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Descrição do manto de Nossa Senhora de Guadalupe

POR PROF. FELIPE AQUINO12 DE DEZEMBRO DE 2017DOUTRINA E TEOLOGIA

As nações indígenas da América (maias, astecas e outros) se comunicavam com


imagens e sinais codificados que unificaram suas línguas.

O Ayate (Tilma de Juan Diego) – Foi fabricado de “Ixtle” – fibra de maguey, e mede
1,68 x 1.05 e sua textura aberta é a mais inadequada para uma pintura. Além disso a
sagrada imagem esteve sem proteção de um vidro por mais de 116 anos; são poucas
as deteriorizações que sofreu. Do ayate de S. Juan Diego nasce um novo povo; unido
por nossa Patrona Santa Maria de Guadalupe.
Importância da data da aparição – No ano de 1531, ano da aparição de Na. Sa. de
Guadalupe, chamado em Náhuatl (língua indígena) “Ano Matlactli ihuan yei Actl” que
quer dizer “Ano 13 carrizo” que vai de 2 de fevereiro de 1531 a 1 de fevereiro de 1532
é um anos especial. E em 1531 aconteceu a conjugação de Vênus – Quetzalcóatl tendia
à plenitude da trezena de dias e a trezena de anos; para o Tenochca o número 13 é o
numero perfeito, cheio de plenitude; é o nascimento do Sol.
A pintura – O erudito alemão Richard Kuhn em 1938, a pedido do Dr. Ernesto Sodi
Paliares, descobriu que a pintura não tem corantes de tipo mineral, vegetal ou animal
e que no século XVI não se conheciam os corantes sintéticos. “Surpreendente”. “Na
tilma do pobre Juan Diego… pincéis que não são deste mundo deixaram pintada uma
imagem dulcíssima”, descreveu o papa Pio XII.
Cabelos da Virgem – É de cabelo solto com uma divisão ao meio, que assim usavam
as moças virgens, já que as indígenas casadas o usavam com duas tranças
entrelaçadas dos dois lados.
Olhos da Virgem – Por meios científicos de uso de técnicas mais modernas de
computação digital o Dr. J. Aste Tonsman descobriu a presença de 13 pessoas em
ambas as córneas dos olhos da Virgem. O pequeno diâmetro das córneas e o material
rústico do ayate tornam impossível de pintar esses detalhes com as mãos do homem.
O Rosto da Virgem – Seu rosto não é espanhol nem indígena, mas mestiço, de uma
jovem ao redor dos 16 anos; é uma nobre profecia sobre a fusão de duas raças; em
1531 não havia jovens mestiças dessa idade. Entre os indígenas olhar de frente era
ofensa, por isso ela não nos está olhando de frente, mas com a cabeça inclinada, que
significa em náhuatl “itla toloa” e nos diz que não somos seus escravos, que sempre
está pensando em nós e nos ama.
Raios – Há uma aura luminosa que rodeia a Virgem, como se saísse do seu ventre.
Raios de Sol anunciando a chegada de Jesus Cristo, o Filho de Deus. Para os Tenochcas
o “ollin Tonatiuh” (Sol em movimento) e a Virgem o irradia para o bem de todo a
Criação. Os raios em forma de flecha se relacionam com a elevação espiritual. E os
ondulados com Quetzalcóatl (serpente) raios de Vênus.
Boca – A boca da Santíssima Virgem se acha pintada sobre um defeito do ayate, mas é
anatomicamente perfeita. É pequena e parece começar um leve sorriso.
As mãos da Virgem – Com as mãos juntas a Virgem está em constante oração.
Acredita-se que está fazendo uma casinha, referencia a “Sua casinha sagrada de
Tepeyac”, a fundação de uma nova nação, a fusão de duas culturas.
Cintos – vestimento de uma mulher nobre – A faixa negra na cintura é sinal de
gravidez que as mulheres indígenas usavam acima da cintura. O cinto terminado em
ângulo e caindo para frente tem referencia com o pensar Tenochca, de cingir-se assim
os deuses e deusas. E é um símbolo de fim de ciclo.
Tepet e tepétis – Significam forma de falar e de cantar como aparece nos códices e
significa que está dando uma mensagem universal para a humanidade.
O Oval – No peito se encontra um oval que é idêntico ao das estátuas dos deuses que
portam sobre o peito, como sua própria alma que lhes dá a vida, no meio há uma cruz
negra. Esta cruz recordaria o Nahuiollin o quarto movimento que produz o sol,
máxima energia dos Anahuacans.
Flor de 4 pétalas – Para as culturas indígenas esta flor na altura do vente indica : os 4
pontos cardeais, as 4 estações do ano, 4 épocas passadas, esperando o Regresso de
Quetzalcoatl, o quinto sol em plenitude (ano 13 Acatl, conjunção de Vênus), que
coincide com o solstício de inverno de 1531. Também viram nesta flor o símbolo o
símbolo de Omeyocan (a morada de Deus. Pai e Mãe) e que assinalava para o indígena
que a Virgem trazia consigo o nascimento de Cristo. Mãe do menino Sol, que o traz
