 2 maneiras concomitantes na colônia.


Pelo sistema de caudas que avalia o crescimento físico da criança e lhes parece
mais concreto e palpável.
Porém também ocorre pelas etapas evolutivas de castor filhote até o esperto.
Esta avaliação dever sistemática e levar em consideração as características
individuais e suas potencialidades.
A avaliação ocorre apenas e somente pela observação, nenhuma outra foram
de avaliação deve ser utilizada.

GRUTESCA
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Esta observação ocorre em todos os momentos e se recomenda que se


mantenham registros em fichas individuais de cada castor, evitando-se assim em
confiar apenas na memória do grande castor e de seus assistentes.
Esta observação ocorre dentro da vida da colônia e necessita de amor w
paciência, além de visão ampla do ambiente e conhecimento de como as crianças
aprendem e se desenvolvem.
A avaliação compreende também estimular o desenvolvimento, oferecer
condições para que ocorra e corrigir quando necessário.
Os pais têm papel fundamental neste processo pois testemunham as mudanças
de atitude e as atitudes frente ao aprendizado no dia a dia dos castores.

27. As atividades educativas na colônia

As atividades dentro da Colônia junto com as experiências e vivências


contribuem para a conquista das competências
As atividades das colônias são de modo geral coletivas e desenvolvidas dentro
da própria Colônia embora a competência seja uma conquista individual e siga
características individuais.
Vez ou outras os pais podem colaboram ao longo das semanas em suas casas
neste processo fixando temas trabalhados na reunião semanal.
As atividades podem ser vários tipos .
As atividades internas ocorrem dentro da Colônia sejam em sua sede ou fora
dela mas essencialmente dentro da vida da Colônia
As externas referem-se a atividades onde os castores participam fora da
Colônia em sua vida pessoal , na escola e que repercutam positivamente em seu
desevolvimento
As fixas são as atividades que se repetem de forma rotineira e que contribuem
para a conquistas dos objetivos finais incorporando comportamentos e condutas
desejáveis , fazem parte delas as cerimônias , a reunião semanal e os acantonamentos
.

GRUTESCA
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As atividades variáveis são aquelas que apimentam a vida da Colônia dando


graça e tempero a vida da Colônia , podem abordar os mais diferentes assuntos e
serem utilizados todos os tipos de recursos disponíveis .

28. Os recursos didáticos disponíveis

Os recursos didáticos fornecem meios para realização das competências.


São os mais diversos possíveis , porém alguns são mais rotineiramente
utilizados nas atividades dos castores e podemos citar: os jogos – adequados a idade e
a compreensão ; as narrativas inspiradoras ; as canções e danças – em anexo
cancioneiro castor ; as dramatizações onde as crianças vivem novos papéis e vivem sua
fantasia e os trabalhos manuais que desenvolvem sua capacidade criativa.
Um outro recurso são os gravetos de eficiência que através de distintivos
tornam concretas as habilidades adquiridas

29. Os Gravetos de eficiência

Inicia a conquista logo após o castor ter feito sua integração na colônia. A
conquista se dá através da participação frequente das atividades da colônia e através
das experiências pessoais vividas pelo castor e devidamente comprovadas.

29.1 GRAVETO DE PARTICIPAÇÃO E COOPERAÇÃO.

▪ Conhecer a Bandeira Nacional, sabendo o significado das cores e estrelas Saber


hasteá-la e arriá-la.

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▪ Participar das campanhas de boa ação promovidos pela sua comunidade.


▪ Demonstrar que sabe e pratica a boa ação.
▪ Saber pelo menos três dos seguintes números telefônicos: Polícia, Bombeiros,
Pronto-Socorro, Informações, Utilidade Pública, chefes escoteiros e outros.
▪ Sabe usar os meios de comunicação e os telefones de emergência.

29.2 GRAVETO DE AMIGO DA NATUREZA

▪ Conhecer os três reinos da natureza (animal, vegetal e mineral).


▪ Fazer germinar uma semente e depois plantar a muda.
▪ Conhecer as necessidades das plantas.
▪ Conhecer 05 animais domésticos.
▪ Cuidar de um animal de estimação, ou planta sabendo suas necessidades

29.3 GRAVETO DE HIGIENE E SAÚDE

● Demonstrar que sabe cuidar de um pequeno ferimento.


▪ Demonstrar que sabe como alimentar-se bem.
▪ Demonstrar que sabe os cuidados com seu corpo, para manter-se em perfeita
saúde, inclusive com os dentes e unhas.
▪ Demonstrar que conhece os métodos corretos de andar, sentar-se correr e
saltar.
▪ Demonstrar que tem conceitos de higiene com sanitários e lixo.

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29​.4 GRAVETO DE CRIAÇÃO ARTÍSTICA

● Interpretar satisfatoriamente 03 canções, cantando ou com instrumento


musical.
● Fazer uma pintura com materiais fornecidos.
● Fazer uma escultura com materiais fornecidos
● Fazer um desenho colorido relacionado com os “Amigos da Floresta”.
● Confeccionar um brinquedo ou objeto utilizando sucata.

29.5 GRAVETO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

▪ Pular corda.
▪ Saltar obstáculo com pelo menos 1/3 de sua altura.
▪ Andar equilibrando em uma tábua de 4 metros de comprimento por 10cm de
largura a 10 cm do solo.
▪ Demonstrar que sabe andar de bicicleta ou similar.
▪ Fazer uma série de cinco exercícios entre correr, saltar, saci, salto de rã. A série
deve durar no mínimo 4 minutos.

