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Transformadores de Corrente © Clever Pereira

TRANSFORMADORES DE CORRENTE

1 - Introdução:
• Transformadores de Instrumentos

de medição TC’s
de proteção TP’s e TPC’s

• Transformadores de Corrente

Funções Básicas

- Reduzir a corrente a valores seguros para medição.


- Isolar circuito primário do secundário.
- Permitir uso de valores de norma.

TC’s de Medição

Faixa de operação: ( 0 - k ) In
1,2 ≤ k ≤ 2,0

Classes de Exatidão: 0,3 - 0,6 - 1,2 (%)

TC’s de Proteção

Faixa de operação: ( 0 - k ) In
20 ≤ k ≤ 50

Classes de Exatidão: 2,5 - 5,0 - 10 (%)

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2 - Definições:
(a) Corrente Primária Nominal (Ipn)

5 - 10 - 15 - 20 - 25 - 30 - 40 - 50 - 60 - 75 - 100 - 125 -
150 - 200 - 250 - 300 - 400 - 500 - 600 - 800 - 1000 -
1200 - 1500 - 2000 - 3000 - 4000 - 5000 - 6000 - 8000

(ASA: sublinhadas).

(b) Corrente Secundária Nominal (Isn)

5-2-1
5/ 3 - 2/ 3 - 1/ 3 para ligações em ∆.

(c) Relação de Transformação Nominal (kn)

I pn
kn =
I sn

(d) Relação de Transformação Real (k)

Ip
k=
Is

(e) Fator de Correção de Relação (FCR)


k
FCR =
kn

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(f) Erro de Relação ou de Corrente [ξi(%)]

kn − k
ξ i (%) = x100
k

(g) Erro de Ângulo de Fase (γ)

γ = arg( I s / I p )

(h) Carga ou Burden Nominal

Zbn , fp ou Sn , fp ( para Is = Isn )

3 - Circuito Equivalente

Z i = R s + Z b = Z i ∠φ i

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4 - Diagrama Fasorial

Es = Zi . Is
Ia em fase com Es
Im atrasada 90°
Ie = Ia + Im
Ip / k n = Is + Ie

5 - Erros em RPS
(a) Erro de Corrente ou de Relação (ξi)

kn − k
ξ i (%) = × 100
k
k n .I s − I p
= × 100
Ip
I s − I p / kn
= × 100
I p / kn
Ie
=− × 100
I p / kn
I a .cos φ i + I m .sen φ i
=− × 100
I p / kn
1 − FCR
= × 100
FCR

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(b) Erro de Fase ou de Ângulo de Fase (γ)

γ = arg ( I s / I p )
I m .cos φi − I a .senφi
senγ ≅ γ ≅
I p / kn

6 - Erro Composto ( ξc )

100 1 T
ξ c (%) =
Ip T ∫
0
[k n .is (t ) −i p (t )]2 dt

7 - Valores de Norma

IEC
Classe de
Exatidão ξi (%) γ (min) ξc (%)
5P +1 + 60 5

10P +1 ⎯ 10

ALF (Accuracy Limit Factor) : 5 - 10 - 15 - 20 - 30

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ANSI (ABNT)

TIPO T (ou H) TIPO C (ou L)


A B
10 T 10 10 C 10
20 20
50 50
100 100
200 200
400 400
800 800
2.5 T 10 2.5 C 10
20 20
50 50
100 100
200 200
400 400
800 800

10 T 200

Erro de
corrente
Tensão Máxima
Induzida no
Secundário para
Is = 20 Isn
Alta Reatância
no Secundário

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Exemplo
Dimensionar o TC, sabendo que: Zi = 15 VA ; 0,8ind

A corrente primária do trafo de potência é de

100 × 10 6
I p ( nom ) = = 375 A
3 ⋅154 ×103

Desta forma, a corrente de curto máxima é de

2500
I f (max) = ⋅ 375 A = 9375 A
100

Temos que obedecer a dois critérios básicos:

(a) TC deve funcionar adequadamente em condição normal de


operação (corrente de longa duração)

I p ( nomTC ) ≥ k ⋅ I p ( nom trafo ) onde k é um fator de sobrecarga,


variável de empresa para
empresa

(b) TC não deve saturar sob condições de falta máxima

20 ⋅ I p ( nomTC ) ≥ I f (max)

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Desta forma

⎧ I p ( nom TC ) ≥ 1,3 ⋅ I p ( nom trafo ) = 1,3 × 375 = 487,5 A



⎨ I f (max) 9375
⎪ p ( nom TC )
I ≥ ≥ ≥ 468,75 A
⎩ 20 20

Logo

⎧⎪ I p ( nomTC ) = 500 A

⎪⎩ I s ( nomTC ) = 5 A

A carga total ligada ao secundário do TC é de 15 VA (incluindo aí a


resistência no secundário do TC). Deste modo a impedância Zi
será de

15 ⎫
Zi = = 0, 6 Ω ⎪
⎬ Z i = 0,6 ∠ 36,9 Ω
o
52
φi = ar cos(0,8) = 36,9°⎪⎭

A força eletromotriz máxima induzida no secundário vai ser então


de
Es (max) = 20 × 5 × 0,6 = 60 V ⇒ 100 V

Logo, escolheremos um TC de baixa resistência no secundário


(mais comum) que pela norma ANSI (ABNT) terá a seguinte
especificação:

TC : 500 - 5 A ; 25 VA ; 2,5 C 100 (ANSI)


500 - 5 A ; 25 VA ; 2,5 B 100 (ABNT)

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8 - Cálculo de Erros

A - Utilizando Características Magnéticas do Núcleo


(Método do Projetista)
A força eletromotriz induzida no secundário de um TC é dada por

Es = Z i ⋅ I s

Mas ela pode também ser calculada por

⎧ Bm ⇒ Wb/m2 = tesla = 104 gauss



⎪ A ⇒ área líquida em m2
Es = 4,44 ⋅ Bm ⋅ A ⋅ f ⋅ N s ⎨
⎪ f ⇒ frequência em Hz
⎪⎩ Ns ⇒ no de espiras no secundário

Desta forma a densidade de campo magnético Bm pode ser


calculada por

Es Zi ⋅ I s
Bm = =
4,44 ⋅ A ⋅ f ⋅ N s 4,44 ⋅ A ⋅ f ⋅ N s

Entrando nas curvas B x H determina-se o valor de H, ou seja

onde He , Hm e Ha referem-se
respectivamente às correntes
de excitação, magnetização e
de perdas no ferro (lembrar
que as correntes de
magnetização e de perdas no
ferro estão em quadratura e
que deste modo, He não é
simplesmente a soma escalar
de Ha e Hm ).
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Assim

l
Ie = H e
Ns Nota
As grandezas Ia e Im estão 90º
l
Ia = H a defasadas. Desta forma, no gráfico
Ns anterior, o valor de Ha e Hm não se
l somam escarlarmente para resultar He,
Im = H m mas sim vetorialmente
Ns

Exemplo

TC 200 - 5 A ; 30 VA ; fp = 0,8i
Rs = 0,124 Ω
Ns = 40

O burden deste TC é de

S 30 ⎫
Zb = = = 1, 2 Ω ⎪
I s2 25 ⎬ Z b = 1,2 ∠ 36,9° Ω
θ = ar cos (0,8) = 36,9° ⎪⎭

A impedância total do secundário é então de

Z i = Z b + Rs = 1,2 ∠ 36,9o + 0,124 = 1,3 ∠ 33,6o Ω


A força eletromotriz induzida no secundário vai ser de

E s = Z i ⋅ Rs = 1,3 ⋅ 5 = 6,5 V

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