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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 2
UNIDADE 1 – PANORAMA HISTÓRICO, ARTÍSTICO E CULTURAL AO LONGO
DOS TEMPOS ............................................................................................................ 6
1.1 Pré-História ........................................................................................................ 6
1.2 Egito, Grécia, Roma ........................................................................................ 10
1.3 Idade Média, Renascimento ............................................................................ 17
1.4 Barroco, Neoclassicismo ................................................................................. 21
UNIDADE 2 – A REVOLUÇÃO FRANCESA E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA
UMA NOVA VISÃO DE SOCIEDADE, HOMEM E ARTE ......................................... 24
2.1 A arte no período Napoleônico ........................................................................ 25
2.2 Desdobramentos das questões estéticas do século XVIII ............................... 26
UNIDADE 3 – A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E A ARTE COM FOCO NO
ROMANTISMO ......................................................................................................... 28
3.1 Romantismo..................................................................................................... 29
UNIDADE 4 – A REALIDADE E AS CONCEPÇÕES ARTÍSTICAS REALISTAS E
NATURALISTAS ...................................................................................................... 31
4.1 Realismo e Naturalismo ................................................................................... 31
4.2 O surgimento das bases da Arte Moderna ...................................................... 32
UNIDADE 5 – AS VANGUARDAS E A EXPLOSÃO DA ARTE MODERNA ........... 36
5.1 Fovismo ou Fauvismo ...................................................................................... 37
5.2 Expressionismo ............................................................................................... 39
5.3 Cubismo........................................................................................................... 42
5.4 Futurismo ......................................................................................................... 44
5.5 Abstracionismo geométrico russo (Raionismo, Suprematismo e
Construtivismo) ...................................................................................................... 46
5.6 Mondrian e o movimento De Stijl ..................................................................... 47
5.7 Dadaísmo / Surrealismo .................................................................................. 49
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 52
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INTRODUÇÃO

Do mesmo modo que o processo de ensino-aprendizagem busca


transformar os alunos em cidadãos autônomos, críticos e reflexivos, igualmente, a
complementação pedagógica tem também essa missão, ou seja, formar docentes
para atuarem na sociedade contemporânea de forma autônoma, crítica e reflexiva.
Segundo o dicionário “Aurélio” (FERREIRA, 2005), a arte, substantivo
feminino, é definido como a capacidade que tem o ser humano de pôr em prática
uma ideia, valendo-se da faculdade de dominar a matéria.
No dicionário eletrônico de significados, arte é a atividade humana ligada a
manifestações de ordem estética, feita por artistas a partir de percepção, emoções e
ideias, com o objetivo de estimular esse interesse de consciência em um ou mais
espectadores, e cada obra de arte possui um significado único e diferente.
A arte está ligada à estética, porque é considerada uma faculdade ou ato
pelo qual, trabalhando uma matéria, a imagem ou o som, o homem cria beleza ao se
esforçar por dar expressão ao mundo material ou imaterial que o inspira. Na história
da filosofia tentou se definir a arte como intuição, expressão, projeção, sublimação,
evasão, entre outros. Aristóteles definiu a arte como uma imitação da realidade, mas
Bergson e Proust a veem como a exacerbação da condição atípica inerente à
realidade. Kant considera que a arte é uma manifestação que produz uma satisfação
desinteressada.
Termo derivado do latim e que significa técnica/habilidade, a arte varia de
acordo com a época e a cultura, podendo ser arte rupestre, artesanato, arte da
ciência, da religião e da tecnologia. Atualmente, arte é usada como a atividade
artística ou o produto da atividade artística. Enfim, a arte é uma criação humana com
valores estéticos, como beleza, equilíbrio, harmonia, que representam um conjunto
de procedimentos utilizados para realizar obras.
As Arte-educadoras Margaret Imbroisi e Simone Martins (2016), também
explicam que a palavra “Arte” deriva do latim ars, artis, que significa maneira de ser
ou de agir, profissão, habilidade natural ou adquirida, e, na cultura greco-romana,
possuía o sentido de ofício, habilidade. Nessa concepção, a arte estava ligada ao
propósito de fazer, ou seja, era concebida com base em um aspecto executivo e
manual.
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A arte também foi e é vista por alguns como conhecimento, visão ou


contemplação. Nesse caso, coloca-se em segundo plano o aspecto exterior da arte,
o objeto criado, e concede-se a ela um sentido de visão da realidade, ou seja, de
retrato de formas de conhecer.
A terceira definição coloca que a arte é expressão. Essa visão, que é fruto
especialmente do Romantismo, define arte com base em seus elementos
externalizados, nos motivos que a tornam viva, ou seja, alinha as formas do objeto
artístico criado com os sentimentos que a animam e a suscitam.

Figura 1: A Arte e suas expressões.

Certamente, todas essas concepções de arte têm seu sentido e valor. A arte
é, por excelência, o lugar de conhecimento, feitura e expressão. Em resumo, a arte
como um fazer, arte como conhecimento e arte como expressão (IMBROISI;
MARTINS, 2016) são reflexo do ser humano e, muitas vezes, representa a sua
condição social e essência de ser pensante.
A arte em educação, por sua vez, propicia o desenvolvimento do
pensamento artístico, que caracteriza um modo particular de dar sentido às
experiências das pessoas: por meio dele, o aluno amplia a sensibilidade, a
percepção, a reflexão e a imaginação. Aprender arte envolve, basicamente, fazer
trabalhos artísticos, apreciar e refletir sobre eles. Envolve, também, conhecer,
apreciar e refletir sobre as formas da natureza e sobre as produções artísticas
individuais e coletivas de distintas culturas e épocas (BRASIL, 1997).
Quando derivada do grego, a palavra “estética” significa “sentir” e envolve
um conjunto, uma rede de percepções presentes em diversas práticas e
conhecimentos humanos. As experiências estéticas de homens e mulheres
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estendem-se a vários âmbitos de seu existir, de seu saber, de sua identidade, enfim,
de seu ‘humanizar-se’. Em processos de produzir e apreciar artísticos, em múltiplas
linguagens, enraizadas em contextos socioculturais, as pessoas experimentam suas
criações e percepções estéticas de maneira mais intensa, diferenciada.
A arte está ligada à estética, porque é considerada uma faculdade ou ato
pelo qual, trabalhando uma matéria, a imagem ou o som, o homem cria beleza ao se
esforçar por dar expressão ao mundo material ou imaterial que o inspira (IMBROISI;
MARTINS, 2016).
Uma das particularidades do conhecimento em Arte está no fato de que, nas
produções artísticas, um conjunto de ideias é elaborado de maneira sensível,
imaginativa, estética por seus produtores ou artistas. De diversos modos, esse
conjunto sensorial de ideias aparece no produto de arte enquanto está sendo feito e
depois de pronto ao ser comunicado e apreciado por outras pessoas.
Esse conhecimento, essa sabedoria de expor sensibilidades e ideias
estéticas na obra de arte é aprendida pelo produtor de arte ao longo de suas
relações interpessoais, intergrupais e na diversidade sociocultural em que vive.
Emoções e pensamentos elaborados, sintetizados, expressos por pessoas
produtoras de arte e tornados presentes nos seus produtos artísticos, mobilizam, por
sua vez, sensorialidades e cognições de seus apreciadores (espectadores, fruidores,
públicos) considerados, portanto, participantes da produção da arte e de sua
história. E nas relações socioculturais – dentre elas as vividas na educação escolar
– que praticamos e aprendemos esses saberes (BRASIL, 2000).
Em sintonia com as explicações acima, vale elencar as competências e
habilidades a serem desenvolvidas, no ensino de artes, no Ensino Médio.
a) Representação e comunicação:
realizar produções artísticas, individuais e/ou coletivas, nas linguagens da arte
(música, artes visuais, dança, teatro, artes audiovisuais);
apreciar produtos de arte em suas várias linguagens, desenvolvendo tanto a
fruição quanto a análise estética.
b) Investigação e compreensão:

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analisar, refletir e compreender os diferentes processos da Arte, com seus


diferentes instrumentos de ordem material e ideal, como manifestações
socioculturais e históricas;
conhecer, analisar, refletir e compreender critérios culturalmente construídos
e embasados em conhecimentos afins, de caráter filosófico, histórico,
sociológico, antropológico, semiótico, científico e tecnológico, entre outros.
c) Contextualização sociocultural:
analisar, refletir, respeitar e preservar as diversas manifestações de Arte – em
suas múltiplas funções – utilizadas por diferentes grupos sociais e étnicos,
interagindo com o patrimônio nacional e internacional, que se deve conhecer
e compreender em sua dimensão sócio-histórica.
Pois bem, numa via de mão dupla, para que os alunos do Ensino Médio
desenvolvam as competências e habilidade na área de Artes, citadas acima, mais
uma vez afirmamos que os docentes também devem fazê-lo, portanto e de imediato,
persigamos tais objetivos, conhecendo a história da Arte em seus vários momentos.
Desejamos boa leitura, mas antes duas observações se fazem necessárias:
Em primeiro lugar, sabemos que a escrita acadêmica tem como premissa
ser científica, ou seja, baseada em normas e padrões da academia. Pedimos licença
para fugir um pouco às regras com o objetivo de nos aproximarmos de vocês e para
que os temas abordados cheguem de maneira clara e objetiva, mas não menos
científicos.
Em segundo lugar, deixamos claro que este módulo é uma compilação das
ideias de vários autores, incluindo aqueles que consideramos clássicos, não se
tratando, portanto, de uma redação original.
Ao final do módulo, além da lista de referências básicas, encontram-se
muitas outras que foram ora utilizadas, ora somente consultadas e que podem servir
para sanar lacunas que por ventura surgirem ao longo dos estudos.

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UNIDADE 1 – PANORAMA HISTÓRICO, ARTÍSTICO E


CULTURAL AO LONGO DOS TEMPOS

A divisão proposta para a história da humanidade tem mais um viés didático


do que absoluto, e por analogia, a história da arte. Não podemos dizer que num
determinado ponto os períodos mudaram, existe, evidentemente, uma faixa de
transição. Sabemos que não é assim que acontece, ou seja, que numa “virada” de
ano passamos da Idade da pedra lascada para a idade dos metais ou algo similar.
Nossa história é assim, tentativas, conquistas, retrocessos... novas conquistas...
Segundo Gasparetto Junior (2012), esse “etapismo” histórico é algo que
gera muita discussão entre os historiadores. A forma como estamos acostumados a
estudar ou lidar com os períodos históricos é uma convenção totalmente baseada na
realidade da história europeia. Usualmente, utilizamos História Antiga, História
Medieval, História Moderna e História Contemporânea para determinar os momentos
em que as condições de vida e as relações humanas foram diferenciadas ao longo
da história. Mas este ponto de vista eurocêntrico, não leva em consideração a
existência de outros povos e outras civilizações fora do continente europeu ou de
sua área de abrangência antes da Idade Moderna. América e África, por exemplo,
apenas são inseridas na história da humanidade, segundo esta conceituação, a
partir da História Moderna, enquanto, na verdade, possuíam civilizações tão bem
estruturadas quanto aquelas que existiam na Europa e igualmente sua arte também
era estruturada.
De todo modo, vejamos a história da Arte por essa ótica didática!

