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Índice
Introdução ............................................................................................................... 3
Evolução dos telemóveis ........................................................................................... 4
Extração de Matéria-Prima ....................................................................................... 5
Produção e Fabrico ................................................................................................... 6
Distribuição e vendas ............................................................................................... 7
Utilização dos Telemóveis ......................................................................................... 8
Manutenção e Reparação ......................................................................................... 9
Fim de vida útil ....................................................................................................... 10
Recolha e Reciclagem ............................................................................................. 11
Eliminação Segura .................................................................................................. 12
Reutilização e Recondicionamento.......................................................................... 13
Conclusão ............................................................................................................... 14
Bibliografia ............................................................................................................ 15

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Introdução

Os telemóveis tornaram-se elementos essenciais na vida humana, desempenhando um


papel crucial na nossa comunicação, produtividade, entretenimento e até mesmo na
forma como interagimos com o mundo à nossa volta. A sua rápida evolução tecnológica,
fez deles não apenas uma ferramenta de utilidade prática, mas também como um objeto
de estudo importante no contexto da sustentabilidade e dos impactos ambientais.

Este trabalho tem como base fornecer uma análise aprofundada do ciclo de vida de um
telemóvel, desde os primeiros telemóveis fabricados até aos atuais smartphones,
abordando todas as suas fases, desde a extração de matérias-primas até ao uso,
manutenção e o fim de vida útil. Ao longo deste trabalho, iremos explorar as implicações
ambientais e sociais de cada uma destas etapas e discutir as práticas sustentáveis que
podem ser adotadas para minimizar os impactos negativos causados pelos telemóveis.
Ao compreendermos o ciclo de vida destes dispositivos que se tornaram tão comuns,
poderemos tomar decisões informadas sobre como produzir, utilizar e descartar
telemóveis de maneira mais responsável e sustentável.

O trabalho desenvolvido permite aos leitores entender o


ciclo de vida dos telemóveis de forma a estes, muitos
deles utilizadores desta ferramenta tão útil, poderem
adaptar os seus hábitos diários, enquanto utilizadores,
de forma saudável, mais consciencializados.
Bem como os fabricantes destes dispositivos, numa era
de emergência climática, nunca foi tão importante
adequar o fabrico de forma sustentável.

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Evolução dos telemóveis

No dia 3 de abril de 1973 foi apresentado ao mundo o primeiro telemóvel, um Motorola


DynaTAC 8000X pelo engenheiro eletrónico Martin Cooper e foi lançado ao publico no
ano de 1984.
Diferente dos atuais telemóveis, o DynaTAC 8000X apresentava um display de apenas
uma linha e teclas, tinha 33cm de comprimento, 4,5 de largura e 8,9 de grossura e
pesava perto de 800g. A introdução deste equipamento eletrónico veio a revolucionar
o mercado e o quotidiano de milhares de pessoas, possibilitando uma nova forma de
comunicação.
Após a introdução no mercado deste primeiro modelo, foram introduzidas, ao longo do
tempo, diversas atualizações, melhorias e inovações, entre as quais, as mais marcantes:

• 1992: Primeiro telemóvel PDA (Personal digital assistant);


• 1996: Primeiro telemóvel flip;
• 1998: Primeiro telemóvel com ecrã a cores;
• 2000: Primeiro telemóvel Bluetooth;
• 2001: Primeiro telemóvel com Internet;
• 2002: Primeiro smartphone e telemóvel com camara;
• 2007: Aparição dos smartphones Apple e telemóveis com touchscreen;
A partir de 2012 até hoje os telemóveis não apresentaram evoluções significativas,
apenas pequenas melhorias em termos de hardware.
Diferente dos primeiros telemóveis, os atuais apresentam dimensões significativamente
menores e um peso inferior a 500g, tornando-os assim mais fácies de transportar. Para
além disso, o telemóvel atualmente apresenta mais funções para alem de permitir a
comunicação entre pessoas a grandes distâncias, como por exemplo, acesso à internet,
redes sociais, possibilidade de gravar vídeos e fotografar, entretenimento e, em vários
casos, é utilizado como auxiliar de trabalho para algumas pessoas.

