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Língua
Portuguesa &
Técnicas de Interpretação Textual
INTRODUÇÃO
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FOCO NO AUTOR
Afirmamos que à concepção de língua como representação do pensamento
corresponde à de sujeito psicológico, individual, dono de sua vontade e de suas
ações. Trata-se de um sujeito visto como um ego que constrói uma representação mental
e deseja que ela seja “captada” pelo interlocutor da mesma maneira como foi
mentalizada.
Nessa concepção de língua como representação do pensamento e de sujeito como
senhor absoluto de suas ações e de seu dizer, o texto é visto como produto lógico do
pensamento (representação mental) do autor, nada mais cabendo ao leitor senão
“captar” essa representação mental juntamente com seus intensões (psicológicas).
Exercendo papel PASSIVO.
A leitura, assim é entendida como a atividade de captação de ideias do autor sem se
levar em conta as experiências e os conhecimentos do leitor a interação:
AUTOR-TEXTO-LEITOR
O foco de atenção é, pois, o autor e suas intenções, e o sentido está centrado no autor,
bastando tão somente captar suas intenções,
EXEMPLO 1
Da esquerda para a direita, sentados: Ministros Gilmar Mendes, Celso de Mello, Joaquim Barbosa
(Presidente), Marco Aurélio e Ricardo Lewandowski (Vice-Presidente). Na mesma ordem, de pé: Ministros
Luiz Fux, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Rosa Weber e Doutor Roberto Monteiro Gurgel Santos
(Procurador-Geral da República). Sessão solene realizada em 22 de novembro de 2012
“(...) Ao falar-se sobre o direito à igualdade, sobre o direito à igual consideração, é preciso
ter a honestidade intelectual para reconhecer que há um grande déficit de justiça entre nós.
Nem todos os brasileiros são tratados com igual consideração quando buscam o serviço
público da justiça.
Em vez de se conferir ao que busca a restauração dos seus direitos o mesmo tratamento,
a mesma consideração que é dada a uns poucos, o que se vê aqui e acolá — não
sempre, é claro, mas, às vezes, sim — é o tratamento privilegiado, o bypass, a preferência
desprovida de qualquer fundamentação racional. Gastam-se bilhões de reais anualmente
para que tenhamos um bom funcionamento da máquina judiciária, porém é importante que
se diga: o Judiciário que aspiramos a ter é um Judiciário sem firulas, sem floreios, sem rapapés
— pelo menos na minha concepção. O que buscamos é um Judiciário célere, efetivo
e justo. (...)”
EXEMPLO 2
FOCO NO TEXTO
EXEMPLO 1
"Embora a Constituição Federal de 1988 assegure o acesso à cultura como direito de todos os
cidadãos, percebe-se que, na atual realidade brasileira, não há o cumprimento dessa garantia,
principalmente no que diz respeito ao cinema. Isso acontece devido à concentração de salas de
cinema nos grandes centros urbanos e à concepção cultural de que a arte direcionada aos mais
favorecidos economicamente.
É relevante abordar, primeiramente, que as cidades brasileiras foram construídas sobre um viés
elitista e segregacionista, de modo que os centros culturais estão, em sua maioria, restritos ao
espaço ocupado pelos detentores do poder econômico. Essa dinâmica não foi diferente com a
chegada do cinema, já que apenas 17% da população do país frequenta os centros culturais em
questão. Nesse sentido, observa-se que a segregação social - evidenciada como uma
característica da sociedade brasileira, por Sérgio Buarque de Holanda, no livro "Raízes do
Brasil" - se faz presente até os dias atuais, por privar a população das periferias do acesso à
cultura e ao lazer que são proporcionados pelo cinema.
Paralelo a isso, vale também ressaltar que a concepção cultural de que a arte não abrange a
população de baixa renda é um fato limitante para que haja a democratização plena da cultura
e, portanto, do cinema. Isso é retratado no livro "Quarto de Despejo", de Carolina Maria de Jesus,
o qual ilustra o triste cotidiano que uma família em condição de miserabilidade vive, e, assim,
mostra como o acesso a centros culturais é uma perspectiva distante de sua realidade, não
necessariamente pela distância física, mas pela ideia de pertencimento a esses espaços.
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TEXTO 2
Augusto Scapini
Com 17 anos, o estudante Augusto, de Goiânia/GO, fez o Enem por duas vezes. Ele concluiu o
Ensino Médio em 2019 e afirma que começou a aperfeiçoar a escrita desde o 1º ano.
De início, tem-se a noção de que a Constituição Federal assegura a todos os cidadãos o acesso
igualitário aos meios de propagação do conhecimento, da cultura e do lazer. Porém, visto que os
cinemas, materialização pública desses conceitos, concentram-se predominantemente nos
espaços reservados à elite socioeconômica, como os "shopping centers", é inquestionável a
existência de uma segregação das camadas mais pobres em relação ao acesso a esse recurso.
Essa segregação é identificada na elaboração da tese de "autocidadania", escrita pelo sociólogo
Jessé Souza, que denuncia a situação de vulnerabilidade social vivida pelos mais pobres, cujos
direitos são negligenciados tanto pela falta de ação do Estado quanto pela indiferença da
sociedade em geral. Fica claro, então, que o acesso ao cinema não é um recurso
democraticamente pleno no Brasil.
Como consequência dessa elitização dos espaços públicos, que promove a exclusão das camadas
mais periféricas, é observado um bloqueio intelectual imposto a essa parte da população. Nesse
sentido, assuntos pertinentes ao saber coletivo, que, por vezes, não são ensinados nas
instituições formais de ensino, mas são destacados pelos filmes exibidos nos cinemas, não
alcançam as mentes das minorias sociais, fato que impede a obtenção do conhecimento e, por
conseguinte, a plenitude da essência aristotélica. Essa situação relaciona-se com o conceito de
"alienação", descrito pelo alemão Karl Marx, que caracteriza o estado de insuficiência
intelectual vivido pelos trabalhadores da classe operária no contexto da Revolução Industrial,
refletido na camada pobre brasileira atual.
Portanto, fica evidente a importância do cinema para a construção de uma sociedade mais culta
e a necessidade de democratização desse recurso. Nesse âmbito, cabe ao Ministério da Educação
e da Cultura promover um maior acesso ao conhecimento e ao lazer, por meio da instalação de
cinemas públicos nas áreas urbanas mais periféricas - que deverão possuir preços acessíveis à
população local -, a fim de evitar a situação de alienação e insuficiência intelectual presente nos
membros das classes mais baixas. Desse modo, o cidadão brasileiro poderá atingir a condição de
plenitude da essência, prevista por Aristóteles, destacando-se, logo, das outras espécies animais,
através do conhecimento e da cultura."
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Desse modo, há lugar, no texto, para todo uma GAMA DE IMPLÍCITOS, dos mais
variados tipos, somente detectáveis quando se tem, como pano de fundo, o contexto
sociocognitivo dos participantes da interação.
TEXTOS 1, 2 E 3
Nas três tirinhas é bem representado o papel do leitor que, em interação com o texto,
constrói-lhe o sentido, considerando não só as informações explicitamente construídas,
como também o que é implicitamente sugerido, numa clara declaração de que: