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COLEÇÃO

BE
DECOLA

TA
DESAFIOS
OLÁ!

Este material faz parte da coleção Decola Beta,


desenvolvida pelo Instituto Cientista Beta, para incentivar e
guiar a prática e/ou orientação de pesquisas no Ensino
Básico. Foi desenvolvido com base em experiências com a
orientação e mentoria de projetos científicos nas diferentes
áreas do conhecimento com mais de 450 estudantes nos
últimos quatro anos.

Disponibilizamos esta coleção de forma gratuita para servir


como suporte a estudantes e professores do Ensino Básico
ao longo do processo de criação de seus projetos
científicos, prezando por qualidade e rigor científico a fim
de contribuir para uma formação sólida dos/das jovens
cientistas.

A coleção é composta por 5 etapas de desafios que


norteiam o desenvolvimento de um projeto científico por
estudantes em idade escolar. Recomendamos a utilização
dos 12 guias de conteúdos disponíveis em nosso site como
embasamento teórico complementar.

Para acessar a coleção completa, acesse:


www.cientistabeta.com.br/colecaodecolabeta

A reprodução deste material é permitida, desde que utilizados


os créditos adequados, de forma gratuita. É proibida sua
reprodução e/ou distribuição comercial.
COMO UTILIZAR
As 5 etapas de desafios são sequenciais e seguem o
método científico. Para aproveitamento adequado de
nossa proposta educacional, sugerimos sua
realização em, no mínimo, 6 meses.

Recomendamos a seguinte sequência:


ETAPA 1 - PREPARAR
Plano de vôo
Quem vai me orientar?
Meu time de pesquisa
Despertador científico

ETAPA 2 - APONTAR
Mergulho científico
Conversa com especialista
Conversa com público-alvo
Delimitando o tema da pesquisa
Plano de pesquisa

ETAPA 3 - EXPERIMENTAR
Mão na massa

ETAPA 4 - DOCUMENTAR
Relatório de pesquisa

ETAPA 5 - DIVULGAR
#decolabetaexplica
Inscrevendo em uma feira de ciências
Saindo da bolha

Caso tenha alguma dúvida ou queira conversar sobre a


aplicação dos desafios, entre em contato conosco:
contato@cientistabeta.com.br
Será um prazer trocarmos ideias =)
OBJETIVO Estimular um momento de interação e conexão entre sua equipe e o
público-alvo do seu projeto, ou seja, para quem ele é
interessante/serve. Esse momento propicia informações para que os
projetos sejam desenvolvidos de forma mais conectada com a
realidade de quem vivencia a situação/problema que você quer
investigar e tentar resolver.

DURAÇÃO SUGERIDA 1 semana

GUIAS 3 - Diário de Bordo e pesquisa bibliográfica


4 - Metodologias de pesquisa e ética
5 - De onde vêm as ideias?

FAÇA ESTE DESAFIO SE ESTIVER COM DIFICULDADE EM...


compreender melhor o problema que você quer estudar, ou mesmo escolher
qual problema estudar, ou verificar quais são exatamente as dores do público
que você deseja tentar auxiliar.

HABILIDADES TRABALHADAS #empatia #observação #protagonismo


#falaempúblico #argumentação #lidarcomfeedbacks #pedirajuda

ETAPA
Quem vivencia ou é prejudicado com o problema que você quer resolver? Você
precisa ouvir essa pessoa. Isso serve para complementar a sua pesquisa
bibliográfica, para entender melhor as necessidades de determinado grupo de
pessoas e para compreender se o que você havia identificado como um problema
é realmente um problema, bem como se a solução que está estruturando realmente
tem potencial de ser útil.

Passo 1
Identifique quem é o seu público alvo. Para quem o seu projeto será útil ou interessante?
Para que ele servirá? O que seu projeto resolve? Encontre o grupo de pessoas da sociedade
que mais tem interesse na investigação deste problema.

Passo 2
Selecione uma pessoa (ou um grupo de pessoas, conforme for melhor aplicado ao seu
projeto) e chame-a para conversar. Sugerimos que você escolha apenas uma pessoa, a fim
de facilitar o processamento dos relatos adequadamente.

Passo 3
Conversem sobre como essa pessoa enxerga e convive com o problema, de que forma isso
afeta a sua vida (ou não) e como resolve isso, atualmente. É um exercício de compreensão
e de ouvir o seu público.

Atenção

Lembramos que essa é uma conversa informal que deve seguir as normas éticas de
interação com outras pessoas, além de ser acompanhada de seu professor orientador.
Tenha a sensibilidade de não fazer perguntas íntimas ou delicadas, que possam gerar
qualquer tipo de desconforto. Caso seu tema de pesquisa exija, essa etapa deve passar
por um comitê de ética ou não ser realizada.

Dica!