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Extração de Matéria-Prima

O fabrico de telemóveis tem como ponto de partida o processo de extração de matérias-


primas, como minerais, metais e plástico. A extração destas matérias-primas,
fundamentais para a execução de todas as funcionalidades de um “smartphone”, tem
diferentes impactos no meio ambiente, que vão desde a emissão de gases de efeito
estufa e poluição até graves violações de direitos humanos.
Atualmente, para a montagem de um telemóvel, são necessários mais de 70 materiais
diferentes, entre os quais, aproximadamente 50 são metais, o que corresponde ao
dobro do material usado para fazer um telemóvel antigo.
Composição de um telemóvel:

• 30 a 35% - material plástico e sintético, usado para a estrutura do equipamento


e como isolantes entre circuitos;
• 15 a 20% - cobre, usado em placas de circuito;
• 10 a 15% - lítio, magnésio, carbono, entre outros;
• 10 a 15% - vidro e/ou cerâmica, relacionados com o ecrã;
• +/- 0.5% - metais preciosos, como o ouro, prata, platina, usados para condutores
de energia elétrica e térmica;
• 0.1% - metais raros, como ítrio, tungsténio,
európio, usados para melhorar o desempenha
parte eletrónica devido á sua condutividade e
magnetismo.
Após a analise, verificamos que um telemóvel é composto por vários elementos
considerados valiosos para a indústria. Tendo especial atenção nos metais raros, cuja
extração é extremamente difícil, cara e poluente, envolvendo muitas vezes escravidão
e trabalho infantil.
Quando se fala em atividades de mineração, estes estão diretamente relacionados com
a destruição de terras que causam grandes impactos no ambiente, como a
desflorestação, a poluição excessiva do solo, da água e do ar podendo causar graves
problemas de saúde. Temos o exemplo da extração de lítio, também conhecido como
“ouro branco”, extraído na região da América do Sul, englobando a Argentina, Bolívia e
Chile, em que a extração deste mineral contribuiu para a diminuição da quantidade de
água doce que esta disponível para estas populações e pondo em risco colónias de
flamingos, dando origem a um desastre ambiental.
Em 2021 a Apple cancelou contrato com algumas empresas de extração minera, esta
contem um código de conduto rígido perante os fornecedores deste setor. As envolvidas
em questão, encontravam-se em conflitos militares, condições de trabalho irregulares,
falta de cuidados com os mecanismos de sustentabilidade, entre outros. Contudo a
melhor maneira de reduzir o desperdício de recursos naturais, era aumentar a vida útil
dos aparelhos e reaproveitar os seus componentes.

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Produção e Fabrico

A produção e fabrico de um telemóvel envolve várias etapas, incluindo o design,


fabricação de componentes e montagem dos componentes.
Grande parte dos fabricantes começam por criar esboços, modelos e começam por
idealizar possíveis características que podem equipar um telemóvel (por exemplo
entrada de fones). Esta primeira fase tem também como objetivo determinar o peso, o
tamanho e a facilidade de manuseio, sabendo que um telemóvel deve ser algo pratico.
Após a realização de vários esboços as equipas responsáveis decidem quais se tornarão
protótipos. Normalmente estes protótipos são para efeitos visuais e não funcionais, em
que são criados de plástico e materiais reutilizáveis.
Após a criação do protótipo, vem a parte da engenharia, onde os engenheiros decidem
que componentes eletrónicos são necessários, sendo a parte eletrónica fundamental de
um telemóvel. São estes que processam toda a informação, por exemplos a realização
de chamadas e informações de localização entre outros. Em geral, existem três
componentes principais, a bateria, o ecrã e um circuito que controla o ecrã e receção do
sinal. Um telemóvel também precisa de um hardware e um software, normalmente cada
fabricante tem o seu próprio software, sendo este projetado por vários programadores
com a função de desenvolver o design da interface, operações básicas e avançadas entre
outras que equipam um telemóvel.
Por fim temos a fabricação e montagem. Cada peça que equipa um telemóvel é criada
separadamente. Inicialmente é feito o invólucro para o telemóvel, normalmente feita
de plástico. Segue-se a fabricação da placa de circuito, que contem o software (sistema
operacional), esta é fixa no invólucro com parafusos. Em seguida adiciona-se o resto dos
componentes, ecrã, microfone, câmaras, entre outros. Depois de maioritariamente
finalizado, o telemóvel é transferido para uma área de testes onde se efetua a
montagem da bateria, e realiza os testes necessários para ver se o telemóvel esta
operacional e pronto para ser embalado.

