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A Astrologia na Maçonaria I

Maçonaria e Programação Neurolingüística

Martha Follain

Colunas Zodiacais (Rito Escocês Antigo e Aceito)

Os Signos Zodiacais, assim como todos os mitos solares e agrários da


Antiguidade, representam a morte e o renascimento anual da Natureza. Por
isso, eles simbolizam o iniciado, desde que, como candidato, ele é encerrado
na Câmara de Reflexão*  – representado por Áries, passo inicial da renovação da
natureza pelo Fogo, simbolizando o Fogo Interno, o ardor do candidato à
procura da Luz – até o ápice de sua caminhada maçônica, quando recebe o Grau
de Mestre – representado por Peixes, a total renovação da Natureza, a volta do
Sol e da vida, pronto para mais um ciclo. Os Signos relacionados com o Grau
de Aprendiz são: Áries, Touro, Gêmeos, Câncer, Leão e Virgem. Simbolizam
solidez, força, a ligação entre a terra e o céu. Os atuais Templos Maçônicos
(Rito Escocês Antigo e Aceito) têm Doze Colunas que correspondem aos
Signos do Zodíaco , e podem ser consideradas a base mental da Loja.
As Colunas, nos antigos cultos de fertilidade, podem aparecer como
representação do órgão sexual masculino.

*A palavra V.I.T.R.I.O.L. , sigla formada pelas palavras da máxima hermética de


origem alquímica “Visita Interiore Terrae Rectificandoque Invenies Ocultum
Lapidem” . Segundo o Ir José Castellani, a tradução para o português
seria, visita o interior da terra e seguindo em linha reta, em profundidade,
encontrarás a pedra oculta . Já segundo o IrRubens Augusto Vieira, a tradução
seria, visita o interior da terra e, retificando, encontrarás a pedra oculta .
Ambos embora com palavras diferentes, concordam que a “pedra oculta” seria
a “pedra filosofal” , que transmutaria os metais inferiores em ouro, mas a frase
representa, também, a procura do “eu” interior, do mais recôndito valor
espiritual do Homem .

Colunas Gregas

A Coluna simboliza limites, pois possui um eixo ou centro. As Três Colunas, das
três ordens arquitetônicas gregas (Dórica, Jônica e Coríntia) são as que,
simbolicamente, sustentam a Loja de Aprendiz, sendo, por isso, assimiladas ao
Venerável Mestre e aos dois Vigilantes. Três das principais Colunas são
representadas pelo Venerável Mestre e pelos Primeiro e Segundo Vigilantes. Há
outra Coluna, totalmente invisível, que se eleva do Altar até o Grande Arquiteto
do Universo. As Colunas colocadas na entrada da Loja representam as Colunas
de Salomão: “Jaquim” (“ele firmará” – pilar da direita – tem esse nome por causa
do sumo sacerdote que realizou a sagração dessa seção no Templo de Salomão) e
“Booz” (“nele está a força” – pilar da esquerda – é assim denominado por causa
de Booz, o bisavô de Davi, rei de Israel), construídas por Hiram Abiff. A
unificação desses dois pilares representa “estabilidade”. A Coluna Dórica, a
mais forte, sem base e com um capitel (cabeça da coluna) simples, mas de alta
plasticidade é a personificação da Força do homem, sendo, por isso, assimilada
pelo Primeiro Vigilante, responsável pela Coluna da Força. A Coluna Jônica,
mais esbelta, com uma base e um capitel trabalhados, com quatro voltas é a
representação da Sabedoria, sendo, portanto, assimilada pelo Venerável Mestre,
personificação da Sabedoria. A Coluna Coríntia , com um capitel de maior
sutileza plástica é a representação da Beleza, sendo assimilada pelo Segundo
Vigilante, responsável pela Coluna da Beleza;

Rito Escocês Antigo e Aceito

Este Rito é uma das cerimônias mais difundidas na Maçonaria atualmente. É


composto por Trinta e Três Graus. Ele foi formado ou extraído do Rito de
Perfeição ou Rito de Heredon, que contava Vinte e Cinco Graus. A constituição
dos Altos Graus é atribuída ao pensador escocês Andrew Michael Ramsay  (1686-
1743), sendo a base do Rito Escocês Antigo e Aceito. Ramsay protagonizou a
criação deste Rito em solo francês, ocasião em que proferiu dois discursos de
grande repercussão a respeito do assunto.

“Antigo”: porque é ex-operativo. “Aceito”: por serem seus membros aceitos ou


iniciados, sem serem construtores.

A origem do Rito Escocês Antigo e Aceito é razão de muitas discussões.

Ao contrário do que se acredita, o Rito Escocês nada tem a ver com a Escócia,
pois na época do aparecimento deste Rito, as Lojas da Escócia trabalhavam no
Rito “Emulation Rite” . O Rito de York é praticado nos EUA. O “Emulation
Rite” é praticado na Inglaterra e na Comunidade Britânica, como em toda a
Grã-Bretanha.

O Rito Escocês surgiu na França, depois de lá ter sido introduzida a Maçonaria


Inglesa, do Rito de “Emulation Rite” .

No final do século XVII, vários maçons escoceses fugiram para a França, em


virtude de acontecimentos e convulsões sociais, que aconteceram nas Ilhas
Britânicas. O tipo de cerimonial que praticavam ficou marcado como Ritual dos
Escoceses ou Rito Escocês.

Foi a partir de 1732 que a primeira Loja desses maçons escoceses “Scottish


Chalé” passou a funcionar em Bordeaux, um dos centros maçônicos mais
antigos e influentes na França.

Hermetismo
Desde a Pré-História, o homem sempre teve a necessidade de desenvolver uma
cultura mística. O medo do desconhecido e a necessidade de dar sentido ao
mundo que o cercava, levaram o homem primitivo a criar sistemas de crenças e
rituais “mágicos”. O homem buscava o significado dos fenômenos da Natureza e
de sua própria existência.

O Período Pré-Histórico é o considerado sem documentação escrita. A Pré-


História divide-se em Idade da Pedra, do Bronze e do Ferro. A Idade da Pedra
divide-se em dois períodos: Paleolítico ou Idade da Pedra Lascada, e Neolítico ou
Idade da Pedra Polida.

