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NEGÓCIOS
Introdução
Os tempos atuais apresentam desafios para todas as pessoas que estão no
mercado de trabalho, tanto para os empresários como para os funcionários.
O proprietário de empresa precisa repensar o seu negócio, visto que, a
todo instante, surgem novas empresas, muitas das quais são as start-ups,
que surgem com propostas inovadoras e atraentes. Algumas start-ups estão
mudando mercados ou criando novos, e o resultado é que as empresas
que não estão atualizadas acabam por perder essa concorrência.
Os funcionários — elementos estratégicos componentes de start-ups
da mais alta relevância para o sucesso do negócio emergente — precisam
desenvolver habilidades que sejam aplicadas com proatividade, a fim
de serem um importante e fundamental elemento de diferenciação das
empresas nas quais estão empregados. Se as equipes de trabalho não
têm espaço e incentivo para exercer as suas capacidades, ou se estão
acomodadas em suas funções, os empregos ficam em risco, na medida
em que a empresa pode ser submetida a uma concorrência com dife-
renciais no valor entregue aos consumidores, guiada por um sistema de
gestão dinâmico que gera vantagens competitivas.
A tecnologia vem se desenvolvendo em uma velocidade nunca antes
vista na humanidade, conduzida por pessoas dispostas a aprender a cada
situação pela qual passam na vida pessoal e profissional. O método de
gestão de start-ups pode ser aperfeiçoado com o uso de instrumentos e
técnicas que surgem a todo o momento, podendo ser moldado a cada
situação. Essa característica, chamada de modelagem de negócios, guiou
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SON, 2011, p. 132). Segundo Bruce Horn (apud ISAACSON, 2011), um dos
engenheiros envolvidos no desenvolvimento do Macintosh, o computador
responsável por alçar a Apple a um patamar inovador, Steve Jobs conseguiu
ser um expoente que, somado a um conjunto de alterações sistêmicas de ordem
cultural, tecnológica, política, ambiental, social e legal, provocou mudanças
que ainda estão em curso nas realidades das gerações atuais e futuras.
É evidente que não é preciso ter a mesma história de vida de Steve Jobs
para que uma pessoa se sinta impulsionada a buscar um propósito. A busca por
um propósito não implica ter uma infância difícil ou ter passado por alguma
situação delicada, mas sim está relacionada com a maneira como a pessoa
se relaciona consigo mesma, com o seu meio e com as situações pelas quais
passa ao longo da sua vida.
Carol Dweck (2017) chamou esse tipo de comportamento de mentalidade de
crescimento. A autora afirma que “[...] esse mindset de crescimento se baseia
na crença de que você é capaz de cultivar suas qualidades básicas por meio de
seus próprios esforços” (DWECK, 2017, p. 15) e complementa afirmando que:
Ries é um dos principais autores da atualidade que têm como propósito defender
um novo sistema de gestão. A sua obra A Startup Enxuta faz parte de um conjunto
de obras que apresentam metodologias e técnicas (Business Model Canvas, Customer
Development, metodologias ágeis) que orientam o desenvolvimento de start-ups.
Todas essas metodologias e técnicas têm em comum o método científico. O que elas
têm de diferencial em relação ao método científico, porém, é que elas cumprem uma
missão fundamental: tornam o método científico aplicável às suas realidades por serem
flexíveis, customizáveis e de fácil compreensão para pessoas com qualquer formação.
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declaração do problema;
elaboração de hipóteses;
realização de experimentos;
mensuração dos resultados;
análise do processo;
decisão.
Desse modo, percebe-se uma mudança que pode parecer banal, porém trata-
-se de uma significativa atualização de mentalidade, alterando todo o sistema
de gestão tradicional. Se antes o foco era produzir produtos e vendê-los, com
essas novas formas de orientação da gestão organizacional, agora passa a ser o
cliente. Quanto mais ele participar do processo, menos erros há e maiores são os
resultados. Por exemplo, pense no seu smartphone. É um produto físico. Se você
reparar na frequência com que os modelos são atualizados — a todo instante
existe um lançamento de um aparelho promissor, com novas funcionalidades
e geralmente acompanhado de um novo design —, perceberá que está em ação
um sistema de gestão empresarial com entregas variadas e frequentes (testes de
hipóteses), incluindo o cliente para orientar as empresas sobre quais aparelhos
continuam no mercado e quais são descontinuados. Agora, pense no software
do seu smartphone. É um serviço. Se você reparar na frequência com que ele é
atualizado, perceberá que há um sistema de gestão mais atual, que está sempre
entregando melhorias, medindo resultados e aprendendo o que deve continuar
tendo os esforços e o orçamento que a empresa destinou. Com base nisso, a
empresa toma a decisão de continuar ou descontinuar o serviço o quanto antes,
destinando os recursos para um novo ciclo, se o caso for de descontinuidade.
Existem diversos livros com instrumentos que orientam a mudança de
paradigma em empresas tradicionais ou como construir um sistema de gestão
em empresas nascentes, como os de autoria de Osterwalder, que estão repletos
de estruturas que orientam equipes a trabalhar com clientes na construção
da solução para problemas que talvez nem os clientes tenham percebido. Nas
palavras de Osterwalder et al. (2014, p. 15): “[...] a essência [...] é implantar
ferramentas na busca desordenada de propostas de valor desejadas pelos clientes
e, mais adiante, mantê-las alinhadas com aquilo que querem”.
