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Estudos sobre violência – ISSN 2175-0173

DOI: http://dx.doi.org/10.22562/2022.56.07

Nova Museologia: aspectos históricos e características

New Museology: historical aspects and characteristics

Sidélia S. Teixeira*

Palavras chave: Resumo: A presente análise tem como tema a história da Nova Museologia. Objetiva-se
Nova Museologia analisar alguns tópicos tratados no bojo desse movimento, como, por exemplo, os seres
Patrimônio humanos, patrimônio, meio ambiente, ação museológica, educação e cidadania. Trata-se de
Educação uma pesquisa bibliográfica e documental, na qual exploramos e sistematizamos as origens e
o desenvolvimento da Nova Museologia, bem como apontamos as suas principais
características, apoiadas em autores nacionais, internacionais e em documentos das
conferências e dos seminários da área. Concluímos que o presente debate aponta caminhos
para a análise sobre os museus e os processos preservacionistas, envolvendo natureza e
cultura, além de contribuir para a memória e reflexões museológicas.

Keywords: Abstract: The present analysis has as its theme the history of New Museology. The
New Museology objective is to analyze some topics dealt with in the midst of this movement, such as, for
Patrimony example, human beings, heritage, environment, museological action, education and
Education citizenship. This is a bibliographic and documentary research, in which we explore and
systematize the origins and development of New Museology, as well as pointing out its
main features, supported by national and international authors and documents from
conferences and seminars in the area. We conclude that the present debate points out ways
to analyze museums and preservationist processes, involving nature and culture, as well as
contributing to museological memory and reflections.

Recebido em 30 de novembro de 2021. Aprovado em 31 de março de 2022.

Introdução a colonização. Registra ainda que os museus devem


ter um compromisso com a memória pública e a
O professor Tomislav Sola (2020), durante a democracia planetária.
conferência intitulada On Community and O mundo atual de que fala Sola (2020)
Decolonisation in the Age of Heritage afirma que o apresenta problemas e contradições, mas também
mundo atual, pós-ideológico de realidade neoliberal, agrega várias conquistas da humanidade. Nessa
com suas guerras e caos, gera cada vez mais linha, teóricos como Milton Santos (2001) afirma
insegurança e medo nas populações. Associando essa que a globalização capitalista envolve três
discussão à contemporaneidade dos museus, esse perspectivas. A primeira, volta-se para o
pesquisador coloca que o “DNA dessa instituição” é aprimoramento do conhecimento cultural, com base

* Museóloga, mestre em mediação cultural (Université d’Avignon/França), doutora em Estudos Contemporâneos (Universidade de
Coimbra/ Portugal). Professora do Curso de Museologia da Universidade Federal da Bahia e docente permanente do Programa de
Pós-Graduação em Museologia da UFBA. E-mail: sideliat@yahoo.com.br.
Nova Museologia: aspectos históricos e características – Sidélia S. Teixeira

na circulação de informações, na quebra de A efervescência cultural após a Segunda Guerra


