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CRIAÇÃO
BELO HORIZONTE / MG
SUMÁRIO
11 EDUCAÇÃO EM ARTE.......................................................................... 63
12 BIBLIOGRAFIA BÁSICA ........................................................................ 66
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ARTE E PROCESSO DE CRIAÇÃO
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Extraído do artigo http://www.publicadireito.com.br/artigos/?cod=d736bb10d83a904a
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Arte e cultura são expressões que, não raras vezes, possuem suas definições
confundidas entre si, equivocadamente tendendo a ser entendidas como sinônimas,
portadoras de uma mesma concepção. Para que se possa romper essa perspectiva
limitadora, deve-se invadir novos caminhos de estudos humanísticos e antropológicos,
permitindo alcançar uma distinta visão de arte, não mais como sinônimo de cultura,
mas como parte integrante desta.
Para a visão intelectual dos antropólogos, a cultura seria um gênero, um todo
que englobaria os modos de pensar, valores morais, religiosos, sistemas de símbolos,
incluindo a língua, a estética e as artes. Portanto, os antropologistas defendem uma
visão de universalidade da cultura, pautada na ideia de que onde existir sociedade
humana, existirão expressões culturais. Eles entendem que a arte se encontra
englobada pela cultura, sendo um de seus aspectos, porém não o único. No entanto,
os sociólogos tendem a questionar essa visão antropológica da arte e cultura que
somente se destinaria para sociedades simples, homogêneas. Para sociedades
complexas, como no caso das sociedades modernas, essas seriam mais amplas,
pautadas na heterogeneidade, nas diferentes tradições, visões de mundo e distintas
subculturas, coexistindo ao mesmo tempo apesar de seu antagonismo.
Logo, ainda não existe um posicionamento claro de quais seriam os limites das
fronteiras conceituais existentes entre arte e cultura, que pudesse ser aplicado em
todas as distintas formas de sociedade, das mais simples e homogêneas, até as mais
avançadas e heterogêneas.
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A arte serve como meio para se alcançar um fim não artístico, não sendo
valorizada por si mesma, mas pela sua finalidade. Segundo este ponto de vista a arte
pode estar a serviço para finalidades pedagógicas, religiosas, políticas ou sociais. Não
interessa aqui se a obra tem ou não qualidade estética, mas se a obra cumpre seu
papel moral de atingir a finalidade a que ela se prestou. Uma cultura pode ser
chamada pragmática quando o comportamento, a produção intelectual ou artística de
um povo é determinada por sua utilidade.
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Extraído do artigo
http://www.imagetica.net/downloads/APOSTILA_DE_ARTE_ARTES_VISUAIS_2014.pdf
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No entanto, podemos dizer que uma obra de arte é grande e duradoura quando
nela a perfeição da forma e a riqueza de seu conteúdo são inseparáveis, estão
articuladas numa unidade harmoniosa que a constitui como única.
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2 O PROCESSO DE CRIAÇÃO
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Extraído do artigo
http://repositorio.ufes.br/bitstream/10/2258/1/tese_4062_ROSANA%20LUCIA%20PASTE.pdf
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documentos, e desta forma ele irá estipulando critérios de trabalho e a história da obra
vai se escrevendo.
O processo de criação depende também do ambiente que o artista está inserido
e de suas memórias, pois será a partir desses fatores que seu pensamento criativo,
sua imaginação e seu gesto criador se desprenderão dentro de uma linha de
tendências que ele segue e dentro dos nexos da rede relacional que ele construiu
durante o processo de produção da obra. Processo este que pode ser o tema da obra
de arte ou até mesmo a própria obra de arte, conforme a tendência da arte
contemporânea.
