Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
INTRODUÇÃO
useoloqía vem passando por profundas transformações. notadamente desde
edonda de Santíaço, de 1972. que considerou prioridade a intervenção
I. impacto desta Mesa Redonda. orçanízada pela Unesco. sobre o "Papel do
u a América Latina', faz dela (DESVALLÉES.1992).ao lado do colóquio "Mu-
seu e eio Ambiente' (França. 1972) e das jornadas de Lurs. em 1966. onde se
iniciou a ~estação do conceito de ecomuseu. um dos momentos fundadores da
chamada Nova Museoloçía. A Declaração de Quebec e a criação do MINOM -
Movimento Internacional para uma Nova Museoloqia em 1984. foram considera-
dos o reconhecimento pela Museoloçía do direito à diferença (MOUTINHO in
ARAUJO;BRUNO, 1995:29). Em 1992.a Declaração de Caracas reafirmou a função
sócio-educativa do museu. o estímulo ao pensamento crítico e seu papel como
canal de comunicação (DESVALLÉES.1992: 15-16). Neste ínterim. as reflexões da
Museología apontam para a compreensão da cultura como criadora das condi-
ções necessárias para o desenvolvimento. Há um rompimento com a idéia de
coleção como fonte ~eradora dos processos museolóçícos, a preservação é enten-
dida como fundamental e como possibilidade de ínteqrar diversos aspectos do
patrimônio e potencializar a ação interdisciplinar. Em meio a esta ampliação con-
ceitual e experiências de aplicação. percebemos que não houve produção científi-
ca e sistematização do pensamento museolóqíco equivalentes. especialmente num
Brasil de estreitas possibilidades de formação na área. panorama que apenas no
início do século XXIvai aos poucos sendo transformado.
MANUELlNA MARIA DUARTE CÂNDIDO
mulas tradicionalmente definidas por alf/u- Para Heloisa õarbuy a Nova Museoloqía é
mas sociedades' (SCHEINER. 1998: 111). Para "Uma filosofia f/uiada pelo sentido de
ela. a identidade dos museus hoje. estaria Ií- dessacralização dos museus e. sobretudo, de
~ada à sua compreensão como plural. medi- socialização, de envoivimento das popula-
ador desta pluralidade junto a outras instân- ções ou comunidades implicadas em seu
cias de representação. fenômeno cultural raio de ação" (BARBUY.1995: 209). Portanto,
em processo - não instituição -. comprome- dístinque Museoloçía e Nova Museoloçía
tido com a identidade como processo. não como prismas da disciplina. Cristina Bruno
verdade (Idem: 125). arçumenta que há somente uma Museoloçía,
e a Nova Museoloçía seria denominação
Scheiner identifica como dilemas atuais adequada somente ao movimento inaugura-
da Museoloçia. entender como o museu tra- do em Quebec. em 1984 (BRUNO, 1995:158).
dicional disseminou-se além da Europa e Não é uma outra Museoloqía, mas um alarga-
tornou-se heçemóníco, distanciar-se do mito mento de horizontes epístemolóqícos com
e atuar sobre a realidade; analisar os mode- as mesmas preocupações (Idem: 158). Maria
los museolóqícos alternativos que o séc. XX Célía Santos (2002) se define simplesmente
viu nascerem (Idem: 137-138). Para Chagas, como museóloça, evitando a rotulação de
tais modelos. com toda a reformulação con- "nova museátoçe: e trabalha com a adoção
ceitual que acarretaram. ~eraram para a Mu- de novos conceitos e práticas trazídas para a
seoloçía o problema da coexistência de pa- realidade social em que se insere. sem rom-
radíqmas distintos. A de Peter Van Mensh pimento radical com o patrimônio já ínstítu-
(1994) onde coexistem múltiplas tendências cionalizado. Ao revisar em 1992. no Encon-
do pensamento museolóçíco contemporâ- tro Internacional de Ecomuseus. as ações
neo. revela a inexistência. até o momento. desenvolvidas no Museu de Arte Sacra da
de uma orientação vitoriosa. o que caracteri- UFBA mostra que não desvincula a ação
zaria uma crise de paradíqmas na Museolo- museolóqíca transformadora da atuação em
~ia (CHAGAS. 1996: 29). museus tradicionais. Identifica nas práticas
realizadas nesse museu elementos da
Evres (1992: 195-212) relatívíza a conclu- ecomuseoloqía. como a cultura entendida
são de Chaqas de que a convivência de para- enquanto processo social. a ação ínteqrada à
díqmas na Museoloqía constituiria um "caos comunidade e a prática social como ponto
teórico" que se resolveria com a heçemonía de partida; e propõe que o exercício museo-
de um dos paradíqmas. Evres se opõe. por Ióçíco se relacione com os modelos dentro
entender que a diversidade de orientações de uma necessária redução ao contexto soci-
não é conseqüência de uma crise. mas da ri- al de aplicação (SANTOS. 1993: 114-115).