30. Distintivo especial - O Construtor da Natureza

GRUTESCA
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Para alcançar o distintivo de Construtor da Natureza – maior distintivo dos


castores, o jovem deverá:
▪ Ter cumprido 100 das atividades propostas para o castor aprendiz e atento.
▪ Ter conquistado pelo menos três Gravetos de habilidades, sendo obrigatório
o de Amigo da Natureza.
▪ Ter participado de pelo menos 2 atividades externas, pelo menos 75% das
atividades da Colônia e pelo menos 01 acantonamentos.
▪ Ser considerado pelo Conselho de Chefes e pela Colônia como um bom Castor,
merecedor de portar o distintivo.
31. O ciclo de programa
É a forma como se organiza a vida da colônia e o desenvolvimento do aprendizado
Tem duração variável, porém recomendamos 2 ciclos por ano coincidindo com as
trocas de caudas.
Os ciclos ajudam o adulto a planejar e organizar as atividades dentro da colonia e não é
necessário que os pequenos compreendam este processo , mas sim que recebam os
benefícios dessa prática
O ciclo de programa inclui 5 fases que se repetem periodicamente

Diagnóstico seleção de atividades

Organização das atividades


Avaliação do ciclo e progressão

Desenvolvimento das atividades

No diagnóstico é importante determinar a ênfase que se pretende dar ao ciclo


e as competências que se pretende trabalhar
A ênfase direciona a seleção das atividades e projetos.

GRUTESCA
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Também neste processo deve sempre ter em mente, quem vai fazer o que e
quando e onde.
Sugere-se que as atividades sejam planejadas segundo um calendário e
disponibilizados o quanto antes as famílias dos castores.

32. Dicionário

ALIMENTAR O CASTOR: Entrega de biscoitos ou outro alimento, que as crianças


trazem para o lanche comunitário, ao Castor Marrom.

AUXILIAR DE TOCA: o auxiliar de toca é designado, também, pelo Chefes. Colabora


com o Coordenador na disciplina e formação da Toca, seguindo em último lugar na
condução desta. Deverá seguir, também, o sistema de rodízio dos coordenadores.

BATIDA DA CAUDA:​ Ação de bater palmas nas costas (vide Cerimônia de Abertura).

CASTOR APRENDIZ ​(2​a fase): Continua o preparo para receber os distintivos. Usa cauda
marrom (março) ou azul (agosto) e deve ter 5,5, anos de idade.

CASTOR ATENTO ​(1a​ fase): É o Castor que fez a sua Promessa. A partir desta fase ele já
é candidato à conquista de distintivos, ou seja, os GRAVETOS DE HABILIDADES. Usa
cauda amarela (março) ou verde (agosto), e deve ter 5 anos completos.

CASTOR ELO: Um mês antes de passar para a ALCATÉIA o castor recebe o distintivo de
ELO e é preparado para ser LOBINHO. Esse período de passagem é chamado ELO.

CASTOR ESPERTO ​(2a​ fase): Ele já deve ter a cauda branca ou a cauda branca com raio
prateado, estar preparado para receber o distintivo máximo (o de CONSTRUTOR DA
NATUREZA) e ter 6 anos de idade.

CASTOR MARROM: Castor feio em tecido ou outro material. Faz parte das cerimônias
e é a mascote da Colônia.

CERIMÔNIA DA CAUDA: Cerimônia na qual a Colônia reconhece que os castores


cresceram. Nela as crianças mudam a cor da cauda.

GRUTESCA
79

CERIMÔNIA DO ELO: ​Cerimônia semestral na qual os castores que completarem 7 anos


CHEFE DE TOCA:​ Cada toca é dirigida por um chefe,

​ nde os castores se reúnem


COLÔNIA: o

COORDENADOR: a TOCA deve ser coordenada pelas próprias crianças, no momento de


formação ou jogos. Geralmente são escolhidos os castores mais experientes O
coordenador segue em primeiro lugar na condução da Toca. Deverá ser feito um
rodízio semanal ou mensal, dos coordenadores que serão escolhidos

DIQUE: Formação em círculo, usada para organizar as crianças (vide cerimônia de


Abertura).

FILHOTE:​ É o Castor que ainda não fez a sua Promessa.

GRANDE CASTOR: É o responsável pela direção e orientação da Colônia, é ele que


preside as grandes cerimônias do ramo. Na ausência dele outro chefe pode substituir.

GRUPO DE CAUDA: além da Toca a Colônia possui outro subgrupo importante dentro
da organização. Ele é formado por crianças da mesma idade e se distingue pela cor de
uma cauda em feltro, de tons diferentes e presa ao boné. Este subgrupo será utilizado
sempre que se desejar distribuir atividades mais compatíveis com a idade.

KEEO: É​ um jovem mais velho com seu uniforme regular, um lenço prateado e um
distintivo que o destaca. Ele é o intermediário entre a Colônia e o ramo de seguimento.
O Keeo ensina aos castores como é a vida fora da colônia

LAGO:​ local de reunião semanal dos castores.

MARGEM DE RIO: Formação na qual os castores ficam lado a lado em duas linhas
sinuosas (vide Cerimônia de Abertura).

POSIÇÃO DE CASTOR: nesta posição os castores ficam agachados, com os cotovelos


encostados nos joelhos (vide cerimônia de Abertura).

SAUDAÇÃO DO CASTOR: Sinal especial de cumprimento feito com os dedos indicador e


médio dobrados, representando os dois dentes frontais do animal Castor, dizendo:
“VIVER MELHOR! ”.

GRUTESCA
80

TOCA: Os castores são agregados em pequenos grupos estáveis, chamados TOCAS e


que constituem a unidade para trabalhos e atividades.