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Distribuição e vendas

Atualmente, na sociedade, qualquer pessoa nos quatro cantos do mundo possui um


telemóvel próprio.
Em países desenvolvidos é banal uma pessoa gastar algumas centenas de euros num
telemóvel, todos estão habituados a que o omnipresente aparelho cumpra várias
funções. Em países de 3º mundo onde, muitas vezes, as necessidades básicas não estão
garantidas, como o acesso a água potável, essencial à sobrevivência de qualquer ser
vivo; habitação com condições dignas de habitabilidade ou o direito à escolaridade, é
prioridade adquirir um smartphone com acesso a internet. Ferramenta de comunicação,
trabalho ou laser imprescindível no dia a dia.
A indústria comercializadora de telemóveis tem sofrido alterações nos canais de
distribuição disponíveis para disponibilizar os seus produtos ao consumidor. Além dos
métodos tradicionais de venda, lojas físicas tradicionais e operadoras de
telecomunicações, a venda online deste tipo de produto é cada vez mais significativa e
preferida pelos consumidores. Ambas as opções apresentam vantagens e desvantagens.
As lojas físicas oferecem ao consumidor a oportunidade de ver, tocar e testar os
dispositivos antes da compra, crucial para criar uma experiência completa no processo
de venda. As lojas online desempenham um papel importante na venda dos telemóveis,
permitindo aos consumidores comparar preços e funcionalidades com facilidade,
oferecendo uma ampla variedade de opções.
O mercado global apresenta cada vez mais desafios, diversidade e complexidade,
apresentando características diferentes em cada região do mundo. A estratégia de
marketing desempenha, um papel fundamental na promoção do seu produto,
envolvendo publicidade, eventos de lançamento de novos produtos, parcerias e
promoções. A regulamentação altera de país para país, afetando os padrões de
dispositivo e a acessibilidade a diferentes modelos. Os fabricantes coordenam uma
complexa cadeia de distribuição dos seus telemóveis, incluindo transporte e
armazenamento.
As alterações climáticas exigem que o impacto ambiental do processo de distribuição e
vendas seja reduzido. O transporte de telemóveis contribui para as emissões de
carbono. As empresas têm a obrigação de procurar soluções mais sustentáveis, como
por exemplo, o transporte marítimo de baixas emissões. As embalagens dos produtos
também são uma preocupação ambiental significativa, muitas empresas estão a adotar
embalagens mais sustentáveis e recicláveis.