O Período Paleolítico, a etapa mais antiga da Pré-História, começou há cerca de


dois milhões de anos e terminou há cerca de dez mil anos. Nessa época ocorreu
uma importante evolução física entre os hominídeos: surgiram os primeiros
homens modernos, isto é, os da espécie “homo sapiens” – evolução física
acompanhada de evolução cultural correspondente ao tamanho de seus
cérebros.

O Período Paleolítico ou da Pedra Lascada, divide-se em três etapas: Inferior,


Médio e Superior. Seu desenvolvimento está ligado às quatro fases da Era
Glacial, separadas por intervalos de clima temperado conhecidos como eras
inter-glaciais.

No Paleolítico o homem divinizava as forças da Natureza.


Uma descoberta primordial do Período Paleolítico foi o fogo – depois disso, o
homem passou a assar a carne e a cozinhar vegetais. Junto ao fogo os grupos de
hominídeos se reuniam, protegiam-se do frio, dos ataques de predadores, e
através da linguagem, desenvolviam suas crenças. Com a utilização do fogo, o
ser humano, passou a ter mais controle em relação ao que acontecia à sua volta.

O homem chega ao Período Neolítico com maior desenvolvimento físico,


intelectual e espiritual, como comprovam achados fósseis. Desenvolvia sua
inteligência, sua linguagem verbal e a linguagem simbólica. Também adorava
deusas que representavam a fecundidade, pois uma das principais
preocupações do homem primitivo era a preservação da espécie.

No Neolítico o homem continuou divinizando as forças da Natureza, e muito


provavelmente acreditava na vida após a morte, pela maneira como enterrava
seus mortos: debaixo de grandes lajes de pedra suspensas, com suas roupas,
armas, enfeites e oferendas.

O homem é o único animal com percepção clara da inevitabilidade de sua morte.


A capacidade de prever (que aconteceu com a evolução dos lobos pré-frontais)
teve como conseqüência a consciência da morte.  Essas cerimônias fúnebres que
incluíam o sepultamento de alimentos e utensílios com o falecido sugerem não
apenas a consciência da morte, mas também uma cerimônia ritual já
desenvolvida para manter o morto na vida além da vida.

Com o tempo houve uma evolução e, à medida que o homem passou a organizar
sua existência numa base mais racional, sentiu a necessidade de ir além das
relações com as forças que povoavam o Universo: passou também a temer as
ações do “ser superior” que “criara” todo aquele Universo. Assim nasceram as
religiões – as religiões consistem em um corpo organizado de crenças que
ultrapassa a realidade da ordem natural e tem por objeto o sagrado ou
“sobrenatural”.

Hermes é um dos doze deuses do Olimpo, mensageiro dos deuses,


correspondente ao deus Mercúrio dos romanos, filho de Zeus com Maia, uma
das plêiades, filhas do gigante Atlas. Hermes criou a lira, cujo som encantou o
deus Apolo, que trocou seu rebanho e o caduceu (bastão com duas cobras
entrelaçadas e duas asas na parte superior) por ela. Ganhou também, de Apolo, o
dom da profecia, obtido em troca da Flauta de Pã. Era protetor dos pastores e
seus rebanhos, dos cavalos e animais selvagens. Mais tarde tornou-se deus dos
viajantes, dos comerciantes e dos ladrões.
O Hermetismo baseia-se na figura de Hermes Trismegisto, que combinava
aspectos do deus Hermes com os do deus egípcio Thot (deus da sabedoria,
representado com a cabeça de íbis).

 Maçonaria e Astrologia

Astrologia pode ser definida como um sistema simbólico que relaciona o


macrocosmo (os Planetas) e o microcosmo (o indivíduo na Terra).

Os fenômenos da Natureza e os astros (Sol, Lua, Estrelas), sempre exerceram


curiosidade, atração e respeito no homem primitivo. Os hominídeos do
Paleolítico divinizavam as forças da Natureza. No período Neolítico, além da
Natureza, os hominídeos criaram novos deuses, sempre relacionados ao
universo que os envolvia. Com o advento da agricultura (cerca de dez mil anos
atrás), o homem percebeu que a vida das plantas obedecia a um determinado
ciclo, comandada pelos astros, no céu, e que havia um momento propício para
arar, semear e colher. Eis aí, o nascedouro da Astrologia. Porém, há registros das
fases da Lua inscritas em ossos, quinze mil anos atrás, na Mesopotâmia (terra
entre os rios Tigre e Eufrates).

O estudo dos astros pode ter se iniciado na Mesopotâmia. A Caldéia era uma
região ao sul da Mesopotâmia, principalmente na margem oriental do rio
Eufrates, mas muitas vezes o termo é usado para se referir a toda a planície
mesopotâmica. A Astrologia, possivelmente, teve origem na antiga Caldéia. Com
seus conhecimentos astronômicos, os caldeus conheciam os planetas até
Saturno. Conheciam muito bem as fases da Lua, prevendo com precisão os
eclipses. Foram eles que, criaram os Doze Signos do Zodíaco. Os caldeus
perceberam que determinadas épocas ou signos produziam certos traços de
caráter, e com isso criaram toda a base da simbologia que hoje é a Astrologia.

A civilização mesopotâmica naseu há cerca de quatro mil anos a.C. com o povo


ubaida. Depois vieram os sumérios, com a escrita cuneiforme. Em 1350 a.C., tem
início o Império Assírio, que controla a antiga Pérsia, Síria, Palestina e Egito. Os
sumérios criaram o sistema sexagesimal que, facilitou operações matemáticas e
o desenvolvimento da astronomia. Os egípcios adotaram esse sistema e,
construíram obras arquitetônicas alinhadas às estrelas fixas, com precisão.

Por todos os séculos seguintes, os povos que viveram entre os rios Tigre e o
Eufrates continuaram a registrar suas observações do céu.

Com a dominação do rei Ciro II da Pérsia, a região estabiliza-se. Os persas, no


contato com os astrólogos da Mesopotâmia, introduziram a matemática no
cálculo astronômico e astrológico – há um grande avanço com a regularização
dos calendários, como conseqüência de um entendimento maior dos ciclos
celestes.

Depois que Alexandre, O Grande, conquistou o Egito (331 a.C.), houve um


destaque na historia da Astrologia. O período alexandrino foi rico na produção
intelectual.

O avanço das tropas de Alexandre, fez com que o idioma grego se espalhasse
como língua cultural. Assim, os métodos babilônicos anexados à Astrologia
egípcia, puderam chegar, em idioma grego, à Índia.

Mesmo após a dominação romana, a cultura era helenista.

