Você está na página 1de 12

Direto ao ponto: Os segredos da nova ciência da expertise é um livro muito bem escrito e

detalhado por Anders Ericsson e Robert Pool que se intitulam como um psicólogo pesquisador
e um escritor que se dedica à ciência.

O livro possui dados e fatos de mais de 30 anos de estudos e pesquisas realizadas, referentes a
ciência da expertise com trabalhos realizados em todo o mundo, claramente evidenciados nas
referências na parte final deste livro.

Muitas das frases, ensinamentos, exemplos e conceitos a seguir foram extraídos do livro, de
modo a realizar um resumo objetivo da obra, para absorve as informações relevantes que os
autores evidenciaram ao longo de seus estudos e tornar o conhecimento acessível e aberto
aos leitores interessados no assunto.

Direto ao ponto é mais uma obra que orbita no universo da ciência da expertise, porém com
um tamanho e brilho que merecem ser reconhecidos e admirado – Uma obra que vale a pena
ser lida mais de uma vez!

Sobre este livro

Semelhante as obras acadêmicas, logo de início os autores descrevem pontos importante que
serão abordados ao longo da leitura e utilizam argumentos que merecem serem
compartilhados:

- O cérebro é adaptável, e o tipo certo de treinamento e prática podem criar habilidades que
não existiam antes.

- Aprender não é uma maneira de alcançar o potencial de alguém, mas sim um modo de
desenvolvê-lo. Podemos criar nosso próprio potencial.

- Nesse novo mundo não faz mais sentido pensar que as pessoas nascem com reservas fixas de
potencial; em vez disso, é preciso considerar que o potencial é um recipiente expansível,
moldado pelas várias atividades que fazemos ao longo de toda a nossa vida.

Inúmeros livros argumentam que as pessoas têm superestimado o valor do talento inato, de
que o desejo sincero e o trabalho pesado, por si sós, levarão a um melhor desempenho
-“apenas continue trabalhando dessa maneira e você chegará lá” – e isto está errado.

Estamos subestimando o valor dos fatos, é o tipo correto de treinamento realizado durante um
período suficiente de tempo – muitas vezes significa um processo de longo prazo; que nos
levará aos aprimoramentos e serviram para criarmos oportunidades e desenvolvermos nossa
motivação e esforço. Nada mais.

E o objetivo desta obra está na abordagem da “prática deliberada”, o padrão de ouro para
qualquer um, em qualquer campo, que deseje tirar proveito do dom da adaptabilidade, a fim
de construir novas competências e habilidades, segundo o autor.

Introdução

Com os exemplos iniciais – que merecem uma atenção particular do leitor, ou seja, merecem
serem lidos; podem-se extrair os seguintes ensinamentos:

O dom, aquele que costumamos frequentemente dizer e atribuir a pessoas que consideramos
incrivelmente boas naquilo que realizam ou pelos resultados atingidos, é na verdade uma
habilidade que praticamente todos nascem, novamente, o dom/talento são habilidades
adaptáveis.

Durante décadas, os cientistas acreditavam que nascemos com os circuitos de nossos cérebros
praticamente fixos e que esses circuitos determinavam nossas habilidades. Contudo o nosso
cérebro – inclusive o cérebro adulto – é muito mais adaptável do que qualquer pessoa jamais
havia imaginado, e toda esta plasticidade neural e cognitiva são produto do treinamento – que
levam a mudanças no cérebro, e dependendo da habilidade, a mudanças no corpo - e não de
alguma espécie de programação genética inata como muitos acreditam.

Não importa qual papel inato a herança genética possa desempenha nas realizações de
pessoas “dotadas”, o principal dom que essas pessoas têm é o mesmo que todos nós temos –
a adaptabilidade do cérebro e do corpo humano, da qual elas tiram mais proveito do que o
resto de nós.
Capítulo 01

Conceda o “tempo” suficiente para trabalhar determinada habilidade. Pratique. Bastante.