1.1 Pré-História
Na divisão da história em períodos, a Pré-História é caracterizada por aquele
período que vai do aparecimento dos seres humanos na face da Terra até o
desenvolvimento da escrita.
Essa denominação Pré-História só começou a ser usada no século XIX,
porque até então os estudiosos não viam como recuperar a história do homem antes
do domínio da escrita, assim, tudo que não fosse registro escrito, até então, não era
considerado confiável.

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A escrita é o que marca as sociedades em Históricas (após domínio da


escrita) e Pré-Históricas (antes do domínio da escrita).
De toda sorte, existe uma imensa quantidade de documentos não escritos,
como pinturas rupestres, sítios arqueológicos, ossadas, fósseis, entre outros, que
permitem estudar a ação desses seres humanos que viveram há milhares de anos.
Esses vestígios são tratados como fontes históricas, e a pesquisa sobre eles
permitiu ainda dividir a Pré-História em dois períodos, de acordo, principalmente,
com os tipos de ferramentas utilizados pelas pessoas da época: o período
Paleolítico (até 10000 a.C.) e o período Neolítico (10000-4000 a.C.) (PINTO, 2013).

Figura 2: A Arte na Pré-História.

As pinturas rupestres nos permitem saber hoje ou pelo menos obter indícios
do que aqueles homens faziam, como pensavam, enfim, como eles viam o seu
mundo. Pelos vestígios de utensílios, de ferramentas, o historiador pode saber como
essas pessoas comiam, de que forma caçavam os animais, faziam fogueiras, entre
outros. Por isso, muitos estudiosos, hoje em dia, preferem chamar a Pré-História de
História dos povos pré-letrados ou povos ágrafos, isto é, História dos povos que não
sabiam escrever.
Quanto à produção artística do homem pré-histórico, pelo menos a que foi
encontrada e conservada, em grande parte, é representada por objetos portadores
de uma utilidade, seja ela doméstica ou religiosa.
Como a duração da Pré-História foi muito longa, os historiadores a dividiram
em períodos: Paleolítico Inferior (c. 500 mil a.C.), Paleolítico Superior (c. 30 mil a.C.),
Neolítico (c. 10 mil a.C.) e a Idade dos Metais (c. 6 mil a 4 mil a.C.), baseado nas
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culturas encontradas na Europa, pois lembramos que no Oriente, desde o ano 5.000
a.C., existiram culturas com alto grau de civilização, que já tinham iniciado sua
história (IMBROISI; MARTINS, 2016).
São características do Paleolítico:
reinou o pragmatismo, porque a arte produzida possuía uma utilidade
material, cotidiana ou mágico-religiosa – ferramentas, armas ou figuras que
envolvem situações específicas, como a caça;
os desenhos são naturalistas;
algumas esculturas foram realizadas e com predomínio das figuras femininas
com a cabeça surgindo como prolongamento do pescoço, seios volumosos,
ventre saltado e grandes nádegas.
As manifestações artísticas mais antigas foram encontradas na Europa, em
especial na Espanha, sul da França e sul da Itália e datam de aproximadamente
25000 a.C., portanto, no período paleolítico. Na França, encontramos o maior
número de obras Pré-Históricas e até hoje em bom estado de conservação, como as
cavernas de Altamira, Lascaux e Castilho.
Na arquitetura, podemos dizer que os grupos pré-históricos eram nômades e
se deslocavam de acordo com a necessidade de obter alimentos. Durante o período
neolítico, essa situação sofreu mudanças, desenvolveram-se as primeiras formas de
agricultura e, consequentemente, os grupos humanos passaram a se fixar por mais
tempo em uma mesma região, mas ainda utilizavam-se de abrigos naturais ou
fabricados com fibras vegetais ao mesmo tempo em que passaram a construir
monumentos de pedras colossais, que serviam de câmaras mortuárias ou de
templos. Raras as construções que serviam de habitação.
No Mesolítico, a arte tornou-se conceitual e racionalista, baseada no
geométrico e no abstrato. No Levante espanhol, grupos humanos deixaram pinturas
mais esquemáticas, tratando cenas mais complexas de caça, de danças e ritos
mágicos (IMBROISI; MARTINS, 2016).

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Figura 3: Pintura rupestre do levante III.

O termo Neolítico foi adotado porque as armas e os instrumentos de pedra


passaram a ser feitos pelo método de polimento mediante atrito, ao invés da fratura
e separação de lascas, como nos períodos anteriores. Por isso, também é chamada
de Idade da Pedra Polida (c. 10 mil a 5 mil a.C.).
A fixação do homem do Neolítico, garantida pelo cultivo da terra e pela
manutenção de manadas, ocasionou um aumento rápido da população e o
desenvolvimento das primeiras instituições, como a família e a divisão do trabalho.
Assim, o homem do Neolítico desenvolveu a técnica de tecer panos, de
fabricar cerâmicas e construiu as primeiras moradias, constituindo-se os primeiros
arquitetos do mundo e passou a ser sedentário, fixando-se na terra, criando as
primeiras aldeias e cidades.
As construções desse período, chamadas monumentos megalíticos são
classificadas em Dolmens, que consistem em duas ou mais pedras grandes
fincadas verticalmente no chão, como se fossem paredes, e uma grande pedra era
colocada horizontalmente sobre elas, parecendo um teto; os Menires que são
pedras gigantes cravadas verticalmente no solo, dispostos sozinhos ou em fileiras;
e, os Cromlech, menires dispostos em círculo, sendo o de Stonehenge (Inglaterra),
o mais famoso deles.

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Figura 4: Stonehenge.

Na Idade dos Metais, desenvolveu-se o artesanato e a fabricação de joias.

Guarde...
As principais manifestações da pintura pré-histórica são encontradas no
interior de cavernas, em paredes de pedra, e a princípio retratavam cenas
envolvendo principalmente animais, homens, mulheres e caçadas, existindo ainda a
pintura de símbolos, com significado ainda desconhecido. Essa fase inicial é
marcada pela utilização predominantemente do preto e do vermelho e é
considerada, portanto, como naturalista.
No período Neolítico, a pintura é utilizada como elemento decorativo e
retratando as cenas do cotidiano. A qualidade das obras é superior, mostrando um
maior grau de abstração e a utilização de outros instrumentos que não as mãos,
como espátulas.
Por volta de 2000 a.C., as características da pintura apresentavam um nível
próximo a de formas escritas, preservando porém seu caráter mágico ou religiosos,
celebrando a fecundidade ou os objetos de adoração (totens).

1.2 Egito, Grécia, Roma


O povo egípcio manifestou sua arte na pintura, na escrita, na arquitetura e
na escultura, quase sempre com um objetivo: agradar aos deuses.
O Egito fica no continente Africano, daí lembrarmos a variedade de animais
silvestres que aparecem em suas formas de arte, assim como a crença desse povo
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nos deuses, na vida eterna que os levaram a criar rituais fúnebres com a finalidade
de manter a vida após a morte por meio do processo de mumificação, além dos
sarcófagos para onde levavam todos seus pertences (LEMOS, ANDE, 2011).
Estes povos também possuíam uma escrita evoluída para sua época.
São características da pintura egípcia:
• a arte era padronizada, seguia critérios religiosos; não se fazia uso da
criatividade ou da imaginação;
• as pinturas eram anônimas e não registravam o estilo do artista, mas o faraó.
A primeira regra a ser seguida era a lei da frontalidade – era obrigatória e
consistia na representação de pessoas com o tronco de frente, os pés, a
cabeça e as pernas ficavam de perfil. Portanto, não era uma arte naturalista;
• na escultura, apesar das convenções, as estátuas eram representadas de
acordo com os traços particulares da pessoa, principalmente a posição que
ocupava na sociedade, o seu trabalho e traços raciais;
• no Médio Império, o Egito apresentava suas esculturas e retratos com uma
aparência ideal e não real, como, por exemplo, os reis. Já no Novo Império, o
ápice do crescimento egípcio, é marcado pela reconstrução de templos
inacabados.
As obras conservadas mais significativas pertencem ao chamado império
novo. A imponência e beleza dos templos de Luxor e Carnac e o delicado trabalho
de ourivesaria também em objetos de uso diário refletem o apogeu de uma cultura
que perseguiu, na beleza indescritível das manifestações artísticas, uma sincera
oferenda às suas inúmeras divindades, cada qual para uma situação. Essas
entidades costumavam ser representadas por esculturas com corpo de homem e
cabeça de animal, vestidas com os mesmos trajes usados pelo faraó, um deus na
terra.

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Figura 5: Templo de Luxor.

Guarde...
As pirâmides do deserto de Gizé são as obras arquitetônicas mais famosas
e foram construídas por importantes reis do Antigo Império: Quéops, Quéfren e
Miquerinos. Junto a essas três pirâmides, está a esfinge mais conhecida do Egito,
que representa o faraó Quéfren, mas a ação erosiva do vento e das areias do
deserto deram-lhe, ao longo dos séculos, um aspecto enigmático e misterioso.
A Esfinge representa o corpo de um leão (força) e a cabeça humana
(sabedoria). Eram colocadas na alameda de entrada do templo para afastar os maus
espíritos. Obeliscos eram colocados à frente dos templos para materializar a luz
solar.
As características gerais da arquitetura egípcia são:
solidez e durabilidade;
sentimento de eternidade;
aspecto misterioso e impenetrável.
Na pintura, a decoração colorida era um poderoso elemento de
complementação das atitudes religiosas, tendo como características gerais:

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ausência de três dimensões;


ignorância da profundidade;
colorido a tinta lisa, sem claro-escuro e sem
indicação do relevo;
lei da frontalidade que determinava que o tronco
da pessoa fosse representado sempre de frente,
enquanto sua cabeça, suas pernas e seus pés
eram vistos de perfil.

Figura 6: Pintura Egípcia.

A hierarquia na pintura era representada pelo tamanho das pessoas, ou


seja, as pessoas com maior importância no reino, eram representadas maiores em
relação às outras. Nesta ordem de grandeza, tem-se: o rei, a mulher do rei, o
sacerdote, os soldados e o povo. As figuras femininas eram pintadas em ocre,
enquanto que as masculinas, em vermelho.