BIBLIOGRAFIA:

I. BEAVERS CANADA, ​A book for busy Beavers​, National Council Ottawa, Boy
Scouts of Canada.
II. A book for Eager Beavers​, National Coouncil Ottawa, Boy Scouts of Canada.
III. A book for Growing Beavers​, National Council Ottawa, Boy Scouts of Canada.
IV. Beavers Leader’s handbook​, National Council Ottawa, Boy Scouts of canada,
1984.
V. Friends of the Forest​, National Council Ottawa, Boy Scouts of Canada.
VI. Games& Creative Activities​ - book I, National Council Ottawa, Boy Scouts of
Canada.
VII. Games & Creative Activities​ - book II, National Council Ottawa, Boy Scouts of
Canada.
VIII. Colony program ideas​, National Council Ottawa, Boy Scouts of Canada.
IX. The Colony resource book​, National Council Ottaws, Boy Scouts of Canada.
X. CENP (Coordenadoria de Estudos e Norma Pedagógicas), ​Modelo Pedagógico
para ​_ educação pré-escolar​. Secretaria de Estado da Educação/SP, 1979.
XI. Pré-escola hoje, uma proposta pedagógica​. Secretaria de estado da Educação,
1988.
XII. Pré-escola, uma nova visão​. Secretaria de estado da Educação, 1984.
XIII. Recursos didáticos da pré-escola​. Secretaria de Estado da educação, 1982.
XIV. Subsídios para implantação da proposta curricular de educação física para a pré
_ escola​. Secretaria de Estado da Educação, 1985.

GRUTESCA
81

XV. Guia do Chefe Escoteiro​. Editora escoteira, 1982.


XVI. Textos selecionados do Fundador: ​Objetivos e métodos do adestramento dos
lobinhos ​_ e Educação pelo amor, substituindo a educação pelo temor.
UEB, 1984.
XVII. BSA, ​Tiger Cubs, Family activity book​. Boy Scouts of America, 1972.
XVIII. UEB, ​Como organizar uma Alcatéia​, Rio Grande do Sul, 1985.
XIX. Fonte: ​https://psicologado.com/psicologia-geral/desenvolvimento-humano/so
bre-o-desenvolvimento-afetivo-da-crianca​ © Psicologado.com
XX. Wikipedia - Beavers Scouting
XXI. Lista de Discussão - Flor de Lis
XXII. Lista de Discussão - Ramo Castor
XXIII. Blog Forum - Participativo
XXIV. Blog “Café Mateiro”
XXV. Beavering Away: A history of Beaver Scouting in the U.K.
XXVI. Miniscouts Global Scout Group
XXVII. WOSM - Membership Retention in Scout Troops
XXVIII. The Scout Association
XXIX. Scouts Analise - Malmö University
XXX. Tiger Cubs History
XXXI. The History of the Beaver Program (Canada)
XXXII. Scouting Facts: New Zealand
XXXIII. Grasshopper Scouts - Wikipedia
XXXIV. Age groups in Scouting and Guiding
XXXV. Clube dos Desbravadores​ (Site, consulta em junho/2012)
XXXVI. Bandeirantes (Consulta em junho/2012)
XXXVII. UEB - União dos Escoteiros do Brasil (Site, Consulta em maio/2012)
XXXVIII. Relatório de Membros da WOSM - 2013
XXXIX. European Conference
XL. Scout In Canada - Scoutcan
XLI. Scouts Australia Annual Reports 2011
XLII. WOSM Membership Census 2014
XLIII. “GE. Jabuti” (Site, consulta em março/2017)

GRUTESCA
82

XLIV. P.O.R. Castor e Manual do Grande Castor (GE Jabuti/GRUTESCA 1997)


XLV. Cancioneiro Castor (GE Jabuti/GRUTESCA 1997)
XLVI. Manual do ramo lobinho
XLVII. O projeto educativo
XLVIII. Programa da argentina – Rama Castor

Anexo 1

Amigos da floresta
CAPÍTULO I - O ENCONTRO

O ​GRANDE CASTOR tem uma importante comunicação a fazer. Ele nadou até o meio
do lago e bateu a cauda três vezes: ​tap, tap, tap​. Todos os castores ouviram o sinal e
correram ao dique construído por eles onde a reunião será realizada. “O que você acha
que pode ter acontecido? ” - Perguntou o pequeno castor com os dentes afiados. “E
algo sobre as pessoas da nova casa de campo” - disse um dos castores gêmeos.
“Também acho que sim”, disse o outro, “porque o GRANDE CASTOR nadou até a
enseada esta manhã”.

Os castores chegaram rapidamente ao lugar da reunião. O GRANDE CASTOR


estava sentado sobre uma tora, com olhar solene. Ele era ​KEEO, o castor mais sábio.
KEEO sabia muito sobre a floresta e o lago; todos os animais e pássaros eram seus
amigos. Ele bateu as duas patas da frente, com um ​clap bem estalado, para que fosse
feito silêncio. Os castores formaram um círculo em torno dele e ficaram atentos.

“Castores grandes e pequenos”, disse ele. “Tenho algo importante para lhes dizer. Lá
embaixo na enseada, quatro humanos estão construindo uma casa de campo. São dois

GRUTESCA
83

grandes e dois pequenos e acho que vocês ficarão contentes em saber que eles
parecem amistosos. O menino me viu e me mostrou aos outros. Todos acenaram e
quando bati a cauda, sorriram. De volta da enseada, encontrei ​Tic-Tac​, o esquilo. Ele
disse que são uma família, a família Jones e, já que serão nossos amigos - castores
grandes e pequenos - convoquei esta reunião, hoje, para dar-lhes nomes. Todos os
amigos da floresta devem ter nomes, como vocês sabem”. “E como faremos? ” -
Perguntou o castor com os dentes mais compridos. “Queremos vê-los antes de
dar-lhes nomes. ” O GRANDE CASTOR então disse: “iremos todos lá embaixo, na
enseada, esta tarde para dar uma olhada na ​família Jones​”.

Havia muita agitação entre os castores, enquanto se preparavam para nadar até o local
em que os Jones construíam sua nova casa de campo. No início, ninguém viu quando
os castores chegaram que, muito quietos, espiavam de dentro do dique.