Um aperfeiçoamento possui uma grande chance de nem sempre ser óbvio ao ser analisado de
um ano para outro, mas se mudarmos o ponto de vista e avaliarmos ao longo do curso de
vários anos que se tem praticado, será – muito provável – admirar uma espetacular melhoria.

“Vivemos em um mundo cheio de pessoas com habilidades extraordinárias – habilidades que,


do ponto de vista de praticamente qualquer outra época da história humana, teriam sido
consideradas impossíveis”.

Todos nós seguimos praticamente o mesmo padrão com qualquer habilidade que queremos
aprender. Começamos com uma ideia geral do que queremos fazer, conseguimos algumas
instruções de um professor, de um treinador ou de um livro ou de um site, praticamos até
alcançarmos um nível aceitável e, então deixamos que se torne automático.

E uma vez que você tenha atingido esse nível de destreza satisfatório e automatizado o seu
desempenho, você parou de improvisar, e então os anos adicionais de prática não levam a um
aperfeiçoamento, pelo simples fato de que aquelas habilidades automatizadas se deterioram
gradualmente ao longo dos anos, na ausência de esforços deliberados para melhorar
conscientemente suas fraquezas.

O perigo envolvido é achar que desempenhar alguma ação repetidamente e esperar que a
repetição por si só irá melhorar o seu desempenho. É necessário tem objetivos específicos e
definidos ao máximo possível, transformando esse objetivo em um alvo sobre a qual você
possa trabalhar com uma expectativa realista de aperfeiçoamento. Foco.

Você precisa saber se está fazendo algo certo, e caso não esteja, precisa descobrir o que está
fazendo de errado, sem isto você não pode descobrir o que precisa fazer para melhorar ou
quão perto você está de alcançar seus objetivos. Precisa-se reconhecer onde a sua fraqueza
está localizada e direcionar seu foco de maneira adequada.

Se você nunca se pressiona para ir além da sua zona de conforto, sem nenhum empenho para
ir além do que aquilo que já era fácil, você nunca se aperfeiçoará. Sair da zona de conforto
significa tentar fazer algo que você não conseguia fazer antes. Geralmente a solução não é “se
matar de tentar”, e sim “tentar de forma diferente”, é uma questão técnica.

E muitas vezes se verifica que a barreira é, sobretudo psicológica, mais frequentemente, as


pessoas desistem e param de tentar melhorar.

Sempre que você estiver tentando se aperfeiçoar em alguma coisa, vai se deparar com esses
obstáculos – pontos em que parece impossível progredir ou, pelo menos, em que você não
tem nenhuma ideia do que deve fazer para melhorar. É natural. O que não é natural é uma
verdadeira parada súbita que seja impossível de contornar, passar por cima ou atravessar.
Capitulo 02

A crença geral era de que, uma vez que uma pessoa atingisse a idade adulta, o que estava
escrito no seu cérebro estava praticamente fixado. Essa ideia passou de mão em mão com a
crença de que diferenças individuais nas habilidades eram devidas, principalmente, a
diferenças geneticamente determinadas nas fiações do cérebro e que a aprendizagem era
apenas uma maneira de alcançar seu potencial genético.

Estudos da plasticidade neural nos dizem que a estrutura e a função do cérebro não são fixas.
Elas mudam em resposta ao uso. É possível dar forma ao cérebro da maneira que desejamos,
por meio do treinamento consciente e deliberado. Pode haver certos limites no processo de
aprendizado, mas não há nenhuma indicação de que já chegamos a eles. Se você pratica
bastante alguma atividade, seu cérebro vai adaptar neurônios para ajudar nessa tarefa,
mesmo que eles já tenham outro trabalho a fazer, já que seu cérebro tende a achar o ponto
mínimo de gasto de energia em qualquer atividade.