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Utilização dos Telemóveis

A origem dos telemóveis teve como objetivo permitir a comunicação à distância entre
pessoas, esta inovação mostrou-se essencial como peça chave para a globalização.
Na atualidade, os telemóveis permanecem essencialmente como dispositivos de
comunicação, no entanto, devido á evolução tecnológica, os telemóveis ficaram mais
“inteligentes”, dando origem aos smartphones, sendo estes mais complexos e
sofisticados, sendo este o tipo de telemóvel mais utilizado atualmente.
Os smartphones para além das típicas chamadas de voz e mensagens de texto,
abrangem muitas outras funcionalidades, tornou-se num instrumento de trabalho e
lazer, sendo utilizado ao longo do dia para diversas tarefas, sejam elas enviar mensagens
de texto ou de voz, tirar fotografias (possuindo câmaras cada vez com mais qualidade,
substituindo em muitas ocasiões as típicas máquinas fotográficas), consultar a agenda,
entretenimento, ouvir músicas, consultar o mail, efetuar compras online, consultar
dados bancários, entre muitas outras funcionalidades, tudo isto realizado num simples
ecrã, mas com muita tecnologia por trás.
Como consequência as nossas relações interpessoais são crescentemente mantidas a
nível digital, alterando e transformando os comportamentos da população mundial. Em
média, cada pessoa, olha 150 vezes para um telemóvel ao longo do dia, acordando e
adormecendo no telemóvel, demonstrando o impacto que os telemóveis têm na vida
pessoal.
Esta conectividade 24/7 traz
intrínseca desafios associados
à dependência excessiva de
telemóveis, como a
necessidade de equilibrar o
seu uso com o bem-estar
mental. O vício do telemóvel
está presente em várias faixas
etárias e sobretudo nos
adolescentes.
Apesar de não estar definido oficialmente como uma adição comportamental, diversos
estudos têm caracterizado o vício em telemóveis de forma semelhante a outras
dependências, obrigando a sociedade atual a combater esta tendência de forma a
diminuir os problemas mentais associados a este vício.

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Manutenção e Reparação

O telemóvel, ao longo da sua vida útil, como qualquer outro dispositivo eletrónico, pode
apresentar avarias e para evitar descartar o aparelho deve-se proceder a reparações e
manutenções, permitindo manter o bom funcionamento do dispositivo e prolongar a
sua vida útil. Para alem disto, um diagnóstico atempado pode prevenir agravamento de
outros problemas ou até mesmo situações mais graves que tornem a reparação
impossível.
Estes tipos de reparações podem ser em relação a:

• Baterias: Os problemas de bateria influenciam o desempenho do telemóvel


(descarga rápida da bateria, aplicações lentas, inchaço da bateria). Trata-se de
um componente que, na maioria dos casos, é fabricado em lítio, uma tecnologia
ainda em desenvolvimento e altamente sensível. Assim a troca da bateria por
uma nova é necessária para o bom funcionamento do dispositivo;
• Ecrãs: Os problemas de ecrãs são danos físicos mais comuns em telemóveis. São
facilmente detetáveis e fáceis de reparar. Ecrãs partidos/rachados, falta de
sensibilidade de toque do ecrã, má qualidade de imagem são exemplos de
problemas relacionados com o ecrã são exemplos de problemas de ecrã. Para
além do mais um ecrã partido pode trazer outros problemas como a entrada de
água e poeiras no dispositivo pelas rachaduras, danificando o interior do
dispositivo, podendo até o tornar obsoleto;
• Danos de componentes interiores (CPU, motherboards e outros componentes):
Danos nos componentes interiores são dos danos que mais causam estrago, mais
difíceis de reparar e são dos mais caros em termos de conserto. Danos líquidos,
por exemplo, podem completamente destruir a motherboard de um dispositivo,
tornando-o inútil e obrigando o consumidor a comprar um novo;
• Danos do software: A utilização de um antivírus ou de um programa que garanta
o bom funcionamento do software do dispositivo também promove uma vida
útil maior. A presença de malware no telemóvel pode provocar a incapacidade
da sua utilização e até mesmo pode provocar problemas em termos de
hardware. Em casos dentes deve-se, o mais rapidamente possível, remover a
ameaça do telemóvel e/ou reinstalar o sistema operativo (hard-reset) de forma
a repor o dispositivo nas configurações de fabrico,
• Outros danos (Sensores, botões, som, etc.)
Para evitar este tipo de ocorrências o utilizador deve proceder a uma manutenção
preventiva do equipamento, como por exemplo: a limpeza do dispositivo; Back-up dos
dados em caso haja a necessidade de fazer um hard-reset; Atualização do software,
tornando-o menos vulnerável a vírus; Utilização de proteção como capas, pelicular, etc.