Foi ​papai Jones quem finalmente disse: “Vejam crianças, veja mamãe, acho que temos
companhia. Não se virem muito rápido ou vocês assustarão os castores. ” Todos se
viraram. Eles estavam contentes com a presença dos castores. “Não lhes disse que
teríamos muitos amigos na floresta? ” - Falou mamãe.
“Acho que há uma Colônia de Castores no lago acima” - disse papai. Os castores
olhavam curiosamente, observando os humanos para ver se encontravam um nome
que os descrevessem adequadamente. A menina aproximou-se do dique e tirou
devagar os sapatos. Os castores, prudentemente, afastaram-se, enquanto ela brincava
na água. O menino, a mãe e o pai andaram, calmamente, em direção ao dique vendo
os castores nadarem de volta. “Acho”, disse o menino, “que estão tentando ver se
somos amigos”. O pai disse: “levará algum tempo, mas sei que saberão que somos”.

Uma forte batida de cauda do ​GRANDE CASTOR avisou aos outros para retornar.
Nadaram lago acima para se reunirem e escolherem nomes para os humanos. Com
grande prudência, o GRANDE CASTOR disse: “castores, o pai nos viu primeiro, antes de
termos contornado a curva do lago. Acho que podemos chamá-lo ​FALCÃO​”. “Oh, é um
excelente nome”, disseram os castores. Os gêmeos começaram a tagarelar. “Vocês
viram as roupas de cores vivas que a mãe vestia? Eram cores tão lindas! Devemos
chamá-la ARCO-ÍRIS”. “Ótimo gêmeos”, disseram os outros castores. “Este é o nome
pela qual a chamaremos: ​ARCO-ÍRIS​”. “Eu estava bem perto da menina quando ela se

GRUTESCA
84

aproximou da água e fez muitas bolinhas com os pés”, disse o castor com a cauda
maior. “Que tal chamá-la ​BOLINHA​? ”. “Nós gostamos muito”, disseram os castores.
“Este é um bom nome para ela”. O GRANDE CASTOR disse: “E o menino, vocês viram a
cor de seus cabelos? Nós o chamaremos ​FERRUGEM​”.

“Então, estes são os nomes que nós lhes daremos”, disseram juntos os castores,
batendo suas caudas com prazer. “Esta será a maneira como os chamaremos e
seremos seus amigos”.

CAPÍTULO II - A TEMPESTADE

Foi a trovoada rugindo e rolando no céu que acordou Ferrugem. Um raio de luz
iluminou o quarto e ele viu que eram 4 horas da manhã. Estava chovendo quando a
família Jones foi para a cama. Pelas janelas podiam ver a chuva caindo, batendo no
vidro. Sabiam que haveria enchente pela manhã e temiam o que poderia acontecer
com o dique dos castores com toda esta água extra fluindo para o lago. Quando
Ferrugem voltou para tentar dormir, pensou em dar uma corrida, pela manhã, para ver
o que os castores estavam fazendo. Não havia sol. Quando a família Jones se sentou à
mesa do café, Falcão expressou o pensamento de todos: “parece que tivemos uma
noite ruim. A enseada encheu muito e estou preocupado com o dique dos castores.
Porque não damos uma caminhada para ver o que os nossos amigos estão fazendo? ”
Lavando a louça rapidamente, Arco-Íris, Bolinha e Ferrugem colocaram suas botas de
borracha e capas de chuva. Logo estavam a caminho da trilha. Os pingos dos galhos
das árvores escorriam pelos seus pescoços, deixando-os muito molhados. Quando
chegaram ao dique viram imediatamente que a tempestade fora bem forte. A água
jorrava por ele, “Veja, papai”, disse Ferrugem, “O dique rompeu. O que podemos fazer
para ajudar? ” “Não creio que teremos alguma coisa para fazer, Ferrugem”, disse
Falcão. “Vamos nos sentar naquela pedra lá embaixo e observar. A água estava muito
alta no lago. Acho que quando voltar ao nível normal, veremos nossos amigos
aparecerem e começarem a reconstruir o dique”.

Meia hora mais tarde, quando a água havia baixado alguns centímetros, Bolinha viu o
primeiro castor. Como um pequeno engenheiro, o castor parecia explorar o estrago,
testando aqui e ali. Depois, vieram juntar-se muitos outros, todos os membros da
mesma família. Começaram a trabalhar juntos. Logo o fluxo de fora do dique começou

GRUTESCA
85

a diminuir com a colocação de galhos que pareciam fazer parte de um quebra-cabeça,


deixando o dique perfeito novamente.

Não havia pausa para os castores. Trabalho era uma necessidade, mas também um
divertimento para eles. “Eu sei por quê eles são chamados de ​Castores Espertos​”,
disse Ferrugem. “Sim”, riu Falcão, “esta é a maneira certa de descrevê-los”. “Olhem
aquele ​Filhote lá em cima”, disse Arco-Íris. “O que é filhote? ” Perguntou Bolinha.
“Querida, é como é chamado o castor pequeno, mas acho que logo será chamado
Castor Atento​”. “Ele está se preparando para aprender a ser realmente útil”.

Por fim, o dique estava restaurado. Cansados, porém satisfeitos, os castores deram um
suspiro e mergulharam no lago em direção à porta de entrada da toca dos castores.
Pelo túnel eles nadaram até alcançar o interior, seguros e aquecidos. Eles sabiam que
lá estariam a salvo de invasores e intrusos e, com o dique reparado, tudo retornaria ao
normal.

Enquanto observava, Ferrugem teve uma ideia. “Sabe Bolinha”, disse, “porque não
construímos uma toca de castores? Poderia ser nosso esconderijo. Poderíamos
construí-la atrás da casa, perto da árvore”. Bolinha disse que era uma ideia excelente.
E enquanto voltavam para casa, as duas crianças planejavam sua própria toca. Claro
que seria de galhos de árvores, mas decidiram que seria resistente, firme e segura,
como a dos castores.

CAPÍTULO III – KEEO

Keeo, o ​Grande Castor sentia-se inquieto. Ele era, de longe, o maior castor do lago.
Enquanto nadava para lá e para cá, as ondas de seus movimentos lambiam os lados da
represa, ​Splish, splash. Ele simplesmente não sabia por que se sentia deste jeito. Mas
achava que tinha a ver com o céu tempestuoso. Ele certamente não queria mais
enchentes. Haviam terminado de consertar o açude. Não queria ter de repará-lo
novamente. Neste instante, começou a trovejar e um terrível clarão cortou o céu. “Nós
teremos”, pensou Keeo, “outra tempestade, com certeza! ”.