A razão pela qual a maioria das pessoas não possui extraordinárias capacidades físicas ou
intelectuais, não é porque elas não possuem aptidão para essas habilidades, mas sim porque
elas estão satisfeitas em viver em sua rotina de homeostase confortável e nunca realizam o
trabalho que é exigido para sair disso. Elas vivem no mundo do “bom o suficiente”.
Capítulo 03

Uma representação mental é uma estrutura mental que corresponde a um objeto, uma ideia,
um conjunto de informações, ou qualquer outra coisa, concreta ou abstrata, sobre a qual o
cérebro está pensando. Uma grande parte da prática deliberada envolve o desenvolvimento
de representações mentais cada vez mais eficientes que você possa usar em qualquer
atividade que esteja praticando.

Qualquer atividade relativamente complexa requer a manutenção de mais informações em


nossas cabeças do que a memória de curto prazo permite, então estamos sempre construindo
representações mentais de uma forma ou de outra, sem sequer estarmos cientes disso. O que
coloca os atores experts num patamar que está além do patamar de todas as outras pessoas é
a qualidade e a quantidade de suas representações mentais. Essas representações permitem
tomar decisões mais rápidas e mais acuradas e responder mais rápida e efetivamente a uma
dada situação.

O principal benefício das representações mentais reside na forma como elas os ajudam a lidar
com a informação: compreendendo-a e interpretando-a, guardando-a na memória,
organizando-a, analisando-a e tomando decisões com ela. Quanto mais você estuda um
assunto, mais detalhadas se tornam as suas representações mentais e melhor você se sai na
assimilação de novas informações.

O principal propósito da prática deliberada é desenvolver representações mentais eficazes. A


mudança que ocorre em nossos cérebros adaptáveis em resposta à prática deliberada é o
desenvolvimento de melhores representações mentais, que abrem novas possibilidades para o
desempenho aperfeiçoado.

Experts utilizam tais representações mentais especialmente para fornecer seu próprio
feedback, de modo que sabem a proximidade que estão para conseguir executar uma
atividade corretamente e o que precisam fazer para melhorar. Desta forma a capacidade de
detectar erros, sobrepõe-se sobre o “esforço” e “desejo” no quesito da qualidade dos
resultados. Não basta apenas se esforçar-se em uma mesma maneira de execução, é
necessário analisar se está ação está trazendo o melhor benefício no âmbito Esforço x
Resultado.

Quanto mais habilidosos nos tornaram, melhores são nossas representações mentais e ao
longo deste processo de aprimoramento, nossas representações nos guiam a sairmos de nossa
zona de conforto até adaptarmos técnicas de prática apropriadas com os tipos de dificuldades
que estamos tendo até então. Desenvolvendo uma nova habilidade ou aperfeiçoando uma
habilidade antiga, que por sua vez, possibilitará que você faça mais do que podia fazer antes.
Capítulo 4

Provavelmente – com até certo grau de certeza, o caminho para a expertise ou aprimoramento
em algum campo de atuação será um trabalho intensivo e não muito divertido. O
aperfeiçoamento é duro e muitas das vezes não haverá a sensação de diversão com o trabalho
que precisa ser feito para melhorar. Contudo aos que chegaram até lá, estes eternos “alunos”
eram motivados – podendo ter desenvolvidos esta motivação, a treinar intensamente e com
concentração total porque viam essa prática como essencial para o aperfeiçoamento de seu
desempenho.

Ninguém desenvolve habilidades extraordinárias sem se submeter a enormes quantidades de


prática, não importa a área que você estude você descobrirá que os melhores atores
dedicaram um tremendo período de tempo para desenvolver suas habilidades.

Você deve quantificar seu desempenho, analisar o esforço vs resultado de suas ações e avaliar
o quanto está progredindo. E por certas áreas se faz necessário a supervisão de um professor
ou treinador para lhe fornecer as atividades práticas projetadas para ajudar um aluno a
melhorar seu desempenho. A prática deliberada é a prática que sabe para onde está indo e
como chegar lá. Resumidamente a prática deliberada consiste:

 Supervisão por um professor ou treinador que esteja familiarizado com as habilidades


dos atores experts e com a forma como essas habilidades podem ser mais bem
desenvolvidas;
 Acontece fora da zona de conforto, requer que o aluno experimente constantemente
atividades que estão além de suas habilidades atuais;
 Envolvem objetivos bem específicos visando à melhoria em algum aspecto do
desempenho-alvo e não uma melhoria geral indefinida;
 Requer feedback e a modificação dos esforços em resposta àquele feedback.