fronteiras etc.; a segunda, direciona-se para a Mundial culminou na atitude de contestação
perversidade, pois a redução dos custos de produção global de valores em maio de 68, na França. O
gerou mais lucro, todavia produziu perda da museu foi uma dentre as muitas instituições
questionadas, surgindo, em Paris, um grupo de
qualidade de vida, desemprego e fome; já a terceira
profissionais que criticavam a passividade e as
perspectiva volta-se para aspectos como o caráter
posições burguesas do museu tradicional, que
mais humano e solidário em relação aos países envolviam seus aspectos espaciais de templo,
subdesenvolvidos, o exercício do pensamento livre, o palácio, mausoléu e a concepção da coleção como
conhecimento e a unicidade do planeta. tesouro das elites, em desacordo com a consciência
O fato é que todas essas perspectivas desafiam do valor social da cultura e a necessidade de
o ser humano para a construção de um mundo com democratização dessa última.
acesso à informação, trabalho, inclusão dos
miseráveis e pobres, qualidade de vida e respeito ao tulo de ilustração, também mencionamos o
meio ambiente, pois, como afirmou Sola (2020), as comentário de Vasarely, transcrito por Martins
populações encontram-se angustiadas e ameaçadas (1997, p. 157), que afirmou o seguinte, em 1970:
nesse mundo hodierno. “Quero acabar com tudo aquilo que exatamente o
Tudo isso demanda o desenvolvimento de museu quer: a obra única e insubstituível, a
uma visão ética cujos princípios da atividade peregrinação, a contemplação passiva do público.”
humana deveriam direcionar-se à busca da Essa frase ilustra o espírito dos artistas da época, que
compreensão da terra como âmago e à constituição pretendiam uma “popularização” da arte e
de um modelo de civilização sustentável do ponto de mudanças nos museus, baseados na crítica em
vista ecológico. Nesse sentido, a comunidade não é relação ao bem cultural – tido como algo distinto e
apenas local, mas também global, e a cidadania abstrato –, bem como à ideia de público inoperante.
deveria ser vista como integral, ativa e plena, O fato é que estava em jogo, no período
pressupondo a existência de uma democracia mencionado, sobretudo o caráter elitista, restrito e
planetária cujos processos de aprendizado reducionista das instituições museais e suas relações
precisariam explorar o sentido das coisas desde o com o poder, de maneira geral.
cotidiano (GADOTTI, 2000). Vale ressaltar que a crítica aos museus já vinha
Em linhas gerais, a discussão desses estudiosos sendo feita desde a primeira metade do século XX.
aponta para uma visão antropológica sobre o ser Contudo, a partir de 1968, como afirma Martins
humano que engloba a vida, o meio ambiente e a (1997), ganhou força, a ponto de impulsionar
participação dos cidadãos, articulada à noção de mudanças nas políticas culturais de países como
civilização sustentável, que envolve a preservação do França, Inglaterra, Estados Unidos, México e
patrimônio natural e cultural de forma integrada. Canadá. Nesse sentido, apresentando os primórdios
Esses temas tiveram atenção especial no âmbito da da Nova Museologia, Desvallées (1992) refere-se às
Museologia, com a Nova Museologia. Esta foi várias demarcações que nos parecem importantes,
influenciada pelo movimento em prol da para apontarmos alguns aspectos sobre a natureza
democratização da cultura, iniciado em 1968, na desse movimento. Dessa forma, o autor destaca as
França. seguintes ocorrências:

a) lançamento do livro de Freeman Tilden


Nova Museologia: origem e sobre a interpretação do patrimônio, que contribuiu
para as discussões sobre os centros de interpretação;
desenvolvimento
b) escritos de Georges Henri Rivièri e Hugues
de Varine, diretores do Conselho Internacional de
Com o objetivo de situar o contexto cultural
Museus (ICOM) em 1946 e 1962, respectivamente,
que proporcionou e incentivou esse movimento,
já com algumas proposições subjacentes sobre a
recorremos a Martins (1997, p. 157), que diz:
Nova Museologia;

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c) jornadas de Lurs, em 1966, que deram buscavam explicações para o “isolamento” da