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Extraído do artigo
http://tede.bibliotecadigital.puccampinas.edu.br:8080/jspui/bitstream/tede/398/1/Regina%20Lara%20S
ilveira%20Mello.pdf
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Extraído do artigo
http://tede.bibliotecadigital.puccampinas.edu.br:8080/jspui/bitstream/tede/398/1/Regina%20Lara%20S
ilveira%20Mello.pdf
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uma coincidência feliz que motiva o artista. Leonardo da Vinci surpreendeu-se com as
imagens que viu num muro:
Não deixarei de dizer, entre meus preceitos, uma nova invenção da teoria,
ainda que pareça mesquinha e quase ridícula, porque ela é muito apropriada
e muito útil para predispor o espírito às mais variadas invenções. Eis do que
se trata: se você olha certos muros cobertos de manchas e construídos com
pedras mescladas, supondo que tenha alguma obra, poderá ver sobre esse
muro os simulacros de países diversos, com suas montanhas, seus rios, suas
rochas, suas árvores, suas lendas, os grandes vales, as colinas e outros
aspectos diversos. Poderá ver nele batalhas e vivos acontecimentos de
figuras, rostos estranhos, roupas e mil coisas mais que poderá reduzir às
formas precisas e úteis. Vi nuvens e velhos muros que sugeriram belas e
varadas composições e estas imagens enganosas, ainda que privadas de
toda perfeição formal, não carecem de outro gênero de perfeição, no sentido
de movimento, sob outros aspectos (Carreira, pg.70, 2000).
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Extraído do artigo http://pepsic.bvsalud.org/pdf/cogito/v2/v2a04.pdf
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existência do artista, de finita, passa a ser infinita, através da obra, que o presentifica
sempre.
Não há obra de arte sem o espectador; nas artes plásticas e artes dramáticas,
e sem o leitor na produção literária, e sem ouvinte, na música. Em Escritores Criativos
e Devaneios, Freud tenta explicar o efeito que a obra de arte provoca no espectador;
para ele, o artista, como o devaneador, fantasia para lidar com o princípio do prazer -
desprazer. “Ele cria um mundo de fantasia, no qual pode satisfazer seus desejos
inconscientes”. Nesse aspecto, diz Freud, o artista se aproxima mais das crianças
que, quando brincam utilizam e moldam o mundo externo aos seus desejos.
Sabemos que as obras de arte, os romances querem dizer algo, querem dizer
alguma coisa e somos impelidos a interpretar porque são intrigantes e por isso,
interessantes. No entanto, não é a compreensão ou a explicação que faz surtir um
efeito. Se dermos um sentido, tudo se fecha e a pulsão não se desprende.
Freud – 1914 – Texto intitulado “O Moisés de Michelangelo” diz: “Não sou
conhecedor de arte, mas simplesmente um leigo. Tenho observado que o assunto
“obras de arte” tem para mim uma atração mais forte que suas qualidades formais e
técnicas, embora, para o artista, o valor delas esteja, antes de tudo, nestas”. Freud
continua: “a meu ver o que nos prende tão poderosamente só pode ser a intenção do
artista, até onde ele conseguiu expressá-la em sua obra e fazer-nos compreendê-la”.
Ele descarta a questão da compreensão intelectual, pontuando: “o que o artista visa
é despertar em nós a mesma atitude emocional que nele produziu o ímpeto de criar”.
E porque a intenção do artista não poderia ser comunicada e compreendida em
palavras, como qualquer outro fato da vida mental? Freud irá dizer que somente um
outro discurso, um outro saber para tentar dizer da intenção do artista. Nem a própria
obra o diz. Michelangelo foi, em suas criações, até o limite máximo do que é possível
exprimir em arte. Freud também, aos limites da interpretabilidade. “Os sonhos
bemsucedidos são aqueles dos quais não lembramos”.
Trago-lhes aqui a articulação que Gilda Vaz faz dos conceitos de Freud e
Lacan: “A psicanálise cujo campo vai sempre no avesso da cultura, detém sua atenção
para o além das formas congeladas, onde ali, algo está em suspenso. Freud chega à
conclusão do que Lacan vai postular mais adiante – “A verdade não é dita toda”.
Freud privilegia no Moisés de Michelangelo o momento antes de Moisés erguer
e arremessar as Tábuas por Terra e desencadear a sua cólera. O instante antes do
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ato. A psicanálise se ocupa exatamente, não onde o movimento termina, mas onde
ele se inicia e do movimento em si.