Data do primeiro século d.C. o mais longo tratado astrológico – o autor


é Doroteu de Sidon  e o trabalho é o “Pentateuco” , um longo poema astrológico
em cinco livros.

O imperador romano Adriano (117 d.C.) foi considerado o patrono da Astrologia


e seu mapa natal chegou até nossos dias.
Cláudio Ptolomeu  (100-170 d.C.?), egípcio de nascimento, cidadão romano e
que escrevia em grego, foi o organizador de uma corrente representativa do
conhecimento astrológico – escreveu o “Almagesto”.

No final do século II d.C., Antióquio de Atenas  compila textos de astrólogos


anteriores – uma das partes é o “Thesaurus”.

Em 313 d.C., o cristianismo torna-se a religião oficial, mas o paganismo ainda é


tolerado.

Em 410 d.C., Roma caiu, com a chegada dos visigodos. Em 476 d.C. o Império
Romano do Ocidente chegava ao fim.

A primeira fase do Império Bizantino vai de 324 a 640 d.C.

Os dias gloriosos da Astrologia terminaram oficialmente, em 357 d.C., com


Constâncio.

Próximo ao ano 227, a região do atual Irã foi tomada pelos


exércitos sassâmidas do persa Adachir I, que transformou o Zoroastrismo em
religião do estado.

A Astrologia árabe foi uma extensão da tradição Astrológica grega e recebeu


influências da Astrologia hindu.

Após a dominação árabe, a maior parte dos textos de astrologia persa foi
destruída.

Na Idade Média os astrólogos eram chamados “mathematici”, pois a Astrologia


era a aplicação mais importante da matemática. A prática da medicina era
baseada na determinação astrológica do tratamento adequado, portanto os
médicos também eram matemáticos Tycho Brahe. A Astrologia e a Astronomia
eram, de início, um mesmo estudo. Tycho Brahe, por exemplo, nascido em 1546,
era médico e astrônomo em Copenhague, mas também astrólogo do rei da
Hungria.

A Astrologia era respeitada e, somente criticada por fatores intercorrentes:


Dante Alighieri (maçom) expõe ao ridículo, no Inferno da “Divina Comédia”, os
astrólogos Guido Bonatti (conselheiro de Guido de Médici) e Michael Scott, mas
por  misturarem necromancia à Astrologia, abusando dos conhecimentos
obtidos. Cecco d’Ascoli, professor de astrologia em Bolonha, foi queimado vivo
na fogueira em 1327 não por ser astrólogo, mas por suas opiniões consideradas
heréticas.

O Renascimento trouxe uma difusão da Astrologia, apoiada inclusive pelo


papado.

Na Maçonaria, a presença da Astrologia é patente. Um exemplo são as Doze


Colunas do Templo (Rito Escocês Antigo e Aceito), que correspondem aos
Signos do Zodíaco. O Zodíaco é uma faixa celeste imaginária, que se estende
entre oito a nove graus em cada lado da eclíptica e   que com esta coincide.
Eclíptica é o caminho que o Sol, do ponto de vista da Terra, parece percorrer
anualmente no céu. Essa faixa foi dividida em doze casas de trinta graus cada
uma, e o Sol parece se mover um grau por dia.  Os Planetas conhecidos na
Antiguidade (Mercúrio à Saturno) também faziam parte do Zodíaco, pois suas
órbitas se colocavam no mesmo plano da órbita da Terra.  O Zodíaco então é
dividido em Doze Signos, que são percorridos pelo Sol, uma vez por ano. Os
Signos representam o aprendizado percorrido pelo maçom, desde sua iniciação
na Ordem até o Grau de Mestre Maçom.

Nos Templos, (Rito Escocês Antigo e Aceito), cada uma das Doze Colunas, que
representa uma das Constelações Zodiacais, sustenta simbolicamente a calota
celeste e representa um mês do ano maçônico.

As Doze Colunas Zodiacais estão situadas no Ocidente,


estando seis no lado Norte, onde têm assento os
Aprendizes, e seis no lado sul, onde têm assento os
Companheiros.
De um modo geral, essas Colunas simbolizam o caminho iniciático do
Aprendiz, Companheiro e Mestre, resumido pelo “desbastamento da pedra
bruta”, ou seja, o seu aperfeiçoamento moral e espiritual. As seis Colunas que
estão no Norte, relacionam-se a essa caminhada do Aprendiz.

O início do aprendizado começa na Cerimônia de Iniciação, isto é, “a abertura


da porta que autoriza o começo das passadas”.

Se olharmos horizontalmente para o céu no equador celeste, o limite do


Universo são as Constelações. As Doze Colunas transmitem a idéia de que as leis
do Universo chegam até nós pelo que representam os Signos Zodiacais e as
Constelações.

Outro exemplo são as três colunas gregas Dórica, Jônica e Coríntia, que
representam a Força, a Sabedoria e a Beleza correspondem a Ares (ou Hércules),
Minerva e Vênus.

Os quatro elementos: Terra, Água, Ar e Fogo, que formam toda a Criação na


Astrologia, fazem parte da simbologia maçônica.

Masonic and Kabbalistic Symbols in the Washington, D.C. Map

Alguns autores traçam um paralelo entre os Três Graus Simbólicos e os Signos:

Aprendiz: áries, touro, gêmeos, câncer, leão e


virgem;
Companheiro: libra;

Mestre: escorpião, sagitário, capricórnio, aquário e


peixes.
O maçom, em seu caminho iniciático, pode percorrer e aprender com as
características de cada Signo do Zodíaco:

 Áries: representado por Marte e pelo Fogo – é o fogo interior, a força que


estimula o crescimento e o desenvolvimento;
 Touro: representado por Vênus e pelo elemento Terra – é a matéria, na qual se
dá a fecundação, a elaboração interior;

Gêmeos: representado por Mercúrio e pelo Ar – é a criatividade, a versatilidade,


a engenhosidade e a vitalidade criadora;

 Câncer: representado pela Lua e pela Água – é o aprendizado em relação à


tenacidade e a cautela;

Leão: representado pelo Sol e pelo Fogo – é o emprego da razão com base crítica;

Virgem: representado por Mercúrio e pelo elemento Terra – é o emprego do


espírito analítico;

Libra: representado por Vênus e o Ar – simboliza o equilíbrio entre os dois


pólos, que são a construção e a destruição;

Escorpião: representado por Marte e a Água – simboliza emoções e sentimentos


como o rancor e a obstinação;

Sagitário: representado por Júpiter e pelo Fogo – simboliza a mente aberta e o


julgamento crítico;

Capricórnio: representado por Saturno e pelo elemento Terra – simboliza


determinação e perseverança;

Aquário: representado por Saturno e pelo Ar – simboliza o sentimento


humanitário e solidariedade;

Peixes: representado por Júpiter e pela Água – simboliza o desprendimento das


coisas materiais.
O iniciante maçom, também pode observar como aprendizado, as
características de cada Planeta:

 Sol: Regente do signo de Leão. Simboliza a vida, marca o signo do nascimento.