A disciplina e a dedicação a prática lapidaram em longo prazo, representações mentais


maiores e mais eficazes em direção ao desempenho desejado, com ou sem um tutor a
qualidade dos resultados gerados pelas práticas adotadas determinaram quão longe se
chegará. Pense cuidadosamente sobre o que caracteriza um bom desempenho e tente obter
maneiras de mensurar isso, mesmo que haja certa quantidade de subjetividade em sua
medição.

Em áreas como a engenharia é de extrema importância identificar os melhores profissionais e


identificar o que permitiu esses praticantes atuarem tão bem - se destacando dos outros - e, a
partir deste ponto, desenvolver técnicas de treinamento que lhe permitam também fazer a
mesma coisa, isto pode resultar em avanços significativos. Identifique as pessoas que os
profissionais - da área que esteja se aperfeiçoando – procuram quando precisam de ajuda com
uma situação particularmente difícil.

Caso perceba que alguma coisa funciona, continue fazendo; se não funciona, interrompa-a.
Quanto mais você for capaz de adaptar seu treinamento para espelhar os melhores atores em
seu campo, mais eficaz, provavelmente, será a sua formação. Diferentemente da prática geral,
a prática deliberada consiste em atividades normalmente realizadas sem companhia,
inventadas especificamente para melhorar determinados aspectos do desempenho, de modo
a corrigir fraquezas e fazer algumas melhorias. Contudo você precisará investir milhares de
horas de “trabalho árduo” e “focado” apenas para ter uma chance de se igualar a todos os
outros que escolheram investir no mesmo tipo de trabalho que você.
Capítulo 5

Qual é a melhor maneira de melhorar o desempenho em pessoas que já foram treinadas e


estão trabalhando?

O primeiro passa para melhorar o desempenho consiste em perceber que um


aperfeiçoamento só é possível se os participantes abandonarem as práticas usuais,
reconhecendo e rejeitando três mitos.

1. Crença de que as habilidades de um indivíduo são limitadas pelas características


geneticamente estabelecidas: “não posso”, “não sou”, “não posso fazer melhor do que
isso”; mas como já discutido, o tipo certo de prática pode ajudar quase todas as
pessoas a melhorar em quase qualquer área que escolham focar. Nós podemos moldar
o nosso próprio potencial. Neste mito a atitude mental é importante.
2. Se você faz alguma coisa por tempo suficiente, certamente vai melhorar nela. Fazer a
mesma coisa repetidas vezes, exatamente da mesma forma, não é uma receita de
melhora; é uma receita para estagnação e declínio gradual.
3. Tudo o que é preciso para melhorar é esforço. Se você simplesmente tentar forte o
bastante, vai melhorar. A realidade, no entanto, é que todas essas coisas são
habilidades especializadas, e a menos que você esteja usando técnicas de prática
planejadas especificamente para melhorar essas habilidades particulares, o fato de
tentar fortemente não o levará muito longe.

Qualquer um pode melhorar, mas isso requer a abordagem certa. Se você não está
melhorando, não é porque carece de talento inato; é porque não está praticando da maneira
correta. Uma vez que você compreenda, o aprimoramento se torna uma questão de
compreender qual é a “maneira correta”. Busque pela oportunidade de tentar diferentes
estratégias e cometer erros sem consequências, obtenha feedback e descubra como se sair
melhor, e então teste suas lições no dia seguinte. E repetir várias vezes.

Outra questão importante é a relação de Conhecimento versus habilidades, onde o ponto


principal deve ser o que você é capaz de fazer, e não o que você sabe – embora se subentenda
que você precisa saber certas coisas a fim de ser capaz de fazer o seu trabalho. Contudo,
tradicionalmente o foco é colocado quase sempre no conhecimento, mesmo quando o
resultado final é ser capaz de fazer algo. Muitos buscam uma tremenda quantidade de
conhecimento e despendem uma quantidade desproporcionalmente reduzida de tempo para
desenvolvimento das habilidades – saber fazer.