Lacan, ao falar sobre as artes plásticas, interroga como o que ele chamou de
“chuva de pincel”. Será que se um pássaro pintasse, não seria deixando cair suas
penas, uma serpente suas escamas, uma árvore se desfolhar e fazer chover suas
folhas? Não será isso o que o artista faz quando cria novos objetos? Lacan desloca
nosso ponto de atenção para fora da linha, para a existência de uma
temporabilidadeespacialidade, que não está no objeto, na representação, mas além
dele. É ainda no
Seminário XI, sobre o tema em questão, que ele vai inverter a relação do ato
de pintar com a obra, deslocando a nossa atenção enquanto analistas para um outro
campo da verdade.
Para a Psicanálise, essas formas são da mesma ordem das formações do
inconsciente estampadas nos objetivos. É da ordem do que Lacan chama de
semblante que cumpre a função de enganar a verdade, que mobiliza o gesto, ou seja,
o vazio do objeto feminino ou a morte. O inconsciente é puro furo, não é o semblante.
À pulsão de morte Lacan a define como: vontade de destruição, vontade de
recomeçar com novos custos, vontade de outra coisa. Essa é a pulsão de morte como
potência criadora, criação ex-nihilo a partir do nada. Gilda Vaz Rodrigues articula a
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posição do artista como “fonte de algo que pode passar ao real e a que o tempo todo,
nós, seres comuns nos recuamos”. E situa o olhar num ponto chave do fazer do artista.
“O sujeito humano diz ela, joga com as formas, joga com a máscara a partir
desse mais além que há além do olhar. O ser se decompõe entre o ser e o semblante,
entre si mesmo e o que se dá a ver. O que dá de si mesmo e o que recebe dos outros
é sempre máscara, invólucro. Só existem semblantes. A única coisa que talvez não
faça semblante é a morte. É um saber que só se tem nessa hora, de forma radical.
As formas servem para obturar esse buraco. O campo da sublimação é uma
operação acionada de um lugar específico da estrutura do sujeito. A criação artística
é da ordem da sublimação e, portanto, não passa pelo recalque. Quando Miró foi
ameaçado pela ditadura de Franco de não poder mais pintar, reagiu: “Eliminem as
tintas, destruam os pincéis, as telas, eu continuarei pintando através das baforadas
do meu charuto. ”
É no mais além das formas que seu discurso se situa, pois, ele sabe da
coalescência destas e continuará pintando porque o que interessa para o artista, e
também para o analista, é o ato de pintar e não as formas onde o ato se petrifica.
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Extraído do site https://repositorio.ul.pt/handle/10451/6655
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Extraído do site https://repositorio.ul.pt/handle/10451/6655
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Na Poética, Aristóteles embora fazendo referências às artes figurativas, trata essencialmente
da mousiké – tragédia que inclui música, poesia – propondo uma ars poética com princípios claros para
um fazer ou compor de acordo com as regras, especificando os elementos constitutivos dessa arte
dramática e polimétrica.
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A maior parte das pesquisas na área das artes visuais tem contemplado a
leitura da produção artística através de inúmeras abordagens: questões sobre a
imagem, a problemática histórica da obra e seus significados, a consideração dos
aspectos socioculturais, as linguagens existentes ou em elaboração, entre muitas
outras. Poucos estudos, especialmente em nosso país, têm-se detido no processo do
fazer, isto é, naquilo que ocorre durante a elaboração do trabalho artístico e que,
posteriormente, pode ser identificado na obra concluída.
Entre as inúmeras variáveis que compõem o processo de produção artística,
encontram-se os estudos da invenção, da confecção da obra, do acaso, das técnicas
e procedimentos, dos materiais e instrumentos, dos sistemas de formas, da temática,
das motivações e condicionamentos culturais, entre muitos outros aspectos.
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Extraído do artigo
http://editorarevistas.mackenzie.br/index.php/reahc/article/download/505/323
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O artista não sabe de antemão para onde se dirige. Uma tela em branco pode
resultar em um sem-número de pinturas, por mais que ela esteja prefigurada na
imaginação do artista. No entanto, ele persegue um rumo, é fiel a uma tendência que
se torna mais clara no processo de criação. Assim, as ações criadoras incidem sobre
a tendência como mais um elemento gerador desse processo.