Símbolo de autoridade, de poder, de orgulho e de desenvolvimento.

 Lua: Regente do signo de Câncer. Tal como o Sol, representa a vitalidade física e


o grau de evolução, principalmente na área psíquica.

Mercúrio: Regente dos signos de Gêmeos e Virgem. Na mitologia grega e


romana, Mercúrio é o mensageiro dos deuses do Olimpo. É o planeta da
inteligência, da adaptabilidade, regendo a vida mental. Mercúrio marca a
adolescência do ser humano.

Vênus: Regente dos signos de Touro e Libra. Vênus era a deusa do amor, da


beleza e das artes.

Marte: Regente dos signos de Áries e Escorpião. Deus da guerra, Marte


simboliza a energia, a vontade de empreender, a coragem, a ação, que pode
chegar à violência. Potencial de agressividade, sobre o espírito de conquista.
Rege a indústria, o fogo, o ferro.

Júpiter: Regente do signo de Sagitário (e, secundariamente, Peixes).  Pai e


soberano dos deuses do Olimpo, Júpiter reina sobre as leis e a religião. É o
planeta da autoridade, do êxito social e das honras, da burguesia. Com Mercúrio
partilha o domínio sobre a razão e sobre o intelecto. Júpiter marca a idade
madura do ser humano.

Saturno: Regente do signo de Capricórnio. Deus do Tempo, Saturno marca a


velhice do indivíduo. Representa a paciência, a prudência, a meditação, espírito
cientifico, e a solidão. Desempenha um papel na doença, na fatalidade, na ruína,
no isolamento. Num sentido positivo, Saturno apóia os esforços de longa
duração, o trabalho obstinado, a capacidade de organização.

Seguem-se os planetas de descoberta recente:

Urano: Regente do signo de Aquário. A descoberta deste planeta, no final do


século XVIII, coincide com vários fatos históricos que perturbaram o mundo:
Revolução Francesa, Guerra da Independência nos Estados Unidos, inicio da
Revolução Industrial, etc. Urano é o planeta de todas as mudanças. Rege o
progresso, as invenções, as reformas, as ciências.

Netuno: Regente do signo de Peixes. Deus dos oceanos, Netuno é o planeta das


águas, das viagens marítimas, dos lugares aquáticos e simboliza o que é vago,
impreciso. A sua ação tanto se exerce nas grandes correntes de pensamento, nas
reformas, como também no caos e na anarquia.

Plutão: Regente do signo de Escorpião. Descoberto em 1930, Plutão é o planeta


mais afastado do nosso sistema solar pelo menos, segundo os conhecimentos
atuais. Plutão assinala as metamorfoses profundas e representa as forças
psíquicas, misteriosas e violentas. É um fator de destruição e de possível
regeneração.

As Colunas Zodiacais

Os signos zodiacais relacionados com o Grau de Aprendiz


Maçom são: Áries, Touro, Gêmeos, Câncer, Leão e Virgem. O signo zodiacal
relacionado com o Grau de Companheiro é Libra; e os inerentes ao Grau
de Mestre Maçom são os signos
de Escorpião, Sagitário,Capricórnio, Aquário e Peixes. Acompanhe cada um
da sua representatividade:
Coluna nº 1: Áries, localizada junto à coluna do Norte, corresponde à cabeça e ao
cérebro do homem e representa Benjamim  e como faculdade intelectual, a
vontade ativa gerada pelo cérebro. Corresponde ao planeta Marte e ao elemento
fogo, representando no aprendiz o fogo interno, o ardor encontrado no
Candidato à procura de Luz.

Coluna nº 2: Touro, localizada junto á coluna do Norte, corresponde ao pescoço


e à garganta. É Issachar por representar a natureza pronta para fecundação,
simboliza que o candidato, depois de ser adequadamente preparado, foi
admitido nas provas de iniciação. Corresponde ao planeta Vênus e ao elemento
Terra.

Coluna nº 3: Gêmeos, localizada junto á coluna do Norte, corresponde aos


braços e às mãos, são os irmãos Simeão e Levi , como faculdade intelectual é a
união da intuição com a razão. Corresponde ao planeta Mercúrio e ao elemento
Ar. Representa a terra já fecundada pelo fogo, á vitalidade criadora, simboliza o
recebimento da luz pelo candidato.

Coluna nº 4: Câncer: localizada junto à coluna do Norte, representa o


nascimento da vegetação, a seiva da vida, simboliza a instrução do iniciado e a
absorção por parte dele, dos conhecimentos iniciáticos da Maçonaria.
Corresponde aos órgãos vitais respiratórios e digestivos. É Zabulão, como
faculdade intelectual representa o equilíbrio entre o material e o intelectual.
Corresponde a Lua e ao elemento Água.

Coluna nº 5: Leão, localizada junto ao Oriente, corresponde ao coração, centro


vital da vida física; é Judá. Como faculdade intelectual, os anelos do coração,
pois se pensava ser ele o órgão do intelecto. Corresponde ao Sol e ao elemento
fogo, é para o Aprendiz a luz que vem do Oriente, é o calor dos Irmãos dentro da
Loja. É o emprego da razão a serviço da crítica, é a seleção de conhecimento.

Coluna nº 6: Virgem, localizada junto ao Oriente; corresponde ao complexo


solar que assimila e distribui as funções no organismo. É Ascher. Como
faculdade intelectual exprime a realização das esperanças. Corresponde ao
planeta Mercúrio e ao elemento Terra. Representa, para o Aprendiz, o
aperfeiçoamento, quando já pode se dedicar ao desbastamento da Pedra Bruta.