Você pode fazer perguntas, mas tome cuidado para não fazer perguntas que possam induzir
a resposta que você quer ouvir!

Exemplo de pergunta indutiva e não tão boa:

“Você acharia bom se existisse um produto que resolvesse x, y e z e fosse barato e simples
de usar?”
É claro que as pessoas vão responder que sim, porque isso resolve os problemas delas. Mas
não há nenhuma informação sobre como é esse produto, e nesta resposta as pessoas não
revelam nada sobre como são as suas necessidades reais.

Então como abordar essa questão? Pense em como dividir em pequenas perguntas, que não
evidenciem muito a sua ideia.

Exemplo de uma pergunta que resulta uma informação interessante e valiosa:

“Com que frequência você acessa o celular?”

Por exemplo, se você está pensando em gerar uma solução para determinado público que
envolve ter que usar o celular, é importante saber se o seu público utiliza o celular, com que
frequência… ou mesmo se eles possuem celular. Percebe a diferença da pergunta anterior?
Ou então uma pergunta que tenha como resposta um relato, do tipo: “Como foi a última vez
em que x aconteceu com você?”

Perceba que a conversa proposta aqui é informal e não faz parte de, por exemplo, uma etapa
de coleta de dados oficial da pesquisa. É como se servisse para você “tirar a temperatura”,
entender um pouco melhor o terreno, antes de iniciar a elaboração da pesquisa.

Faça um registro no diário de bordo sobre os principais pontos discutidos na conversa,


incluindo uma lista com as dicas e informações importantes que você tenha captado.
Ao final do registro, peça uma assinatura da pessoa com quem você conversou. Você
pode conversar com o seu orientador sobre as coisas que mais chamaram a sua
atenção, e pensar em como implementar as novas ideias que surgiram a partir dessa
conversa.

EXEMPLO 1
Projeto “Relieve to Live - Dispositivo que auxilia na redução das dores
causadas pela Fibromialgia”

Registro no Diário de Bordo:

“Hoje realizamos o desafio “Conversa com o público alvo”, uma parte da coleção de
materiais para iniciação científica do Instituto Cientista Beta.
Conversei com 5 portadores da Síndrome da Fibromialgia, que são os voluntários da
pesquisa, os quais vou realizar os testes do dispositivo. Todos os 5 realizam
tratamento na Clínica aaaaaaaaaaaa, localizada em NH, a qual a Cientista Qualificada
da pesquisa é a proprietária. A Cientista Qualificada fez o contato. Recebi cada uma
das 5 pacientes individualmente no consultório. As conversas tiveram, no total, 3h.

As coisas que mais me chamaram atenção foram:


1 - Me dei por conta que todos os pacientes que eu conversei, tem um histórico de
problemas na coluna, mesmo antes de serem diagnosticados com a Síndrome.
2- Eu também percebi que ler e reler artigos sobre a Síndrome é muito interessante,
mas conversar com os portadores, é muito mais real, é possível visualizar a gravidade
da situação. Por exemplo, sabemos que medicamentos trazem efeitos colaterais e que
em muitos casos realmente fazem mais mal do que bem. Na conversa, as 5 pacientes
falaram o horror que tem de medicamentos, e quanto isso as fez mal.
3- Ficou muito visível o quanto a Fibromialgia é individual para cada paciente, e que
o tratamento tem que ser individualizado, e não algo coletivo.
Conversei com pessoas psicologicamente abaladas, fazendo tratamento para
depressão, e foi realmente difícil e de certa forma desconfortável estar em uma
conversa com pessoas tão frágeis e em uma situação tão difícil. Ver também como a
vida de algumas pessoas é tão mais difícil, um certo choque de realidade.”

EXEMPLO 2
Projeto “Utilização de taipa de mão para o armazenamento de grãos”

Registro no Diário de Bordo:

“Hoje realizei o desafio “Conversa com o público-alvo”, uma parte da coleção de


materiais para iniciação científica do Instituto Cientista Beta. Conversei com
aaaaaaaaaaaa, agricultor na classe familiar. A conversa durou pouco menos de uma
hora.

No início o entrevistado me deu uma dica curiosa, sugeriu que a porta para o acesso
ao interior do protótipo fosse pelo teto (parte de cima). Segundo ele, com esse
esquema o protótipo teria mais semelhança a um silo de verdade.
Ele ficou curioso pelo sistema construtivo taipa de mão, lembrou-se muito das
construções presentes no nordeste.
Uma parte muito engraçada foi o momento em que ele simulou o protótipo de barro a
um ninho de joão de barro kkkkk (realmente é semelhante, estaria eu construindo uma
mansão para um joão de barro???).
Outra coisa que ele me contou foi que a décadas atrás em uma das safras um
agricultor vizinho decidiu não realizar a colheita devido o preço não estar
compensativo, isso me fez lembrar muito de um dos problemas que meu projeto tenta
solucionar.”

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