Em processos de criação que envolvem uma coletividade de artistas,
tendências também foram identificadas em vários momentos da história, seja quando
artistas se voltaram para um determinado assunto, como a História Sagrada, o retrato,
a paisagem; seja para uma determinada forma de expressão, ora idealizada, ora
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4.5 Acaso
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4.7 Poética
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Para que a ação possa se realizar, é necessário que o artista incida sobre a
sua matéria, por meio de instrumentos que guardam suas próprias leis e seus próprios
recursos. Por intermédio da poética, identificamos uma proximidade entre concepção
e matéria, em que referências ou imagens geradoras podem se apresentar como
objeto de pesquisa artística, que, ao habitar a memória e a imaginação, também pode
se tornar matéria sobre a qual incidirá uma ação, na medida em que uma determinada
configuração e seus conteúdos inerentes estão intimamente ligados a recursos e
instrumentos de criação.
Os procedimentos criativos estão também ligados ao momento histórico, a
aspectos sociais, culturais e tecnológicos em que o artista se insere. Podem ser
manipulados e criados. Recursos criativos foram apropriados em processos de
criação por grupos de artistas, assim como por artistas, caso de Picasso, que, em
Guernica, utilizou o monocromatismo para expressar a ruptura que se deu entre o
homem e a natureza, entre o homem e a vida. Vimos também como instrumentos
foram criados e posteriormente apropriados coletivamente, como foi o caso da tinta a
óleo inventada por Van Eyck, no século XV, a fotografia e as imagens digitais no
século XX.
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5.1 Criatividade
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conceitual (Wechsler, 1988; Nakano & Wechsler, 2006; Sternberg & Lubart,
1996) nas pesquisas realizadas nos últimos 60 anos. ” SCHLOCHAUER
(2007, pg.5)
Aqui é importante salientar a familiaridade com a codificação e decodificação
de mensagens visuais.
Kneller (1978) apresenta as seguintes teorias filosóficas sobre criatividade:
Além disso, cita que as definições sobre criatividade podem ser divididas em
quatro categorias: a partir do ponto de vista da pessoa que cria, por meio de processos
mentais, a partir de influencias ambientais e culturais ou em função de seus produtos.
Salienta-se que apenas recentemente tem havido uma quebra de vínculo entre
criatividade e poder divino.
O termo criatividade é frequentemente associado ao elemento novidade – é
considerado criativo aquilo que gera novas informações entre situações (objetos,
informações) que antes não possuíam relações. É observar um problema sob um
ponto de vista inteiramente novo e propor uma solução inovadora, curiosa e inusitada.
SCHLOCHAUER (2007 pg251), define alguns conceitos:
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Extraído do artigo http://www.livrosabertos.sibi.usp.br/
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Extraído do site repositorio.ul.pt
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caíram finalmente por terra. Assim, a concepção de que o produto criativo seria
resultado de um fulgor da inspiração que ocorreria em determinados indivíduos
considerados privilegiados do ponto de vista intelectual, dotados de um poder especial
ou de um dom inato ou natural, deu lugar à ideia de que todo o ser humano apresenta
um certo grau de habilidades criativas e que estas competências poderiam ser
desenvolvidas pela prática, pelo treino e pela educação. Para tal, seriam necessárias
tanto condições ambientais favoráveis, como o domínio de técnicas adequadas. A
criação artística passou a ser vista como produto não apenas da inspiração e do
talento inato, mas também da preparação, da disciplina, da dedicação, do esforço
consciente, do empenhamento num trabalho prolongado e de um conhecimento amplo
numa área do saber por parte do indivíduo.
A criatividade, e as suas definições podem ser vistas sob quatro ângulos:
Dos processos mentais que o ato de criar convoca – percepção, motivação,
pensamento, aprendizagem, comunicação, etc.
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Como fenômeno social, a arte possui relações com a sociedade. Elas não são
estáticas e imutáveis, ao contrário, são dinâmicas, modificando-se historicamente. O
artista é um ser social, à medida que se apoia numa determinada concepção do
mundo, passa a exprimir, por meio dela, seu estilo. As interações são, muitas vezes,
responsáveis por novas mudanças durante o processo, suscitando novos olhares para
a obra em construção. Novas possibilidades são avaliadas e o artista pode efetuar
seleções e estabelecer critérios de continuidade. Para Ostrower (2010, p. 102), “o
contexto cultural orienta os rumos da criação no sentido de certos propósitos e certas
hipóteses virem a se tornar possíveis”.
