Você está na página 1de 30

FLÁVIO ROBERTO XAVIER DE OLIVEIRA

VENTO EM ESTRUTURAS DE
EDIFÍCIOS DE CONCRETO

HANDBOOK

DE ACORDO COM A ABNT NBR 6123:2023


Determinação da
Força do Vento
Portal Estruturas Online
http://estruturasonline.com
Determinação da
Força do Vento

Flávio Roberto Xavier de Oliveira

Portal Estruturas Online


http://estruturasonline.com
João Pessoa - PB, Brasil
Determinação da
Força do Vento

Flávio Roberto Xavier de Oliveira

Copyright 2024 Estruturas Online


Projeto: Educação Continuada em Engenharia Civil
Comitê: Flávio Roberto Xavier de Oliveira Autor
Fábio Giovanni Xavier de Oliveira Revisor

Todos os direitos reservados ao Portal Estruturas Online

Av. Júlia Freire, 1224, Expedicionários, João Pessoa­- PB


www.estruturasonline.comemail:
contanto@estruturasonline.com
I

Sumário

1 Introdução 1
1.1 Definição do Vento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.2 Projeto Estrutural para Vento: Um Breve Histórico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.3 Processo da ABNT NBR 6123:2023 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.3.1 Fundamentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.3.2 Efeitos dinâmicos em estrutura devidos à turbulência atmosférica . . . . . . . . . . 2
1.3.3 Fluxograma de verificações de atividades para a consideração do vento . . . . . . . 3

2 Força Devida ao Vento 5


2.1 Procedimento para o Cálculo das Forças Devidas ao Vento . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2.1.1 Velocidade básica do vento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2.1.2 Fator topográfico, S1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
2.1.3 Fator S2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2.1.4 Fator estatístico, S3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
2.1.5 Velocidade característica do vento, Vk . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
2.1.6 Pressão dinâmica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
2.1.7 Coeficiente de arrasto, Ca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
2.1.8 Fator de vizinhança, Fv . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
2.1.9 Força de arrasto, Fa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

3 Modelo Estrutural Utilizado como Exemplo 13


3.1 Caracterização da Estrutura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
3.1.1 Velocidade básica do vento, V0 e Fatores S1 , S2 e S3 . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
3.1.2 Coeficiente de arrasto, Ca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
3.2 Resultados para Vento Estático Equivalente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
3.3 Rotina de cálculo no SMath Souver . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
II
III

Lista de Figuras

1.1 Movimentação do ar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.2 Encontro do vento com a estrutura - esquema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.3 Fluxograma da consideração do vento em estruturas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

2.1 Isopletas da velocidade básica do vento (m/s) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6


2.2 Fator topográfico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2.3 Parâmetros meteorológicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2.4 Fator de rajada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
2.5 Valores mínimos do fator estatístico, S3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
2.6 Coeficiente de arrasto, Cs para edificações paralelepipédicas em vento de alta turbulência 10
2.7 Coeficiente de arrasto, Cs para edificações paralelepipédicas em vento de baixa turbulência 11
2.8 Notação para aplicação do fator de vizinhança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

3.1 Modelo Reduzido - planta baixa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13


3.2 Modelo Reduzido - perspectiva e corte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
3.3 Modelo Reduzido - coeficiente de arrasto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
3.4 Modelo Reduzido - resultado da ação do vento calculado no Sistema CAD/TQS (tf) . . . 16
3.5 Modelo Reduzido - resultado da ação do vento calculado analiticamente . . . . . . . . . . 16
IV
1

Capítulo 1

Introdução

1.1 Definição do Vento


Segundo Blessmann, 2013[2], o vento é definido como o movimento do ar sobre a superfície terrestre que
tem como causa imediata principal as diferenças na pressão atmosférica, causadas pela energia proveniente
do Sol, e que origina variações na temperatura do ar. Em uma certa região a parte do ar mais aquecida
sobe, por ter sua pressão diminuída, sendo substituída por ar das vizinhanças, onde a pressão é maior.