Coluna nº 7: Libra, localizada junto à coluna do Sul, caracterizada por Vênus


corresponde ao elemento ar e se refere ao grau de Companheiro Maçom .
Simboliza o equilíbrio entre as forças construtivas e destrutivas.
Coluna nº 8: Escorpião, localizada junto à coluna do Sul, caracterizada por
Marte e pelo elemento água. A partir dessa coluna até a coluna de Peixes, todas
se referem ao grau de Mestre Maçom. Essa coluna representa as emoções e
sentimentos poderosos, rancor e obstinação e a constante batalha contra as
imperfeições.

Coluna nº 9: Sagitário, localizada junto à coluna do Sul. Caracterizada por


Júpiter e pelo elemento fogo. Representa a mente aberta e o julgamento crítico.

Coluna nº 10: Capricórnio, localizada junto à coluna do Sul, caracterizada por


Saturno e pelo elemento Terra. Simboliza a determinação e a perseverança.

Coluna nº 11: Aquário, localizada na coluna do Sul, caracterizada por Saturno e


pelo elemento Ar. Representa o sentimento humanitário e prestativo.

Coluna nº 12: Peixes, localizada na coluna do Sul, caracterizada por Júpiter e


pela Água. Simboliza o desprendimento das coisas materiais.

A Astrologia e os Símbolos Zodiacais

“Caminho e Verdade” Ribeirão Pires 3625 – Fundada em 10 de agosto de 2004

Rito Adonhiramita

 No início da Idade Média, os teólogos enfrentavam o problema de classificar a


astrologia como ciência legítima, ou como arte divinatória proibida, cabendo a
Santo Alberto Magno (1200-1280) separar a astrologia de suas associações pagãs,
percebendo o seu valor teológico e afirmando que, embora as estrelas não
pudessem influenciar a alma humana, elas, certamente, poderiam influenciar o
corpo e a vontade dos homens. São Tomás de Aquino, considerado o maior dos
teólogos cristãos, consolidou a obra de Alberto, tornando-a aceitável como
assunto digno de estudo e afirmando que, na sua visão do universo, podia ser
tomada como uma complementação da doutrina cristã; foi graças a essa
maneira peculiar de encarar as coisas que nenhum astrólogo foi queimado nas
fogueiras do “Santo Ofício”, como aconteceu com alquimistas,
templários, rosacruzes, maçons, etc.

Pode-se imaginar que tudo começou em tempos imemoriais, quando o homem,


em vigília a zelar pelos rebanhos, observava os corpos celestes no firmamento
intrigando-se com os seus regulares movimentos. Percebeu então que lenta e
regularmente os astros mudavam de posição em relação ao nascer do Sol, e que
depois de determinado tempo voltavam com absoluta regularidade ao mesmo
ponto no firmamento.

Não pode deixar de observar, outrossim, que o nascimento helíaco de certos


grupos de estrelas se repetia em períodos coincidentes com determinados
acontecimentos ânuos importantes de sua vida, como o nascimento de crias nos
rebanhos, a recorrência regular de épocas de chuva, a germinação de culturas
sazonais, e outros fatos de sua vida repetitiva de pastor-agricultor.

Quando um determinado grupo de estrelas precedia o nascer do Sol era hora de


plantar, ou era hora de transferir os rebanhos para outras pastagens, ou era
hora de tosquia, ou era hora de colher, ou era tempo de cio entre os animais e
era preciso acasalá-los, ou vinha o tempo de nascimentos em sua família.

Recorrer ao nascimento helíaco como ponto de referência foi um passo inicial


importante, foi a descoberta de um referencial, foi o início da marcação e
medição do tempo.

Nascimento helíaco de um astro é o seu aparecimento logo acima do horizonte


imediatamente antes do nascer do Sol.

Assim os grupos de estrelas referenciais de tempo foram recebendo nomes


tirados da vida quotidiana daqueles primeiros astrônomos. Esses nomes nada
tinham a ver com a formação característica dos conjuntos estelares. Eram
simples nomes apenas, nada relacionados com poderes mágicos e premonições.
 Os Signos e as Construções

Os templos de estilo gótico construídos na Idade Média revelam toda a magia


dos ocultistas e sociedades secretas da época.

Se a busca dos idealizadores do gótico ainda permanece um enigma, o estudo da


origem da expressão ‘arte gótica’ apenas reforça a idéia de que sua inspiração é
totalmente mística.

Estudos etimológicos remetem às palavras gregas goés-goéts, de bruxo,


bruxaria, que sugere a idéia de uma arte mágica. O alquimista Fulcanelli prefere
associar ‘arte gótica’ a argot, que significa idioma particular, oculto, uma
espécie de cabala falada, cujos praticantes seriam os argotiers (ar góticos),
descendentes dos argonautas.

No mito grego de Jasão, eles dirigiam o navio Argos, viajando em busca do


Tosão de Ouro. Jasão teria sido um grande mestre, que iniciava seus discípulos
nos mistérios egípcios, inclusive na geometria sagrada, que é uma das chaves da
arquitetura gótica. Prova dessa herança egípcia está no fato de
os construtores góticos disporem os símbolos que aparecem nos entalhes, nas
estátuas, nos medalhões e vitrais de maneira que obedeçam sempre a uma
seqüência que torna inevitável a associação de uns com os outros. Trata-se de
um recurso egípcio de memorização que permite a apreensão de um grande
número de informações, pois somos, sem perceber, levados a relacionar cada
coisa ao local onde ela se encontra.

Talvez seja esse o motivo pelo qual muitas vezes o zodíaco está representado
dentro das catedrais fora de sua ordem convencional. Longe de ser aleatório,
esse desmembramento está relacionado ao sentido mais esotérico de cada
signo, como se vê a seguir:
Áries

 Geralmente sua figura é a de um carneiro, que simboliza o início do caminho na


buscada elevação espiritual.

Touro

 Representado pelo próprio Touro, às vezes está associado ao evangelista Lucas;


às vezes a Cristo. Simboliza a vida na matéria.

Gêmeos

 Sua representação usual é de duas figuras humanas abraçadas, que expressam a


capacidade de elevar espiritualmente o próximo por meio da transmissão de
conhecimentos. Em Chartres, este signo aparece junto a uma das portas e
mostra dois cavaleiros atrás de um grande escudo.

Câncer

Na forma de um caranguejo ou de um lagostim, costuma estar próximo da pia


batismal, junto da imagem do arcanjo Gabriel. Com certeza, trata-se de uma
influência da Cabala, que associa a Lua, regente de Câncer, a Gabriel, o
emissário do nascimento. A intenção é mostrar que, por meio do batismo (ritual
iniciático), o homem pode se religar às esferas espirituais das quais se origina.