O microcosmo no qual o artista está inserido imprime ao trabalho final uma
gama de significados e de possíveis relações a serem estabelecidas. Dessa forma,
reflexões sobre as possíveis interações do processo criativo, em determinado tempo
e espaço, são fundamentais. Toda obra de arte é originária de um ato de escolha,
uma qualidade estética intrínseca, expressada e comunicada pelo artista.
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7 AS ETAPAS DO PROCESSO CRIATIVO PROPOSTAS POR WALLAS
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Extraído do artigo
https://anppom.com.br/congressos/index.php/27anppom/cps2017/paper/viewFile/4911/1644
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8 PREPARAÇÃO
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com os amigos e fazer todas as coisas que um ser humano faz. [...] A plena
criatividade artística ocorre quando, por meio do talento e da técnica, o adulto
é capaz de entrar em contato com a clara e inesgotável fonte de prazer da
criança que existe dentro dele.
8.1 Incubação
Para Wallas (1926) não há melhor saída do que a atenção em outra atividade
preferencialmente que nada tenha a ver com as questões anteriores, ou mesmo olhar
para o horizonte sem nada buscar, olhar sem ver, ouvir sem nada escutar. Para o
artista contemporâneo, talvez o maior desafio seja ausentar-se do ambiente digital,
visto que sua vida social parece vinculada a ele de maneira contínua.
8.2 Iluminação
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8.3 Verificação
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Contudo, o ser humano também produz coisas que, apesar de não terem uma
utilidade imediata, sempre estiveram presente em sua vida. É a respeito delas
que nos perguntamos por que e para que foram feitas. A resposta a esta
pergunta nos mostra que o homem cria objetos não apenas para se servir
utilitariamente deles, mas também para expressar seus sentimentos diante
da vida e, mais ainda para expressar sua visão no momento histórico em que
vive. Essas criações constituem as obras de arte e também contam – talvez
de forma muito mais fiel – a história dos homens ao longo dos séculos.
(PROENÇA, 1999, p. 6 – 7)
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Extraído do artigo
http://www.seduc.pi.gov.br/download/arquivos/biblioteca/1276851904.universidad_evangelica_del_par
aguay .pdf
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Na Idade Antiga que inicia-se com o aparecimento da escrita até 476 D.C.
Durante esse período os artistas trabalhavam em oficinas para os sacerdotes e
príncipes, exercendo atividades como escravos, com o objetivo de criar ofertas a
religiosidade e memórias de reis, nesse contexto as regras de criação passam a ser
inalteradas como credos tradicionais. Em maior quantidade as representações
pictóricas de cunho religioso, exaltavam os reis como deuses baseados na arte
sepulcral, enquanto os pintores e escultores permaneciam como artífices anônimos,
excluindo suas criações e subjetividade.
Inovações na arte não eram permitidas, como também qualquer tipo de
reforma, pois as alterações eram temidas na ordem vigente, sendo as regras
tradicionais da arte tão sagradas e invioláveis como os credos religiosos e as formas
de culto. Assim os artistas eram artífices anônimos, no máximo apreciados nessa
condição. Não eram vistos como personalidade em si, mas como trabalhadores
manuais (Giron,2007 p.41).
Entretanto, apesar dos artistas anônimos não contemplarem uma liberdade
criativa, o cultivo da música estudada pelos egípcios em outros povos, aprimorou-se
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9.2 Barroco
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9.3 Mudanças
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Extraído do artigo http://ww2.faculdadescearenses.edu.br/revista2/edicoes/vol3-1-
2012/artigo3.pdf
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lazer, ou no rol das disciplinas sem muita importância? Ao se pensar neta área como
expressão de cada época, em tempos contemporâneos, diante do ecletismo típico da
nossa sociedade e da tecnologia presente neste século cada vez mais no cotidiano, a
invasão tecnológica vem trazendo novos caminhos para o fazer artístico, e para a
estética.