Figura 1.1: Movimentação do ar

O Próprio Autor

Figura 1.2: Encontro do vento com a estrutura - esquema

O Próprio Autor
2

1.2 Projeto Estrutural para Vento: Um Breve Histórico


A década de 60 marcou um avanço significativo na compreensão e abordagem dos efeitos do vento
em estruturas. Simiu, 2019[5], afirma que os principais elementos que contribuíram para essa evolução,
incluem:

• Modelagem da camada limite atmosférica:

– parte mais baixa da atmosfera da Terra, onde a velocidade do vento e outras propriedades
atmosféricas variam com a altitude acima do solo. Essa modelagem ajudou engenheiros e
pesquisadores a entender melhor o comportamento dinâmico do vento próximo ao solo e seu
impacto nas estruturas.

• Variação da velocidade do vento com a altura:

– compreender como as velocidades do vento mudam com a altura acima do solo foi vital para
projetar estruturas que possam suportar diferentes condições de vento. O desenvolvimento de
modelos matemáticos para descrever a variação das velocidades do vento com a altura permitiu
que os engenheiros fizessem previsões e escolhas mais precisas.

• Influência da rugosidade da superfície a montante:

– rugosidade da superfície do terreno sobre o qual o vento está soprando tem um impacto signi-
ficativo nos padrões de fluxo do vento. Superfícies diferentes, como campos abertos ou áreas
urbanas, exibem diferentes graus de rugosidade. Incorporação da influência da rugosidade da
superfície a montante nas considerações do projeto estrutural tornou-se um aspecto essencial
para a consideração do efeito do vento na estrutura. Essa compreensão ajudou a adaptar os
projetos a condições ambientais específicas.

• Propriedades da turbulência atmosférica:

– refere-se ao fluxo irregular e imprevisível do ar. Reconhecer as propriedades e características da


turbulência é crucial para avaliar seu impacto nas estruturas. A incorporação de considerações
sobre turbulência no projeto estrutural permite uma avaliação mais precisa de como as cargas
induzidas pelo vento podem afetar a integridade e estabilidade da estrutura.

Ao sintetizar esses desenvolvimentos, os engenheiros obtiveram uma compreensão mais abrangente


do comportamento do vento e sua interação com estruturas. Esse conhecimento lançou as bases para o
desenvolvimento cientifico na determinação de parâmetros e equações para considerar o efeito de vento
de forma mais segurança e confiável. A contínua refinamento desses princípios e modelos tem levado a
melhorias contínuas no campo da engenharia de vento.

1.3 Processo da ABNT NBR 6123:2023


1.3.1 Fundamentos
A determinação da ação estática equivalente do vento da ABNT NBR 6123:2023[4] é baseada no
método de vibração aleatória proposto por Davenport, 1961[3], com diferenças na determinação dos
parâmetros que definem essa ação, além de destacar que a vibração da estrutura em seus modos naturais
dá-se em torno da posição deformada definida pelas pressões causadas pela componente estática do vento
(Blessmann, 2005[1]).

1.3.2 Efeitos dinâmicos em estrutura devidos à turbulência atmosférica


De acordo com Blessmann, 2005[1], no vento natural, o módulo e a orientação da velocidade ins-
tantânea do ar apresentam flutuações em torno da velocidade media, sendo aquelas de curta duração
designadas por rajadas. Admite-se que a velocidade media mantém-se constante durante um intervalo de
tempo de dez minutos ou mais, produzindo nas edificações efeitos puramente estáticos, designados como
resposta media. Já as flutuações da velocidade podem induzir em estruturas muito flexíveis, especial-
mente em edificações altas e esbeltas, oscilações importantes na direção da velocidade media, designadas
como resposta flutuante.
3

Em edificações com frequência fundamental igual ou superior a 1 Hz a influência da resposta flutuante


e pequena, sendo seus efeitos já considerados na determinação do intervalo de tempo adotado para o fator
S2 . Entretanto, edificações com frequência fundamental inferior a 1 Hz, em particular aquelas fracamente
amortecidas, podem apresentar uma importante resposta flutuante na direção do vento médio. A resposta
dinâmica total, igual à superposição das respostas media e flutuante, pode ser calculada segundo as
especificações dos métodos continuo simplificado, item 9.3 da ABNT NBR 6123:2023 ou do modelo
discreto, item 9.4 da ABNT NBR 6123:2023. Porém, os modelos de cálculos mencionados não se aplicam
nos seguintes casos:

• Edificações com frequência natural fundamental menor que 0,2 Hz;


• Edificações com altura maior do que 200 metros;
• Edificações em que os dois modos fundamentais de flexão tenham frequências próximas (com dife-
renças de até 10%) e com valores até 0,4 Hz;

• Modos de vibração de torção.

1.3.3 Fluxograma de verificações de atividades para a consideração do vento


na Figura 1.3, apresenta-se um fluxograma que ilustra as verificações e atividades necessárias para
consideração do vento na estrutural, segundo a ABNT NBR 6123:2023[4].

Figura 1.3: Fluxograma da consideração do vento em estruturas

O Próprio Autor
4
5

Capítulo 2

Força Devida ao Vento

2.1 Procedimento para o Cálculo das Forças Devidas ao Vento


A força devida ao vento é calculada conforme as recomendações do item 4.1 da ABNT NBR 6123:2023,
em sua formulação geral segundo a equação 2.1:

F = qCAfv (2.1)
onde:

• q: pressão dinâmica;
• C: coeficiente aerodinâmico de força;

• A: área de referência;
• fv : fator de vizinhança.

2.1.1 Velocidade básica do vento


A velocidade básica do vento, V0 é obtida através do gráfico de isopletas do item 5.1 da ABNT NBR
6123:2023[4], conforme a Figura 2.1, admitindo as seguintes hipóteses:

• Velocidade de uma rajada de 3 segundos a 10 metros acima do terreno aberto e plano, excedida em
média uma vez em 50 anos;
• O vento básico pode soprar em qualquer direção;

• Em casos de obras excepcionais é recomendado um estudo específico para a determinação da velo-


cidade básica do vento;
• Para incluir o efeito de direcionalidade do vento no cálculo das forças aerodinâmicas, a determinação
da velocidade básica do vento deve considerar o tipo de evento meteorológico que dá origem aos
valores máximos registrados de velocidade;

• O efeito de direcionalidade não se aplica nos casos de vento originado de tempestades convectivas
locais.
6

Figura 2.1: Isopletas da velocidade básica do vento (m/s)

Figura 1 da ABNT NBR 6123:2023[4]

2.1.2 Fator topográfico, S1


O fator topográfico S1 é determinando em função das variações do relevo do terreno, conforme o item
5.2 da ABNT NBR 6123:2023 [4], do seguinte modo:

Terreno plano ou fracamente acidentado:


S1 = 1, 0

Taludes e morros:
No ponto A (morros) e nos pontos A e C (taludes) da Figura 2.2:
S1 = 1, 0
No ponto B da Figura 2.2 (S1 é uma função de S1 (z)); interpolar linearmente para 3o ≤ θt ≤ 6o e
17o ≤ θt ≤ 45o :

• θ ≤ 3o : S1 = 1,0

• 6o ≤ θt ≤ 17o : S1 (z) = 1, 0 + 2, 5 − dz t tg (θt − 3o ) ≥ 1, 0




• θt ≥ 45o : 1, 0 + 2, 5 − dz t 0, 31 ≥ 1, 0


Onde:

• z: cota acima do terreno;

• d: diferença de nível entre a base e o topo do talude ou morro;

• θ: inclinação média do talude ou encosta do morro.


7

Vales profundos, protegidos de ventos de qualquer direção:


S1 = 0, 9

Figura 2.2: Fator topográfico

Figura 2 da ABNT NBR 6123:2023[4]

2.1.3 Fator S2
Conforme o item 5.3 da ABNT NBR 6123:2023[4], o fator S2 considera o efeito combinado da rugo-
sidade do terreno, da variação da velocidade do vento com a altura acima do terreno e das dimensões da
edificação.