GRUTESCA
86

O vento havia parado e o silêncio era total. A calmaria que vem antes de uma
tempestade é grande. As folhas haviam parado de farfalhar e a chuva ainda não
começara a cair. Havia silêncio no resto da floresta, como se todos os animais tivessem
sumido; todos, exceto Keeo. Ele estava sentado sobre a maior tora do lago. Nenhum
dos outros castores sabia o que ele estava fazendo lá. “Ele deveria entrar”, diziam os
castores. “Nós não gostamos de ver nenhum dos animais fora quando relampeja,
talvez caiam árvores. ”

Mais tarde, cada castor teria uma história diferente para contar. Viam de maneira
diferente o que havia acontecido, mas todos concordavam que foi o segundo raio que
o fez. Era um raio que parecia partir a tora em que Keeo estava sentado. Quando ele se
foi, uma estranha incandescência envolvia o enorme castor. Primeiro os outros
castores pensaram que o clarão os havia cegado a todos, porque quando olharam para
Keeo, sentado na tora, ele parecia estar envolvido num brilho, como se fosse prata.
Estavam preocupados porque pensavam que ele havia se queimado gravemente. Mas
quanto mais olhavam, mais se certificavam do que realmente havia acontecido. Keeo
estava todo prateado e isto não era a coisa mais estranha nele. Estava também
pensando diferente. Pensava em coisas nas quais nunca havia pensado antes. Sentia-se
estranho. Sabia e pensava não só como castor, mas também como ser humano. Podia
pensar como as pessoas lá da casa de campo. Sentindo-se muito importante, chamou
os outros castores para transmitir-lhes as novidades. Falou-lhes, na linguagem dos
castores, que sabia pensar como humano. Falou algumas palavras na linguagem
humana para mostrar-lhes que podia realmente fazê-lo, “que grande responsabilidade
você tem agora, Keeo”, disseram os castores. “Será por seu intermédio que
poderemos falar em benefício dos animais da floresta e especialmente de nós,
castores. Você poderá aprender muito dos outros”. Todos concordaram. “Nós,
animais, poderemos conhecer nossos amigos humanos e eles poderão conhecer todas
as coisas importantes da natureza. Você Keeo falará por todos nós! ” (Keeo estava
curioso para saber se poderia fazê-lo). Um trabalho muito importante, mas estava
certo de que deveria haver uma razão tanto para falar daquela maneira, como para o
raio de luz que o envolvia, tornando-o um castor prateado. “Deve haver um bom
motivo”, pensava.

GRUTESCA
87

Ele estava curioso para saber também como os humanos na casa de campo, seus
amigos Jones, reagiriam à sua conversa com eles. “Será um choque”, pensou, “talvez
devesse falar aos jovens primeiro”. Assim pensando, deslizou da tora e dirigiu-se para
a casa de campo, a fim de falar com Ferrugem e Bolinha.

CAPÍTULO IV - KEEO, O CASTOR FALANTE

Keeo, não estava apenas assustado, ele estava apavorado. “Como um castor pode
encontrar um menino e uma menina e começar a falar com eles? ” Enquanto pensava,
caminhava em direção da casa de campo. “Preciso pensar sobre o que vou falar.
Suponho que a primeira coisa a fazer é contar-lhes quem sou e esperar para ver o que
eles dirão. ” Determinado, alcançou a curva, atrás da qual se encontrava a casa de
campo. Agora o que lhes dizer, ainda o preocupava. Sobre os nomes que haviam sido
dados pelos castores, o menino e a menina nunca os ouviram antes.

Você pode imaginar o rosto do menino quando ele tirou os olhos de sua vara de
pescar, ao ouvir uma voz dizendo: - “Alô Ferrugem, meu nome é Keeo, eu sou o ​Castor
Falante​”. Foi realmente o olhar de surpresa de Ferrugem que fez Keeo pensar rápido.
“Oh, perdoe-me”, disse ele. “Ferrugem é como nós o chamamos; isto é, eu e meus
amigos, os outros castores. Nós o chamamos Ferrugem e a sua irmã de Bolinha e eu
sou Keeo”.

Agora foi a vez de Ferrugem ficar em dúvida. Antes de tudo, o que dizer a um castor
prateado que chega pela enseada e começa a falar com você. “Bem”, disse ele, “estou
surpreso de vê-lo. Quero dizer, de ouvi-lo. Não, de vê-lo e ouvi-lo. Estou surpreso. Mas
estou muito feliz em encontrá-lo”. Dito isto, Ferrugem entendeu a sua mão e sacudiu a
pata da frente de Keeo. “Preciso chamar minha irmã”, disse Ferrugem e, com um grito
alegre, chamou Bolinha que estava na cozinha, ajudando sua mãe a fazer uns biscoitos
para o lanche. Ela correu para Ferrugem com dois biscoitos na mão.

“Por que você está tão agitado? ”, perguntou. “Você ficará admirada quando eu
apresentar o nosso novo amigo. Keeo, conheça minha irmã. Antes que eu me esqueça,
irmãzinha, eles a chamam de Bolinha”. “Quem me chama de Bolinha? ”, ela perguntou.

