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MEC201 - PROJETO DE PRODUTO

AULA 05

Prof. Jairo Machado. Me. Eng.


jairo@upf.br
Projeto considerando a conformação (continuação)

Para conformação em matrizes fechadas também chamado de forjamento em


matrizes fechadas, o projeto deve ser feito com uma configuração apropriada a
ferramenta (We) (adequada à matriz), adequada ao forjamento (Sm) (adequada
ao escoamento), e adequada ao trabalho (Be).

As diretrizes básicas de configuração para extrusão a frio de corpos simples com


simetria de revolução, assim como de corpos vazados, agrupadas e adequadas à
ferramenta (We) e adequadas ao forjamento (Fl).
Diretrizes de projeto da forma com exemplos de forjamento em matriz
fechada
Diretrizes de projeto da forma com exemplos de embutimento
Diretrizes de projeto da forma com exemplos de componentes dobrados
A configuração por dobramento (flexão a frio) deverá ser objetivada adequada ao corte
(Sn) e adequada ao dobramento (Bi).
Diretrizes com exemplos de torneamento de componentes

As diretrizes para configuração precisam considerar a ferramenta (We) e a


adequação à formação de cavaco (Sp).

Considerando a ferramenta significa:

• Prever suficientes possibilidades de fixação com objetivo de melhorar a


qualidade.
• Dar preferência a operações de usinagem que não requerem mudanças na
fixação da peça ou troca de ferramentas.
• Considerar a necessária finalização da operação (saída da ferramenta).
Adequação à formação de cavaco, significa:

• Evitar usinagem desnecessária, restringir ao mínimo necessário as


superfícies a serem trabalhadas, os graus de acabamento superficial e as
tolerâncias.
• Objetivar superfícies de trabalho paralelas ou normais ao plano de fixação.
• Dar preferência as operações de tornear e furar em lugar das operações de
fresar e aplainar.
Diretrizes de projeto da forma de componentes para operações de furação
Diretrizes de projeto da forma de componentes com exemplos para peças com
processamentos por fresas
Diretrizes de projeto da forma de componentes com exemplos de peças
submetidas à operação de retificação
Diretrizes de projeto da forma de componentes com exemplos de componentes
cortados
Diretrizes de projeto da forma de componentes com exemplos de peças
soldadas

O processo de execução da solda é subdividido em três etapas: pré-trabalho (Vo),


soldagem (Sw) e pós-trabalho (Na), observando:

• Vo, Sw, Na: Evitar a simples reprodução de peças fundidas: priorizar chapas,
perfis ou demais semi-acabados padronizados, comerciais ou pré-usinados,
aproveitar possibilidade de uso de construções mistas.
• Sw: Adequação da qualidade do material e da solda, bem como do processo
de solda a requisitos indispensáveis com relação a resistência, estanqueidade
e à beleza da forma.
• Sw: Objetivar seções de cordões de solda e dimensões de peças reduzidas, a
fim de evitar uma dissipação prejudicial de calor.
• Sw, Na: Minimizar o volume de solda, a fim de evitar trabalho de
desempenamento ou endireitamento.
7.4.3 Diretrizes de projeto da forma para estrutura apropriada de montagem

Por montagem compreende-se a união, com todos os trabalhos necessários,


durante e após a produção do componente.

Recursos e qualidade da montagem dependem tanto do tipo e número de


operações de montagem, bem como da própria execução.
• Sp: estocagem;
• Ha: manuseio;
• Po: posicionamento;
• Fü: união (juntar, encaixar, preencher, comprimir, vulcanizar, peças
conformadas, composição de materiais (brasagem, colagem ou soldagem));
• Ei: regulagem, ajuste;
• Si: proteção dos componentes contra alterações nas posições de montagem;
• Ko: controle (testes e medições).
7.5.1 Diretrizes de projeto para forma de produtos considerando a
desmontagem

O objetivo é possibilitar a desmontagem simples e extensamente não destrutiva.


Todos os componentes reaproveitáveis devem ter garantido limpeza fácil e que
não provoque estragos.