queza de soluções surqídas no confronto
com a realidade. No mesmo trabalho Evres Discussão inseparável é a própria
estuda as idéias de Cristina Bruno. mas não indefinição da Museoloqía enquanto campo
no que diz respeito a este problema do científico. Há propostas desde a patrimonío-
paradíçma. Entendemos que esta museóloqa lo~ia de Tomislaw Sola (já aceita por Van
considera a existência dos múltiplos univer- Mensch), passando pela disciplina científica
sos de aplicação como parâmetros para ajus- em processo de constituição de Ana
tar a prática museolóqíca, mas que se baseia Greçorová, à definição do ICOM da Museo-
sempre na orientação do paradíqma da Mu- Ioçía como ciência aplicada ainda muito Ii-
seoloqía como estudo do fato museal. ou ~ada à instituição museu. Embora não total-
seja. da relação do homem com o objeto mente consensuais são constantes a tríade
num cenário. Homem (público/ sociedade). Objeto (cole-
MANUELlNA MARIA DUARTE CÂNDIDO
ção/ patrimônio). Cenário (museu/ territó- plina aplicada cujas preocupações princi-
rio). em relação. conforme a definição do pais são a identificação e análise do com-
fato museal por Waldisa Russio. A amplitude portamento do homem em relação ao seu
atribuída a cada um desses vértices dá a patrimônio; e o desenvolvimento de pro-
abrançêncía do papel do museu e da Museo- cessos que convertam o patrimônio em he-
Ioçía. A bíblloçrafia brasileira compartilha o rança e participem da construção das iden-
debate. Santos (J 996: 94-95). em busca de tidades.
uma metodoloçia para a Museoloçía, revisa
as ..cinco linhas básicas de atuação da ciên- Scheiner (1998) identifica três vertentes da
cia museoiáçtcs', de Van Mensch. que são a teorização em Museoloçía. uma na teoria do
Museoloçía Geral. a Museoloqía Aplicada. a patrimônío", ~eraria o dilema de que a Muse-
Museoloçía Especial. a Museoloqía Histórica ología depende de uma área do pensamento
e a Museoloçía Teórica. Tais linhas são. basi- maior à qual pertenceria; a segunda conçre-
camente. a composição dos quadros ~a aplicação e teorização como partes
referenciais da disciplina propostos por índíssocíéveís. e a terceira pesquisa o fenô-
Cristina Bruno. A formulação de quadros sin- meno museu. A combinação destas posturas
téticos. aliás. é uma constante em Bruno e faria da Museoloçía uma ciência específica
Santos. O exercício de síntese e de sistemati- ou vinculada a uma ciência do patrimônio e
zação do conhecimento da área reforça a da memória. que busca elementos para a de-
perspectiva de ambas na formulação de uma finição de uma Iínçuaçem própria e univer-
teoria própria para a Museoloqia. sal em suas experimentações. Sua própria
dissertação. entretanto. é mostra de uma for-
Mário Chaças também afirma seu interesse ma de conceber a Museoloçía mais afeita à
em discutir os fundamentos epístemolóçicos discussão teórica que à aplicação e ao con-
da Museoloçía, colocando-os acima da consi- fronto dos conceitos com a realidade. Indo
deração da mesma como ciência. prática. além do raciocínio que identifica na aproxi-
arte ou disciplina. ainda que di~a preferir as- mação dos museus com a visão antropolóçí-
sim considerá-Ia: como disciplina (CHAGAS. ca o mais síçnífícatívo avanço", Scheiner
1996: 17).A compreensão de Museoloçía des- (1998) apresenta uma concepção
te autor amplia a definição de Waldisa Russio. biocêntrica. fundamentada na Ióçíca
embora parta dela como base. por entender hoIística. ínteqradora. Ao contrapor o avan-
que o museu possa ser um cenário institucio- ço do discurso às práticas museolóçícas tra-
