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10 Dicas para escrever bem TCC, teses, dissertações, monografias e

projetos de pesquisas

Olá! Sou a Marina Kizys, bióloga pela USP e doutora em ciências pela UNIFESP. Sou a mais
nova colaboradora do Portal eFlora e eFlora Web! Junto com o Rodrigo, organizo os cursos
presenciais da Brasil Bioma. Fazer ciência, compartilhar conhecimentos e conhecer lugares são
minhas grandes paixões. Irei, a partir de agora, dividir com vocês o que aprendi ao longo destes
anos na academia e em eventos que participei. Aqui no eFloraWeb, postarei regularmente com
várias dicas sobre Redação Científica. Não deixe de comentar o post sobre o que achou do
conteúdo e sugerindo outras temáticas!

Para começar, resolvi discutir com vocês, 10 dicas de como escrever bem uma
tese/monografia/dissertação/TCC. Trouxe a essa discussão um pouco do meu dia a dia na
academia aliada a inúmeras leituras que tenho feito.

Cada programa de graduação e pós-graduação podem criar as próprias regras de redação e


formatação desses trabalhos ou sugerir a adoção das regras da ABNT (Associação Brasileira de
Normas e Técnicas). Mas sempre tem aquelas informações que são universais. Vamos a elas?!

Espero que gostem!

1. CTRL C/CTRL V NEM PENSAR!


O trabalho precisa refletir quem é você. A falta de tempo é uma desculpa muito comum para a
realização desses temidos trabalhos de conclusões de etapas importantes de nossas vidas. Vez ou
outra pensamos até em pedir a alguém que o faça. Essa é uma solução fácil, mas não correta! O
mesmo vale para cópias de outros trabalhos. Isso se caracteriza como crime de plágio, passível de
autuação. Isso sem contar o constrangimento moral e a possibilidade de você perder a titulação
recebida.

2. ANTES DE MAIS NADA, ESQUEMATIZE!


Antes de começar a elaboração da tese/monografia/dissertação/TCC, faça um planejamento de
cada seção que terá. Quantas e quais serão, quantas páginas para cada, qual ou quais são as mais
importantes que preciso dar maior atenção. Estruture a sua tese/monografia/dissertação/TCC antes
de iniciá-la(o) e siga este guia mental ou rascunhado em papel. Isso será o seu norte ao longo do
processo.

3. PUBLICAR É O QUE HÁ!


Atualmente, há um grande estímulo à publicação dos resultados obtidos durante a realização da
pesquisa que culminará na monografia, dissertação e tese. Programas de Pós-Graduação públicos e
privados recomendam que o formato do trabalho seja na de artigo e não no “formato clássico”
amplamente disseminado na academia.

Mas o que o difere do modelo dito “clássico”? Esse novo formato proposto, em resumo, possui:

– uma introdução geral da tese/monografia/dissertação/TCC,


– objetivos gerais e específicos,

– capítulos em forma de artigos científicos,

– conclusões gerais e

– referências bibliográficas.

Estes artigos tratam de cada objetivo desenvolvido ao longo do estudo, com seu resumo,
introdução, objetivos, materiais e métodos, discussão, conclusão e referências. Geralmente ele
vem formatado e na língua conforme normas da revista em que se pretende realizar a submissão.
Em outro post passarei algumas dicas sobre como redigir um artigo científico de sucesso!

4. SEJA CLARO!
A tese/monografia/dissertação/TCC deve exibir todo o racional por trás do desenvolvimento da
mesma. Ou seja, deve deixar clara a pergunta do seu trabalho, hipótese, premissas, seus objetivos
e como você testou a sua hipótese. Descrever com detalhes as metodologias escolhidas. Cite toda e
qualquer referência que você tenha utilizado para conceber a ideia do projeto e para discutir os
seus achados.

5. SEJA FOCADO!
Atenção! Cite e discuta referências apenas utilizadas na sua tese/monografia/dissertação/TCC.
Não discuta ou apresente temas não abordados ao longo do trabalho. Seja focado. Discorrer sobre
“tudo que se sabe sobre” poderá fazer o leitor se perder e se desmotivar. O ótimo é inimigo do
bom. Pense nisto!

6. VALORIZE OS ACHADOS PRINCIPAIS!


Os anexos e apêndices da tese/monografia/dissertação/TCC devem conter dados secundários que
não foram considerados altamente relevantes. Deve conter também os documentos solicitados pelo
programa da sua instituição.

7. LEITURA E MAIS LEITURA!


Tenha em mente quem será o leitor da sua tese/monografia/dissertação/TCC.

Um deles são os temidos avaliadores. Reflita sobre a sua banca examinadora. Algum dos
integrantes trabalha diretamente com sua linha de pesquisa? Você citou os trabalhos relevantes
dele para a sua pesquisa? Isso pode te ajudar na hora da defesa.

Outra dica é buscar na literatura tudo o de mais importante publicado sobre a sua linha. Isso o
ajudará na discussão dos seus achados e na argumentação durante a arguição. E mais, a leitura te
leva a formular possíveis hipóteses para aqueles achados inesperados que tanto nos “descabelam”!
Quem sabe você não ache uma solução para eles?

8. UMA PITADA DISSO, UMA PITADA DAQUILO!


Saiba dosar o tamanho das seções de sua tese/monografia/dissertação/TCC. A introdução deve
fazer uma revisão da literatura e caracterizar o seu objeto. Ela não deve ser muito longa e nem
muito curta. Deve ser o suficiente para o seu leitor ter um panorama geral sobre o que já se sabe
sobre o assunto e compreenda o encadeamento de ideias que o levou a elaborar as hipóteses.
Você deve despender mais tempo na apresentação dos dados e em sua discussão. Deve abranger
todos os pontos que você propôs estudar e responder as perguntas levantadas na introdução.

Finalmente, as conclusões não devem, como a introdução, serem longas. Alguns programas
sugerem que sejam construídas em forma de tópicos, privilegiando assim, a sua objetividade.

9. É O QUE TEMOS PARA HOJE?


Não fique frustrado caso não consiga responder todas as perguntas formuladas no início de sua
pesquisa ou se suas hipóteses foram refutadas. Isso é fazer pesquisa! A frustração faz parte da
ciência, assim como da vida em muitos momentos.

Temos um tempo determinado para realizá-la e isso é um fator limitante muito importante. Por
conta dele, não conseguimos fazer tudo o que desejamos. Sempre teremos a sensação de que
poderia ficar melhor se fizéssemos isso ou aquilo. Calma! Você não está sozinho(a)! Todos temos
estes e outros sentimentos ao longo da confecção da nossa tese/monografia/dissertação/TCC. Ela
não é o ponto final de sua vida acadêmica. Encare-a apenas com uma primeira etapa.

Caso pretenda continuar a estudar o mesmo tema, você deve ter a percepção de possíveis
estratégias alternativas de análises, pontos de possíveis fraquezas. Se tiver essa percepção será
maravilhoso! Isso mostra que você realmente experimentou e vivenciou o espírito científico. E
isso também vale para o caso de você mudar de área. Você iniciará novos projetos com um olhar
mais crítico. Saberá lidar melhor com todo o processo.

Portanto, uma tese/monografia/dissertação/TCC de sucesso não é necessariamente àquela que


recebeu nota máxima, que está toda “redondinha”. É aquela que você realizou cada etapa
adequadamente, estudou, deu o seu melhor, defendeu da melhor maneira possível, fez o que estava
ao seu alcance naquele momento e naquele seu grau de conhecimento e percepção. Imagine o
quão legal é ver o seu trabalho citado e consultado por outras pessoas. Não acha?!

10. NUNCA ACABA!


Apresente e defenda a sua tese/monografia/dissertação com unhas e dentes! Nada de menosprezá-
la ou dizer que você fez o melhor que pode para a banca. Se você a construiu, realizou cada etapa,
deve ficar muito orgulhoso de si! Você não deve apresentar o que você esperava que ela se
tornasse. Apresente exatamente o que ela é. Defenda o seu ponto de vista, tendo a humildade de
reconhecer as possíveis limitações. Essas limitações podem, como eu disse, se tornarem novas
estratégias de análises e propostas de estudos futuros.

Como um amigo me disse certa vez, um projeto de pesquisa nunca acaba! E não acaba mesmo!
Novas perguntas sempre surgem. Isso é fazer ciência. Você ou outros pesquisadores podem vir a
estudá-las no futuro. E se tiver só resultados negativos? Calma! Eles apontam caminhos que não
devem ser seguidos no futuro. Tudo é válido desde que bem fundamentado.

FONTE:

www.efloraweb.com.br/10-dicas-escrever-bem-tcc-teses-dissertacoes-monografias-pro..., acesso
em 04/06/2019, às 10:30.

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