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Fim de vida útil

Em Portugal, um telemóvel tem garantia de 3 anos, como todos os aparelhos


eletrónicos, isto significa que em média um telemóvel tem pelo menos uma duração de
três anos após a sua compra.
São vários os fatores que condicionam o tempo de vida médio para um telemóvel, e é
claro que não existe uma resposta definitiva. Sendo alguns como, as atualizações, o
envelhecimento do hardware, saúde da bateria.
Atualizações – As atualizações são muito importantes para os telemóveis, pois trazem
novidades, fazem correções no sistema e melhoram a experiência do utilizador;
Envelhecimento do Hardware – O hardware é a parte física do telemóvel, como
camaras, memória RAM, bateria, etc. E com o tempo estes componentes vão deixando
de ter capacidade para aguentar as novas atualizações do sistema, acabando por
prejudicar o funcionamento do equipamento;
Bateria – Outro fator é a duração das baterias, estas são feitas de componentes
químicos e com o passar do tempo sofrem um envelhecimento natural com as cargas e
descargas dos telemóveis, chegando a durar de 1 a 5 anos, mas claro, conforme o uso.
Os telemóveis têm uma durabilidade média de 3 anos, sendo inferior ao tempo
esperado e desejado pelos consumidores para estes trocarem de aparelhos. E uma das
razões para tal acontecer, é a obsolescência
programada, ou seja, as marcas proporcionam
menos tempo de vida aos equipamentos, para
aumentar as vendas. No entanto a obsolescência
programada afeta vários produtos de múltiplos
setores, como os eletrodomésticos, os têxteis e os
telemóveis que começam a ficar lentos e começam
a falhar depois de passar o tempo de garantia.
Praticamente todos os fabricantes de telemóveis adotaram essa prática, e quando
começa a ficar lento ou a dar problemas, o pensamento normal do utilizador, é que é
normal tal acontecimento, e quando se vai saber os custos da reparação, esta pode
custar até 40% (depende da reparação) do que gastaria a comprar um telemóvel novo,
dando que pensar ao consumidor, que normalmente optam por comprar um novo,
tornando assim num ciclo vicioso. Contudo já há países a aplicar multas a algumas
marcas que praticam obsolescência programada, como por exemplo, Itália impôs uma
multa de cinco milhões de euros as Samsung e outra de dez milhões a Apple por
forçarem os clientes a atualizar os softwares tornado os telemóveis mais lentos. Da
mesma maneira, França foi o primeiro país da Europa a introduzir medidas para diminuir
esse tipo de práticas, pois não podem ser mantidas já que exigem o uso de recursos
naturais finitos, gerando assim grandes quantidades de resíduos.

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Recolha e Reciclagem

Informações obtidas pela ONU indicam que a reciclagem abrange menos de 20% dos
telemóveis produzidos globalmente. Mantendo estes hábitos, daqui a duas décadas, as
tecnologias de comunicação serão responsáveis por 14% da pegada ecológica global.
Todos os anos, milhões de telemóveis deixam de ser usados, cujo quais simplesmente
são guardados numa gaveta ou mandados para o lixo indiferenciado, são poucos os
telemóveis que são reciclados corretamente. “Os telemóveis, à semelhança de outros
equipamentos elétricos, são uma autêntica mina de recursos, que se encontram num
estado muito mais puro do que na natureza. Todos estes materiais são reciclados e
reintroduzidos em novas cadeias de abastecimento” Pedro Nazareth. A componente
eletrónica de um telemóvel é composta por vários materiais preciosos como ouro, cobre
e prata, a capa do telemóvel tem elementos de carbono, que podem ser reutilizados na
produção de calçado por exemplo. Ao se fazer a reciclagem de um telemóvel
corretamente, estamos a pôr em marcha a economia circular, aproveitando recursos já
disponíveis e evitando a extração de matérias-primas em bruto.
Em Portugal, já verificamos retalhistas como a FNAC e a Worten, que têm programas de
recolha de telemóveis usados, com a vantagem de em alguns casos o cliente receber
dinheiro á troca. Alguns dos equipamentos que são recolhidos ganham uma nova vida
ao ser recondicionados, voltando a ser vendidos pelo preço de 60% face ao custo de um
telemóvel novo. Quando já não é possível realizar este processo, apos a recolha, os
equipamentos são direcionados para centros de receção, onde se procede a separação
por categorias e subcategorias, seguem depois para centros de tratamento onde os
resíduos sofrem diversos processos de descontaminação e reciclagem, separando por
exemplo os metais e os plásticos.
Mas por outro lado, quando não se faz corretamente a reciclagem, e se descarta como
se fosse lixo normal, os efeitos que os resíduos eletrónicos podem ter sobre os humanos
são devastadores, pois não é um lixo normal, estes contêm algumas
substâncias muito toxicas tais como mercúrio, chumbo, arsénio, etc.
e retardadores de chama bromados, que quando queimados a
baixas temperaturas eles libertam toxinas adicionais como dioxinas
halogenadas e furanos sendo algumas das substancias mais toxicas
de que há conhecimento. Estas substâncias são propicias a causar
cancro, disfunções reprodutivas, desregulação e outros problemas de saúde.
Ao reciclar, economizamos energia, diminuímos a poluição, reduzimos as emissões de
gases de efeito estufa e preservamos recursos ao extrair menos matérias-primas do
solo.