Como o exemplo de apenas assistir a palestras, minicursos e equivalente oferece pouco ou


nenhum feedback e pouca ou nenhuma oportunidade para tentar uma nova coisa, cometer
erros, corrigir erros e, gradualmente, desenvolver uma nova habilidade. Criando a suposição
de que simplesmente acumular mais experiência vai levar a um melhor desempenho.

Uma vez que você tenha compreendido qual é a pergunta certa a fazer, estará meio caminho
da resposta certa: “Como aperfeiçoamos as habilidades relevantes”? E não: como ensinamos o
conhecimento relevante?

Novamente o mais importante é aquilo que a pessoa é capaz de fazer, o treinamento deveria
estar focado em fazer e não em conhecer – e especialmente, em trazer as habilidades de todo
e qualquer indivíduo par mais perto do nível dos melhores atores em uma determinada área.
Capítulo 6

Um senso comum é que apenas certas pessoas podem ter sucesso em certas áreas – devido a
condições genéticas, mentais, sociais ou econômicas iniciais privilegiadas. Contudo essa
maneira de pensar só serve para dar às pessoas um desculpa para não prosseguir em áreas em
que elas poderiam realmente se interessar e talvez até ter um bom desempenho.

Quando você começa aprendendo alguma nova habilidade, é normal perceber uma rápida
melhora, e quando essa melhora para, é natural acreditar que você atingiu algum tipo de
limite implacável. Então você para de tentar se movimentar para frente e assenta sua vida
sobre aquele patamar. Essa é a principal razão pela qual as pessoas em todas as áreas param
de progredir.

Quando está treinando por si mesmo, você tem que se apoiar em sua própria representação
mental para monitorar seu desempenho e determinar o que pode estar fazendo errado. Não é
impossível, mas é muito mais difícil e menos eficaz do que ter um professor experiente
observando você e fornecendo feedback. A tutela de alguém que conhece a melhor ordem em
que as coisas devem ser aprendidas, que compreenda e possa demonstrar a maneira
adequada para desempenhar várias habilidades – planejando atividades práticas projetadas
para superar fraquezas específicas – e fornecer um feedback útil, podem lhe render anos de
estudo árduo inicial. Portanto uma das medidas mais importantes que você pode fazer pelo
seu sucesso é encontrar um bom professor e trabalhar com ele; não precisa ser o melhor
professor, apenas o perfeito para sua área.

E não importa quantas aulas por semana você faça com um instrutor, a maior parte do seu
esforço será gasta em praticar para você mesmo, fazendo exercícios que seu professor
designou, desenvolvendo suas próprias representações mentais, de modo que você possa
monitorar e corrigir seu próprio desempenho. Não precisa correr, apenas não pare de seguir
em frente.

Caso sua mente estiver vagando ou se você estiver relaxado e apenas se divertindo,
provavelmente não vai melhorar; não importa o que esteja fazendo mantenha o foco.
Aprender a se engajar desse modo – desenvolvendo conscientemente e refinando suas
habilidades – é uma das mais poderosas maneiras de aperfeiçoar a eficácia de sua prática, até
que a excelência em cada detalhe se torne um hábito firmemente enraizado. Prestar atenção
na execução dessas ações de maneira correta levará a um aprimoramento muito maior.

As pessoas que estão começando a focar em sua prática não serão capazes de mantê-la por
várias horas. Em vez disso, precisarão começar com sessões muito mais curtas e ir
gradualmente, aumentando-as. Sessão de treinamento mais curta e com objetivos mais claros
são o melhor caminho para desenvolver novas habilidades mais rapidamente. É melhor treinar
com esforço de 100% por menos tempo do que com 70% de esforço por um longo período.
Uma vez que você perceba que não pode mais focar eficazmente, termine a sessão. E
certifique-se de dormir o suficiente para que possa treinar com a concentração máxima.