para que nasça aqui. Tudo era altamente simbólico no contexto da Sagrada imagem,
por isso sua alegria não teve limites ao constata-lo através da maravilhosa
proclamação inculturante do Acontecimento Guadalupeano.
Flor de 8 pétalas – Há flores de 8 pétalas que são oito conjunções do Sol e Vênus, que
coincidiam a cada 104 anos solares que equivalem a 65 anos de Vênus. O ano sagrado
de 260 dias, o ano solar de 365 dias e o ano de Vênus de 584, os três calendários
coincidiram com a chegada da Virgem de Guadalupe e com esta data de 12 de
dezembro de 1531 o homem e o universo se encontravam para começar de novo.
O manto da Virgem de cor azul esverdeado – O azul do manto adornado de
estrelas, representa o céu. Tem 46 estrelas de oito pontas em u. Cientificamente as
estrelas do manto estão na posição como estava o firmamento em 12 de dezembro de
1531segundo o programa de computação “Distant Suns”. Coincide com o nascimento
do Sol, o regresso de Quetzalcátl.
Túnica da Virgem – A túnica é de cor roxo rosado, e representaria a terra. Contem
figuras em cor de ouro, que é o metal divino, é uma mensagem divina com flores;
entre elas há nove arranjos com flores, que podem significar os 9 povos que saem de
Aztlan para fundar a grande Tenochtitlan, segundo narra o códige de 1576.
A Lua – A Virgem está de pé dando um passo sobre a Lua, toda ela é um Sol, e que
dançando fertiliza e produz a vida com as diferentes estações. A Lua se refere ao
nome de “éxico-Tenochtitlan”, e com uma nobreza que não é escravizante, nos dá o
apoio do sexto Sol ao povo do México.
Significado em Náhuatl de México: O umbigo da Lua
Sapatilha – A sapatilha direita da Virgem aparece sua ponta sobre a Lua, é de uma cor
similar ao da túnica.
O significado de Guadalupe – Possível etimologia do significado Tié-Cuauh-tiacup-
euh = A que vem do Oriente como o Sol. Ou a que procede da região da luz, como a
“Aguia de Fogo”.
O pequeno Anjo – O pequeno anjo que aparece aos pés da Virgem poderia ser um
guerreiro-águila (Cuauhtli-Ocelotl) que pertence ao Exército do Sol, e representa o
povo do Sol, tem asas de águia ; simbolo do fundador da Grande Tenochtitlan (a águia
devorando uma serpente). Ele tem as mãos para cima como os indígenas
representavam os deuses; com uma mão segura o manto e com a outra a túnica, com
isto comunica a terra com o céu e é o simbolo de São Juan Diego Cuauhtlatoatzin (o
senhor que fala como a águia). “O homem fiel e verdadeiro” que nos ensina o caminho
que leva á Virgem Morena do Tepeyac”, palavras do Papa João Paulo II. As cores de sua
plumagem e túnica são cores semelhantes das vestes da Virgem.
Cabelos do Anjo – Uma das características dos “macehuales” (gente do povo) era
cortar os cabelos; isso significava “ser merecido pelo sangue de Deus”. Os batizados
usavam então essa marca e os de ordens religiosas eram tonsurados. Para diferenciar
as diferentes classes sociais os indígenas rasuravam a cabeça com diferentes estilos. A
iluminação do Anjo vem diretamente do corpo da Virgem Maria e ilumina a parte
superior de sua cabeça e braços.
As nuvens – Para os Tenochcas, as nuvens que rodeiam a imagem, as associam com a
altura, a elevação do espírito e anunciam o divino. “A chegada da Nova Era” em que
Ometéotl desce ao México, de onde “O Verbo se fez carne e habitou entre nós”,
efetivamente a chegada de Jesus Cristo Filho de Deus.
Adornos da Túnica – Os desenhos dos adornos florais nascem do manto da Virgem,
que significaria o Céu, como pintam os tenochcas e significa um Rio que sulca os
campos para rega-los e produzir alimentos e dar a vida. As folhas e flores que saem do
desenho são o símbolo do fogo novo Atl-Tlachinolli “Água queimada”, uma das
metáforas da guerra. Este símbolo assume todo um passado, porque ali surge um
povo novo, guiado por Maria que é a mãe de Ometeótl, triunfadora da guerra que não
destrói. O desenho tem uma flor em botão, que significa a insistência da mensagem e
remata com uma grande folha em forma de Tepétl. A túnica tem cinco classes de
flores:
1. De quatro pétalas, que é a mais importante e que representa o Menino Sol.
2. 8 flores de 8 pétalas que representa a conjunção do Sol e Vênus.
3. Flores em botão.
4. Flores que estão nascendo nas bordas dos Tepétls.
5. Flores que representam a Vênus.
Fonte: Códige Guadalupano – Mensagem para duas culturas
Publicado no Periódico “El ayate Guadalupano”
Diretor Geral: Mons. Diego Monroy Pouce

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