Leão

 Com a mesma representação de hoje, é emblema do evangelista Marcos, a quem


emprestaria seus atributos de persistência e força de vontade na busca da
espiritualização.

Virgem

 Algumas vezes aparece como uma jovem segurando uma espiga de milho. Mas
pode também estar representado por uma estátua da própria Virgem Maria,
com uma estrela na cabeça. É um dos signos mais ricos de significados nas
igrejas góticas, uma vez que a maioria delas foi dedicada justamente à mãe de
Cristo. Em Amiens, por exemplo, ela se encontra em duas árvores. Na
iconografia cristã, uma delas representaria a árvore pela qual a humanidade
caiu – numa referência ao mito de Eva e da serpente tentadora enroscada numa
árvore –  enquanto a outra remete à cruz de Cristo, pela qual a humanidade foi
redimida.

Libra

 Quase sempre aparece como uma mulher segurando uma balança


desproporcionalmente grande, no interior da qual há uma pessoa envolta num
halo de luz. Seria um lembrete para o homem de que ele também faz parte do
divino.

Escorpião

 Sua imagem pode ser traduzida por uma águia (símbolo de elevação espiritual)
e representa o evangelista João. Ou, então, aparece como um escorpião mesmo,
já com um sentido de regressão espiritual. Só que, como não havia escorpiões na
Europa, muitas das suas representações têm pouquíssimo a ver com a realidade.

Em ambas as formas, o signo está localizado aonde a luz do sol chega por
último.

Sagitário

 Este signo costuma ser representado por um centauro prestes a disparar a sua
flecha. Na catedral de Amiens , porém, ele aparece na forma de um sátiro. Mas
ambos traduzem a luta que o homem precisa travar para vencer sua natureza
material, a fim de ascender a planos mais elevados.

Capricórnio

 Meio cabra, meio peixe, este signo indica as posições que o homem tem de
enfrentar em busca de espiritualização.

Aquário

 Representado por um homem segurando um livro ou um pergaminho, foi


adotado como emblema do próprio cristianismo e do evangelho de Mateus.
Esotericamente seria o ar cósmico que permeia todas as formas de vida.

Peixes
 Rico em significados esotéricos aparece normalmente como dois peixes unidos
por um cordão, nadando em direção opostas. O cordão seria o fio de prata que
une o corpo e a alma durante a vida, mas que se rompe na morte. Um dos peixes
corresponde, portanto, ao espírito, que permanece acima do plano físico,
enquanto o outro, a alma, seria um intermediário direto com a matéria.

Os Símbolos Zodiacais e o Desenvolvimento Humano

 Os símbolos são instrumentos que resumem o saber e facilitam o acesso ao


conhecer. A fé é apenas o saber que se aceitou sem conhecer.

Se considerarmos a evolução do ser humano, muito provavelmente possamos


aceitar que primeiramente houve símbolos, antes ainda da língua falada e
escrita e, portanto a fé nos antigos símbolos pode ser tomada como a alavanca
de todo o conhecimento humano até hoje.

De acordo com os astrônomos, umas 4.000 estrelas podem ser percebidas à vista
desarmada, numa noite serena. É de se supor que um bom observador lá nos
primórdios da civilização, após associar o aparecimento repetitivo dos astros
com acontecimentos ânuos importantes, tenha criado e utilizado símbolos
zodiacais como fonte de poder sobre sua comunidade. Desde sempre houve
pretensos videntes ou adivinhos que se valiam da ingenuidade humana para
utilizá-la a favor de suas artes divinatórias. Criaram-se desta forma, mitos,
religiões, submissão, revolta e obviamente curiosidade, o que levou outros seres
humanos a estudar o assunto e transformar o saber em conhecimento.

Em seu livro Eram os Deuses Astronautas  Erich Von Daniken escreve: “O


número aproximado de estrelas, somente em nossa Via Láctea, sobe a trinta
bilhões. A suposição de que nossa galáxia contém, pelo menos, dezoito bilhões
de sistemas planetários, é admitida pelos astrônomos da atualidade. Se
tentarmos reduzir essas cifras, tanto quanto possível, e imaginarmos que as
distâncias no interior de sistemas planetários são reguladas de tal modo que
somente num caso entre cem existe planeta em órbita na ecosfera (região onde
não existe a presença de seres vivos) de seu próprio sol, tudo isso ainda deixará
180 milhões de planetas capazes de manter a vida. Se, em prosseguimento,
somente num deles, em cada centena, o potencial vitalizante haja sido
aproveitado, ainda teremos 1,8 milhões de planetas com seres vivos. Admitamos,
para concluir, que num só planeta, entre cem com seres vivos, existam criaturas
com grau de inteligência semelhante ao Homo sapiens. Pois esta última
conjectura ainda garante para nossa Via Láctea o enorme número de 18.000
planetas com vida inteligente semelhante à nossa.”

Pode-se dizer, portanto, que o desenvolvimento humano esteve e ainda esta


muito ligado ao estudo dos astros e, portanto aos primitivos Símbolos
Zodiacais.

Conclusão

Para a realização de sua própria iniciação, que há de levá-lo ao caminho do


Conhecimento, o Maçom vale-se de elementos colhidas por toda parte, bebendo
nas mesmas fontes que dessedentaram as religiões e as sociedades iniciáticas
do passado e alimentando-se de todo o conhecimento científico do presente. E
firmando um pé na tradição, que lhe transmite os valores espirituais, e outro na
Ciência, que o mantém no caminho do progresso, consegue o Maçom o
equilíbrio perfeito, aquele mesmo equilíbrio que sustenta os corpos celestes no
cosmos.

Pelo método iniciático, o Maçom distingue-se culturalmente dos outros


homens. Não conhece nem pode conhecer a satisfação espiritual e intelectual,
pois ele sabe que a verdade de hoje pode não ser a verdade de amanhã.
Pesquisador eterno, o Maçom faz jus à denominação deFilho da Luz.

Maçonaria e Astrologia
José Castellani

Introdução

 A Astrologia era na antiguidade considerada a chave de todas as ciências


humanas e naturais e não é de duvidar que algum dia descubra, inúmeras
razões para que volte a ocupar esta posição. A Astrologia teve sua origem, por
volta do ano 3000 a.C., provavelmente na cidade de “Ur”, supostamente a pátria
de Abraão, fundada no 4º milênio a.C., por um povo do norte da mesopotâmia,
os Sumérios. Este povo tinha um grande interesse pela observação do céu. Para
os Sumérios, este parecia uma grande abóbada de veludo negro onde as estrelas
estavam fixas como enfeites de brilhantes. Notaram, entretanto que além do Sol
e da Lua, cinco estrelas apresentavam um movimento mais rápido que as
outras; eram os planetas: Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno.