Figura 7: Hieróglifo egípcio.

Os egípcios escreviam usando desenhos, não utilizavam letras como nós.


Eles desenvolveram três formas de escrita:
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hieróglifos – considerados a escrita sagrada;


hierática – uma escrita mais simples, utilizada pela nobreza e pelos
sacerdotes;
demótica – a escrita popular.

O Livro dos Mortos, um rolo de papiro com rituais funerários, era posto no
sarcófago do faraó morto, ilustrado com cenas muito vivas, que acompanham o texto
com singular eficácia. O Livro era formado por tramas de fibras do tronco de papiro,
as quais eram batidas e prensadas transformando-se em folhas.
Segundo Sá Netto (2016), a ideia central do Livro dos Mortos é o respeito à
verdade e à justiça, mostrando o elevado ideal da sociedade egípcia. Era crença
geral que diante de Osíris de nada valeriam as riquezas, nem a posição social do
falecido, mas que apenas seus atos seriam levados em conta. Foi justamente no
Egito que esse enfoque de que a sorte dos mortos dependia do valor de sua conduta
moral enquanto vivo ocorreu pela primeira vez na história da humanidade. Mil anos
mais tarde, diz Kurt Lange, essa ideia altamente moral não se espalhara ainda por
nenhum dos povos civilizados que conhecemos. Em Babilônia, como entre os
hebreus, os bons e os maus eram vítimas no além, e sem discernimento das
mesmas vicissitudes.
Os escultores egípcios representavam os faraós e os deuses em posição
serena, quase sempre de frente, sem demonstrar nenhuma emoção. Pretendiam
com isso traduzir, na pedra, uma ilusão de imortalidade. Com esse objetivo, ainda,
exageravam frequentemente as proporções do corpo humano, dando às figuras
representadas uma impressão de força e de majestade.

Enquanto a arte egípcia é uma arte ligada ao espírito, a arte grega liga-se à
inteligência, pois os seus reis não eram deuses, mas seres inteligentes e justos, que
se dedicavam ao bem-estar do povo. A arte grega volta-se para o gozo da vida
presente.

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Os gregos (ou helenos, como eles preferiam designar-se) eram mais do que
um povo homogêneo, uma série de tribos que tinham em comum a língua, os
principais deuses e a noção de que descendiam de antepassados em comum.
Nessa civilização predomina o racionalismo, o amor pela beleza entendida
como suprema harmonia das coisas, o interesse pelo homem, essa pequena criatura
que é “a medida de todas as coisas”. Ali nasce a democracia, o governo do povo.
A Mitologia cria um conceito religioso, pois os gregos não possuem um
conceito científico das suas origens, então usam a sua criatividade. Os deuses
possuem as qualidades e os defeitos humanos (IMBROISI; MARTINS, 2016).
Na arquitetura, a característica mais evidente dos templos gregos é a
simetria entre o pórtico de entrada e o dos fundos. O templo era construído sobre
uma base de três degraus. O degrau mais elevado chamava-se estilóbata e sobre
ele eram erguidas as colunas. As colunas sustentavam um entablamento horizontal
formado por três partes: a arquitrave, o friso e a cornija. As colunas e entablamento
eram construídos segundo os modelos da ordem dórica, jônica e coríntia.

Base Nave Peristilo


1-Estilóbato 2-Base 9-Colunas
3-Parede da nave 10-Entablamento
4-Pronaos 11-Arquinave
5-Colunas 12-Triglifos
6-Entablamento 13-Métopas
7-Cela ou nave 14-Cornija
8-Telhado 15-Frontão
Figura 8: Templo grego.
Fonte: Meneses (2010).
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No teatro, se há um povo atento à análise de si próprio, à sua própria


representação, era o povo helênico, cujas tragédias e comédias foram as primeiras
expressões daquilo a que chamamos de teatro. Era necessário, para isso, um lugar
adequado que, coerentemente à concepção grega, não foi um espaço fechado, mas
a encosta aberta de uma colina. Composto de três partes: cena, skéne, em grego,
para os atores; a orquestra, konistra, em grego, destinado às evoluções, danças e
cantos do coro; arquibancada, koilon, em grego, para os espectadores.
Um exemplo típico é o Teatro de Epidauro, construído, no séc. IV a.C., ao ar
livre, composto por 55 degraus divididos em duas ordens e calculados de acordo
com uma inclinação perfeita. Chegava a acomodar cerca de 14.000 espectadores e
tornou-se famoso por sua acústica perfeita. Tínhamos também os ginásios, edifícios
destinados à cultura física.
Segundo Lemos e Ande (2011), a arte romana apresenta como sua principal
característica uma propaganda política imperial.
Os romanos eram um povo de índole áspera, seu caráter foi formado em
uma dura escola, a escola da guerra, da selvageria, da depravação e da corrupção.
Porém, o romano, que mostrava um lado sombrio, tinha um profundo senso
de veneração pela ordem e uma crença no próprio destino. Sempre convicto das
lendas e das façanhas de seus antepassados, que nunca deixavam de ser
venerados.
Esses foram os motivos para os romanos realizarem feitos tão notáveis que
deixaram para o mundo uma visão de coragem e imponência. Esse povo se envolvia
em uma mística de superioridade e convicção de que era membro de uma elite
obstinada pelo poder.
O Império Romano foi o maior império do mundo, em cada lugar conquistado
militarmente, deixava-se conquistar culturalmente.
O povo romano não possuía um valor estético, as obras de arte trazidas por
eles em suas conquistas eram apenas uma demonstração de força e poder.
As imagens escultóricas eram dedicadas somente aos aristocratas e eram
feitas em mármore, para que pudessem durar para sempre junto à História.

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Guarde...
Como vimos acima sobre os templos gregos, a arquitetura Grega tem no
templo sua expressão maior e na coluna sua peculiaridade.
A coluna marca a proporção e o estilo dos templos. Na arquitetura do
período geométrico, entre os anos 900 e 725 a.C., as casas consistiam num plano
irregular e os templos apresentavam planta ora longa e estreita, ora quase
quadrada, com uma coluna central (ou fila central de colunas) como arrimo
(MISTERSILVA, 2015).
Os materiais de construção mais utilizados eram o tijolo cru e a madeira,
com alguma utilização da pedra no período arcaico 1600 e 500 a.C.
A arquitetura desenvolve-se a partir de influências da cultura micênica e
outras culturas mediterrâneas. Um sistema de ordens definiu as proporções ideais
para todos os componentes da arquitetura, de acordo com proporções matemáticas
preestabelecidas. A ordem era baseada no diâmetro de uma coluna, com outros
elementos derivando dessa medida. Podemos citar como importante fato na
arquitetura grega, o aperfeiçoamento da ótica (perspectiva), que já começará a fazer
parte do período clássico (500 a 300 a.C.).
A expressão “o homem é a medida de todas as coisas” do sofista
Protágoras, nos mostra bem a preocupação dos gregos em representar a natureza
dos materiais tal como eles são, de maneira proporcional, ao que denominados
período geométrico.

1.3 Idade Média, Renascimento


A desagregação do Império Romano, as crises do escravagismo e o triunfo
do cristianismo nos levam para a conhecida Idade das Trevas/Idade Média.
Convertido em religião oficial, o cristianismo passou a assumir um papel importante
na estruturação do pensamento medieval. Lembremos que os elementos
eclesiásticos acabaram tornando-se praticamente o único segmento letrado da
Europa Ocidental (GOMES, 2005).
Ensinamentos da Bíblia eram reproduzidos nas pinturas, nos vitrais das
igrejas, em livros e esculturas. Eles eram criados para ensinar a população sobre
religião, pois a maior parte das pessoas eram analfabetas, sendo a educação, um

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privilégio apenas da nobreza. Depois da morte de Carlos Magno, as atividades


culturais deixaram de ser o centro do Império, sendo realizadas apenas nos
monastérios.
Temos aqui também a cerâmica islâmica que ornou igrejas cristãs da Alta
Idade Média e que serviu de técnica para o desenvolvimento da cerâmica ocidental,
além do estilo das mesquitas, os tapetes e tecidos; os mosaicos herdados do
Bizâncio e da Persa antiga; a pintura em miniaturas.
Não podemos esquecer que ainda na Idade Média tivemos a arte bizantina,
românica e gótica. Das primeiras, o exemplo vem da arquitetura das igrejas. Foi a
que recebeu maior atenção da arte bizantina, sendo que elas eram planejadas sobre
uma base circular, octogonal ou quadrada, imensas cúpulas, criando-se prédios
enormes e espaçosos, totalmente decorados.
A peregrinação era bem destacada nessa época e vemos a arquitetura
românica por todo lado na Europa ocidental.
As características mais significativas da arquitetura românica são:
abóbadas em substituição ao telhado das basílicas;
pilares maciços e paredes espessas;
aberturas raras e estreitas usadas como janelas;
torres que aparecem no cruzamento das naves ou na fachada;
arcos em 180 graus.
A primeira coisa que chama a atenção nas igrejas românicas é o seu
tamanho. Elas são sempre grandes e sólidas. Daí serem chamadas: fortalezas de
Deus.
As esculturas românicas também tem seu lugar de destaque na Idade
Média. Elas surgem, principalmente, para decorar os elementos principais dos
edifícios. Decoração essa, que já não é entendida como fim em si mesma, mas sim
com o objetivo didático, para instruir os que a veem (IMBROISI; MARTINS; LOPES,
2016).
Por exemplo, na porta das igrejas, a área mais ocupada pelas esculturas era
o tímpano, nome que recebe a parede semicircular que fica logo abaixo dos arcos
que arrematam o vão superior da porta.