origem à criação de vários museus de sítio nos anos instituição museu nas sociedades, para os baixos
posteriores e contribuíram para o início da índices de visitação, a falta de discussão em relação
formulação do conceito de ecomuseu, por Georges aos problemas sociais nas atividades museais e o
Henri Rivièri e Hugues de Varine; sentido das práticas de proteção dos bens culturais.
d) reunião de Aspen (Colorado), em 1966, na Para fundamentar essa questão, recorremos a Maria
qual Sidney Dillon Ripley, da Smithsonian Célia Santos (2008), que resume as principais
Institution, apresentou a ideia de um experimento de temáticas discutidas no período de 1960 a 1980 no
museu de vizinhança e decidiu financiar a iniciativa campo museológico e afirma que tinham como
de John Kinard em Anacostia; enfoque central a importância social do museu e seu
e) seminário sobre museus de vizinhança nos papel no processo de formação dos cidadãos. Assim,
Estados Unidos, em 1969, com a participação de é possível considerar que tanto os profissionais como
John Kinard, que fundou, em 1967, o Neighborhood os estudiosos da área tiveram uma atuação ativa no
Museum de Anacostia, em Washington; estímulo ao desenvolvimento do pensamento
f) IX Conferência Geral do ICOM, em 1971, museológico, baseados em dados concretos da
realizada entre Paris, Dijon e Grenoble, que discutiu realidade e na efetivação de experiências.
o tema “Museu a serviço do homem, hoje e
amanhã”;
g) uso do termo ecomuseu, por Robert Seres humanos, patrimônio e meio
Poujade, primeiro-ministro francês encarregado do ambiente
meio ambiente, em Dijon, 1971;
h) mesa redonda de Santiago do Chile, em A Nova Museologia aponta também para o
1972, com o objetivo de discutir a função social do deslocamento do eixo das discussões do objeto para
museu na América Latina; o “homem”1. Vale ilustrar essa questão com a análise
i) criação da associação Muséologie Nouvelle et desenvolvida por Desvallées (1992). Entende esse
Expérimentation Sociale (MNES), em 1980. autor que a Nova Museologia funcionou como um
refluxo, permitindo resgatar princípios já
conquistados desde a Revolução Francesa, como a
A produção bibliográfica, os congressos, o necessidade de democratização dos museus. De
desenvolvimento de experiências museais e a criação acordo ainda com esse autor, a Museologia recupera,
de associações mostram que a Nova Museologia teve para os museus de diversas áreas, o que Lévi-Strauss
uma base acadêmica e popular. Nessa linha, determinou para a Antropologia em 1954, ao
Desvallées (1989) afirma, em relação à primeira base, afirmar que essa não serviria exclusivamente para
que os debates partiam da noção relativista de recolher objetos, mas para compreender os homens.
cultura – base para a definição antropológica do De acordo ainda com Mairesse (2002, p.
conceito de patrimônio cultural –, que não admitia 101-102, tradução nossa): “[...] um pensamento é
mais limites estéticos oriundos de determinadas criado e desenvolvido, que questiona o museu, seu
classes sociais, mas priorizava a diversidade das lugar na sociedade e sua relação com o homem e o
produções culturais dos grupos sociais. A base meio ambiente, mas, ao mesmo tempo, formula
popular manifestou-se após a criação e o também respostas”2. Aflora, nessas discussões,
desenvolvimento de novas formas museais, apoiadas questões como diversidade, identidade cultural e
em iniciativas e na participação comunitária em participação das coletividades. Tais indagações e as
territórios específicos e no patrimônio, vistos de reflexões sobre museu e Museologia repercutiram
forma integral. mundialmente, tendo assumido algumas
Dessa maneira, é importante reconhecer características peculiares nos países subdesenvolvidos
também a colaboração dos profissionais que e em desenvolvimento. É possível afirmar, por
atuavam na área e sentiam-se inquietos com o fazer exemplo, que o debate em torno dos museus e do
museológico vigente na época. Muitos desses patrimônio cultural, de maneira geral, estimulou a

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necessidade de análise das produções culturais desses de políticas culturais voltadas para a proteção de
países. Essa questão torna-se oportuna, tendo em referenciais da vida cotidiana dos diversos povos.
vista os efeitos dos processos de colonização nas A participação dos profissionais e a
instituições museológicas, que contribuíram para a repercussão do movimento da Nova Museologia
construção de processos de preservação limitados tiveram eco nas conferências organizadas pela
acerca do patrimônio cultural, pois esses, muitas Organização das Nações Unidas para a Educação, a
vezes, não correspondiam à realidade cultural dos Ciência e a Cultura (Unesco)/International Council
países em desenvolvimento. Para explicar melhor esse of Museums (ICOM), que marcaram as discussões
processo, citamos Varine (1979, p. 12), que afirma: sobre o papel do museu e a importância do uso
social do patrimônio cultural preservado.
A partir de princípios do século XIX, o Destacamos, inicialmente, o seminário regional da
desenvolvimento dos museus no resto do mundo é Unesco, realizado no Rio de Janeiro em 1958, que
um fenômeno puramente colonialista. Foram os discutiu a importância do museu como meio
países europeus que impuseram aos não europeus educativo, considerando-o como espaço adequado
seu método de análise do fenômeno e patrimônio
para se exercer a educação formal. Não obstante, o
culturais; obrigaram as elites e os povos desses
debate nesse seminário mostrou-se acirrado em
países a ver sua própria cultura com olhos
europeus. Assim os museus da maioria das nações função das concepções em torno da educação
são criações da etapa histórica colonialista. museal. Como afirma Chagas (2019, p. 20):