GRUTESCA
88

“Keeo, o ​Castor Prateado e todos nossos amigos castores, do lago”. Keeo começou a
falar: “Estou muito contente em conhecê-la Bolinha”. “Eu também estou muito feliz”,
disse Bolinha. E sem saber o que fazer, ela ofereceu um dos biscoitos assados há
pouco.
Era o primeiro biscoito que havia visto em toda sua vida. Keeo pensou: será que
sempre que encontrava um humano, ele oferecia um biscoito? Como viu Ferrugem
comer o seu com grande satisfação achou melhor fazer o mesmo. O gosto era
realmente muito bom. Talvez não tão bom como a raiz de salgueiro que havia
saboreado pela manhã, mas certamente algo novo e muito agradável. Bolinha e
Ferrugem estavam sentados sobre a grama e olhando para Keeo. “Keeo”, disse
Ferrugem, “que tal nos contar toda a história? ” E Keeo contou como ele recebeu a voz
e se tornou um ​Castor Iluminado​, contou sobre os nomes que os animais da floresta
haviam dado a família Jones e muitas outras coisas. Foi fácil ver que se tornariam
ótimos amigos. Achando que o tempo corria, Keeo disse que era melhor voltar e
contar aos outros castores. “É uma boa ideia”, disse Bolinha, “porque nós também
gostaríamos de contar a Arco-Íris e Falcão toda a história”. Despediram-se, tendo se
tornado grandes amigos e combinado encontrarem-se no dia seguinte às 4 horas. O
encontro seria no dique, porque Keeo queria apresentar os outros castores a Ferrugem
e Bolinha.

CAPÍTULO V – COMPARTILHANDO

Tic​-​Tac, o esquilo, simplesmente não podia acreditar em seus olhos. Ele estava sentado
sobre um galho da grande árvore oca, na borda do lago e lá embaixo os castores
trabalhavam ajudando uns aos outros a juntar os melhores brotos de galhos para seus
suprimentos de inverno. Muito felizes, eles dividiam o trabalho, roendo árvores,
nadando com elas até sua toca, onde eram armazenadas. “Eu não posso entender
isto”, ele tagarelava enquanto corria para lá e para cá ao longo do galho da árvore.

“Não posso entender porque eles dividem todo esse trabalho junto. Por que
simplesmente não colhem a comida para si mesmos e deixam de se preocupar com os

GRUTESCA
89

outros? ” Sentiu que deveria falar sobre isto com alguém e pensou se ​Malak​, a grande
coruja, estava acordada no topo da árvore. Correndo para frente e para trás, pulando
de galho em galho, algumas vezes subindo pelo tronco, chegou ao topo e lá, com seus
olhos meio abertos, estava sentada Malak, a coruja.

“Olá, Malak”, disse Tic-Tac, acordando-o, “porque eles fazem? Por que eles fazem
aquilo? ” Ele gritou. “Por que quem está fazendo o quê? ” Perguntou Malak um pouco
rabugento, não acostumado a estar acordado durante o dia. “Bem, eles estão
compartilhando o trabalho e estão todos juntando gravetos. Eu não entendo porque
estão fazendo aquilo”. “Do que você está falando Tic-Tac? ” Perguntou Malak, agora
complemente acordado e bastante interessado no que estava agitando tanto o
esquilo. “Bem, quando eu colho a minha comida para o inverno, saio e colho todas as
minhas nozes. Eu as guardo todas na floresta em pequenas pilhas, das quais só eu sei,
e assim fazem todos os outros esquilos. Nós guardamos nossos próprios suprimentos
de alimentos para nós mesmos. Mas estes castores, eles não fazem assim. Eles
trabalham juntos, compartilhando o trabalho e, imagino que eles irão compartilhar,
também, toda a comida mais tarde. ”

“Realmente, eles irão”, disse Malak. “Estes castores, são muito espertos. Olhe-os mais
de perto; você verá alguns deles trabalhando perto do dique; outros ensinam os mais
jovens a nadar corretamente; e olhe lá, veja o GRANDE CASTOR ensinando aos filhotes
como roer uma árvore de maneira que ela caia onde ele quer; e então, todos os outros
reúnem as árvores cortadas em sua toca de castores. Eles compartilham a
responsabilidade de ensinar uns aos outros; claro, eles compartilham seu trabalho e
então durante o inverno eles têm toda esta comida para dividir. É uma maneira alegre
de viver, um ajudando o outro”.

“Eu não gosto deles”, disse Tic-Tac. “Eu simplesmente não gosto deles”. “Bem”, disse
Malak, “claro que você não gosta, mas isto é porque você é um esquilo e todos sabem
que esquilos são animais muito individualistas, mas esta é à sua maneira de ser;
portanto não se preocupe. Se vocês esquilos fossem realmente espertos, fariam tudo
juntos, e compartilhariam seus suprimentos de nozes. Estou certo de que esquecem
aonde colocam metade delas”.

GRUTESCA
90

“Bem”, disse Tic-Tac pensando seriamente, “na realidade eu esqueço. Eu


simplesmente não lembro onde ficam todas”. “Veja”, disse Malak, “se vocês
compartilhassem o trabalho teriam um grande suprimento de nozes que seria
suficiente para todos os esquilos por todo o inverno”. Tic-Tac disse: “Esta é uma
grande ideia. Falarei sobre ela com os outros esquilos”. Dizendo isto, saiu correndo,
tagarelando, procurando pelos outros esquilos. Malak, que conhecia os esquilos muito
bem, não acreditava que teria sucesso. E antes que cochilasse novamente, deu uma
última olhada para o lago. Ele sorriu quando viu os castores. “Sim, são muito espertos
esses camaradas, muito espertos; sabem como fazer o trabalho, brincar e compartilhar
juntos. Eles terão um bom inverno. Terão bastante comida. Ho, hum”, pensava: ”se eu
não fosse uma coruja, acho que queria ser um castor. ”

CAPÍTULO VI - FERRUGEM VISITA A TOCA DOS CASTORES

Havia tanta agitação no lago dos castores que Keeo precisou convocar uma reunião
para acalmá-los. “Castores grandes e pequenos”, disse ele, “são somente 7 horas da
manhã e Ferrugem e Bolinha não chegarão antes das 2 da tarde. Assim, vamos ficar
quietos e assegurar de que tudo esteja pronto. ” ”está tudo pronto? ”, disse um dos
gêmeos. “Acho que sim”, disse Keeo. “Mas vamos conferir. Agora me deixe ver.
Número 1, a canoa de Ferrugem está pronta na praia? ”. “Sim”, responderam em coro
os castores. “Número 2, a toca dos castores está toda limpa e pronta para os nossos
visitantes? ” ”Sim”, responderam em coro os castores. “Temos maçãs, para oferecer
para a visita? ” “Sim”, responderam em coro os castores.