nalizado ou não. O museu conceitual é uma dicionais. suçere a alimentação recíproca de
cateçoría que ele exprime já na análise do teoria e prática. Entretanto. outros momen-
pensamento marioandradiano. onde o identi- tos do seu discurso afastam a característica
fica. Para Chaças, a relação entre homem. ob- de disciplina aplicada da Museoloçía. A ri-
jeto e cenário constitui uma realidade em queza de sua contribuição consiste na articu-
trânsito e o estabelecimento da relação como lação da teoria museológíca com outras áre-
fi~ura ~eométrica baseada em três vértices as do conhecimento. estimulante por propor
caracteriza um ternário matricial para o pen- novas articulações. Contudo. parece se afas-
samento e para a aplicação da Museoloçía tar das tentativas de síntese do pensamento
(Idem: 31). O museu conceitual está presente museolóqíco e também da imperatívídade
ainda em outros. como Bruno e Scheiner. da aplicação como método para a constru-
ção do pensamento na área. Em um paralelo
Bruno (J 996: 09-38) está envolvida no es- com o que Bruno tem postulado. no sentido
forço para a orçanízação epístemolóqíca da de checar a modelos. sínteses. sistematiza-
Museoloçía, que compreende como disci- ções. fixação das bases de uma teoria museo-
AS ONDAS DO PENSAMENTO MUSEOLÓGICO
Ióqíca. parece-nos que Scheiner vai numa ressa-se ainda pela discussão sobre o conceito
direção oposta. mas complementar. abrindo de realidade. recorrendo a bellaíçue. Sola e
debates e trazendo elementos de outras áreas Van Mensch. que o aproximaram do recorte
para a Museoloçía. correspondente à herança cultural e natural
(Idem: 92). Para Bruno (1998a: 19) herança si~-
Apresenta a Museoloçía como campo nifica um passo além do patrimônio cuja trans-
disciplinar que trata das relações entre o fe- formação em herança se dá a partir da consci-
nômeno Museu e as suas expressões. a partir ência de sua existência.
das diferentes visões de mundo que cada so-
ciedade elabora. no tempo e no espaço" Santos (1996: 276) apresenta fato museal
(SCHEINER. 1998: 136). Ou como" campo do como" a qualificação da cultura em um pro-
conhecimento que analisa e investtça o Mu- cesso Interativo de ações de pesquisa. preser-
seu em todas as suas expressões e manifesta- vação e comunicação. objetivando a cons-
ções". com o caráter" valorizador de peculia- trução de uma nova prática social', Heloisa
ridades locais. bem como o papel de Barbuy (1989: 37) acrescenta: "A Museoloçia,
catalisadora do câmbio social. dando ênfase então. não apenas estuda a relação entre o
ao desenvolvimento de formas de museu homem e a realidade. entre o homem e o
que atendam às conjunturas contemporâne- objeto mas procura. também. atuar sobre
as' (Idem: 124). Dentre os seis autores estuda- esta relação e transformá-Ia". Inserir-se na re-
dos. é a única que não se refere à relação alidade e a~ir sobre ela é uma posição que
tríançular já mencionada. portanto. que não vem se firmando na Museoloçia. Autores
se fixa na definição de Russio para fato como Maria Célia Santos defendem uma
museal. Fica mesmo difícil enquadrá-Ia no abordagem de cultura ínteqrada a outros as-
esquema de Van Mensch para as tendências pectos do cotidiano. Ao afirmar que a procu-
do pensamento museolóqíco. Entretanto. ra pela qualificação da cultura deva ser reali-
como a própria autora considera-se ao lado zada por meio das ações de pesquisa. preser-
de Russio e Stránsay na análise do museu vação e comunicação. a autora está definin-
enquanto fenômeno. tendemos a concluir do também o que entende ser a cadeia ope-
que ela esteja na vertente em que Van ratória básica da Museoloçía (1996: 271).