Além disso, entendemos que aspectos O seminário de 1958 não foi um campo tranquilo.
históricos, ocorridos ao longo do século XX, como o Ao contrário, lutas e disputas estiveram em cena.
Diferentes visões de mundo e diferentes
processo de descolonização dos países da África,
perspectivas profissionais foram acionadas; o
contribuíram para as reflexões em torno da
enfrentamento entre gerações e o embate entre o
diversidade e autonomia das culturas de forma pensamento museal hegemônico de origem
ampla. Desse modo, as formas culturais dos diversos europeia e outras tendências que buscavam se
povos e seus patrimônios concorreram para o debate afirmar, levando em conta as experiências
acadêmico, no continente europeu e no conjunto nacionais, também estiveram presentes. No caso
das suas sociedades, em termos gerais. Paralelamente, brasileiro, a disputa entre o pensamento
emergiram também questionamentos em torno do museológico barroseano e as novas formas de
sentido da conservação dos bens culturais fora do pensar e praticar a museologia que vinham se
seu contexto de origem, tendo em vista a constatação afirmando, especialmente a partir das novas
gerações, também era presente e sensível. Segundo
da existência de vários patrimônios oriundos de
o relatório final de Henri Rivière, “houve
culturas não europeias, mas preservados em
divergências, às vezes agudas, entre os educadores e
instituições da Europa (TEIXEIRA, 2014). os funcionários dos museus”.
Desse modo, o debate sobre a diversidade
cultural e patrimonial contribuiu para uma busca De maneira geral e adotando a mesma linha
em relação a tipos diferenciados de museus apoiados do debate proporcionado pelo congresso do Rio de
em práticas museológicas voltadas para a preservação Janeiro, a IX Conferência Geral do ICOM, em Paris
do patrimônio cultural in situ e em interação com as e Grenoble, no ano de 1971, teve como propósito
comunidades. Estas, por sua vez, são consideradas debater o tema “O museu a serviço do homem,
como produtoras de bens culturais dignos de serem atualidade e futuro – o papel educativo e cultural”.
preservados nas suas especificidades e concebidos Em relação aos trabalhos realizados nesse evento,
com potencial de serem utilizados como destacam-se algumas reflexões que contribuíram para
instrumentos de compreensão da memória e da o conhecimento museológico, por enfocarem a
história. Assim, a ampliação da noção de cultura e a qualidade das atividades educativas por meio de
constatação da existência de vários códigos culturais serviços mais contextualizados, objetivando a
contribuíram para a necessidade de implementação melhoria do aprendizado, além de reforçarem a
importância das práticas expositivas, as quais