Rugosidade do terreno
A rugosidade do terreno é classificada em cinco categorias, segundo o item 5.3.1 da ABNT NBR
6123:2023[4]:

• Categoria I — Superfícies lisas de grande dimensões, com mais de 5 km de extensão, medida na


direção e sentido do vento incidente. Exemplos: mar calmo, lagos, rios e pântanos sem vegetação;
• Categoria II — Terrenos abertos nivelados ou sensivelmente nivelado com poucos obstáculos iso-
lados, tais como árvores e edificações baixas. Exemplos: zonas costeiras planas, pântanos com
vegetação rala e campos de aviação, padarias, charnecas e fazendas sem sebes ou muros;
• Categoria III — Terrenos planos ou ondulados com obstáculos, como sebes e muros, poucos quebra-
ventos de árvores, edificações baixas e esparsas. Exemplos: granjas e casas de campo, fazenda com
sebes e muros, subúrbios a considerável distância do centro, com casa baixas e esparsas;
8

• Categorias IV — Terrenos cobertos por obstáculos numerosos e pouco espaçados, em zonas florestal,
industrial ou urbanizada. Exemplos: zonas de parques e bosques com muitas árvores, cidades, áreas
industriais plena ou parcialmente desenvolvidas.
• Categorias V — Terrenos cobertos por obstáculos numerosos, grandes, altos e pouco espaçados.
Exemplos: florestas com árvores altas de copos isoladas, centros de grandes cidades, complexos
industriais bem desenvolvidos.

Dimensões da edificação, estrutura ou componentes


Para a determinação das forças estáticas devidas ao vento, são definidas três classes de edificação,
segundo o item 5.3.2 da ABNT NBR 6123:2023[4]:

• Classe A — Toda edificação, estrutura, parte de edificação ou de estrutura, unidade e sistemas


de vedação e seus elementos de fixação, cuja maior dimensão vertical ou horizontal não exceda 20
metros;
• Classe B — Toda edificação, estrutura, parte de edificação e estrutura, cuja maior dimensão hori-
zontal ou vertical da superfície frontal seja maior do que 20 metros e menor ou igual a 50 metros;

• Classe C — Toda edificação, estrutura, parte de edificação e estrutura, cuja maior dimensão hori-
zontal ou vertical da superfície frontal exceda 50 metros.

Altura sobre o terreno


O fator S2 é calculado conforme o item 5.3.3 da ABNT NBR 6123:2023[4], segundo a equação 2.2:
 z p
S2 = bm Fr (2.2)
10
Onde:

• z: altura cima do terreno;

• Fr : fator de rajada correspondente à categoria II;


• bm : parâmetro meteorológico;
• p: expoente da lei potencial de variação de S2 ;
• zg: altura gradiente: altura da camada limite atmosférica.

Os parâmetros que permitem a resolução da equação 2.2 estão mostrados nas Figuras 2.3 e 2.5.

Figura 2.3: Parâmetros meteorológicos

Tabela 1 da ABNT NBR 6123:2023[4]


9

Figura 2.4: Fator de rajada

Tabela 2 da ABNT NBR 6123:2023[4]

2.1.4 Fator estatístico, S3


O item 5.4 da ABNT NBR 6123:2023[4] determina O fator estatístico, S3 , considerando o grau de
segurança requerido e a vida útil da edificação.

Figura 2.5: Valores mínimos do fator estatístico, S3

Tabela 4 da ABNT NBR 6123:2023[4]

2.1.5 Velocidade característica do vento, Vk


A velocidade característica do vento para a parte da edificação, estrutura ou componente é calculada
segundo a equação 2.3 mostrada no item 4.2 da ABNT NBR 6123:2023[4]:

Vk = V0 S1 S2 S3 (2.3)

2.1.6 Pressão dinâmica


A pressão dinâmica é calculada segundo o item 4.2 da ABNT NBR 6123:1923[4] através da equação2.4:
10

1
q= ρVk2 (2.4)
2
Onde:

• ρ: é a massa específica do ar de referência, igual a 1, 226kgf /m;


• q = 0, 613Vk2 , expresso em N/m;
• Vk : é a velocidade característica do vento, expressa em metros por segundo m/s.