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Eliminação Segura

As empresas especializadas na recolha e eliminação de dispositivos móveis geralmente


seguem um processo ecologicamente consciente. Embora o procedimento possa variar
um pouco de empresa para empresa, a maioria inclui as seguintes etapas:

• Recolha de dispositivos: As empresas recolhem os dispositivos usados de várias


fontes, como doações, programas de recompra, reciclagem eletrônica e, às
vezes, diretamente de clientes ou empresas que desejam descartar os seus
antigos dispositivos;
• Triagem e avaliação: Após a recolha, os dispositivos são submetidos a uma
triagem e avaliação inicial para determinar o estado de cada aparelho. Isso ajuda
a classificar os dispositivos em categorias, como dispositivos reutilizáveis, com
defeitos que precisam de reparo ou devem ser desmontados para reciclagem.
• Reparação e recondicionamento: Os dipositivos que apresentem condições para
serem reutilizados são sujeitos a reparos e recondicionamentos, em que as peças
com defeitos são substituídas, realiza-se limpezas profundas e reinstalação de
um software atualizado;
• Desmontagem para reciclagem: Dispositivos que não podem ser consertados ou
recondicionados são desmontados para serem reciclados. Os componentes
eletrônicos, como motherboards, CPUs, baterias, câmaras e telas, são separados
e reciclados de acordo com as diretrizes ambientais.
• Eliminação segura de dados: Elimina-se os dados do antigo consumidor de forma
a garantir que nenhuma informação confidencial e pessoal possa ser acedida.
• Reciclagem de materiais: O material reciclável, como plásticos, metais e vidro, é
enviado para instalações de reciclagem especializadas. Isso contribui para a
diminuição do desperdício de recursos e para a redução do impacto ambiental.
• Disposição adequada de resíduos: Componentes toxicas, como baterias, são
descartados de acordo com as normas ambientais, como por exemplo a Diretiva
n.º 2012/19/UE
• Relatórios e documentação: Muitas empresas de reciclagem fornecem
relatórios detalhados sobre o processo de eliminação e reciclagem, garantindo
transparência e conformidade com as regulamentações.
• Certificações ambientais: Alguns departamentos procuram certificações
ambientais, como a ISO 14001, para demonstrar seu compromisso com práticas
sustentáveis e responsáveis de reciclagem eletrônica.
Para garantir que os dispositivos sejam tratados de maneira ambientalmente
responsável e que os dados pessoais do prévio dono sejam removidos de forma
segura, é fundamental escolher empresas de reciclagem e eliminação de dispositivos
móveis que cumpram regulamentos rigorosos. A eliminação responsável de
dispositivos móveis depende da conformidade das empresas com as leis ambientais
locais e internacionais.