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deveriam estar embasadas numa fundamentação museus tradicionais também podiam, e deviam, ser
interdisciplinar (INTERNATIONAL COUNCIL integrais. A perspectiva dos partícipes do Encontro
OF MUSEUMS, 1972). da Mesa Redonda de Santiago do Chile era ampliar
Todavia, na nossa avaliação, a conferência as ações de cunho participativo no mundo dos
internacional da Unesco, que marca o movimento museus, isto é, não se determinaram formas de
da Nova Museologia, sem dúvida, é a Mesa Redonda “exclusão” das instituições museais existentes, mas,
de Santiago do Chile, realizada em 1972, com o ao contrário, foi sugerida uma atualização dos
propósito de discutir o papel dos museus na museus, de maneira a atender aos anseios das
América Latina. Essa reunião destaca-se por um populações, apoiada em uma reflexão crítica em
forte questionamento acerca da importância social relação à memória, trabalhada de modo
da preservação do patrimônio cultural e seu uso participativo.
como estratégia de desenvolvimento. Vale registrar Destacamos ainda uma das recomendações
que a América Latina enfrentava um período de apresentadas à Unesco no documento final da Mesa
grande repressão advinda das ditaduras militares, o Redonda de Santiago do Chile, de 1972, solicitando
que dificultou a divulgação das ideias surgidas nesse a intensificação dos esforços da Unesco para
movimento. contribuir com a formação de técnicos de museus,
Importa salientar o papel dos estudiosos e tanto de nível secundário como de nível universitário
profissionais no campo museológico, conforme (MESA-REDONDA..., 1999). Contudo, no nosso
ilustra M.C. Santos (2002, p. 106-107): entendimento, essa tendência clara com relação à
profissionalização dos trabalhadores em museus já
[...] por iniciativa individual, os técnicos, talvez vinha ocorrendo, ao longo dos anos de 1950 até
movidos pelas mesmas razões de tantos colegas na 1980, no campo da Museologia. Isso em decorrência
França, no Canadá, em Lisboa, no México, etc., da necessidade do desenvolvimento progressivo de
começam a trilhar novos caminhos, quebrando estudos científicos e da construção de projetos
barreiras institucionais e filosóficas, na busca desse
qualificados para atender às necessidades dos
processo museológico transformador, delineado
públicos e das comunidades.
em Santiago, e do qual sequer tínhamos
conhecimento. Com as associações, pretendeu-se afirmar
princípios e normas para o desenvolvimento de
Efetivamente, acreditamos que o conceito de trabalhos no campo museológico e impulsionar os
museu integral foi sistematizado durante a citada responsáveis pela formulação das políticas culturais,
Mesa Redonda. Nas décadas anteriores, algumas com o propósito de mostrar a necessidade de
experiências no campo dos ecomuseus já haviam construção de ações mais condizentes com a
surgido, como, por exemplo, o Museu de Anacostia, diversidade do patrimônio cultural. Destacamos a
em 1967, trabalhando com a ideia de museu de Associação Latino-Americana de Museologia
vizinhança, e o Museu ao Ar Livre des Landes de (ALAM), o Comitê Internacional de Museologia
Gasgogne, em 1969, que também contribuíram para (Icofom) e o Movimento Internacional da Nova
a estruturação dessa noção durante o evento de Museologia (MiNoM). Essas associações também
Santiago do Chile. As tipologias de museus – museu contribuíram e influenciaram as análises e reflexões
de vizinhança, museu a céu aberto e ecomuseu – sobre a importância e o papel político e social dos
contribuíram para demonstrar a necessidade de as museus.
instituições museológicas consolidadas adaptarem-se Tais ideias e conceitos desdobraram-se no
às demandas sociais contemporâneas e Movimento Internacional por uma Nova
desenvolverem modelos de gestão, análise e Museologia (MINoM) na década de 1980, que
interpretação da memória de forma mais analítica e inspirou vários museus a atuarem numa perspectiva
associativa, mediante a atuação de profissionais menos centrada nos acervos e mais voltada para as
especializados. relações comunitárias (SOUZA, 2020). É
Dessa maneira, Scheiner (2012) analisa que a importante registrar que o MINoM, por exemplo,
marca registrada de Santiago foi a ideia de que os continua com uma atuação ativa, permitindo

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ampliar, por meio de práticas e reflexões, a ambiente e a necessidade de preservação dos recursos
diversidade de concepções museológicas e museais naturais mundiais que surgiu a noção de ecomuseu.
atreladas à perspectiva social (CHAGAS; De fato, o debate sobre a proteção do patrimônio
PEREIRA, 2019). natural já se desenvolvia desde a década de 1960,
O debate em torno da necessidade de se com os avanços da ecologia, das Cartas, Convenções
preservar associando o passado ao presente também e Recomendações Internacionais, que se
teve foco nas discussões em torno da Nova constituíram nas primeiras tentativas organizadas em
Museologia, que reforçava o compromisso com a âmbito mundial (MENDES, 2019).
memória pública e o seu uso para compreensão do De acordo com Gestin (1989) e Hubert
tempo presente e projeção do futuro. A esse respeito, (1989), Georges Henri Rivière trabalhou em
afirma Rússio (2010, p. 55): algumas propostas de definição do ecomuseu que
permitem uma análise da evolução desse conceito. A
Cabe aos museus restaurar o elo entre o passado e primeira versão caracteriza o ecomuseu como um
o presente, projetando a ponte para o futuro, novo tipo de instituição, vinculado a duas noções
através da preservação e da ênfase à manifestação básicas: interdisciplinaridade, tendo como aspecto
do trabalho criador do homem, de sua inteligência central a questão do meio ambiente; e ligação com a
e sensibilidade; cabe ao museu possibilitar a leitura
comunidade, pela sua participação na construção e
não do símbolo, mas do elemento simbolizado,
funcionamento do museu. Rivière analisou também
penetrando na raiz mesmo do Humanismo.
a definição de museu éclaté, composto de um órgão
De modo geral, o que marca o movimento da primário de coordenação e de órgãos secundários,
Nova Museologia é a participação dos profissionais, tendo como objetivo a interpretação do meio
estudiosos e militantes da sociedade civil, ambiente natural e cultural no tempo e no espaço
preocupados com a preservação do patrimônio (aspecto intensivo), com experiências comparativas
natural e cultural, em prol de uma sociedade mais fora da comunidade (aspecto extensivo).
participativa e comprometida com a construção de A visão de Rivièri, consoante nosso
governos e instituições mais democráticas. Nessa entendimento, indicava uma preservação
linha, Varine (2012) afirma que a Nova Museologia é patrimonial integrada, isto é, envolvendo natureza e
um movimento de museólogos, filósofos, sociólogos, cultura, ao tempo em que apontava para as
professores, educadores, agentes de comunidades articularem processos locais a uma
desenvolvimento, entre outros que procuram perspectiva global, evitando, portanto, o isolamento
adaptar melhor o museu a seu tempo e às e demonstrando uma concepção dinâmica de
necessidades das populações. Para os defensores do identidade.
movimento da Nova Museologia, o ecomuseu Essa tipologia museal (ecomuseu) funcionou,
constituía-se modelo de preservação e apropriação como afirma Brulon (2015, p. 268) como um “[...]
do patrimônio cultural, pois proporcionava o museu de vanguarda, nos anos 1970 e 1980, [pois]
trabalho com os bens culturais de forma global, voltou-se para aquelas que haviam sido consideradas
incluindo o patrimônio natural e cultural, além de até então as ‘culturas dos Outros’, culturas
proporcionar, por meio das atividades museológicas, silenciadas e deixadas à margem de qualquer tipo de
a integração com as comunidades de um musealização”. Com efeito, almejava-se a construção
determinado território. de um museu comprometido com uma educação
Um dos responsáveis pela criação do termo questionadora e transformadora. Isto com a
ecomuseu foi Georges Henri Rivièri3 que procurava expectativa da possibilidade de mudança do
tratar das relações entre o homem e o seu meio paradigma na história dos museus, isto é, de espaços
ambiente, articulando natureza e cultura da memória do poder para o desenvolvimento de
(HUBERT, 1989). É nesse sentido que esse autor práticas museológicas, com o objetivo de explorar o
considera que o sistema inventado por Rivièri poder da memória.
colocou o museu na escuta de seu tempo. Com
efeito, foi no bojo das discussões sobre meio