Foque em exatamente como você está procedendo, em quais pontos está aquém das
expectativas e como pode melhorá-las. Não faz nenhum bem repetir as mesmas ações várias e
várias vezes sem pensar; o objetivo da repetição é descobrir onde estão suas fraquezas e focar
em melhorar cada vez mais nessas áreas, tentando diferentes métodos para se aperfeiçoar até
encontrar algo que funcione.
Para praticar com eficácia uma habilidade sem um professor, é útil ter em mente os três Fs:
Foco, Feedback e Fixação. Quebre a habilidade em componentes que você possa analisar
repetida e eficazmente, determine suas fraquezas e imagine maneiras de resolvê-las. É a
prática prolongada destinada a reproduzir o produto original que irá produzir as
representações mentias que nós buscamos.

Qualquer habilidade razoavelmente complexa irá envolver uma variedade de componentes


dos quais você se sairá melhor em alguns do que em outros. Então, quando atingir um ponto
em que você está tendo dificuldades para melhorar, serão apenas um ou dois dos
componentes daquela habilidade, não todos eles, que estarão retendo você. A questão é:
quais deles?

O que irá distinguir o potencial para o sucesso dentre os “aprendizes” serão sua capacidade
para manter o compromisso de estudar, apesar do tédio e da atração de outras atividades
mais interessantes. Estas pessoas que mantêm a prática intencional e deliberada por longo
prazo, geralmente desenvolveram vários hábitos que as ajudam a manter os comportamentos
apesar de todas as tentações que ameaçam o seu sucesso.

Reserve um período específico do dia para realizar seu objetivo, desenvolva esta programação
mental de modo que a identificação deste período será descrito – para sua mente – como
sendo um tempo de prática – criando um sentimento de hábito e dever que torna menos
provável que outras atividades venham a causar tentações mais atraentes.

Desenvolva um bom planejamento, evite todas as distrações possíveis, força-se a sair da sua
zona de conforto e mantenha o máximo de foco possível. Mantenha uma manutenção física –
ter boas noites de sono e manter-se saudável. Se você estiver cansado ou doente, é muito
mais difícil manter o foco e muito mais fácil fazer corpo mole. E limite-se a durações de sessão
de prática com foco total por tempo limitado. Você vai descobrir que, na medida em que
mantém a sua prática, ela vai parecer mais fácil ao longo do tempo.

A prática nunca se torna uma diversão pura e simples, porém mais cedo ou mais tarde se
aproxima de um ponto neutro, por isso não é tão difícil seguir em frente. Tenha a crença de
que você pode ser bem-sucedido, que você pode se classificar entre os melhores. A fim de
forçar a si mesmo quando realmente não estiver com vontade, você deve acreditar que pode
melhorar.

A fé é importante. Se você parar de acreditar que pode alcançar um objetivo, seja porque
você já regrediu ou porque estagnou, não desista. Combine com você mesmo que irá fazer o
que for preciso para voltar ao ponto em que estava antes ou para ultrapassar aquele patamar.
Provavelmente não irá desistir. Cerque-se de pessoas que irão encorajar apoiar e desafiar você
em seus empreendimentos mantenha um sistema de apoio mútuo, apreciando vitórias e
solidarizando nas dificuldades.

Quebre a sua longa jornada em uma série de metas viáveis e coloque o foco nelas, uma de
cada vez – talvez até dando a si mesmo uma pequena recompensa sempre que atingir uma
meta.
Capítulo 7

Disciplina, trabalho árduo e realização são fatores cruciais nas jornadas rumo ao expert, sendo
extremamente mantê-los durante os primeiros dias de desenvolvimento – não deixando de
lembrar-se sobre a manutenção do interesse e da motivação enquanto as habilidades e os
hábitos estão sendo construídos. Priorizando a prática acima de outras atividades, prática em
primeiro lugar, brincadeira mais tarde.

Comece a ver como sendo um “engenheiro de simulação CAE”, um “pianista de concerto”, um


“médico especializado em câncer de próstata” ao longo de sua jornada – e não como apenas
um estudante ou aprendiz – e verá como a sua jornada e motivações te impulsionaram a
chegar até o estágio final desejado.