A remontagem deve ser de fácil execução. Devem ser especificados uniões


desmontáveis, disponíveis durante todo o ciclo de vida do produto. Deve-se evitar
a perda da capacidade de conexão por desmontagens sucessivas.
Conexões orientadas para a desmontagem: a Parafuso; b Travamento com ¼ de volta; c
Travamento por rotação e pressão; d Grampo; e Travamento pressão-pressão; f Correia com
conector; g Fecho velcro; h Fecho de estalo; i Fecho por travamento; j Fecho excêntrico; k
Anel de segurança; l Fecho baioneta; m Fecho de mola.
7.6 Projeto considerando o risco

Apesar da intensa eliminação de erros e grandezas perturbadoras, sobrarão


lacunas de informação e incertezas de avaliação. Por razões técnicas nem sempre
é possível eliminá-las com a ajuda de pesquisa teórica ou experimental.

Apesar de um desenvolvimento cuidadoso, observando as condicionantes


definidas na lista de requisitos, poderá sobrar um resto de incerteza (p. ex.
perante uma rápida mudança da situação de mercado).

Diante essa situação, coloca-se a questão de quais medidas ainda poderão ser
tomadas, uma vez que a solução foi elaborada cuidadosamente e as respectivas
recomendações foram seguidas atentamente.
Na busca metódica da solução, foram elaboradas e analisadas uma série de
variantes de solução. Vantagens e desvantagens de cada solução foram
discutidas e ponderadas entre si.

Essa comparação, em algumas circunstâncias, levou a soluções novas e


melhores. Conhece-se portanto, o leque de opções e foi elaborada uma tabela
de classificação, na qual os aspectos econômicos também foram considerados.

Em princípio, de imediato deverá ser dada preferência a solução mais


econômica, ou seja, àquela que for menos dispendiosa e que satisfaça a função
técnica.

Portanto, sob consideração do risco devem ser harmonizados o risco técnico e


o econômico, e ser assegurado ao fabricante um ganho útil em experiência e
ao usuário, uma operação confiável isenta de falhas.
7.7 Projeto considerando as normas

Objetivos da normatização

“Normatização” é a solução definitiva, por todos os interessados, de um processo


técnico ou organizacional, repetitivo, que leva em conta todos os recursos
conhecidos e otimizados.

Tipos de normas

Os projetistas e desenvolvedores devem fazer um uso intensivo das normas,


devem se aproveitar da essência da normalização, ou seja, organizar questões e
fatos segundo critérios apropriados, com objetivo de unificá-los e otimizá-los.
As normas podem ser distinguidas pela origem:

• Normas DIN (Deutshes Institut für Normung – Instituto Alemão de


Normatização).
• Normas européias (normas EN) do CEN (Comité Européen de Normalisation
– Comitê Europeu de Normalização.
• Recomendações e normas do IEC (International Eletrochemical Comission –
Comissão Internacional Eletroquímica).
• Recomendações e normas da ISO (International Organization for
Standardization – Comitê Internacional de Normalização).
Além disso, normas, prescrições e diretrizes de normas privativas da empresa
também fazem parte da coleção de normas do projetista, podem ser divididas
nos seguintes grupos:

• Resumo de normas, que partindo de normas transcendentes à empresa,


realizam uma seleção ou também uma delimitação segundo critérios
específicos da empresa.
• Catálogos, listas e informações sobre produtos de fornecedores incluindo sua
estocagem bem como indicações para encomenda.
• Catálogos ou listas dos produtos próprios (elementos de projeto, peças
repetitivas, subconjuntos, soluções padronizadas).
• Folhas de dados para otimizações técnico-econômicas.
• Prescrições ou diretrizes para cálculo e configuração dos elementos de uma
construção, subconjunto, máquina ou instalação.
• Informações sobre condições para estocagem e transporte.
• Prescrições e diretrizes para a preparação e processamento da informação
(desenho e listas de peças)
Configuração considerando a norma

Em primeiro lugar recomenda-se a observância das normas DIN ou ISO


básicas, pois sobre essas se apóiam todo o leque restante de normas.

A não consideração das normas básicas tem como resultado que as


consequências, principalmente a longo prazo (reposição de peças) não sejam
previsíveis, criando um grande risco técnico e econômico.

Configuração:

Na configuração considerar normas básicas e especiais, especialmente normas


de planejamento, projeto, de dimensões, de materiais e de segurança. Normas
de ensaios e prescrições de controle também influenciam.
Segurança: Considerar normas de segurança e disposições legais para a fábrica, o
trabalho e o meio ambiente. Sempre dar prioridade a normas de segurança face
a medidas de racionalização e critérios econômicos.

Produção: Do ponto de vista da produção, normas são especialmente


importantes, e normas de fábrica são obrigatórias. Somente divergir da norma
depois de considerar aspectos do funcionamento, do setor de compras e da área
de marketing.