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Ação museológica, educação e cidadania dos estudantes e das comunidades onde as escolas
estão inseridas, revelando, assim, que o aprendizado
Além do desenvolvimento de uma noção de ocorre com base no cotidiano. Para ela, isso
museu, o movimento da Nova Museologia teve proporciona uma vivência em torno do patrimônio
como abordagem central a questão do papel cultural, dotando de sentido a preservação, mediante
educacional dos museus. Isso pudemos constatar a compreensão e reflexão sobre as identidades
nos temas das conferências internacionais, algumas culturais. Suas palavras sobre as mudanças em
já mencionadas, e das experiências desenvolvidas no relação à concepção e à prática da preservação do
campo da forma museal, que se expressa nos patrimônio cultural são dignas de menção:
ecomuseus, museus comunitários, museus de
vizinhança, museus ao ar livre, entre outras. A passagem da preservação saudosista e
Apesar dos encontros do ICOM e da paternalista para a apropriação, reapropriação e o
uso do patrimônio cultural, atribuindo-lhe
abordagem sobre a educação, ainda havia um grande
funções, fazendo com que suscite a criatividade, o
distanciamento entre a educação que era praticada e
questionamento, a reflexão e a busca de um novo
os objetivos da Nova Museologia. Por outro lado, foi fazer, no nosso entender, só será alcançada com a
necessário, por parte dos atores sociais que iniciaram participação da sociedade; por isso, a nossa grande
o movimento, um grande esforço para serem aceitos preocupação em trabalhar a formação do cidadão.
pelo ICOM. Houve um rompimento inicial, (SANTOS, M.C., 1993, p. 116).
quando foi criado esse movimento, e a pressão
posterior provocou uma “certa aceitação” por parte Na perspectiva dos participantes do
desse órgão. Algum tempo depois, foi criado o movimento da Nova Museologia, a preservação do
MiNoM, conforme mencionado, fruto dessa patrimônio cultural era um ato de educação voltado
coação4. para o exercício da cidadania e da transformação
Cândido (2002) e M.C. Santos (2008) social.
consideram que o educador Paulo Freire, com sua Dessa maneira, as ações envolvendo o
teoria da educação libertadora, influenciou as patrimônio e os museus incorporaram novas
discussões no campo da Nova Museologia, tendo dimensões. No tocante à Museologia, ampliou-se
contribuído para os debates interdisciplinares seu raio de ação para fora da instituição museal. O
produzidos nos anos 1960, 1970 e 1980 junto ao museu passou a ser concebido como uma instituição
setor museológico. Consoante Desvallées (1992), a que devia articular-se aos problemas das sociedades e
elaboração dessa perspectiva educacional era à formação dos cidadãos. O museu
adequada às preocupações dos estudiosos da área transformar-se-ia, assim, do “lugar do passado” em
museológica, associando-se às reflexões sobre as “lugar do presente”, onde ambos, passado e
restrições e o acesso cultural aos museus por parte presente, estariam sob constante discussão e
das populações e sobre a falta de valorização do avaliação. E não apenas passado e presente em forma
patrimônio cultural. Assim, pesquisadores como de criação artística, mas também social e política,
Cury (2005, p. 63) consideram a Nova Museologia verdadeiras molas da cultura (SUANO, 1986).
como “[...] um modelo metodológico de interação Na mesma linha de pensamento, mas
entre o patrimônio cultural e a sociedade. Nesse comparando o museu templo com o museu fórum,
modelo, o público é agente das ações de preservação Cameron (1971) considera que o museu fórum é
e comunicação patrimonial e o processo é tomado onde se ganham as batalhas, e o museu templo é
como educacional, por ser transformador”. onde se encontram os vencedores. Acrescenta ainda
É nesse sentido que autores como M.C. que o museu fórum é local em que se fomenta a
Santos (1993) enfatizam a concepção de Museologia ação. Essa comparação permite-nos perceber que o
como um processo interativo com a educação. Essa autor está comprometido com as reflexões críticas
autora enfoca o caráter participativo das ações sobre o patrimônio cultural preservado nos museus,
museológicas, baseadas numa articulação entre os entendidos como espaços da memória do poder, e
conteúdos programáticos das disciplinas e o acervo com a necessidade de estimular transformações