“Nós fizemos a ​entrada submersa maior para eles poderem encontrá-la? ”,


responderam em coro os castores. “Bem, então acho que estamos prontos. Não vai
demorar muito até os dois virem pela trilha”.

Não eram somente os castores que estavam ansiosos. Ferrugem acordou muito cedo,
tão cedo que começou a fazer o café. Quando Bolinha, Falcão e Arco-Íris entraram na
cozinha, o cheiro do café fresco e presunto frito estava no ar. “Por que você está tão
agitado, Ferrugem? ”, perguntou Falcão. “Este é o dia que irei à ​toca dos castores​.
Assim, após o café, pegarei minha roupa de mergulho e as nadadeiras. Serei o primeiro
humano a visitar uma toca de castores, e com eles dentro dela”.

GRUTESCA
91

“Agora Ferrugem, quero que você seja cuidadoso”, disse Arco-Íris. “Que profundidade
tem este lago? ” ”oh, serei cuidadoso. Keeo disse que tem cerca de quatro (4) metros,
assim não terei problemas ao mergulhar. E Keeo disse que faria a entrada maior, assim
poderia entrar mais facilmente e, uma vez dentro, haveria ar suficiente para respirar.
Assim, não é tão perigoso. ” “Eu desejaria nadar tão bem quanto Ferrugem”, disse
Bolinha, “mas poderei ficar sentada na canoa e os gêmeos ficarão brincando comigo.
Portanto, não será tão ruim”. O café terminou rapidamente esta manhã e, com o sol
nascendo num céu lindo, azul claro. Os dois andaram trilha acima, em direção ao lago.

A agitação era grande quando chegaram e, com a ajuda dos amigos, Ferrugem e
Bolinha empurraram a canoa e remaram em direção a toca dos castores. Ferrugem, já
estava com sua roupa de mergulho, assim tudo o que tinha a fazer era colocar as
nadadeiras. “Agora” disse Keeo, nadando em volta da jangada, “ficaremos um pouco
atrás e daremos a Ferrugem espaço para mergulhar”.
“Não mergulharei da canoa com a máscara”, Disse Ferrugem, “somente entrarei na
água e tomarei fôlego, então seguirei você, Keeo. Mas não vá muito fundo, pois não
posso segurar minha respiração tanto quanto você”. Dizendo isto, Ferrugem deslizou
no lago e respirou fundo.

Pela sua máscara, podia ver Keeo acima dele com seu pelo prateado, brilhando na
água. Era um ​lago claro, que permitia perceber, para onde que Keeo estava indo. Em
alguns segundos Keeo nadou para dentro da grande abertura. Ferrugem viu que
poderia entrar na abertura com folga, e nadou também rapidamente para dentro.
Algumas braçadas a mais e já estava na borda do lado da abertura. Arrastou-se para
dentro. Continuou nadando suavemente para cima até entrar na toca. Um grande
“hurra” veio dos castores que estavam dentro para lhe dar as boas-vindas. Keeo, a
pedido dos castores, disse como estavam contentes com a visita de Ferrugem e este
respondeu dizendo do prazer em aceitar tão gentil convite.
Em seguida, cada castor se ocupou de uma atividade. Um trouxe uma maçã para
Ferrugem. “Muito obrigado”, disse Ferrugem, “que boa ideia”. “Nós queríamos lhe
oferecer algum alimento, mas para trazê-lo por baixo da água achamos que uma maçã
seria uma boa ideia. Não faz mal se fica molhada”. “É verdade”, disse Ferrugem,
“nunca havia pensado nisto”. Ao olhar em volta ficou surpreso com o ​tamanho da toca

GRUTESCA
92

dos castores. Poderia ficar de pé e até se deitar nela. Era muito ​limpa e, olhando para
as paredes, notou que eram ​firmes​. Havia um cheiro de ​umidade na toca e pela
primeira vez pode também sentir o cheiro dos castores - um ​cheiro quente e molhado​.
“Obrigado novamente pelo convite e por esta maçã, é muito gostosa. Vocês podem
ouvir o barulho da floresta daqui? ”, perguntou Ferrugem. “Não”, disse Keeo, “nós
raramente ouvimos alguma coisa. Porém, sabemos quando você e Bolinha estão
nadando e quando Falcão e Arco-Íris vêm na canoa. Só ouvimos sons na água. Não
ouvimos os sons da floresta. ” “Então deve ser muito tranquilo”, disse Ferrugem.

Ele ficou na toca apenas uns 10 minutos porque Bolinha, aguardando na canoa, ficaria
preocupada se demorasse muito. Agradecendo mais uma vez, respirou fundo e,
seguindo Keeo em direção a entrada, arrastou-se novamente e subiu. Subiu tão
depressa que quase bateu a cabeça na canoa, chegando a dois palmos dela. Ele tinha
muita coisa para contar a Bolinha. E foi descrevendo enquanto os castores nadavam
em volta, puxando a canoa em direção a margem.

“A toca é simples, limpa e bem maior do que eu poderia supor”, disse Ferrugem. "É
maior do que a que fizemos para nós”. Ferrugem e Bolinha deixaram a canoa e, com
um último aceno para Keeo, seguiram em direção a casa de campo. E continuou.
“Toquei os lados da casa e os senti muito firmes e você ficaria surpresa se visse como
os castores ficam ​rapidamente secos em sua casa. Keeo sacudiu a água e percebi que
estava completamente seco. Sabe”, disse Ferrugem orgulhoso, “devo ter sido o
primeiro ser humano a visitar uma toca de castores como esta”. “Da próxima vez”,
disse Bolinha, “irei também, assim você me ensina a nadar melhor”. “Está certo”, disse
Ferrugem, “se fizer biscoitos de gengibre hoje à tarde”. Rindo juntos, foram correndo
para casa.