Controle: Para o controle de qualidade as normas de ensaios e as prescrições de


controle são importantes.
Manutenção:

Prever normas de comunicação (ex. painéis de comando), de fornecimento e de


manutenção consistentes e unificadas.

Reciclagem:

Para reutilização e reaproveitamento ou reprocessamento considerar,


sobretudo: normas de ensaios, de materiais, de qualidade, de dimensões, de
processos e de comunicação.
7.8 Avaliação de anteprojetos

Dispensando-se os cálculos dos custos de fabricação, a valoração econômica só


pode ser avaliada qualitativamente. Entretanto, os custos, na etapa de
configuração, basicamente devem ser determinados mais realisticamente.
Inicialmente devem ser elaborados os critérios de avaliação, obtidos dos:

a) Requisitos da lista de requisitos Desejável superação dos requisitos mínimos


Expectativas (satisfeitas, não satisfeitas, quão bem satisfeitas);
b) Características técnicas (até que ponto está presente o modo pelo qual
foram satisfeitas)

O grau de integralidade dos critérios de avaliação é testado pelas principais


características da lista de verificação e ajustadas ao grau de concretização
alcançado.
Lista de verificação
com as características
principais para
avaliação da fase de
anteprojeto
7.9 Exemplo de um anteprojeto

Na fase de concepção, são geradas soluções básicas (conceitos), após uma


sequência de trabalho orientada fundamentalmente por interações de funções e
seus efeitos (estrutura de funções e de funcionamento).

Na fase de anteprojeto, precisa ser dada ênfase à implantação das definições da


configuração de subconjuntos e componentes específicos. No anteprojeto são
necessários uma maior flexibilidade no procedimento, profundos conhecimentos
nas especialidades e também larga experiência.

O exemplo se trata de uma máquina de ensaio, na qual uniões cubo-eixo podem


ser solicitadas por momentos de torção pulsantes.

Após esclarecimento do problema, elaboração de uma lista de requisitos,


abstração, montagem da estrutura de funções, busca de princípios de trabalho,
concretização e avaliação de variantes da solução preliminar, segue-se os passos:
1ª e 2ª Etapas principais: Identificação dos requisitos determinantes da
configuração. Esclarecimentos das condicionantes espaciais

Da lista de requisitos, foram identificados os seguintes requisitos como


determinantes da configuração (seleção):

• Determinantes do arranjo (fixação, carregamento, transferência de carga);


• Determinantes das dimensões (bitola eixo, torque ajustável, potência
absorvida);
• Determinantes do material (material do eixo e do cubo);
• Outros requisitos (produção na própria fábrica, tipos de componentes
padronizados, fácil desmontagem).
3ª Etapa principal: Estruturação em portadores da função principal determinantes da
configuração
Primeiramente foram reunidos os portadores da função de diversas subfunções indicadas
na variante da solução.
Como portadores da função principal para o projeto são importantes:

• A fixação do corpo de prova.


• A alavanca para a transferência entre o came frontal e os constituintes da
fixação do corpo de prova.
• O came do tambor.
• O motor elétrico.
• O volante.
• A embreagem.
• A tranmissão.
• A estrutura da máquina.
4ª Etapa principal: Esboço da configuração dos portadores da função principal
determinantes da solução.

Portadores da função principal determinantes do projeto da forma: 1 Conexão do corpo de


prova, 2 alavanca de transmissão, 3 Came cilíndrico.
Nova estrutura de funções com novas variantes devido à solução não satisfeita do came
5ª Etapa principal: Seleção de projetos de desenho mais adequados.

6ª Etapa principal: Esboço da configuração dos demais portadores da função


principal (transmissão, acoplamentos, motor, volante).

7ª Etapa principal: Busca de soluções para funções auxiliares.

8ª Etapa principal:
Detalhamento da configuração dos portadores da função principal considerando
os portadores da função auxiliar.

Resulta o seguinte:
• Motor regulável (adquirido no comércio).
• Projeto do volante.
• Embreagem (adquirido no comércio).
• Transmissão (adquirido no comércio).
• Projeto da alavanca
9ª Etapa principal: Detalhamento dos portadores de função auxiliares e
complementação do anteprojeto provisório.

Projeto completo da forma preliminar.


10ª Etapa principal: Avaliação de acordo com critérios técnicos e econômicos.

Lista de avaliação da procura de pontos fracos


Projeto final da máquina de testes de cargas pulsantes.

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