Mais tarde foram os Caldeus que introduziram a astrologia como hoje é


conhecida. As estrelas foram agrupadas em constelações, para servirem como
marcadores do movimento dos planetas. O Zodíaco, ou o Caminho de Anu, era a
rota seguida no céu pelo Sol, Lua e planetas, sempre pela mesma massa de
estrelas, as Constelações Zodiacais.

A divisão do Zodíaco em doze partes talvez tenha vindo da divisão em doze


partes de duas horas cada uma do dia dos Caldeus.
A maçonaria, com seus templos onde sempre são representados os signos do
zodíaco e a abóbada celeste, sempre serviram de veículo para a difusão de
ensinamentos da Astrologia e, com certeza, foram em lojas que a Astrologia
deve ter primeiro florescido em nosso país, em especial no Rio de Janeiro.

A Interpretação Astrológica

A Igualdade é o símbolo de Libra ou Balança. Este signo é o símbolo universal do


equilíbrio, da legalidade e da justiça, concretizado pelo senso da diplomacia e da
cortesia. Libra significa, em última análise, um caráter afável, um sentido de
justiça, harmonia e sociabilidade, que são todos atributos da igualdade.

A Fraternidade é perfeitamente ilustrada pelo signo de Gêmeos em sua


dualidade, que são os míticos Castor e Pólux, cada um desempenhando seu
papel sem nenhuma proeminência sobre o outro. O signo de Gêmeos é dual,
porque simboliza o momento em que a força criativa de Áries e Touro dividem-
se em duas correntes: uma tem sentido ascensional, espiritual, e a outra é
descendente, no sentido da multiplicidade das formas e do mundo fenomênico.
Considere-se, também que face a Gêmeos está Sagitário, governado por Júpiter
Zeus, Deus do qual todos os homens emanam, o que os faz irmãos uns dos
outros, com cada um procurando-o, à sua maneira.

A Liberdade é apanágio de Aquário, simbolizado por Ganimedes, pelo anjo


derramando sobre a humanidade o cântaro do saber; saber que, se for bem
utilizado pode ser um meio de acesso à liberdade, com a condição de que aceite
a superioridade do iniciado. Só o iniciado, o sábio, poderá reconhecer os limites
além dos quais não poderá ir, pois esta é a maneira dele chegar ao conhecimento
dos mistérios divinos. Essa ligação com o divino, da qual Moisés é um símbolo, o
respeito às leis divinas, fundamentais para uma existência pacífica e
harmoniosa, serão também assinalados pelo signo frontal a Aquário: Leão, cujo
símbolo é o Sol, símbolo do UM, símbolo de Deus.

Esses três signos: Libra, Gêmeos e Aquário são os signos do ar do zodíaco. E os


signos do ar são símbolos do espírito, são símbolos do cosmos, que o iniciado
deve procurar conhecer e compreender.

As Provas dos Quatro Elementos

 Uma das primeiras lições que aquele que receberá a Luz recebe é justamente
da simbologia e da importância da depuração pessoal ou “limpeza” pelos quatro
elementos: terra, água, ar e fogo. Estes são os elementos básicos que formam
toda a Criação no estudo da Astrologia. Compreendendo as características
destes elementos pode-se compreender tudo, pois tudo o que existe foi criado
com esta matéria prima básica.

Muitos IIr.’. restringem os estudos dos elementos às lições e indicações do


Ritual e assim deixam de compreender a amplitude deste conhecimento.

Só para ilustrar, nas antigas tradições iniciáticas, aquele que dominava os


elementos tornava-se igual e semelhante ao Gr.’. Arq.’. do Un.’. pois dominaria
totalmente tudo o que foi criado. O iniciado deveria dominar o elemento em seu
universo particular. Deveria dominar a terra e o medo do desmoronamento, a
melancolia, a avareza, a falta de horizontes em circunstâncias que elevariam ao
máximo estas tendências como, por exemplo, dentro de um buraco ou caverna
estreita, úmida e profunda. A água deveria ser dominada, por exemplo, dentro
de um rio caudaloso e com correnteza violenta, vencendo-se a incerteza, a
insegurança, a sensação de abandono e da falta de apoio. O elemento ar deveria
ser dominado nas alturas de um precipício ou montanha (hoje uma montanha
russa serviria), vencendo-se a vertigem, o desequilíbrio, a dificuldade de
respiração em função da apreensão.

Finalmente o fogo deveria ser dominado dentro de um salão incendiado, ou


com o iniciado circundado por três enormes fogueiras. Ele deveria controlar
suas reações quanto ao calor, à luz excessiva e à sensação de proximidade com
um poder terrível que pode destruir.

Os Cargos em Loja e os Sete Planetas Esotéricos

 Ven.’. M.’. – assimilado ao planeta Júpiter, (número 6) que no panteão dos


deuses babilônicos, simbolizava a sabedoria. Rege a visão, a prosperidade, a
misericórdia, a liturgia, o sacerdócio, o mestre e a felicidade.

Ord.’. – está relacionado com Mercúrio (número 2) o planeta que rege a


expressão da Verdade, pois é o “enviado de Deus”. Mercúrio tem asas nos pés e é
o porta-voz, aquele que dá as boas vindas e domina os escritos. Associado ao Sol,
pois dele emana a Luz, como guarda da lei maçônica que é, além de responsável
pelas peças de arquitetura.

1o Vig.’. – associado ao planeta Marte, que era o senhor da guerra, simbolizando


a força. Marte rege o início, a coragem, o pioneirismo e o impulso.
2o Vig.’. – assimilado ao planeta Vênus, feminilizado na mitologia babilônica e
que, sendo a deusa mágica da fertilidade e do amor, simboliza a beleza. Vênus
rege a harmonia, o prazer, a alegria, e a beleza como reflexo da manifestação do
Gr.’. Arq.’. do Un.’..

Secr.’. – relaciona-se com o planeta Saturno (número 7). É ele o responsável de


gravar para a eternidade os fatos de forma fria e exata. Ele é o controlador
rígido da ordem dos processos e cioso pela documentação dentro das normas.
Assimilado à Lua, pois reflete as conclusões legais do Orador.