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Por fim, a arte gótica que se desenvolveu na Europa na última fase da Idade
Média (séculos XII e XIV), num período de profundas transformações em que se
assistiu à superação da sociedade feudal e à formação de novos centros de poder:
as primeiras monarquias, as grandes cidades, o clero, as classes novas e ricas dos
comerciantes e dos banqueiros. Tem início uma economia fundamentada no
comércio, fazendo com que o centro da vida social se desloque do campo para a
cidade e apareça a burguesia urbana.
Em termos de arquitetura, a catedral gótica representava o interesse
prioritário da Idade Média: a fé religiosa. A magnificência de uma catedral
simbolizava a Cidadela Celestial, onde as almas virtuosas residiriam depois da
morte. O seu esplendor mostrava o quanto a imortalidade transcendia as limitações
terrenas (IMBROISI; MARTINS; LOPES, 2016).
Podemos falar em Renascimento, Renascença ou Renascentismo, mas
geralmente, fala-se em Renascimento Italiano, por ser seu berço ou Renascimento
Carolíngeo. É um período que vai aproximadamente de fins do século XIV e início do
século XVII.
O Renascimento recebe esse nome em virtude da redescoberta e
revalorização das referências culturais da antiguidade clássica que nortearam as
mudanças do período entre a Idade Média e o Humanismo. Podemos dizer que é o
período de redescoberta do mundo e do homem, inclusive de sua anatomia que
passa a ser explorada em retratos detalhistas, como a intensidade emocional e a
iluminação surreal, tendo na arte o meio de explorar todas as facetas da vida na
terra.
Os valores medievais foram sendo substituídos por basicamente três novos
valores; o Humanismo, o Racionalismo e o Individualismo. O Ser humano passa a
ser o centro do universo, adotando o famoso conceito de antropocentrismo e daí
toda sua arte.
Um novo polo de desenvolvimento da arte será a corte e os castelos, em
oposição ao monastério, lugar privilegiado até então em termos intelectuais. Neste
aspecto, é importante considerarmos as línguas vulgares que então emergem e
passam a identificar-se com os valores identitários nascentes. Neste momento, o
papel da universidade adquire grande importância para os estudos históricos:

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A universidade não será o único lugar onde se desenvolve uma vida


cultural, mas será o lugar por excelência de uma nova figura, a do
intelectual, cujas curiosidades e descobertas terminarão por enriquecer
também a história, de maneira indireta. Os seus fundamentos serão
progressivamente laicos (CADIOU, 2005 apud FREITAS, 2013).

Os arquitetos renascentistas mais notáveis foram Leon Battista Alberti,


Filippo Brunelleschi, Donato Bramante, Andrea Palladio e Michelangelo Buonarotti.

Guarde...
São características da arquitetura renascentista:
ordens arquitetônicas;
arcos de volta-perfeita;
simplicidade na construção;
a escultura e a pintura se desprendem da arquitetura e passam a ser
autônomas;
construções – palácios, igrejas, vilas (casa de descanso fora da cidade),
fortalezas (funções militares) e planejamento urbanístico.
Quanto à pintura renascentista, uma das épocas mais ricas (com toda
certeza), teremos como principais características:
perspectiva – arte de figura, no desenho ou pintura, as diversas distâncias e
proporções que têm entre si os objetos vistos à distância, segundo os
princípios da matemática e da geometria;
uso do claro-escuro – pintar algumas áreas iluminadas e outras na sombra,
esse jogo de contrastes reforça a sugestão de volume dos corpos;
realismo – o artista do Renascimento não vê mais o homem como simples
observador do mundo que expressa a grandeza de Deus, mas como a
expressão mais grandiosa do próprio Deus. E o mundo é pensado como uma
realidade a ser compreendida cientificamente, e não apenas admirada;
inicia-se o uso da tela e da tinta a óleo;
tanto a pintura como a escultura que antes apareciam quase que
exclusivamente como detalhes de obras arquitetônicas, tornam-se
manifestações independentes;

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surgimento de artistas com um estilo pessoal, diferente dos demais, já que o


período é marcado pelo ideal de liberdade e, consequentemente, pelo
individualismo.

Figura 9: Monalisa – Leonardo Da Vinci.

1.4 Barroco, Neoclassicismo


Como todas as demais escolas de arte, o Barroco segue a mesma
sequência histórica, ou seja, ascensão, apoteose e declínio; e, evidentemente, cada
uma com suas características peculiares, portanto, foi entre os séculos XVII e XVIII,
entre a Renascença e a Era Moderna, que o Barroco se impôs em todo mundo e,
principalmente aqui, no Brasil.
Muitas foram suas afinidades com a Renascença, mas foi bem mais longe:
ambos os estilos predominantemente realizavam os mesmos trabalhos – arquitetura,
escultura, alto e baixo relevo – e tinham como clientes os mesmos segmentos da
sociedade: o clero, a corte e a aristocracia. Na escultura, as estátuas de tamanho
natural; na pintura, temas bíblicos primordialmente; na arquitetura, palácios, igrejas,
altares, túmulos e praças (LEMES, 2012).
As obras barrocas romperam o equilíbrio entre o sentimento e a razão ou
entre a arte e a ciência, que os artistas renascentistas procuraram realizar de forma
muito consciente; na arte barroca predominam as emoções e não o racionalismo da
arte renascentista.
É uma época de conflitos espirituais e religiosos. O estilo barroco traduz a
tentativa angustiante de conciliar forças antagônicas: Bem e Mal, Deus e Diabo, Céu

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e Terra, Pureza e Pecado, Alegria e Tristeza, Paganismo e Cristianismo, Espírito e


Matéria.
Suas características gerais são:
emocional sobre o racional; seu propósito é impressionar os sentidos do
observador, baseando-se no princípio segundo o qual a fé deveria ser
atingida através dos sentidos e da emoção e não apenas pelo raciocínio;
busca de efeitos decorativos e visuais, através de curvas, contracurvas,
colunas retorcidas (por exemplo, a cúpula da igreja de São Lourenço, em
Turim na Itália, seu entrelaçar de arcos leva até quase aos limites uma forma
complicada, mas com base em regras bem definidas);
entrelaçamento entre a arquitetura e escultura;
violentos contrastes de luz e sombra (os fortes contrastes entre partes
vivamente iluminadas e partes quase na escuridão, são típicos dos edifícios
da época e contribuem para dar dramaticidade à atmosfera);
pintura com efeitos ilusionistas, dando-nos às vezes a impressão de ver o
céu, tal a aparência de profundidade conseguida (IMBROISI; MARTINS;
LOPES, 2016).

Dentre os grandes artistas que fizeram suas carreiras vinculadas ao estilo


barroco, Lemes (2012) cita: Bernini, Poussim, Rubens, Velasques, Tiepolo e
Rembrandt, reafirmando que suas inspirações são semelhantes as dos artistas
renascentistas.
O barroco possui arquitetura dinâmica, ama o movimento, não renega as
formas clássicas – colunas, arcos, frontões, frisos – mas transforma-os de uma
maneira fantasiosa e subjetiva.
Porém, a arquitetura barroca não se limitou aos edifícios, também alargou
sua atenção aos novos campos de ação: estradas, praças e jardins. O que hoje
chamamos de urbanismo. Era uma evolução que fazia parte íntima do espírito do
tempo, muito teatral. Por outro lado, a capacidade técnica dos mestres barrocos
estava à altura de dominar os novos e complexos temas. A praça de São Pedro, em
Roma, de autoria de Gian Lorenzo Bernini, é o exemplo mais conhecido do aspecto
urbanístico do barroco (IMBROISI; MARTINS; LOPES, 2016).

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Quanto à pintura, estas são suas características:


composição assimétrica, em diagonal – que se revela num estilo grandioso,
monumental, retorcido, substituindo a unidade geométrica e o equilíbrio da
arte renascentista;
acentuado contraste de claro-escuro (expressão dos sentimentos) – era um
recurso que visava a intensificar a sensação de profundidade;
realista, abrangendo todas as camadas sociais;
escolha de cenas no seu momento de maior intensidade dramática;
a decoração em “trompe l’oeil”.

Na escultura, a primeira preocupação dos escultores barrocos é de se


fundirem nas outras artes. Na realidade, nestas obras não se conseguem separar os
dois aspectos: o conjunto é claramente arquitetônico, mas o papel principal foi
confiado às estatuas. As esculturas barrocas já não são concebidas segundo
esquemas geométricos, mas sim combinando movimentos, soltos e vivos, das
figuras.
Suas características são: o predomino das linhas curvas, dos drapeados das
vestes e do uso do dourado; e os gestos e os rostos das personagens revelam
emoções violentas e atingem uma dramaticidade desconhecida no Renascimento.
No Brasil, o ponto culminante do Barroco integra arquitetura, escultura, talha
e pintura, principalmente em Minas Gerais, nas igrejas, fazendas antigas estando
associado claramente ao catolicismo.

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UNIDADE 2 – A REVOLUÇÃO FRANCESA E SUAS


CONTRIBUIÇÕES PARA UMA NOVA VISÃO DE
SOCIEDADE, HOMEM E ARTE

Que a Revolução Francesa foi um marco para as sociedades


contemporâneas ocidentais é fato.
Ideias iluministas, abandono do feudalismo, ascensão da burguesia, novos
modos de organizar a política e a vida econômica marcaram esse momento da
História.
O lema liberdade, igualdade e fraternidade tem sido utilizado para resumir os
ideais da Revolução Francesa.
A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, na sua versão original
de 1789 ou nas seguintes, de 1793 e 1795 trazem um conjunto de definições
perfeitas para o esclarecimento dos termos utilizados no lema.
Liberdade (versão de 1793) consiste em poder fazer tudo que não
prejudique os outros. Assim, o exercício dos direitos naturais de cada homem ou
mulher não tem limites que não sejam os que garantem outros membros da
sociedade o gozo dos mesmos direitos.
O conceito de Igualdade é definido no artigo terceiro da mesma carta como:
“Todos os homens são iguais por natureza e perante a lei”.
Na Declaração de 1795, a igualdade consiste em uma lei que seja a mesma
para todos, seja ao proteger, seja ao punir. “A igualdade não admite qualquer
distinção de nascimento ou herança de poder”.
O terceiro conceito do lema, a fraternidade, está bem definido em uma parte
do artigo sexto da declaração de 1793: “Não faças aos outros o que você não
gostaria que fizessem a você, faça o bem aos outros à mesma medida que gostaria
de o receber”.
Pois bem, a Revolução Francesa foi um dos mais importantes movimentos
revolucionários de todos os tempos, inspirada nos ideais iluministas que
influenciaram a elaboração da “Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão”, e
que influenciou a criação de uma doutrina dos direitos e garantias fundamentais.
Como disse Tocqueville (1997), a Revolução Francesa não teve apenas por
objetivo mudar um governo antigo, ela deveria abolir a forma antiga da sociedade,
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portanto, teve de ver-se a braços a um só tempo com todos os poderes


estabelecidos, arruinar todas as influências reconhecidas, apagar as tradições,
renovar costumes e os usos e, de alguma maneira, esvaziar o espírito humano de
todas as ideias sobre as quais se tinham fundado até então o respeito e a
obediência.