2.1.7 Coeficiente de arrasto, Ca


Os coeficientes de arrasto indicado nesta subseção são aplicados a corpos de seção constante ou
fracamente variável, mostrados nas Figuras 2.7 e 2.6.

Requisitos para a consideração de alta turbulência em edificações paralelepipédicas


Segundo o item 6.1.3.1 da ABNT NBR 6123:1988[4] uma edificação estar submetida em vento de alta
turbulência quando:

• sua relação de profundidade e largura for maior que 31 ;


• sua altura não exceder duas vezes a altura média das edificações vizinhas, estendendo-se estas a
barlavento (na direção e sentido do vento incidente), a uma distância mínima de:
– 500 metros para uma edificação de até 40 metros de altura;
– 1000 metros para uma edificação de até 55 metros de altura;
– 2000 metros para uma edificação de até 70 metros de altura;
– 3000 metros para uma edificação de até 80 metros de altura.

Figura 2.6: Coeficiente de arrasto, Cs para edificações paralelepipédicas em vento de alta turbulência

Figura 5 da ABNT NBR 6123:2023[4]

Onde:
11

Figura 2.7: Coeficiente de arrasto, Cs para edificações paralelepipédicas em vento de baixa turbulência

Figura 4 da ABNT NBR 6123:2023[4]

• a: lado maior: a maior dimensão horizontal de uma edificação;

• b: lado menor: a menor dimensão horizontal de uma edificação;

• l1 ; largura: dimensão horizontal de uma edificação, estrutura, elemento estrutural ou componente


na direção perpendicular à direção do vento;

• l2 ; profundidade: dimensão horizontal de uma edificação, estrutura, elemento estrutural ou compo-


nente na direção do vento.

2.1.8 Fator de vizinhança, Fv


O fator de vizinhança é definido no item 6.4.4 da ABNT NBR 6123:2023[4], conforme a equação 2.5:

C na edificação com vizinhança


 
Fv = (2.5)
C na edificação isolada
onde, C é o coeficiente de arrasto.

A ABNT NBR 6123:2023 no item 6.4.4, prescreve um valor aproximado para o coeficiente de vizi-
nhança, fv , segundo a relação abaixo:
12

• s
d ≤ 1, 0: fv = 1, 3;

• s
d ≥ 1, 0:3,0: fv = 1, 0;

Figura 2.8: Notação para aplicação do fator de vizinhança

Figura 11 da ABNT NBR 6123:2023[4]

2.1.9 Força de arrasto, Fa


A componente da força global na direção do vento, Fa , é obtida através do item 4.3.3 da ABNT NBR
6123:2023[4], pela equação 2.6.

Fa = qCa Ae fv (2.6)
Onde:

• Ca : coeficiente de arrasto;
• Ae : área frontal efetiva: área de projeção ortogonal da edificação, estrutura, elemento estrutural
ou componente sobre um plano perpendicular à direção do vento;
13

Capítulo 3

Modelo Estrutural Utilizado como


Exemplo

Para demonstrar o efeito do vento em estruturas de concreto, optou-se por empregar um “Modelo
Reduzido". Este modelo, caracterizado por sua flexibilidade e esbeltez, apresenta respostas dinâmicas
significativas quando submetido às flutuações na velocidade do vento.
Segundo Soriano, 2014[6]
“Esses modelos simples, são úteis para desenvolver conceito e a intuição do engenheiro, orientar
modelos mais elaborados e a checagem de resultados".

3.1 Caracterização da Estrutura


O "Modelo Reduzido", como pode ser visto nas Figuras 3.1 e 3.2, possui simetria em ambas as
direções, apresentando pilares e vigas com dimensões iguais. Essa padronização dos elementos estruturais,
proporcionam maior eficiência, no emprego de softwares de modelagens mais complexas.