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museológicas para viabilizar e incentivar mudanças Notas


sociais.
Consoante essa perspectiva, ao discutir a 1 Há vários teóricos nesse campo, a saber: Gregorová
importância dos museus, Varine (1987) defende que (1990), Mensch (1994), Schreiner (1990), Stransky
as instituições museológicas devem estar a serviço do (1990). Rússio (1990) considera o fato museológico como
desenvolvimento, não obstante essa noção ser a relação que existe entre o homem, sujeito que se
trabalhada e articulada aos aspectos de formação, conhece, e o objeto, testemunho da realidade.
para atender às necessidades de populações que 2 “[...] une pensée se forge et se développe, qui questionne
le musée, sa place dans la société et son rapport à l’homme
carecem de uma educação cidadã. Na mesma linha,
et l’environnement, mais qui en même temps formule des
com relação à educação nos museus, Chagas (1989)
réponses.”
argumenta que a finalidade última não é a formação 3 Georges-Henri Rivière foi um museólogo francês e
de artistas, como seres especiais e privilegiados, mas a inovador das práticas modernas de museologia etnográfica
reflexão, a conquista de um estado de consciência francesa.
mais abrangente e a compreensão do indivíduo 4 Para maiores detalhes sobre esse processo, consultar
acerca do tempo e do espaço social em que está Cerávolo (2004).
inserido.

Considerações finais Referências

Podemos considerar que a Nova Museologia BRULON, Bruno. A invenção do ecomuseu: o caso
foi um movimento que tratou de temas como a do écomusée du Creusot Montceau-Les-Mines e a
relação dos seres humanos com o objeto (patrimônio prática da Museologia experimental. Mana, Rio de
cultural) na sua diversidade, explorou a importância Janeiro, v. 21, n. 2, p. 267-295, ago. 2015. Disponível
da sua preservação integrada (patrimônio natural e em:
cultural), numa perspectiva de educação https://www.scielo.br/j/mana/a/6h57ScQ68skw5d
transformadora voltada para a construção de uma ZVV6fLBxQ/?lang=pt#:~:text=Tendo%20como%2
cidadania ativa. O debate voltou-se ainda para as 0ber%C3%A7o%20a%20Fran%C3%A7a,partilhava
tipologias museais comunitárias, como o ecomuseu e m%20da%20cena%20da%20Hist%C3%B3ria.
a participação comunitária nas suas relações entre o Acesso em: 19 mar. 2022.
local e global, numa perspectiva de identidade
dinâmica.
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