Tes.’. – associado à Cronos (Saturno, para os romanos), pai de Zeus e filho de


Urano, um dos deuses primordiais, que, com Gaia (a Terra) estava no início de
todas as coisas, simboliza a riqueza. Recebe a simbologia da Lua (número 1) em
sua atividade. A atividade de receber os metais e de organizar o movimento
financeiro da Loja é considerada —por lidar com a frieza dos números— fria e
calculista, além de inflexível. A Lua rege a família, a cidade, o lar e o corpo;
portanto rege o Templo.

M.’. de Cer.’. – assimilado ao planeta Mercúrio, o deus veloz e astuto. Está


relacionado ao planeta Sol. O Sol (número 4) caminha diariamente pelo Céu,
levando e trazendo a existência, a verdade e a justiça. É ele que anima a vida e
que circula no oriente e no ocidente.

Notas Sobre Astrologia e Maçonaria


Francisco Cezar de Luca Pucci

A astrologia tradicional, nos ensina Teixeira de Freitas , foi desenvolvida,


principalmente, a partir do trabalho do astrólogo francês Jean Baptiste Morin
de Villefranche (1583-1656), que serviu ao cardeal de Richelieu e à corte francesa
de sua época. Posteriormente, duzentos anos mais tarde, uma nova vertente do
pensamento astrológico se desenvolveu a partir da Teosofia, movimento
político e espiritualista iniciado em fins do século passado por Helena Petrovna
Blavatski, influenciando significativamente o trabalho atual da astrologia
através de nomes como Annie Besant e Alice Bailey.

Tanto a posição de Villefranche quanto a visão teosófica, baseada no carma, são


fortemente deterministas, deixando ao homem pouca possibilidade de
interferir com seu “destino”, já que este ou é obra dos deuses ou é resultado dos
pecados de vidas passadas.

Com o trabalho do pintor, músico, escritor e astrólogo norte-americano Dane


Rhudyar, a astrologia do século XX, a partir dos anos trintas, vem alternando
esse enfoque determinista. Em lugar de uma astrologia “centrada nos ventos,
Rhudyar propôs uma centrada na pessoa” , que chamou de astrologia
humanística. Entendendo que as ações das pessoas refletem necessidades
profundamente arraigadas nelas, mesmo que inconscientes, propunha uma
astrologia que visasse descobrir essas razões do agir humano, permitindo a
possibilidade de escolhas mais conscientes.

Com essa perspectiva, do ponto de vista desse autor destino passou a ser visto


como uma possibilidade predefinida dentro da própria pessoa, vindo a
manifestar-se pela seleção, inconsciente, que essa pessoa faz dos eventos ou
objetos no mundo fenomênico.

Dentro dessa visão, não há signos bons ou maus, mais fáceis ou mais difíceis.
Cada signo é apenas o indicativo de um dos caminhos – estilos, poderíamos
dizer – através dos quais a pessoa busca a sua totalidade, a sua individuação.

A astrologia passa assim a ser vista como simbolizando os impulsos


inconscientes do comportamento emocional, representando-os através dos
signos. Por isso, em seus primórdios, a astrologia só trabalhava cinco planetas,
depois sete e posteriormente dez, dependendo, assim da evolução do
conhecimento humano.
Adotando essa perspectiva simbólica, para Teixeira de Freitas o Sol representa o
centro da consciência humana, o Ego, representando o impulso de auto-
realização, cujo objetivo é integrar harmoniosamente as várias partes do
psiquismo. A Lua, simbolizando o lado feminino, representa a vivência
emocional instintiva, com a qual a vivência consciente se combina para permitir
a totalidade do psiquismo.

Os doze signos, portanto, são caminhos da vida psíquica e simbolizam,


arquetipicamente, as possibilidades tanto do indivíduo quanto da coletividade.

O número doze se apresenta, também, sob outras formas: no número de


apóstolos, de filhos de Jacó, de tribos de Israel, de trabalhos de Hércules.
Também está representado na figura da abeta sobre o avental e da pirâmide
sobre o cubo.

Tomados na sua totalidade, ainda segundo Teixeira de Freitas, os signos podem


ser vistos como uma espiral evolutiva de três ciclos de quatro signos cada,
representando o ciclo completo do amadurecimento humano: Áries, símbolo
cardeal de fogo, positivo, iniciando o impulso da vida que surge do inconsciente
indiferenciado no início da primavera no hemisfério norte (equinócio vernal);
impulso que tem que ser contido e direcionado pela praticidade de Touro, para
poder explorar o mundo exterior com a velocidade e superficialidade de Gêmeos
até consolidar possessivamente, em Câncer, as informações assim obtidas. Com
isso se cumpre o primeiro ciclo.

Em Leão, a intuição se acentua, marcando mais a autoconsciência, que produz


em Virgem uma maior capacidade de discriminação e crítica, exigindo um
equilíbrio, em Balança, que integre o outro em si mesmo, o que faz com que se
inicie um recesso emocional profundo, em escorpião, preparando a morte do
Ego no inverno que se prenunciava nesse outono. Cumpre-se o segundo ciclo.

Saindo de si em busca de princípios coletivos mais universais, em Sagitário, há


maior inclinação à comunidade e à fraternidade. Mas o que foi adquirido é
posto à prova, exigindo a perseverança e a paciência em Capricórnio. Todas as
experiências do coletivo, intelectualmente analisadas em Aquário, devem
finalmente se integrar aos traços da personalidade individual, o que exige
profundo sentimento, em Peixes. E tudo recomeça em um nível superior.
Podemos relacionar esses ciclos aos três graus da Maçonaria Simbólica,
visando o desenvolvimento da Intuição, da Análise e da Síntese, como
ensina Castellani.
Por esse prisma podemos entender os quatro animais do Evangelho de Mateus:
águia, boi, leão e homem, como sendo a representação das quatro funções
básicas do processo de individuação: intuição (fogo); sensação (terra);
pensamento (ar) e sentimento (água).

Temos a mesma representação no enigma clássico da Esfinge de Gisé que


interpelou Édipo na peça de Sófocles. Como coloca muito bem Jorge Adoum –
embora com conotação mais mística que simbólica – quem domina esses
“elementais” torna-se senhor de si mesmo.

Quem não o faz, será “devorado”.

A Astrologia na Maçonaria II

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