2.1 A arte no período Napoleônico


No Neoclassicismo (fins do século XVIII e início do século XIX), há um
retorno ao passado, imitação dos modelos antigos greco-latinos; academicismo nos
temas e nas técnicas, isto é, sujeição aos modelos e às regras ensinadas nas
escolas ou academias de belas-artes; a arte volta a ser entendida como imitação da
natureza, num verdadeiro culto à teoria de Aristóteles; o estilo é sóbrio,
antidecorativo, linear, antissensual, volta-se ao desenho, simplicidade da natureza,
nobre, sereno, histórico.
Igualmente, os escultores neoclássicos foram marcados pelo rigor e pela
passividade e sua produção academicista é considerada fria. Estátuas de heróis
uniformizados, mulheres envoltas em túnicas de Afrodite, ou crianças conversando
com filósofos, foram os protagonistas da fase inicial da escultura neoclássica. Mais
tarde, na época de Napoleão, essa disciplina artística se restringiria às estátuas
equestres e bustos focalizados na pessoa do imperador. A referência estética foi
encontrada na estatuária da antiguidade clássica, por isso as obras possuíam um
naturalismo equilibrado (IMBROISI; MARTINS; LOPES, 2016).
Esse “novo estilo” tinha como objetivo expressar e interpretar os interesses,
a mentalidade e os hábitos da burguesia manufatureira e mercantil da época da
Revolução Francesa e do Império Napoleônico, mas também expressou muitos
valores políticos e cívicos quando patrocinado pelo Estado.
Encontramos em Jacques-Louis David (1748-1825), pintor francês, o que
mais representa o estilo neoclássico da era Napoleônica, revalorizando os temas
históricos.
Famoso, o pintor apoiou ativamente a revolução francesa, e mesmo depois
da queda de seu amigo Robespierre e de vários meses na prisão, ele retornou
brilhantemente à cena artística e, recuperando o prestígio, foi nomeado pintor oficial

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de Napoleão, para cujo louvor e glória fez algumas de suas mais ambiciosas e
brilhantes telas. Após a derrota de Napoleão em Waterloo, David mudou-se para
Bruxelas, onde morreu. Entre suas mais importantes obras estão O juramento dos
Horácios (1784), A Morte de Sócrates (1787), A Morte de Marat (1793), As Sabinas
(1799) e o gigantesco A Coroação da Imperatriz Josefina (1805-1807).

Figura 10: O julgamento dos Horácios (1784).

2.2 Desdobramentos das questões estéticas do século XVIII


Na arquitetura, percebe-se melhor os novos ideais que se desenvolvem na
Europa. De uma forma geral, foi marcada pela simplicidade, sendo que em alguns
casos, percebe-se maior influência romana, com obras marcadas pela severidade e
monumentalidade; e em outros casos, sobressaem-se as características gregas,
com maior graça e pureza.
Como já dito, os escultores neoclássicos foram marcados pelo rigor e pela
passividade e sua produção academicista é considerada fria.
Quanto aos materiais utilizados, os mais comuns eram o bronze, o mármore
e a terracota, embora, a partir de 1800, o mármore branco, que permitia o polimento
da superfície até a obtenção do brilho natural da pele, tenha adquirido
preponderância sobre os demais. Entre os escultores mais importantes desse
período, destacam-se o italiano Antonio Canova, escultor exclusivo da família

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Bonaparte, e o dinamarquês Bertel Thorvaldsen, que chegou a presidir a Accademia


di San Lucca, em Roma.
A pintura foi a expressão menos desenvolvida do Neoclassicismo. De uma
forma geral, caracterizou-se pela exaltação de elementos mitológicos ou pela
celebração de Napoleão. As figuras pareciam fazer parte de uma encenação teatral
e eram desenhadas numa posição fixa, como que interrompidas no meio de uma
solene representação. Na pureza das linhas e na simplificação da composição,
buscava-se uma beleza deliberadamente estatuária. Os contornos eram claros e
bem delineados, as cores, puras e realistas, e a iluminação, límpida.

Sobre o Neoclassicismo, guarde...


Movimento cultural do fim do século XVIII, o Neoclassicismo está identificado
com a retomada da cultura clássica por parte da Europa Ocidental, em oposição ao
estilo barroco.
No entanto, o Neoclassicismo propõe a discussão dos valores clássicos, em
contraposição ao Classicismo Renascentista, que apenas replicava os princípios
antigos, sem críticas aprofundadas.
A concepção de um ideal de beleza eterno e imutável não se sustenta mais.
Para os neoclássicos, os princípios da era clássica deveriam ser adaptados à
realidade moderna.
A arte neoclássica busca inspiração no equilíbrio e na simplicidade, bases
da criação na Antiguidade.
As características marcantes são o caráter ilustrativo e literário, marcados
pelo formalismo e pela linearidade, poses escultóricas, com anatomia correta e
exatidão nos contornos, temas dignos e clareza (ENCICLOPEDIA ITAÚ CULTURAL,
2016).
Também foi um movimento que expressou valores cívicos e políticos quando
patrocinado pelo Estado.

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UNIDADE 3 – A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E A ARTE COM


FOCO NO ROMANTISMO

A “Revolução Industrial” assinala um período de inúmeras mudanças e


transformações no cotidiano das pessoas, econômica, financeira, socialmente
falando, e inclusive nos referenciais culturais e estéticos, a priori, na sociedade
europeia, depois se expandindo mundialmente.
A fotografia! Primeiramente em preto e branco, foi, por si só, uma verdadeira
revolução! E logo surgiram pintores para colorir com aquarela aquelas fotos,
produzindo efeitos surpreendentes.
A fotografia passou a focalizar imagens da realidade… com tanto realismo,
que pôs em cheque as melhores produções acadêmicas. Houve até quem
imaginasse que a pintura, enquanto arte, estava com seus dias contados e tenderia
a desaparecer. Não foi o que aconteceu, como sabemos, mas isso teve um duplo
efeito. De um lado, propiciou que, por via de comparação, a pintura acadêmica fosse
assimilada à literatura romântica, idealizadora e até certo ponto distorcedora da
realidade, sendo, por isso mesmo, objeto de crítica e de contestação. E, por outro
lado, as várias artes tenderam a imitar o realismo fotográfico, buscando reproduzir a
realidade a exemplo da fotografia (SANTOS, 2015).
Se pensarmos que os movimentos artísticos nada mais são do que o reflexo
do comportamento social de uma determinada época, em se tratando do período em
que aconteceu a Revolução Industrial, podemos fazer várias conjecturas sobre as
enormes mudanças provocadas por ela: a saída do homem do campo para as
cidades, a transformação do artesão em operário, as cidades crescendo em
progressão geométrica e por aí afora.
Durante a transição, não é errado afirmar que houve uma falta de estilo, ou
melhor, um estilo indefinido. O gosto popular mudara bastante com a ascensão da
nova classe média desprovida de tradição e o artista vivia um conflito entre produzir
para sobreviver e produzir para satisfazer o seu próprio estilo. Contudo, nada estava
perdido. Essa liberdade estética “tornou verdade que a arte era um veículo perfeito
para expressar a individualidade” (GOMBRICH, 1995, p.502). E o tom do século XIX
foi exatamente a expressão do individual.

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A arte, àquela época, alcançava novas possibilidades. Paris apareceu como


o principal foco da produção artística e a tendência dos movimentos, no que diz
respeito às artes plásticas, era desprezar todos os padrões da Academia. Novos
padrões foram construídos.
O Romantismo encabeçado por Eugène Delacroix, ao sobrepor a cor à
forma e eliminar o artificialismo da graduação de luz e sombra produzidas em
estúdios, talvez tenha sido o primeiro movimento a romper com a estética da arte
acadêmica. A nova ordem era representar o natural. E assim fez as manifestações
seguintes, tanto nas artes plásticas quanto na música e na literatura, cada qual com
a sua perspectiva (SANTOS, 2010).

3.1 Romantismo
A composição em diagonal que sugere instabilidade e dinamismo e o
realismo são elementos que podemos observar nos quadros românticos.
A cor é novamente valorizada e os contrastes de claro-escuro reaparecem,
produzindo efeitos de dramaticidade. Quanto aos temas, os fatos reais da história
nacional e contemporânea dos artistas despertaram maior interesse do que os da
mitologia Greco-romana. Além disso, a natureza, relegada a pano de fundo das
cenas aristocráticas pelo Neoclassicismo, ganha importância. Ela mesma passa a
ser o tema da pintura. Ora calma, ora agitada, a natureza exibe, na tela dos
românticos, um dinamismo equivalente às emoções humanas.
O artista volta-se para o seu mundo interior e faz uma leitura individual da
realidade, distanciando-se do real. Assume posição nacionalista e valoriza as
emoções, a liberdade de criação, o amor platônico, temas religiosos, e
individualismo. Seus principais representantes na pintura foram Ingres, Goya e
Delacroix; na música, Beethoven, Bach e Chopin; na literatura William Blake,
Werther, Goethe, Lord Byron e Victor Hugo. Entre os brasileiros, destacam-se José
de Alencar e Castro Alves.
Em Francisco de Goya (1746-1828), por exemplo, encontramos as primeiras
manifestações românticas na pintura que, apesar de pertencer à academia, não
seguia as regras do racionalismo neoclássico. Em muitas de suas pinturas há
contrastes de luz e sombra que dão um efeito dramático à cena. Ele também usou

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temas diversos: retratos da corte espanhola e do povo, os horrores da guerra, a


ação incompreensível de personagens fantásticas e cenas históricas (PROENÇA,
2005).
Na arquitetura, novos materiais foram utilizados como o ferro e depois o aço.
Ao mesmo tempo, as igrejas e os castelos fora dos limites urbanos, conservaram
algumas características de outros períodos, como o gótico e o clássico. Esse
reaparecimento de estilos mais antigos teve relação com a recuperação da
identidade nacional.
A urbanização na Europa determinou a construção de edifícios públicos e de
edifícios de aluguel para a média e alta burguesia, sem exigências estéticas,
preocupadas apenas com o maior rendimento da exploração e, portanto, esqueceu-
se do fim último da arquitetura, abandonando as classes menos favorecidas em
bairros cujas condições eram calamitosas (PROENÇA, 2005).
A grande novidade temática da escultura romântica foi a representação de
animais de terras exóticas em cenas de caça ou de luta encarniçada, no melhor
estilo das cenas de Rubens. Não abandonaram os motivos heroicos e as
homenagens solenes na forma de estátuas superdimensionadas de reis e militares.
Em compensação, tornou-se mais rara a temática religiosa. Os mais destacados
escultores desse período foram Rude e Barye, na França, Bartolini, na Itália, e Kiss,
na Alemanha (PROENÇA, 2005).