Em outras palavras, o fundamental é a implementação de alguns desses
novos instrumentos, adaptados ou não às mais diferentes realidades organi-
zacionais, de forma a orientar a geração de ideias e a construção de soluções
que, de fato, agreguem valor à razão da existência das organizações empre-
sarias: seus clientes. Ao encontrar soluções, a empresa deve incluí-las em
seus processos, para que sejam alinhadas com os objetivos contidos no plano
empresarial e com as expectativas de seus clientes.
Os livros de Alexander Osterwalder possuem instrumentos que interagem
com o processo de desenvolvimento de clientes, de Steve Blank, com a start-up
enxuta, de Eric Ries, e com as metodologias ágeis. É a primeira vez na história
das ciências da administração que há um arcabouço literário que orienta a
atualização e a construção de um sistema de gestão empresarial na era das
mais avançadas tecnologias que a humanidade já criou e que está criando.
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recursos para produzi-lo (teste da hipótese 1), bem como apresentar evidências
de que esse protótipo de jogo possui condições de gerar receitas escaláveis.
Contudo, antes das decisões, é preciso ter elementos que apontem resulta-
dos para os empreendedores. Esses elementos são os indicadores (métricas),
que devem ser definidos antes de os testes começarem. Em outros termos, os
empreendedores precisam saber o que querem e o que precisam medir para
orientar suas decisões, a fim de reduzir os riscos de tomada de decisão ineficaz.
Ao analisar o contexto de um start-up de tecnologia de sucesso, é possível
aprofundar a compreensão quanto à relevância de um sistema de gestão ágil,
adaptável e focado nas pessoas. O caso do Nubank é exemplar. O Nubank é
uma start-up de base tecnológica que tem como propósito a oferta de servi-
ços financeiros. Fundada em 06 de maio de 2013, com sede em São Paulo, a
empresa iniciou suas atividades atuando como operadora de cartão de crédito
(ROSA et al., 2017).
Rosa et al. (2017) apontam que seu produto inicial era um cartão de crédito
Nubank Mastercard, sem mensalidade ou anuidade. Desde o início, o cartão
fez sucesso porque satisfazia aos interesses de consumidores que normalmente
pagavam por taxas exorbitantes e sofriam com o atendimento burocrático,
que prestava poucas informações e explicações para tornar possível um maior
controle sobre os gastos registrados nas faturas. Com uma tecnologia moderna
e amigável, de uso simples, seguro e que possibilita a resolução de problemas
de forma fácil por meio do smartphone, a empresa ganhou espaço no mercado
e na mídia rapidamente. Em 2019, a Nubank chegou aos 20 milhões de clientes,
constituindo-se na sexta maior instituição financeira do Brasil.
Com base na estrutura do método científico, as informações da Nubank
são decompostas da seguinte forma:
Declaração do problema:
■ como criar uma fintech com diferenciais competitivos em relação
aos bancos tradicionais?
Elaboração de hipóteses:
■ criar um cartão de crédito sem mensalidade, anuidade ou qualquer
outra taxa de administração;
■ constituir uma equipe de atendimento treinada para prestar um ser-
viço humanizado;
■ envolver os clientes na cocriação de valor.
Realização de experimentos:
■ estabeleceu parceria com uma das maiores corporações globais que
oferta soluções em pagamentos;
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BLANK, S. Startup: manual do empreendedor o guia passo a passo para construir uma
grande companhia. Rio de Janeiro: Alta Books, 2014.
BOCK, L. Um novo jeito de trabalhar. Rio de Janeiro: Sextante, 2015.
BROWN, T. Design thinking: uma metodologia poderosa para decretar o fim das velhas
ideias. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.
DWECK, C. Mindset: a nova psicologia do sucesso. São Paulo: Objetiva, 2017.
ISAACSON, W. Steve Jobs: a biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.
OSTERWALDER, A. et al. Value proposition design. São Paulo: HSM do Brasil, 2014.
RIES, E. O estilo startup. Rio de Janeiro: Sextante, 2019.
RIES, E. A startup enxuta: como os empreendedores atuais utilizam a inovação contínua
para criar empresas extremamente bem sucedidas. São Paulo: Lua de Papel, 2012.
ROSA, S. C. et al. Práticas de gestão que aliam a cocriação de valor e experiência do
usuário: uma análise da Startup Nubank no mercado brasileiro. Revista de Gestão,
Finanças e Contabilidade, v. 7, n. 2, 2017. Disponível em: https://www.revistas.uneb.br/
index.php/financ/article/viewFile/3145/2386. Acessos em: 17 mar. 2020.
SCHREIBER, D. et al. No jogo do mercado: o caso de uma startup gaúcha. Revista Ele-
trônica de Administração, v. 22, n. 2, 2016. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.
php?script=sci_arttext&pid=S1413-23112016000200543&lng=pt&nrm=iso. Acessos
em: 17 mar. 2020.
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