Figura 3.1: Modelo Reduzido - planta baixa

O Próprio Autor
14

Figura 3.2: Modelo Reduzido - perspectiva e corte

O Próprio Autor

3.1.1 Velocidade básica do vento, V0 e Fatores S1 , S2 e S3


Foi considerando o “Modelo Reduzido"localizado em João Pessoa, na Paraíba, em um terreno plano,
em zona urbanizada (Categoria IV) e que se trata de um edifício para uso residencial. Com isso, tem-se:

1. Velocidade básica do vento, V0 = 30m/s;


2. Fator topográfico, S1 = 1, 0;
3. Fator de rajada, Fr = 1, 0;
4. Parâmetro meteorológico, bm = 0, 86;

5. Expoente da lei potencial, p = 0, 12.


15

3.1.2 Coeficiente de arrasto, Ca

Para a determinação do coeficiente de arrasto, foi utilizado a estrutura em baixa turbulência, conforme
a Figura 3.3.

Figura 3.3: Modelo Reduzido - coeficiente de arrasto

O Próprio Autor
16

3.2 Resultados para Vento Estático Equivalente


Para calcular a força do vento em cada pavimento foi desenvolvida uma rotina no software SMath
Solver. Para comparar os resultados, foi verificado também utilizando o Sistema CAD/TQS V23, versão
plena, como pode ser visto nas Figuras 3.4 e 3.5

Figura 3.4: Modelo Reduzido - resultado da ação do vento calculado no Sistema CAD/TQS (tf)

O Próprio Autor

Figura 3.5: Modelo Reduzido - resultado da ação do vento calculado analiticamente

O Próprio Autor
17

Anexos

3.3 Rotina de cálculo no SMath Souver


Caracterização da Estrutura

Número de pavimentos:
np 5

Pé esquerdo:
Pé_esquerdo 3,5 m

Dimensão horizontal da edificação, perpendicular a direção do vento, l1:


l1 5m

Parâmetros e fatores do vento

Velocidade básica do vento, V0:


m
V0 30
s

Fator topográfico, S1:


S1 1

Parâmetro meteorológico, bm:


bm 0,86

Fator de rajada,Fr:
Fr 1

Expoente da lei potencial, p:


p 0,12

Fator estatístico, S3:


S3 1

Coeficiente de arrasto, Ca:


Ca 1,33
RESULTADOS

for i 1 ..np
z Pé_esquerdo i 1 Pé_esquerdo
i
p
z
i p
S2 bm Fr m
i 10
Vk V0 S1 S2 S3
i i
2
0,613 Vk
2
i s
q tonnef
i 10000 4
m
Fa Ca q l1 Pé_esquerdo
i i

Dados de saída

Altura total da edificação:


z 1750 cm
i

Cotas dos pavimentos:

3,5 m
7m
z 10,5 m
14 m
17,5 m

Fator S2 por pavimento:

0,7582
0,82397
S2 0,86505
0,89543
0,91974

Força de arrasto por pavimento:

0,8137
0,961
Fa 1,0592 tonf
1,1349
1,1974

Força equivalente aplicada no topo da estrutura:


np
Fa z
i i
i 1
Feq 3,2879 tonf
z
np
17,5

14
Altura (m)

10,5

3,5

0
0 0,5 1 1,5

Força do vento (tf)


21

Referências Bibliográficas

[1] Joaquim Blessmann. Introdução ao estudo das ações dinâmicas do vento. Editora da UFRGS, 2005.
[2] Joaquim Blessmann. O vento na engenharia estrutural. Editora da UFRGS, 2013.
[3] Alan G Davenport. The spectrum of horizontal gustiness near the ground in high winds. Quarterly
Journal of the Royal Meteorological Society, 87(372):194–211, 1961.
[4] Associação Brasileira de Normas Técnicas. ABNT NBR 6123 - Forças devidas ao vento em edificações.
São Paulo, 2023.
[5] Emil Simiu and DongHun Yeo. Wind effects on structures: Modern structural design for wind. John
Wiley & Sons, 2019.

[6] Humberto Lima Soriano. Introdução à dinâmica das estruturas. Elsevier Rio de Janeiro, 2014.

Você também pode gostar