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UNIDADE 4 – A REALIDADE E AS CONCEPÇÕES


ARTÍSTICAS REALISTAS E NATURALISTAS

4.1 Realismo e Naturalismo


O Realismo se desenvolveu na segunda metade do século XIX, cultivando o
materialismo e o racionalismo. Retrata a vida contemporânea, analisando as
relações humanas e os problemas sociais. Apresenta personagens não idealizados,
com características mais próximas dos seres humanos. Na pintura foi representado,
principalmente por Millet e Coubert, e na literatura por Honoré de Balzac, Stendhal,
Gustave Flaubert, Dostoiévski, Tolstói, Eça de Queirós e Machado de Assis
(SANTOS, 2015).
A escultura realista não se preocupou com a idealização da realidade. Ao
contrário, procurou recriar os seres tais como eles são. Além disso, os escultores
preferiam os temas contemporâneos, assumindo muitas vezes uma intenção política
em suas obras (PROENÇA, 2005).
Dentre os escultores do período realista, o que mais se destaca é Auguste
Rodin (1840-1917), cuja produção desperta
severas polêmicas. Já seu primeiro trabalho
importante, A Idade do Bronze, de 1877, causou
uma grande discussão motivada pelo seu intenso
realismo. Alguns críticos chegaram a acusar o
artista de tê-lo feito a partir de moldes tirados do
próprio modelo vivo. Mas é com São João
Pregando, de 1879, que Rodin revela a sua
característica fundamental: fixação do momento
significativo de um gesto humano (PROENÇA,
2005).

Figura 11: São João Batista Pregando – Rodin (1878).

O naturalismo surgiu na segunda metade do século XIX, junto com o


realismo, e é uma radicalização do mesmo. Os artistas expressam em suas obras
aquilo que é fruto de observação. Ou seja, em tese, tem tudo a ver com o Realismo,
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porém o foco é retratar o ser humano, suas características e seu meio. É uma
junção do Romantismo e Realismo, porém a forma expressiva é mais real, utiliza do
conceito de observar, retratar o que vê exatamente do jeito que está, sem
modificações.
Os naturalistas acreditavam que o indivíduo é mero produto da
hereditariedade e seu comportamento é fruto do meio em que vive e sobre o qual
age. A perspectiva evolucionista de Charles Darwin inspirava os naturalistas, os
quais acreditavam ser a seleção natural que impulsionava a transformação das
espécies. Assim, predomina nesse tipo de romance o instinto, o fisiológico e o
natural, retratando a agressividade, a violência, o erotismo como elementos que
compõem a personalidade humana.
Ao lado de Darwin, Hippolyte Taine e Auguste Comte influenciaram de modo
definitivo a estética naturalista. Os autores naturalistas criavam narradores
oniscientes, impassíveis para dar apoio à teoria na qual acreditavam. Exploravam
temas como o homossexualismo, o incesto, o desequilíbrio que leva à loucura,
criando personagens que eram dominados por seus instintos e desejos, pois viam
no comportamento do ser humano traços de sua natureza animal (SILVA, 2016).

4.2 O surgimento das bases da Arte Moderna


Impressionismo, neoimpressionismo (pontilhismo) e pós-impressionismo são
os movimentos que formam a base de sustentação para o surgimento da Arte
Moderna.
Impressionismo foi um movimento artístico que surgiu na pintura europeia do
século XIX. O nome do movimento é derivado da obra Impressão, nascer do sol
(1872), de Claude Monet, um dos maiores pintores que já usou o impressionismo.
Os autores impressionistas não mais se preocupavam com os preceitos do Realismo
ou da academia. A busca pelos elementos fundamentais de cada arte levou os
pintores impressionistas a pesquisar a produção pictórica, não mais interessados em
temáticas nobres ou no retrato fiel da realidade, mas em ver o quadro como obra em
si mesma. A luz e o movimento utilizando pinceladas soltas tornam-se o principal
elemento da pintura, sendo que geralmente as telas eram pintadas ao ar livre para
que o pintor pudesse capturar melhor as variações de cores da natureza. A

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emergente arte visual do impressionismo foi logo seguida por movimentos análogos
em outros meios, os quais ficaram conhecidos como música impressionista e
literatura impressionista (AMARAL, 2012).

Figura 12: Impressão, nascer do sol (1872), de Claude Monet.

São características da pintura impressionista:


a pintura deve mostrar as tonalidades que os objetos adquirem ao refletir a luz
do sol num determinado momento, pois as cores da natureza mudam
constantemente, dependendo da incidência da luz do sol;
é também com isto, uma pintura instantânea (captar o momento), recorrendo,
inclusivamente à fotografia;
as figuras não devem ter contornos nítidos, pois o desenho deixa de ser o
principal meio estrutural do quadro passando a ser a mancha/cor;
as sombras devem ser luminosas e coloridas, tal como é a impressão visual
que nos causam. O preto jamais é usado em uma obra impressionista plena;
os contrastes de luz e sombra devem ser obtidos de acordo com a lei das
cores complementares. Assim, um amarelo próximo a um violeta produz um
efeito mais real do que um claro-escuro muito utilizado pelos academicistas
no passado. Essa orientação viria dar mais tarde origem ao pontilhismo;

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as cores e tonalidades não devem ser obtidas pela mistura das tintas na
paleta do pintor. Pelo contrário, devem ser puras e dissociadas no quadro em
pequenas pinceladas. É o observador que, ao admirar a pintura, combina as
várias cores, obtendo o resultado final. A mistura deixa, portanto, de ser
técnica para se tornar óptica;
preferência pelos pintores em representar uma natureza morta do que um
objeto.
Entre os principais expoentes do Impressionismo estão Claude Monet,
Edouard Manet, Edgar Degas e Auguste Renoir. Poderemos dizer ainda que Claude
Monet foi um dos maiores artistas da pintura impressionista da época.
O pontilhismo saído do impressionismo é uma técnica de pintura que utiliza
pontos para dar um toque de realidade e de justaposição, ocasionando aos olhos de
quem vê uma mistura de imagens e cores. No pontilhismo, as cores exercem um
papel fundamental, pois as cores realçam a obra construindo novas impressões e
tons.
Esta técnica baseia-se na lei das cores complementares, avanço científico
impulsionado no século XIX, pelo químico Michel Chevreul. Trata-se de uma
consequência extrema dos supostos ensinamentos dos impressionistas, segundo os
quais, as cores deviam ser justapostas e não entre mescladas, deixando à retina a
tarefa de reconstruir o tom desejado pelo pintor, combinando as diversas impressões
registradas (IMBROISI; MARTINS; LOPES, 2016).
A técnica de utilização de pontos coloridos
justapostos também pode ser considerada o
culminar do desprezo dos impressionistas pela linha,
uma vez que esta é somente uma abstração do
Homem para representar a natureza.

Figura 13: Torre Eiffel – Seurat.

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Muitos artistas se encantaram com a técnica do pontilhismo e com o


movimento impressionista, mas alguns tiveram o seu destaque. Entre eles os artistas
que exploraram essa técnica em seus trabalhos foram: Georges Seurat, Edgar
Degas, Paul Signac, August Renoir e Vincent Van Gogh.
No Brasil, durante esse período, o pontilhismo chamou a atenção de artistas
como Belmiro de Almeida, Eliseu Visconti, Rodolfo Chambelland, Artur Timóteo da
Costa e Guttmann Bicho, entre outros. Podemos observar esse exemplo de pintura
na obra do artista Eliseu Visconti no painel central do Foyer do Teatro Municipal do
Rio de Janeiro.
Como o nome indica, o pós-impressionismo foi a expressão artística utilizada
para definir a pintura e, posteriormente, a escultura no final do impressionismo, por
volta de 1886, marcando também o início do cubismo, já no início do século XX. O
pós-impressionismo designa-se por um grupo de artistas e de movimentos diversos
dos quais se seguiram as suas tendências para encontrar novos caminhos para a
pintura. Estes, acentuaram a pintura nos seus valores específicos – a cor e
bidimensionalidade (IMBROISI; MARTINS; LOPES, 2016).

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UNIDADE 5 – AS VANGUARDAS E A EXPLOSÃO DA ARTE


MODERNA

Enquanto o Iluminismo criticou de fora para dentro, o modernismo criticou a


partir de dentro da própria estrutura, e a vanguarda, provavelmente, rompeu com
estrutura ao testar os limites formais da obra de arte. As correntes de vanguarda
tomariam como ponto de partida um pressuposto fundamental: o de que as relações
entre a arte e a sociedade se tinham transformado radicalmente e o modo secular de
ver o mundo seria obsoleto. Como diz Eric Hobsbawm (2001), a modernidade reside
no carácter mutável dos tempos e não nas artes que tentaram exprimi-los.
Na ótica de historiadores como Stromberg (1988, p. 259 apud NOGUEIRA,
2014, p 33) a segunda metade do século XIX:

Foi a época da espetacular conquista do mundo exterior por parte da


civilização ocidental, em que os continentes asiático e africano se viram
obrigados a submeter ao domínio dos europeus agressivos. Este processo
descomunal foi, no mais abrangente sentido do termo, um tributo ao
surpreendente êxito da Europa, à sua superioridade técnica e ao seu gênio
organizador. Mas também acarretou o mal e para muitos europeus
conscientes, supôs um período moral desalentador, talvez um símbolo de
decadência e queda.

Nogueira (2014) ressalta que devemos situar a modernidade estética em


paralelo às inovações tecnológicas notáveis, que ocorreram desde a segunda
metade de Oitocentos.
Estas inovações abrangeram, como sabemos, os domínios da indústria, da
economia, das comunicações, do entretenimento, da ciência, entre outros. A cidade
era o local, por excelência, do encontro da indústria com as novas ideologias e
propostas arquitetônicas, que advertiam para a necessidade de se estabelecer
novos comportamentos sociais e urbanos. De fato, a modernidade e a vanguarda
encontraram na metrópole capitalista o lugar ideal de produção e de confronto das
suas propostas: a grande cidade converteu-se em depositária de todas as paixões.
A modernidade é a vida, o presente, por isso haverá um pós-modernismo, mas não
uma pós-modernidade (MESCHONNIC, 1988 apud NOGUEIRA, 2014).
A mesma autora resume que o ponto de partida do modernismo e da
vanguarda foi a própria percepção e incorporação do moderno e da modernidade,

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num contexto de crítica ao absolutismo da razão, à ordem social burguesa do século


XIX e ao modo tradicional de representação, diretamente relacionados com a busca
de novos códigos visuais.
Mas o que vem mesmo a ser vanguarda, além de um simples “tomar a
dianteira”, “ir para frente”?
Vanguarda (deriva do francês avant-garde), em sentido literal, faz referência
ao batalhão militar que precede as tropas em ataque durante uma batalha. Daí
deduz-se que vanguarda é aquilo que “está à frente”. Dessa forma, todo aquele que
está à frente de algo e, portanto, aquele que está à frente do seu tempo em uma
atitude poderia se intitular como pertencente a uma vanguarda. Desta dedução
surge a definição adotada por uma série de movimentos artísticos e políticos do fim
do século XIX e início do século XX. Os movimentos europeus de vanguarda eram
aqueles que, segundo seus próprios autores, guiavam a cultura de seus tempos,
estando de certa forma à frente deles. Muitos destes movimentos acabaram por
assumir um comportamento próximo ao dos partidos políticos: possuíam militantes,
lançavam manifestos e acreditavam que a verdade encontrava-se com eles.
Conforme explica Amaral (2012), a expressão começou a ser usada na
década de 1860, por ocasião do Salon des Refusés (O Salão dos Recusados), onde
os artistas excluídos do Salon de Paris estavam expondo. Os principais movimentos
que se destacaram foram: Futurismo (1909-1914); Cubismo (1907-1914); Dadaísmo
(1916-1922); Surrealismo (1924). Veremos a seguir estes movimentos e mais alguns
que têm sua importância reconhecida em tempos de arte moderna.

