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CÓDIGOS:
Os códices, textos pictográficos, são as fontes documentais da história pré-
hispânica na Mesoamérica. Pintado pelos padres, que eram os únicos a ter acesso.
No códice Vindobonense, (Mixteca), é dada uma visão mitológica da origem das
coisas. Lê-lo requer um passeio pela página na direção oposta à qual estamos
acostumados, começando no canto inferior direito e subindo na coluna direita até a
extremidade superior, onde a festa do cogumelo celestial ocupa ambas as colunas.
O deus Quetzalcóatl é lido com todas as suas vestimentas e usando uma máscara com
bico de pássaro, que escuta outro deus maior. No próximo nível à direita, há uma
mulher mascarada sentada ao lado de duas bolas de copal iluminadas; ela é a
reencarnação do espírito do cogumelo e usa quatro cogumelos no cabelo. À sua
esquerda, Quetzalcóatl carrega essa mulher nas costas, como costumavam fazer os
recém-casados. No nível seguinte, Quetzacóatl, virado para a direita, está
cantando, enquanto toca um instrumento musical (caveira sustentada por uma argola
de corda). À sua frente está Piltzintecuhtli, "o senhor mais nobre", segurando dois
cogumelos. Como todos os deuses, era identificado por um sinal do calendário,
representado por sete círculos e uma flor (Sete Flor). Suas características o
relacionavam a Xochipilli, Príncipe das flores. Acima e à esquerda estão 7 deuses e
deusas, cada um segurando um par de cogumelos na mão esquerda. Esta última cena não
se assemelha a um banquete, mas sim a uma cerimônia noturna.
MURAIS:
Os murais de Teotihuacan representam uma escola de pintura muito refinada, e apenas
relacionada à arte dos maias e dos códices nahua e mixteca. Eles estavam
localizados em complexos labirínticos de edifícios. Nessas pinturas você pode ver
procissões de padres, deuses, animais alegóricos pintados em vermelho, verde, azul
e amarelo, que ainda mantêm seu brilho.
O tema preferido é o deus da chuva, colheitas, flores e borboletas, Tlaloc, ou seus
sacerdotes que regam grandes gotas d'água ou as espalham, tirando-as de pequenas
bolsas.
O mural conhecido como "El Paraíso de Tláloc", retrata a vida após a morte daqueles
que morreram devido a eventos causados pela chuva ou água. Tláloc cuida de suas
almas, que são vistas como pequenas figuras que dançam e cantam, brincam ou
perseguem borboletas. Sinais que representam palavras ou canções saem de suas
bocas. As bordas dos murais eram altamente ornamentadas, com largas faixas
curvilíneas, retilíneas, e trançadas em intervalos cuja frequência descreve curvas
largas, ondulações quase musicais.
Em todas as pinturas de Teotihuacan aparecem os "olhos destacados", ou seja, os
adoradores dos cogumelos, que com os olhos abertos ou fechados contemplam cenas
sobrenaturais de outro mundo, como acontece com aqueles que estão sob efeito de
alucinógenos.
Em outro mural importante (Teopancaxco), aparece o "glifo" da água; é o estágio
inicial de sua evolução pictográfica. Nesta pintura aparece um caracol marinho e o
que parece ser um chapéu de cogumelo, suas lamelas, o caule que se junta a um
riacho de água. Tudo na sagrada cor verde.
O cogumelo está sempre presente, às vezes simplificado ou reduzido a dois círculos
concêntricos ou um círculo ao redor de um ponto.
CONCLUSÕES
Tudo isso nos dá uma ideia do significado que a experiência com essas plantas teve
para o homem primitivo, seu sentimento puramente religioso e em certo sentido
espiritual. O efeito real no corpo e na mente como é conhecido hoje não era
conhecido ou suspeitado, mas foi atribuído ao dom "divino" do mesmo.
Hoje temos alguns testemunhos dessas civilizações e dos seus pensamentos, através
de objetos, ruínas de edifícios, ou as várias representações de carácter pictórico,
escultórico ou ornamental, que perduram ao longo do tempo. E em geral são
avaliados, admirados ou julgados, com certos critérios mais ou menos artísticos, ou
mais ou menos arqueológicos. Tanto é verdade que grande parte da literatura que
encontrei sobre o assunto enfoca esses pontos de vista.
A análise por mim escolhida, através da bibliografia encontrada, visa evidenciar os
aspectos espirituais que levaram estes “homens primitivos” a produzir obras que
hoje nos surpreendem pelo seu valor artístico.
Talvez o fato de que para o conquistador hispânico aquelas "plantas dos deuses"
usadas na Ameríndia fossem um assunto tabu, produzisse um encobrimento ou diluição
de tudo o que a elas se relacionava. Em particular, as obras aqui mencionadas foram
reanalisadas e o significado de muitos de seus símbolos mudou.
Além disso, com o desenvolvimento deste trabalho, fui compreendendo a evolução das
investigações realizadas sobre as obras, nessa nova perspetiva e como se
relacionavam nos diferentes ramos da arte.
BIBLIOGRAFIA