A natureza dialética dos novos caminhos artísticos perpassa o processo de
criação e a imaginação criadora que a escola deve proporcionar para o educando e
despertar no educador. Todos os contatos com materiais diversificados que a criança
tem oportunidade de manusear, ela cria neste contato fermentação para a imaginação
criadora que é também um modo de conhecer.
Apesar das diferenças nas concepções sobre pensamento criativo, na escola
todas as áreas de conhecimento devem ter responsabilidade, não somente a
Educação Artística, uma vez que é campo privilegiado da arte, pois cada linguagem
artística (artes plásticas, música, dança e teatro) existe um leque de oportunidade para
a imaginação criadora e a percepção, pois criar e ser criativo depende do
desenvolvimento e do estímulo através do conhecimento artístico e da elaboração de
uma expressão estética pessoal.
Este estudo necessita da fundamentação legal da Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Brasileira (9394/96) e os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s)
compreendendo a fundamentação para o contexto escolar. Segundo os Parâmetros
Curriculares Nacionais de Arte (1997, p. 41):
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O que percebemos é que o processo de criação seja qual for a fase necessita
da valorização e incentivos, mantendo um elo com um prazer de criar.
Para Deleuze, são três as atividades de produção criativa do pensamento: a
filosofia que cria conceitos; a ciência, que cria o que ele chama de funções; e a arte
que cria o que ele chama de perceptos e afectos. Nesta perspectiva o educador deve
comtemplar as atividades de produção criativa do pensamento nas diversas áreas que
ele atua.
No recorte histórico entre o professor de arte em séculos passados que faz uso
do processo criativo e o professor contemporâneo possuem pontos comuns, o que
diferem são as técnicas e materiais utilizados, porém ambos buscaram construção ou
desconstrução de objetos artísticos, na realidade cabe ao educador experienciar como
é possível ensinar a criar, não como transmissor e/ ou receptor, mas como sujeitos do
processo nas atividades significativas.
Desenvolver atividades que envolvem criação requer formação continuada
como citada anteriormente, como um historiador que reescreve sua biografia
cotidianamente, não se limitando ao conteúdo de sua área, mas se reportando aos
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Extraído do artigo
http://www.seduc.pi.gov.br/download/arquivos/biblioteca/1276851904.universidad_evangelica_del_par
aguay .pdf
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Extraído do artigo
http://www.seduc.pi.gov.br/download/arquivos/biblioteca/1276851904.universidad_evangelica_del_par
aguay .pdf
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Para Gardner (1999b), uma pessoa criativa resolve problemas, molda produtos
ou proporciona a emersão de novas questões em determinado campo de uma forma
inicialmente incomum, mas que posteriormente são aceitas em seu grupo cultural.
As pessoas têm, em suas raízes culturais e na criatividade, o impulso para
realização de seus trabalhos. A criação de algo acontece em todos os momentos, nas
mais diversas profissões. A arte, uma atividade humana relacionada às manifestações
de ordem estética, é expressa não somente nas manifestações populares, mas em
todas as profissões.
A arte e os processos criativos são constantes em vários ramos profissionais.
As diferentes manifestações artísticas podem contribuir com os processos
educacionais nas mais diversas disciplinas. O estudo de distintos processos criativos,
por exemplo, permite ao estudante inteirar-se de conceitos de diferentes áreas do
conhecimento e, ao mesmo tempo, conhecer e valorar a cultura de cada grupo social.
Diversos profissionais expressam seu senso criativo em suas profissões,
processos de suas mentes que conduzem estas pessoas a criarem transformando
seus modelos mentais em produtos, processos, objeto, conhecimento. E, assim,
segundo Kolb e Whishan (2002), essa característica notável da mente humana
propicia desenvolver uma cultura rica e criativa, processos e conhecimentos que são
transmitidos a outrem.
O senso criativo, inerente às pessoas e proveniente, principalmente, de seu
patrimônio e contexto humano, social e cultural, necessita de estímulo, e o mais
indicado seria estimulá-lo na pessoa enquanto estudante. O desenvolvimento do
senso criativo e a incitação para que o estudante expresse sua criatividade devem ser
feitos desde os anos iniciais da Educação Básica. Pois as pessoas se percebem e se
reconhecem naquilo que criam, transformando algo, dando-lhe sentido, significado. E,
quando algo se transforma, as pessoas também se transformam.
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