5.1 Fovismo ou Fauvismo


O estilo fovista ou fauvista (conforme dicionário Aurélio) começou em 1901,
mas foi denominado e reconhecido como um movimento artístico em 1905, em
Paris, no Salão de Outono, e desenvolveu-se até 1907.
Os artistas desse período foram denominados do francês le fauves, as feras,
porque eles não seguiam os cânones impressionistas vigentes na época. Usavam as
cores puras e intensas, sem misturá-las ou matizá-las.
Quem nomeou o movimento foi o crítico conservador Louis Vauxcelles, pois
as pinturas fovistas estavam expostas ao lado de uma estatueta renascentista de um

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menino, no Salão de Outono, “um Donatello entre as feras” disse ele, comparando
os artistas fovistas com feras selvagens (IMBROISI; MARTINS, 2016).
As características básicas da pintura fauvista são:
a) a aplicação aleatória de cores puras e vivas com pinceladas irregulares e
justapostas sobre planos lisos;
b) não há preocupação em se copiar os elementos da natureza, pois as
formas são representadas de forma simplificada;
c) o improviso do desenho ou a “distorção” que marcava a ruptura com a
rigorosa anatomia das formas retratadas, resultando em um acabamento
espontâneo;
d) a valorização da emoção do artista como autor de um trabalho, mostrando
que o interesse não era mais com o tema desejado pelo destinatário da obra, mas
sim com a expressão emitida pela natureza;
e) a figura se apresenta em perspectiva exagerada. O objetivo é focar a
expressividade, não os aspectos que dão a ideia de espaço, como a perspectiva e a
narrativa do quadro;
f) a personalidade do artista era valorizada mesmo entre os membros.
Apesar de trabalharem juntos, eles tinham características próprias em relação ao
estilo. Supõe-se que esta foi uma das causas da breve dissolução do grupo em 1907
(IMBROISI; MARTINS, 2016; NOGUEIRA, 2013).
Segundo Nogueira (2013), essas características são visíveis, mesmo que de
forma menos radical, nos trabalhos de Van Gogh, Gauguin e Cézanne (apesar deste
se expressar com cores menos vibrantes). Sabe-se através disso e também de
relatos feitos por alguns artistas fauvistas sobre a sua obra, que estes grandes
mestres da pintura pós-impressionista influenciaram o grupo Expressionista Francês
(o Expressionismo Francês é um outro nome dado aos fauvistas. Isso porque os
Expressionistas Alemães inauguraram seus trabalhos quase que paralelamente ao
grupo de Paris, em 1905, e sabe-se que de certa forma os fauves influenciaram a
arte alemã neste período). A expressão era uma demonstração do ser humano
como ser pensante, atento às transformações de sua época.

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Figura 14: Mesa posta – harmonia em vermelho (1908) – Henri Matisse.

Vale ressaltar que a experiência que os fauves tiveram com a cor vibrante
não pode ser chamada de original. A cor já havia sido muito explorada na arte
primitiva e medieval, e era uma constante nas artes indígenas e tribais. Naquela
época, o seu uso tinha o objetivo de melhor representar o tema, com liberdade, sem
estar presa a teorias predefinidas. A revolução relacionada ao Fauvismo está na sua
aplicação sem se preocupar com a limitação dos espaços de cor e na busca do
equilíbrio estético, independente da figuratividade como os acadêmicos buscavam.

5.2 Expressionismo
Embora concentrado na Alemanha (1905-1930), o expressionismo leva a
predominância dos valores emocionais sobre os intelectuais. É a arte do instinto,
dramática, subjetiva, além das características abaixo:
pesquisa no domínio psicológico;
cores resplandecentes, vibrantes, fundidas ou separadas;
dinamismo improvisado, abrupto, inesperado;
pasta grossa, martelada, áspera;
técnica violenta – o pincel ou espátula vai e vem, fazendo e refazendo,
empastando ou provocando explosões;
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preferência pelo patético, trágico e sombrio.


O principal precursor deste movimento foi o pintor holandês Vincent Van
Gogh, que, com seu estilo único, já manifestava, através de sua arte, os primeiros
sinais do expressionismo. Ele serviu como fonte de inspiração para os pintores:
Érico Heckel, Francisco Marc, Paulo Klee, George Grosz, Max Beckmann, entre
outros.
Há ainda muitos outros pintores, entre eles, Pablo Picasso, que também
foram influenciados por esta manifestação artística. Outro importante pintor
expressionista foi o norueguês Edvard Munch, autor da conhecida obra “O Grito”.

Figura15: Auto-retrato – Vincent Van Gogh. Figura 16: O grito – Edvard Munch.

Em se tratando de Brasil, Cândido Portinari retratou em suas telas a


migração do povo nordestino para as grandes cidades e a vida dos agricultores,
operários e desfavorecidos.

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Figura 17: O Mestiço.

A arquitetura expressionista desenvolveu-se nomeadamente na Alemanha,


Países Baixos, Áustria, Checoslováquia e Dinamarca. Caracterizou-se pelo uso de
novos materiais, suscitado ocasionalmente pelo uso de formas biomórficas ou pela
ampliação de possibilidades oferecida pela fabricação massiva de materiais de
construção como o tijolo, o aço ou o vidro.

Figura 18: Casa Batlló – Barcelona – Gaudí.

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Muitos arquitetos expressionistas combateram na Primeira Guerra Mundial,


e a sua experiência, combinada com os câmbios políticos e sociais, produto da
Revolução Alemã de 1918-1919, terminou em perspectivas utópicas e um programa
socialista romântico. A arquitetura expressionista recebeu a influência do
Modernismo, sobretudo da obra de arquitetos como Henry van de Velde, Joseph
Maria Olbrich e Antoni Gaudí. De caráter fortemente experimental e utópico, as
realizações dos expressionistas destacam-se pela sua monumentalidade, o emprego
do tijolo e da composição subjetiva, que outorga às suas obras certo ar de
excentricidade.

Figura 19: Ópera de Sydney (Austrália)- Expressionismo Moderno.

5.3 Cubismo
O Cubismo foi uma revolução estética e técnica tão importante para a Arte
Ocidental quanto o Renascimento. Ocorreu no período de 1907 a 1914, tendo como
fundadores Pablo Picasso e Georges Braque. Iniciado dentro de um círculo muito
restrito, não foi pensado como um movimento. Aos seus criadores se uniu um grupo
de amigos intelectuais escritores de vanguarda. Kahnweiler abre no outono de 1907,
a galeria da rua Vignon, que será o santuário do Cubismo (ALVARADO, 2016).
O pintor cubista tenta representar os objetos em três dimensões, numa
superfície plana, sob formas geométricas, com o predomínio de linhas retas. Não
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representa, mas sugere a estrutura dos corpos ou objetos. Representa-os como se


movimentassem em torno deles, vendo-os sob todos os ângulos visuais, por cima e
por baixo, percebendo todos os planos e volumes.
Principais características:
geometrização das formas e volumes;
renúncia à perspectiva;
o claro-escuro perde sua função;
representação do volume colorido sobre superfícies planas;
sensação de pintura escultórica;
cores austeras, do branco ao negro passando pelo cinza, por um ocre
apagado ou um castanho suave.
Podemos dizer que o cubismo se divide em três fases:
a) Cubismo cezannista (1907-1909): caracterizou-se pela influência dos
trabalhos do artista plástico francês Paul Cézanne.
b) Cubismo Analítico (1909): caracterizado pela desestruturação da obra em
todos os seus elementos. Decompondo a obra em partes, o artista registra todos os
seus elementos em planos sucessivos e superpostos, procurando a visão total da
figura, examinando-a em todos os ângulos no mesmo instante, através da
fragmentação dela. Essa fragmentação dos seres foi tão grande, que se tornou
impossível o reconhecimento de qualquer figura nas pinturas cubistas. A cor se
reduz aos tons de castanho, cinza e bege.
c) Cubismo Sintético (1911): reagiu à excessiva fragmentação dos objetos e
à destruição de sua estrutura. Basicamente, essa tendência procurou tornar as
figuras novamente reconhecíveis. Também chamado de Colagem porque introduz
letras, palavras, números, pedaços de madeira, vidro, metal e até objetos inteiros
nas pinturas. Essa inovação pode ser explicada pela intenção dos artistas em criar
efeitos plásticos e de ultrapassar os limites das sensações visuais que a pintura
sugere, despertando também no observador as sensações táteis.
Igualmente, a guerra de 1914 dispersou os representantes do cubismo.
No Brasil, as primeiras manifestações do cubismo surgiram após a Semana
de Arte Moderna de 1922, entretanto, nenhum artista brasileiro utilizou a essência
pura e bruta do cubismo europeu, no entanto, algumas das características deste

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movimento foram adotadas por Tarsila do Amaral (1886 – 1973), Anita Malfatti (1889
– 1964), Rego Monteiro (1899 – 1970) e Di Cavalcanti (1897 – 1976).

Figura 20: Antropofagia – Tarsila do Amaral.

5.4 Futurismo
O Movimento Artístico e Literário Futurista foi iniciado oficialmente em 20 de
fevereiro de 1909, com a publicação do Manifesto Futurista, do poeta italiano Filippo
Tommaso Marinetti (1876-1944), no jornal francês Le Figaro que consistia em 11
itens que proclamavam a ruptura com o passado e a identificação do homem com o
novo século (ALVARADO, 2016).
O Futurismo produziu, em seus primeiro anos, mais manifestos do que obras
artísticas, cerca de 30 manifestos de 1909 a 1916. Esses textos são considerados
manifestações artísticas, encontrando grande repercussão, principalmente na
França, na Itália e na Rússia, e tendo o objetivo de criar obras com o mesmo ritmo e
espírito da sociedade industrial.
Segundo estudos de Nunes; Gonçalves e Schmidt (2013), o volume e a
diversidade de informações consumidas pelo homem também foram tema do
movimento futurista que criou uma nova estética para poesia, através da assimilação
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de recortes da linguagem verbal e convenções normativas. O futurismo, literalmente,


retomou a criação poética quebrando o estigma figurativo do poema e rompendo
com a tradição do verso. Impressos periódicos eram o principal meio de difusão dos
ideais da vanguarda futurista europeia. Para explorar o aspecto lúdico,
proporcionado pela comunicação voltada para a massa, o movimento tentou
abandonar toda distinção que havia entre arte, design e poesia, a fim de que
surgissem linguagens dinâmicas e universais.
São características do Futurismo:
desvalorização da tradição e do moralismo;
valorização do desenvolvimento industrial e tecnológico;
defesa de uma ligação entre as artes plásticas e o mundo moderno;
propaganda como principal forma de comunicação;
uso de onomatopeias (palavras com sonoridade que imitam ruídos, vozes,
sons de objetos) nas poesias;
poesias com uso de frases fragmentadas para passar a ideia de velocidade;
pinturas com uso de cores vivas e contrastes. Sobreposição de imagens,
traços e pequenas deformações para passar a ideia de movimento e
dinamismo.

Segundo Ribeiro (2016), a pintura futurista foi influenciada pelo cubismo e


pelo abstracionismo, porém o uso de cores vivas e contrastes e a sobreposição das
imagens tinha a pretensão de passar a ideia de dinamismo. O interesse do artista
futurista não é pintar um automóvel, e sim captar a forma plástica, a velocidade
descrita por ele no espaço.
O futurismo influenciou diversos artistas no Brasil que depois fundaram
outros movimentos modernistas, como Oswald de Andrade e Anita Malfatti, que
tiveram contato com o Manifesto Futurista em viagens à Europa, em 1912.
Com a guerra de 1914, o Futurismo chegou ao fim. Artistas como Boccioni
sucumbiram em combate, outros à tradição. Marinetti a ideais políticos, ajudando o
Fascismo a chegar ao poder. Alguns jovens artistas tentaram reavivá-lo após 1918,
mas sem sucesso; porém, sua influência sobre os outros movimentos modernos foi
importante e duradoura.

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Figura 21: Charge of the Lancers (tradução livre “Carga dos lanceiros” – Umberto Boccioni (1915).

5.5 Abstracionismo geométrico russo (Raionismo, Suprematismo e


Construtivismo)
O Raionismo surge na Rússia de 1912 a 1914, como uma das vanguardas
russas que se encaixavam no cardápio de movimentos modernistas, cujos “chefes
de cozinha” (franceses, italianos e russos), experimentavam à sua maneira, novos
temperos de cores, linhas e jogos de perspectiva espacial, para servir aos olhos do
público da primeira metade do século XX, seus experimentos para uma culinária
pictórica modernista (DERZE, 2011).
A “receita pronta” que o academicismo vinha fornecendo já não seria
suficiente para o paladar visual das novas gerações. O Raionismo assumiu a luz
como protagonista, isto é, como “objeto” a ser representado, em si – a personagem
principal. As intenções declaradas pelo russo Larionov, criador do raionismo, no que
se refere ao produto pictórico que caracterizaria seu movimento artístico, eram a de
que as pinturas raionistas não revelassem preocupações com a representação de
objetos, mas sim, dos raios refletidos a partir deles.

Larionov visa à construção de um espaço sem objetos, absoluto, constituído


apenas por movimento e luz – ritmo dinâmico de raios entrecruzados que se
decompõem nas cores do prisma (ARGAN, 1992, p. 324).

O suprematismo, também movimento russo, surgiu por volta de 1913/15,


assemelha-se ao abstracionismo geométrico, levando suas formas a estética mais
pura e simplificada, utilizando desses para uma abstração total de qualquer
elemento que possa se assemelhar com o natural.

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O pintor Kazimir Malevich foi o pioneiro nesse ramo, quando por volta da
data acima, decide pintar um quadrado dentro do outro. A tela chamada “Quadrado
negro sobre fundo branco” causou um grande impacto nas obras suprematistas
produzidas na época. Nesse mesmo período, em parceria com o poeta Mayakovsky,
Malevich escreve e publica, o manifesto do movimento, intitulado Do cubismo ao
suprematismo que defendia uma arte totalmente dissociada do mundo objetivo,
cujos elementos básicos são a cruz, o círculo, o triângulo e o retângulo, tendo então,
relação com o progresso da revolução industrial, o mundo das máquinas e a
necessidade de organização da sociedade russa (GONÇALVES; GOULIOURAS;
BRAZ, 2011).

Figura 22: Terceira Internacional. Tatlin (1920).

O Construtivismo originou-se na Rússia em 1914/32 liderado por Vladimir


Tatlin. Foi um movimento estético de renovação artística na escultura, que adotou as
características do Cubismo e Futurismo. A Arte neste período não deveria ser vista
como pura, e sim carregada de informações daquela época, como por exemplo, as
influências da indústria. Seus maiores vínculos estéticos eram os ideais políticos
revolucionários (JANSON; JASON, 2007).

5.6 Mondrian e o movimento De Stijl


Piet Mondrian (1872-1944) é o pintor modernista holandês e fundador do
conhecido movimento neoplasticismo – movimento de vanguarda que defendia uma

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total limpeza espacial para a pintura, reduzindo-a a seus elementos mais puros e
buscando suas características mais próprias, ou seja, plasticismo foi o termo
adotado por Mondrian para uma arte abstrata e geométrica.
Suas primeiras obras, até 1907, eram paisagens serenas, pintadas em tons
cinza e verde escuro. Em 1908, influenciado pelo pintor holandês Jan Toorop,
começou a experimentar cores mais brilhantes, sendo o ponto de partida para suas
tentativas de transcender a natureza. Mudou-se para Paris em 1911, onde adotou o
estilo cubista. Pouco a pouco foi se afastando do seminaturalismo para dedicar-se
totalmente à abstração e, finalmente, chegar a um estilo no qual se limitou a pintar
com traços finos horizontais e verticais.
Segundo o artista, a arte deve ser desnaturalizada e liberta de toda
referência figurativa ou de detalhes individuais de objetos naturais. Assim, Mondrian
restringiu os elementos de composição pictórica à linha reta, ao retângulo e às cores
primárias, azul, amarelo e vermelho, aos tons de cinza, preto e branco.
Mondrian fundou, com Theo Van Doesburg, a revista De Stijl, publicada de
1917 a 1928, onde publicou os textos sobre o neoplasticismo, sendo um deles
“Realidade Natural e Realidade Abstrata”, um ensaio fundamental para o
Abstracionismo 2º fase.
Esta pintura representa um modelo exemplar da harmonia universal ou
verdadeira beleza, a medida da evolução humana por um ambiente total que
pudesse viver em harmonia (MAC/USP, 2016).
Inicialmente “De Stijl” era uma publicação, feita por alguns artistas que
iniciaram o movimento do neoplasticismo – Mondrian, Doesburg e alguns outros
que, com o tempo, vieram a compor. Devido aos textos da revista, que muitas vezes
assumiam um aspecto de manifesto, o próprio movimento era confundido com o
nome.

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Figura 23: A árvore vermelha – óleo sobre tela – Mondrian (1908/10).

Figura 24: Composição com vermelho, amarelo e azul – Mondrian (1921).

5.7 Dadaísmo / Surrealismo


Segundo Arthur Danto (2006, p. 45), os readymades do dadaísta Marcel
Duchamp representaram uma profunda desconexão entre arte e estética. Marcam o
início do fim da era estética. Fim este que só se completaria cinquenta anos depois,
com as caixas de Brillo Box do artista pop Andy Warhol.
Para os dadaístas, de maneira geral, a ideia de uma arte pura, voltada para
a apresentação e contemplação do belo, não fazia mais sentido, face os horrores da
Primeira Grande Guerra (1914-1918). Como continuar a dedicar-se a retratar o belo,
captar o efêmero, expressar os sentimentos, quando as potências europeias
levavam para o front de batalha 65 milhões de soldados, dos quais 20 milhões não
sairiam vivos da guerra? A Guerra pôs em questão o compromisso ético do artista
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de continuar a agradar uma sociedade com suas obras, quando a elite que
apreciava e comprava suas obras era a mesma responsável pela morte de milhares
de pessoas. Não poderia haver desconexão entre arte e sociedade. Neste momento
de caos moral, não haveria mais espaço para arte. O máximo que se poderia fazer,
seria criar peças fortuitas, produzidas ao acaso, e feitas para terem vida curta e não
para mofarem nos museus. É com este espírito rebelde e irreverente que Marcel
Duchamp cria, entre 1913 e 1915, seus readymades. Peças criadas a partir de
objetos comuns do cotidiano às quais Duchamp atribuía um novo sentido ou sentido
algum.

Figura 25: Roda de bicicleta – Duchamp (1913).

Duchamp põe em xeque a imagem do artista romântico inspirado que cria a


partir da sua própria imaginação, em meio à solidão e ao sofrimento. A arte podia
ser feita com qualquer coisa desde que expressasse o olhar crítico do artista. As
obras de Duchamp eram feitas a partir de produtos manufaturados. O que os
transformava em obra de arte, era apenas uma ideia, o conceito introduzido pelo
artista na obra. A partir do momento em que ele escolhe o produto entre tantos
outros, dá-lhe um nome, ele deixou de ser um exemplar, entre vários do mesmo tipo,
para tornar-se outra coisa. Ao deslocar os produtos manufaturados de seu espaço
original e inverter sua disposição, como nas obras Fonte e Roda, Duchamp
impregna de ironia os símbolos do avanço da civilização ocidental.

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Também são representantes do Dadaísmo: Tristan Tzara, Hans Arp, Julius


Evola, Francis Picabia, Max Ernst, Man Ray, Raoul Hausmann, Guillaume
Apollinaire, Hugo Ball, Arthur Cravan, Jean Crotti, George Groszz, Richar
Huelsenbeck, Marcel Janco, Clement Pansers, Hans Richter e Sophie Täuber.

Guarde...
Principais características do dadaísmo:
elementos mecânicos;
desejo de romper o limite entre as várias modalidades artísticas;
irreverência artística;
ênfase nos absurdos e nas coisas sem lógica;
protesto contra a loucura da guerra, o capitalismo e o consumismo;
caráter pessimista e irônico, principalmente em relação à política;
incorporação de diversos materiais;
utilização de diversas formas de expressão, como a fotografia, poesia,
música, sons, entre outras, na composição das obras de arte.

Esse movimento não foi contra outros movimentos ou escolas artísticas, mas
surgiu, sim, como uma forma de rebelar-se contra o conceito de arte antes da I
Guerra Mundial.

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