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LÍNGUA PORTUGUESA

ESTRATÉGIAS DE
ORGANIZAÇÃO DO TEXTO

Cleuza Cecato

concursos
Língua Portuguesa
Estratégias de organização do texto

Apresentação
Olá estudante,

Meu nome é Cleuza Cecato e sou Professor(a) de Língua Portuguesa, Produção


de Textos e Linguística. Antes de comentar os principais aspectos do curso, eu gostaria de me
apresentar! Sou formado em Letras pela UFPR, tenho mestrado em Linguística pela mesma
instituição e sou doutoranda em Linguística Aplicada pela UFRGS. Atualmente exerço funções
de professora e coordenadora de área na Educação Básica. Também trabalho com Graduação
e Pós-Graduação. Espero poder te ajudá-lo(a) nessa empreitada, afinal tenho vasta experiência
com o assunto dessa disciplina.

Prepare-se. Tem muito conteúdo para estudar! Vamos fazer da sua experiência de preparação
algo agradável, não se preocupe! Tenha muita paciência, dedicação e, principalmente, confiança!

Sumário

Para entender estratégias, nada melhor do que lê-las e analisá-las............................................3


Língua Portuguesa
Estratégias de organização do texto

Para entender estratégias, nada melhor do que lê-las e


analisá-las

Se um amigo lhe dissesse que acaba de ver um elefante rosa voando, você não acreditaria. Ele-
fantes não são rosa e não voam, por isso você precisa de algo além de uma suposta testemunha
para mudar sua ideia sobre como o mundo funciona. O cérebro em princípio rejeita informações que
contradizem o que você já sabe, e assim ele funciona bem, porque na esmagadora maioria dos casos
ele tem razão. Mas o que ocorre quando o argumento é bom – não um elefante voador – e pelo menos
deveríamos levá-lo em conta, embora nos contradiga? “Para mim tanto faz”, responderia o cérebro.
“Por que desenvolvemos um cérebro que descarta informações perfeitamente válidas quando elas
não se ajustam à sua visão do mundo? Isto pode parecer um design ruim, que pode levar a muitos
erros de julgamento. Então, por que não se corrigiu esta falha no transcurso da evolução humana?”,
pergunta-se a neurocientista Tali Sharot em A Mente Influente (Rocco). Para tratar de responder a
estas perguntas, Sharot, do University College de Londres, realizou uma série de experimentos que
mostrariam, a se confirmarem, como o cérebro se nega a abrir a porta quando quem bate é uma
opinião que o contradiz, por mais convincente que seja.
Nestes experimentos, os participantes participavam de um jogo tipo Acerte o Preço, envolvendo
o valor de vários imóveis. Era-lhes mostrado um preço, e tinham que decidir se custava mais ou
menos, e, depois, decidir quanto apostavam na sua resposta: entre 1 e 60 centavos. Desta maneira,
podia-se medir a segurança das suas decisões. Então, se mostrava aos participantes o valor que
seus colegas de jogo haviam apostado, e a pessoa tinha a opção de mudar a quantia apostada, mas
não o sentido da aposta. Para os cientistas, não foi uma surpresa o que eles observaram: quando
o outro participante lhes dava a razão, aumentavam a aposta. E se o outro estava muito seguro,
aumentavam-na muito mais. Ou seja, levavam em conta a força da convicção do companheiro
quando concordavam.
Mas, quando o colega apostava o contrário, isso não tinha tanta influência, e quase nunca o valor
apostado diminuía. O mais interessante é o que ocorria quando o companheiro opinava o contrário,
e além disso apostava muito nessa opção, ou seja, quando sua convicção transmitia muita força.
Nesse caso, continuava sem ter muita influência: tanto fazia a intensidade da aposta. “Descobri-
mos que, quando as pessoas não estão de acordo, seus cérebros não conseguem registrar a força
da opinião da outra pessoa, o que lhes dá menos razões para mudar de opinião”, resume Andreas
Kappes, pesquisador da Universidade da City de Londres e coautor deste estudo, publicado na
Nature Neuroscience.

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Estratégias de organização do texto

“Nossas conclusões sugerem que nem sequer os argumentos mais elaborados do outro lado
convencerão as pessoas mais polarizadas, porque o desacordo será suficiente para rechaçá-lo”,
assegura Kappes. E acrescenta: “O fato de não observar a qualidade do argumento oposto torna
menos prováveis as mudanças na mente”.
Estes cientistas deram um passo à frente no entendimento deste viés de confirmação, que Sharot,
diretora do Laboratório do Cérebro Afetivo do University College de Londres, define assim: “Procu-
rar e interpretar dados de uma maneira que fortaleça nossas opiniões pré-estabelecidas”. Sharot
e sua equipe realizaram estes experimentos observando a atividade do cérebro dos participantes
mediante ressonância magnética.
E puseram o foco em uma região muito concreta, o córtex pré-frontal medial posterior, uma
área que se ativa ao esquadrinhar a confiança ou a qualidade da evidência que nos apresenta e
depois nos leva a mudar nossas crenças e opiniões de acordo com a qualidade dessas provas. Se
um médico confiante me sugere que eu deveria começar um tratamento, então o córtex pré-frontal
medial posterior rastreia a confiança do médico e me leva a ajustar minha opinião de acordo com
isso: minha crença de que devo me tratar aumenta, explica Kappes.

https://brasil.elpais.com/sociedade/2019-12-24/o-cerebro-nos-impede-de-ver-a-forca-dos-argumentos-que-nos-con-
tradizem.html

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