CAPÍTULO VII - OS CASTORES FELIZES

É necessário fazer sol quente na primavera para os castores sentirem-se sonolentos.


Eles voltariam mais cedo para casa esta noite. Deitados, pensando nos acontecimentos
do dia, esperavam que Keeo lhes contasse uma história. Um dos castores gêmeos
olhou para cima e perguntou a Keeo: “todas as ​Colônias de Castores são tão felizes
como a nossa? ”

GRUTESCA
93

“Bem jovem Castor”, disse Keeo, “não sei se todas são, mas sei que poderão ser, se
quiserem. Veja, nesta colônia aprendemos o que é ​compartilhar​. Nós ​crescemos e
construímos​. Nós exploramos. Nós brincamos e ajudamos uns aos outros a descobrir
como se tornar um Castor Esperto. Nós também aprendemos como é importante
trabalhar em equipe​, do mais novo ao mais velho e como é importante que cada um
de nós contribua com a melhor habilidade que temos. Vocês lembram-se da noite da
tempestade, de como o dique estava perto de ruir, e o menor castor de todos colocou
a tora e fechou o lago, salvando-o da inundação? Nós aprendemos uns com os outros.
Veja também, a família Jones. Eles também sabem o que é compartilhar e este é o
motivo de serem uma família feliz. Algumas vezes é Falcão, ou Arco-Íris, ou Ferrugem,
ou Bolinha que tem a ideia, mas juntos vão em frente e descobrem um novo mundo,
uma nova sensação, um novo gesto. O que os faz felizes, é que decidem juntos o que
gostam de fazer e seguem juntos cheios de amor em seu coração. Acho que é por isso
que somos felizes e porque temos uma Colônia de Castores felizes”.
“Vocês sabem como estivemos ocupados estes últimos meses. Não há limite para as
coisas que fazemos juntos. O único limite para as atividades que fazemos é nossa
mente, e como compartilhamos numa atmosfera positiva e amorosa, temos felicidade
de sobra dentro de nossa Colônia. Não aprendemos de Falcão quando eles vieram
remar em nosso lago com suas canoas? Eles fizeram sugestões de atividades, nos
ensinaram sobre a natureza, Deus e o mundo em volta de nós. Não temos muito a
agradecer a Bolinha e Ferrugem, por eles nos ensinarem como brincar juntos e tomar
conta um do outro, no tipo de jogos que jogamos? Não aprendemos tanto deles
quando os observamos e participamos de suas atividades, ajudando um ao outro, cada
um tendo prazer na satisfação e alegria do outro? Todas as coisas, castores, nos
tornam uma Colônia feliz”.

“Se mantivermos nossa ​promessa de amar a Deus, a Pátria, a nossa família e ajudar a
construir um mundo melhor​; se vivenciarmos nossa lei com alegria, trabalhar e ajudar
nossa família e amigos, então poderemos esperar por mais alegria e felicidade. ”

CAPÍTULO VIII - NOVAS FRONTEIRAS


Os castores gêmeos sabiam que iriam ficar alegres e tristes ao mesmo tempo. Na
realidade era um pouco de cada coisa nesse momento. Eles sabiam que iriam deixar a

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Colônia esta tarde. Foi um tempo maravilhoso estar com seus amigos; por isso
estavam um pouco tristes por ter de dizer adeus, mas ao mesmo tempo estavam
felizes porque iriam sair para um mundo maior e mais extenso; conhecer novas coisas
e encontrar novos amigos.

Keeo lhes disse que iriam ter uma grande surpresa. Dessas que só acontecem aos
castores que se prepararam bem e conseguiram tornarem-se ​Castores Espertos​.
Quando perguntaram o que seria, ele disse: ”Vocês saberão ao seu tempo”. Keeo sabia
que havia magia no ar nesta tarde, e que estes dois jovens castores iriam fazer parte
de um ​grupo diferente de amigos da floresta​. Keeo lembrava bem do dia em que
começou a pensar e falar como um ser humano e sabia que a mesma mágica estava no
ar. A Colônia se reuniu para ver os gêmeos nadarem para longe e despedirem-se dos
amigos, que iriam mundo afora. Foi uma longa travessia através do lago. Os castores
gêmeos descobriram que não iam com frequência ao outro lado, e eles queriam ir
rápido porque viram que o céu estava ficando mais e mais escuro. Justo quando
começaram a sair da água em direção da Jângal é que aconteceu a magia, e aconteceu
da mesma maneira que para Keeo: um ​raio de luz​. Estavam se ​transformando​. A
primeira coisa que viram foi sumir sua cauda de castor. Suas patas também mudaram.
Eles ficaram diferentes. Realmente, eles mudaram de castor para ​filhotes de lobos​.
Primeiro ficaram parados olhando um para o outro, não sabendo o que dizer. Porém,
não ficaram sozinhos por muito tempo; imediatamente de dentro da floresta, veio
uma matilha de lobos uivando votos de boas-vindas. O lobo mais sábio parou e lhes
disse: “eu sou ​Akelá​, líder da matilha de lobos. E vocês jovens Castores Espertos,
aprenderam da natureza e por intermédio de Keeo e dos Jones, ouviram do homem e
de Deus. Agora os convidamos a se juntarem a nós, no mesmo espírito de amizade,
determinados a ajudar seus companheiros de matilha, como eles os ajudarão. ”

“O mundo é maior para vocês agora, e como uma matilha nós percorreremos a
floresta. Vocês aprenderam habilidades, das quais em alguns nós compartilharemos,
outras vocês aprenderão a fazer sozinhos como um filhote de lobo. ” Os castores não
estavam assustados.

Eles sabiam que estavam entre amigos. Era uma sensação excitante, que dava vontade
de correr, conhecer esta grande floresta, tão cheia de amigos e ver este mundo a ser

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explorado! A matilha aproximou-se deles e, com grande uivo final de alegria, entraram
para o maravilhoso mundo dos LOBINHOS

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