Certamente podemos adquirir novas habilidades à medida que envelhecemos, mas a maneira
específica como adquirimos essas habilidades muda à medida que ficamos mais velhos.
Mesmo que o cérebro adulto não seja tão adaptável de certas maneiras, como o cérebro da
criança ou do adolescente, ele ainda é mais do que capaz de aprender e mudar. Mas se nós
adultos, tentarmos o suficiente, o nosso cérebro vai encontrar um caminho.

A lição mais importante que aprendemos com nossos professores é a habilidade de


melhorarmos por conta própria, mas novamente isto é sempre um longo, lento e repetitivo
processo. Não há muitos saltos, apenas desenvolvimentos que parecem grandes saltos para
pessoas que estão de fora porque elas não viram todos os pequenos passos que os saltos
abrangem. Trabalhe mais duramente que as outras pessoas e verá que os “saltos” se tornaram
mais frequentes.

Pois o criativo, o inquieto e o compulsivo não estão contentes ou satisfeitos com o status quo e
procuram maneiras de avançar para fazer coisas que os outros não fazem.
Capítulo 8

Atores experts desenvolvem suas extraordinárias habilidades durante anos e anos de


dedicação à prática aperfeiçoando-se passo a passo em um longo e laborioso processo. Não há
atalhos, as características inatas desempenham um papel muito menor – e muito diferente –
do que muitas pessoas geralmente assumem que elas têm.

As pessoas não param de aprender e melhorar porque atingiram alguns limites inatos no seu
desempenho; elas param de aprender e melhorar porque, por quaisquer razões, pararam de
praticar – ou nunca começaram. Não há nenhuma evidencia de que qualquer pessoa normal
nasça sem o talento inato para cantar ou fazer contas ou desempenhar qualquer outra
habilidade.

No longo prazo, são aqueles que praticam mais que prevalecem não aqueles que tiveram
alguma vantagem inicial na inteligência ou em algum outro talento. Enquanto as pessoas com
determinadas características inatas podem ter certa vantagem quando estiverem começando
a aprender uma habilidade, tal vantagem torna-se menor ao longo do tempo e, no final, a
quantidade e a qualidade da prática assumem um papel muito maior na determinação da
habilidade.

Embora as características inatas possam influenciar o desempenho entre aqueles que estão
apenas aprendendo uma nova aptidão ou habilidade, ou grau e a efetividades do treinamento
desempenham um papel muito mais significativo na determinação de quem se sobressai entre
aqueles que trabalham para desenvolver uma habilidade. A capacidade natural do corpo e do
cérebro de se adaptarem diante de desafios supera quaisquer diferenças genéticas que
possam, inicialmente, dar uma vantagem a algumas pessoas.

O lado negro da crença no talento inato pode gerar uma tendência a assumir que algumas
pessoas têm um talento para alguma coisa, e outra não têm. Se acreditar nisso, você estimula
e apoia os “talentosos” e desencoraja o resto, criando uma profecia autorrealizável. Faz parte
da natureza humana querer investir esforço – tempo, dinheiro, ensinamento, encorajamento,
apoio – onde ele terá melhores resultados, como também tentar proteger as crianças da
decepção. Geralmente não há nada de nefasto nisso, mas os resultados podem ser
incrivelmente prejudiciais. A melhor maneira de evitar fazer essas distinção é reconhecer o
potencial em todos nós – e trabalhar para encontrar formas de desenvolvê-lo.
Capítulo 9

Não se constroem representações mentais simplesmente pensando em alguma coisa, mas sim
tentando de novo repetidas vezes. Quando você estiver pronto, não só desenvolveu uma
representação mental eficaz para a habilidade que estava aprimorando, como também
absorveu uma quantidade de informações relacionadas com essa habilidade.

Nós humanos, somos mais humanos quando estamos melhorando a nós mesmos. Nós, ao
contrário e qualquer outro animal, podemos conscientemente mudar a nós mesmos para
melhorarmos de maneira que escolhermos.

Você também pode gostar