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Reutilização e Recondicionamento

A reutilização e o recondicionamento de telemóveis são práticas cruciais para reduzir o


desperdício eletrônico e prolongar a vida útil desses dispositivos.
Reutilização de Telemóveis:

• Revenda ou Doação: Quando um telemóvel ainda está funcionando, mas seu


proprietário original não o utiliza mais, existe a opção de revendê-lo ou doá-lo.
Isso permite que outra pessoa continue utilizando o dispositivo, prolongando sua
utilidade.
• Programas de Troca: Muitos fabricantes e operadoras oferecem programas em
que os clientes podem entregar seus telefones antigos em troca de um desconto
na compra de um novo dispositivo. Os telefones usados podem ser renovados e
revendidos.
• Empresas Especializadas em Reciclagem: Existem empresas especializadas em
adquirir telefones usados, restaurá-los e vendê-los no mercado.
Recondicionamento de Telemóveis:

• Renovação: Esse processo envolve a limpeza, reparo e atualização dos


componentes dos telefones usados. Eles passam por uma verificação para
garantir que funcionem corretamente, substituindo-se quaisquer peças
defeituosas.
• Atualizações de Software: Os telefones recuperados podem receber
atualizações no software para melhorar o desempenho e a segurança. Isso
também pode estender sua vida útil.
• Embalagem Renovada: Geralmente, os telefones recuperados são embalados
novamente em embalagens renovadas e atrativas, frequentemente
acompanhadas por garantias limitadas.
• Certificações de Qualidade: Algumas empresas que se dedicam ao processo de
recondicionamento obtêm certificações de qualidade como forma de assegurar
que os smartphones recondicionados atendam a exigências específicas quanto
ao desempenho e à qualidade.
O recondicionamento de telemóveis é uma maneira eficaz de reduzir o desperdício
eletrónico e o impacto ambiental associado à produção de novos dispositivos. Além
disso, a reutilização e recondicionamento de telemóveis oferecem opções econômicas
para consumidores que desejam dispositivos funcionais a preços mais acessíveis.
Além disso, a recondicionamento ajuda a reduzir a demanda por novos telemóveis, o
que, por sua vez, contribui para a conservação de recursos naturais e a redução da
pegada de carbono associada à fabricação de dispositivos eletrónicos.

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Conclusão

Por fim, podemos verificar que a evolução dos telemóveis é notória e drástica, uma das
invenções da história que mais alterações trouxe ao quotidiano da atual sociedade. Num
século de inovações tecnológicas, espera-se que estes dispositivos continuem a ganhar
novas funcionalidades e capacidades de forma a auxiliar os utilizadores nas diversas
atividades e tarefas diárias.

Teremos de reinventar e solucionar rapidamente a produção e o fabrico dos telemóveis,


uma vez que a mesma, utiliza vários recursos naturais finitos, processos de fabrico
demasiado poluentes. As empresas terão de realizar uma reflexão moral, e balancear os
custos e lucros de maneira que esta indústria extinga finalmente neste setor a mão de
obra infantil. Aguarda-se esperançosamente por novas soluções!

Esta rápida evolução para além de todas os pontos positivos que oferece, exige também,
por parte da população o equilíbrio e a gestão da utilização destes equipamentos.
Combater a dependência dos telemóveis nos jovens, limitando a sua utilização em
contexto escolar, uma vez que a sua utilização pode implicar alguns riscos, relacionados
com a exclusão social ou excessiva dependência da tecnologia.

Os telemóveis deverão ter a sua vida útil estendida ao máximo, de forma a minimizar ao
máximo o desperdício e o descarte destes equipamentos, apostando na sua
manutenção e reparação, como também na compra e venda de telemóveis
recondicionados. O fim de vida destes equipamentos carecem de alguns cuidados,
nomeadamente no processo de recolha e reciclagem para que se realize uma eliminação
segura dos mesmos.

Conclui-se que esta inovação pode ainda sofrer diversas melhorias no futuro,
maximizando e melhorando o ciclo de vida dos telemóveis.

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Bibliografia

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