Mensch os qualifica: a do estudo de uma re- Também Van Mensch (anotações de aula) e
lação específica entre homem e realidade. Mário Chagas (1996: 92) partem destes princí-
Outra possibilidade é supô-Ia em acordo pios de ínvestíçaçêo. preservação e comuni-
com Evres (2000: 60) na hipótese de que a cação em equilíbrio dinâmico. Em outras
fi~ura tríanqular não dê conta de uma Muse- ocasiões Chaças se refere a uma cadeia ope-
oloqía voltada para um patrimônio em cons- ratória mais sintética. distribuída entre pre-
tante reelaboração. já que ao invés de vérti- servação e dínamízação (Idem: 63).
ces preexistentes a relação estaria constante-
mente redefinindo o que sejam homem. ob- Fomos convencidos. entretanto. pelo arçu-
jeto e cenário." mento do Curso de Especialização em Museo-
Ioçía do MAE/USP. conseqüentemente. de
O fato museal também está presente no pen- Cristina Bruno. seçundo o qual a cadeia opera-
samento de Santos. que cita em sua obra a de- tória da Museoloqía consiste na salvaçuarda e
finição de Waldisa Russio sequndo a qual ele é na comunicação patrimoniais. Este ponto foi
"a relação profunda entre o homem. sujeito inclusive alvo de questões postas pelos alunos
conhecedor, e o objeto que é parte da realida- do CEMMAEa Peter Van Mensch em entrevista
de à qual o homem pertence e sobre a qual ele inédita (realizada em 05/10/2000). Lonçe de ser
afie" (RUSSIO. apud SANTOS. 1996: 92). Inte- uma questão de terminologia, como pode pa-
MANUELlNA MARIA DUARTE CÂNDIDO
recer. é um debate que a rnuseóloça paulista Ainda para Bruno (1998a: 54-55). "a Muse-
propõe e que pode ser uma de suas maiores oçraííe corresponde ao universo da técnica.
contribuições. por afirmar a salvaçuarda e a da prática, enfim, do fazer musea! (..) Sendo
comunicação patrimoniais como faces de essim. o conjunto de aplicaçôes das idéias e
operacionalização da Museoloçía, ambas de conceitos. para a consecução de etividades
caráter preservacionista. de conservação. documentação. exposição
e ação educetivo-cultural, diz respeito ao
É possível que Mário Chaqas seja um dos universo museoçrático', Expoqrafta é o ter-
primeiros a aquiescer a esta formulação. visto mo usado especificamente para discurso
existir. na sua obra. um discurso que inclui a exposítrco. Chagas (J 996: 33) também consi-
necessidade de comunicação e uso social do dera a museoçrafta como Museoloçía aplica-
patrimônio na preservação. Assim. ela não da. responsável pelas "condições práticas e
seria equivalente absoluto do termo salva- operecionais de ocorrência do fato museal'.
!6uarda. menos ainda de ínvestíçação. Ao Russio. na apresentação do anteprojeto mu-
ponderar os sentidos de tombamento e de seoçr áftco presente em sua tese de
preservação. o autor se aprofunda no exame doutoramento. revela uma noção de
da oríçem latina de preservação (Praeservare museoçrafía similar às anteriores. Os concei-
- ver antecipadamente o períço) para afirmar tos de museoçraíta e de Museoloçía de
que "o periço maior que paira sobre um bem Barbuy (J 999: 43) são expressos quando se
cultural é a sua propria morte ou deterioraçâo" refere à museoçraíía como" a ideia de uma
(CHAGAS. 1999: 104). e que "o sentido da pre- orçamzaçâo especial e visual corresponden-
servação está na dinemtsaçâo (ou uso social) te a uma dada concepção intelectual e ideo-
do bem cultural preservado" (Idem: 105). Se- IÓf/Íca (museoioçtal'. Desta forma. trata por
!6uindo este raciocínio. Chaças poderá resolver museoçratía não toda aplicação da Museo-
o paradoxo por ele identificado entre as neces- 10!6ia.mas o que denominamos expoçrafta.
sidades de conservação e de dínamízação, di- Já Scheiner (1998: 124). ao definir
ante da ínexorável ação do tempo sobre os museoçrafía, como" o conjunto de práticas
bens patrimoniais (CHAGAS. 1996: 104).Como através das quais o Museu se vtsbütza. f/a-
hoje compreendemos. a preservação pode es- nhando uma identidede especiiics, uma per-
tar fundamentando i!6ualmente ações de sal- sonalidede proprie", estaria em acordo com
vaçuarda e de comunicação patrimoniais. Bruno. Chagas e Russio. mas eventualmente.
usa o termo também no sentido de expoqra-
Para Bruno. a Museoloçía é uma discipli- fia (Idem: 137).
na preservacíonísta baseada na cadeia ope-
ratória de salvaçuarda e comunicação: "Rea- A determinação do universo de museali-
firmando que a preservação é a função bási- zação também é alvo das discussões. com a
ca de um museu e que a partir dela estão afirmação de uma noção cada vez mais am-
subordinadas todas as outras. tais como cole- pliada do patrimônio musealízével. passan-
ta e estudo dos objetos e/ou espécimes da do de objeto para uma orientação teórica
natureza; salvaçuerda das coleções e/ou re- baseada no fato museal, como é predomi-
Ieréncias patrimoniais (conservação e docu- nante ou talvez unânime entre os seis
mentação) e comutucaçâo (exposição. edu- museóloços estudados. Chagas (J 996) enten-
cação e ação socio-culturel), saliente-se que de que o conceito de museu cobre o univer-
o desempenho articulado de todas estas so inteiro e tudo é musealízável. Museu é o
facetas preservecionistas deve estar vincule- IU!6aronde podem ser estudadas as relações
do ao exercicio da discipline museotoçice' entre o homem e a realidade do universo em
(BRUNO, 1995: 145-146). sua totalidade. Sua noção de patrimônio
AS ONDAS DO PENSAMENTO MUSEOLÓGICO
210). Seçundo ela. a compreensão de uma de tempos idos. Embora não o dis;Ia clara-
ruptura radical foi imprópria: "Que esses ob- mente. parece-nos subjacente a considera-
jetos sejam recolhidos ou não para dentro ção de que hoje o museu pode. sim. existir
de um museu. isto depende de cada contex- sem objetos.
to cultural e de cada projeto museoiáçico
mas em nenhum momento propôs-se que os Afirmada. porém. a permanência do obje-
objetos deixassem de ser inventeriedos' to na tríade que define o objeto de estudo da
(Idem. 211). Uma alternativa à formação de Museoloqía como sendo o fato museal, pas-
coleções e à recolha de acervos pode ser samos à outra vertente da questão. referente
encontrada entre os modelos museolóqícos à relação museu-público. Maria Célia Santos
propostos por Bruno (1995): a constituição (1993: 75) confere à identificação entre o pú-
de bancos de dados de referências patrimo- blico e o que se encontra exposto. o papel de
niais. Mesmo sem nomeá-Ias diretamente. víabílízar esta comunicação. Se a identifica-
entendemos que Barbuy está tratando em ção é hoje palavra de ordem. o estranha-
seu texto daquilo que Bruno assim identifica. mento. o mistério e o distanciamento. já fo-
Já na obra de Chaqas, há a alusão direta à ram a tônica da relação. Scheiner expôs
expressão referência patrimonial. como as normas coercitivas já nortearam a
vísttação aos museus e s;Ieraram certo senso
Waldisa Russio (1980: 114). anterior a esta comum de qual seja a relação possível com
formulação. referia-se a uma "representatíví- estas instituições. Para ela. é no séc. XIXque a
dade das peças". Observe-se a maqnítude da emoção entra no museu. Sentimentos como
noção de patrimônio aí envolvida. e a visão o prazer e a emoção são fatores desta rela-
antropocêntrica. porque o objeto não está ção pouco examinados pela Museoloqía,
presente per si. mas pelo que representa: sua como observaram Fattouh e Simeon (1997:
proposta era de que a Iínquaçern dos objetos 31-32) em sua análise do pensamento do
narrasse o processo de industrialização e que ICOFOM.
aquele não fosse um museu de máquinas.
mas memória de lutas. de homens. Ainda as- A identificação do público com o patri-
sim. o abandono da tridimensionalidade mônio musealizado e sua utilização para s;Ie-
equivaleria para esta autora. ao da represen- rar estímulos no sentido da conscientização
tativídade, documentalidade. testemunhali- e da ação sobre o real são hoje mais condi-
dade e síçntftcêncta inerentes aos objetos zentes com o papel social esperado de um
(Idem: 74-84). museu. que. para Bruno. se realiza na
intersecção de dois outros. o científico e o
Scheiner (2000: 22) entende que mais que educativo. ao "propiciar a compreensão so-
representação. o museu é criador de sentido. bre o patrimônio / herança e o exercício da
Os conjuntos síçnífícantes ali criados sinteti- cidadania" (BRUNO, 1998a: 27). Maria Célia
zariam práticas. valores e sensações do indi- Santos (1993: 52) afirma: "Paranós, o simples
víduo. considerados patrimônio pelos víncu- ato de preservar. isolado, descontextuslizs-
los afetívos a eles atribuídos. A existência do do, sem objetivo de uso, si~nifjca um ato de
objeto seria. desde o mito de oríçem dos indiferença, um 'peso morto: no sentido de
museus. fundamental nos processos desen- ausência de compromisso. Entendemos o
volvidos (Idem. 29-30). Apenas nesta autora ato de preservar como instrumento de cida-
percebemos um certo distanciamento. como dania, como um ato político e, assim sendo,
se o objeto fosse uma realidade lis;Iada so- um ato transformador. proporcionando a
mente a uma atuação museolóçíca mais tra- apropriação plena do bem pelo sujeito, na
dicional. onde seria um mito arraíqado des- exploração de todo o seu potencial, na inte-
AS ONDAS DO PENSAMENTO MUSEOLÓGICO
fração entre bem e sujeito, num processo de Ioqía definido por Ulpiano Bezerra de
continuidade". Um museu ..onde o cidadão Meneses como administração da memória, e
comum encontre traços da sua cultura, do assim por diante. Scheiner imputa ao museu
fazer do seu dia-a-dia, se identifique como a filiação à memória, que o liga definitiva-
aquele que participa da História, que, sem mente aos seus meios capitais de expressão,
perder de vista as suas raizes, utihza-a como o tempo, a língua e o espaço. E seria consoli-
reterencial. compreende o seu presente e dado por meio do objeto, como em Chagas,
constrói o seu futuro" (Idem: 19). síntese das representações. Como os demais,
percebe a existência de uma memória
É nessa linha de pensamento que se en- multifacetada, construída no presente. Os
contra também Heloisa Barbuy (I989: 36), ao museus, como bibliotecas e arquivos, seriam
centrar o papel social e educatívo do museu responsáveis pela guarda dos registros mate-
no seu potencial" de aumentar a capacidade riais da memória coletiva, fazendo dos
de uma coletividade de projetar seu próprio museóloqos, administradores dessa memória
futuro e de ser sujeito ativo - e não passivo- (SCHEINER, 2000: 31-35). Como espelho, o
de sua própria história, a partir da consciên- museu lidaria simultaneamente, com identi-
cia que passa a ter de si mesma", já que ..a dade e alteridade, reconhecendo a
ação cultural exercida pelos museus e por pluralidade.
outras instituições culturais tem importante
papel na relação que o homem desenvolve A globalização, criou seu inverso, o refor-
com sua realidade" (Idem: 40). Waldisa ço das identidades regionais. Esta autora
Russio (1977: 132) propôs um museu destaca a maneira como o museu, em meio
propiciador do questionamento, da crítica, à própria crise de identidade, tem articula-
da avaliação, da ética e da transformação: do o debate sobre esta problemática. Em es-
..O museu deve ser compreendido como um tudo de 1987 sobre a produção do ICOFOM
processo em si mesmo, como uma realidade em torno desta matéria, percebeu as origens
dinâmica. (..) O museu não existe isolada- regionais das distintas compreensões. Esta
mente, mas dinamicamente, na sociedade". conclusão tem paralelo em Fattouh e
A atitude contrária estaria relegando o mu- Simeon (1997: 48), que apreendem da pro-
seu gradualmente ao esquecimento. dução dos autores procedentes de países
Scheiner alerta também para o papel de ..es- em via de desenvolvimento o interesse em
tabelecimento e manutenção da compreen- uma ação que contribua para a construção
são e da tolerância intercultural", ainda por de identidades nacionais, aspecto, a seu ver,
realizar (SCHEINER, 1998: 35). já resolvido no primeiro mundo. Para além
da busca de ingresso no ..concerto das na-
Intrinsecamente ligados à teoria museoló- ções" (BARBUY. 1999; CHAGAS, 1999), os
gica estão os temas da memória, da identida- museus mesmo nos países subdesenvolvidos
de e da diversidade cultural. Para Bruno, é passam a reconhecer a importância da voca-
na consciência sobre o patrimônio e na ção territorial, com base em distintos níveis
construção das identidades que se realiza o de identidade sobre o qual estariam agindo.
tributo dessa disciplina. A intimidade entre Aos museus de caráter nacional. somam-se
Museoloçia e memória é identificada por os regionais e os locais. No Brasil. o conceito
Evres (2000:62) como existente desde Russio. de museus de território pouco a pouco pas-
Realmente, entre os autores estudados, todos sa a gerar processos museolóqícos.
praticam esta associação. Chagas entende os
bens patrimoniais como representações da Heloisa Barbuy (I995: 222), ao discutir os
memória, Bruno ressalta o papel da Museo- ecomuseus, alerta para que sua problemática
- MANUELlNA MARIA
proposta por Russio. Quando a autora defen- considera-se em dívida com um estudo das
de a adequação da Iínçuaqem tridimensio- contribuições de Freire para as reflexões no
nal dos objetos para narrar o processo de in- âmbito da Museoloqía. Para ela. "A relação
dustrialização (RUSSIO. 1980: 114). a formu- entre museu e educação é intrinseca. uma
lação é centrada numa narrativa. não ainda vez que a instituição museu não tem como
em um diáloço. A informação contida nos fim último apenas o armazenamento e a
objetos interessa à Museoloçía pelos fatores conservação, mas, sobretudo. o entendimen-
de documentalidade. testemunhalidade e fide- to e o uso do acervo preservado, pela socie-
lidade. Bruno tem se detido com afinco na ca- dade, para que, através da memória preser-
racterização dos objetos de museu como obje- vada, seja entendida e modificada a realida-
to-díálogo, reforçando que eles não falam per de do presente. Nesse sentido. a própria con-
si. mas que seus sentidos e sis;!nificados são cepção do museu é educative. pois, o seu
construídos na relação com o público. objetivo maior será contribuir para o exerci-
cio da cidadania, colaborando para que o
A relação propiciada pelos museus é. para cidadão possa se apropriar e preservar o seu
Chaças. "campo fértil para a ocorrência o patrimônio. pois ele deverá ser a base para
processo educativo transformador, capaz de toda a transformação que virá no processo
estimular a descoberta, de produzir novo co- de construção e reconstrução da sociedade,
nhecimento, de despertar novas emoções, sem a qual esse novo fazer será construido
sensações e intuições' (CHAGAS. 1996: 84). de forma eiienante' (SANTOS. 1993: 99).
Barbuy (1989: 36). combina as funções sociais
e educatívas do museu para demonstrar seu Santos e Bruno estão lado a lado na defi-
potencial de conscientização e de nição da educação e da conscientização
capacitação coletiva para a tomada das ré- como parâmetros para o desenrolar do pa-
deas de seu porvir. O aprendizado baseado pel social dos museus, sem cujas limitações
na relação dialética entre educador e edu- sua ação pode perder as especificidades e
cando é defendido por Chaças (1996: 84): a confundir-se com atuações de outras áreas
ação educativa tem base no díáloço e permi- do conhecimento.
te a "transformação do bem cultural em bem
social' (Idem: 62). Russio. em suas propostas. Se as fronteiras do que seja ação museoló-
baseava a formulação das atividades s;!ica são delimitadas pela educação e pela
educatívas em uma concepção de aprendi- conscientização. estes limites foram explora-
zado constante. Talvez possamos entrever aí dos ao máximo pelas formulações que deri-
paralelos com a educação libertadora desen- varam no modelo museolóqico do
volvida em processo permanente. de Paulo ecomuseu. Muita confusão na interpretação
Freire. São características comuns a ambos. de conceitos tem feito desta denominação
o desenvolvimento da críatívídade. do senso um s;!uarda-chuva onde tudo cabe. Alqumas
crítico e da consciência. numa perspectiva balizas. entretanto. são propostas por Barbuy
que a autora denomina ecolóçico- (1995: 211) a partir da conceituação de
humanista. bellaíçue. o território. a população como
as;!ente. o tempo e o patrimônio. Bruno reduz
A expressão maxima da influência do o conceito às seçuíntes variáveis: o território.
pensamento deste educador entre os o patrimônio constituído sobre este espaço.
museóloços estudados pode ser a atuação de e uma população. que viva nesse território
Maria Célia Santos na Bahia. Ela mesma des- ínteraçíndo com esse patrímônío" Russio.
taca este aspecto do seu pensamento em en- ao suçerír que os museus de fábrica propos-
trevista a Mário Chagas (SANTOS. 2002) e tos em seu doutorado fossem espécies de
AS ONDAS DO PENSAMENTO MUSEOLÓGICO
para teorízar sobre Museología até mesmo nenhuma outra contribuição de peso inter-
no cinema e na literatura. Recentemente. nacional e perçuntado sobre os museóloços
está Ii~ado ao Departamento de Museus e aqui estudados limitou-se a ponderar o pro-
Cetros Culturais (DEMU) do IPHAN. blema da barreira Iínçúístíca, já que a maior
parte deles tem publicado somente em por-
Cristina Bruno coordenou a Especializa- tuquês e francês. Entretanto. na distinção que
ção em Museoloçía da USP ao Ionço de qua- fez das orientações teóricas da Museoloçía
tro turmas e diriqiu o Departamento de contemporânea. Van Mensch localiza na op-
Iconoçrafía e Museus da Prefeitura de São ção pelo estudo do fato museal uma destas
Paulo. mas está de volta ao Museu de Arque- tendências. recorrendo assim a um conceito
oloqía e Etnoloçía da USP onde prosseçue definido por Waldisa Russio. Pela representa-
AS ONDAS. DO PENSAMENTO MUSEOLÓGICO
serviço da pesquisa científica. São Paulo: EVRES. Ana Cristina Léo Barcellos. A Mu-
ffLCH/USP, 1984. (Dissertação de sealização da Natureza. Patrimônio e Memó-
Mestrado). ria na Museoloqía. Rio de Janeiro: UNI-
RIO. 2000. (Dissertação de Mestrado)
__ o Objeto de museu: do objeto teste-
munho ao objeto diálogo. Palestra proferi- FATTOUH. Nadine. SIMEON. Nadia.
da na Reunião Regional da Associação Brasi- ICOFOM - Orientations museoloqíques et
leira de Antropologia. be lérn 1993 origines geographiques des auteurs. Paris:
(digitado). École du Louvre. 1997.
__ Museoloqía
o e comunicação. Lis- PRIMO, Judite (orç.). Museoloqía e Patrimó-
boa: ULHT. I996.(Cadernos de Sociomuseo- nio: documentos fundamentais. Lisboa: ULHT.
Ioçía, 9). 1999. (Cadernos de Socíomuseoloçta, 15)
__ oMuseología para professores: os ca-
minhos da educação pelo patrimônio. São RUSSIO, Waldisa. Museu? Um aspecto das
Paulo: Centro Estadual de Educação organízaçôes culturais num país em de-
Tecnolóqíca Paula Souza, 1998a. senvolvimento. São Paulo: FESP. 1977. (Dis-
sertação de Mestrado).
__ oCurso de Especialização em Muse-
oloqía - projeto acadêmico. S. Paulo: MAE/ · Um museu da indústria na cidade
USP.1998b. de São Paulo. São Paulo: FESP. 1980. (Tese
de Doutorado).
CÂNDIDO, Manuelina Maria Duarte. Ondas
do Pensamento Museolóqlco Brasileiro. __ o"Museoloçía, Museu, museóíoços e
Lisboa: ULHT.2003. (Cadernos de Sociomuse- formação". in Revista de Museología. I.
oloqía, 20). 259 p. São Paulo, 2° sem. 1989. p. 7-11.
. Museália. Rio de Janeiro: JC Editora, 1996. SANTOS, Maria Célia T. Moura. Reflexões
museológícas. caminhos de vida. Cadernos
DESVALLÉES,André. ''AMuseoloqía e os mu- de Socíornuseoloçía N°18- ULHT.Lisboa,2002
seus: mudanças de conceitos". in Cadernos
Museológícos. I. Rio de Janeiro: MinC/ · Museu. escola e comunidade: uma
SPHAN - Pró-Memória, 1989. ínteçração necessária. S. L.: SPHAN, 1987.
. Processo museológíco e educação: cheçarn a obter o mesmo espaço. Nessa série apa-
receu ainda com uma orçanízação de textos fun-
construindo um museu didático-comunitá- damentais de Museoloçía e Patrimônio (PRIMO.
rio. Lisboa: ULHT. 1996. (Cadernos de Socio- Judite (orç.). Museologia e Património: docu-
mentos fundamentais. Lisboa: Universidade
museoloqía, 7). Lusófona de Humanidades e Tecnoloçía, 1999. Ca-
dernos de Socíomuseoloçía, 15). Nos últimos anos
VAN MENSCH. Peter. O objeto de estudo da o Departamento de Museu e Centros Culturais do
IPHAN (DEMU). tem centrado esforços nas publi-
Museologla. Rio de Janeiro: UNI-RIOIUGI: cações como a Revista MUSAS. no terceiro núme-
1994. (Pretextos Museolóqícos, 1) ro. e a Coleção Museu. Memória e Cidadania. tam-
bém com três títulos publicados.
3 Esta representação se resume ao texto de
SCHEINER.Tereza Cristina. "Museus universitá- Fernanda de Camarço e Almeida (como se assina-
rios: educação e comunicação". Ciências em va Fernanda de Camarço-Moro) no v. 2 de l7ag-ue5.
no capítulo referente às de experiências e práti-
Museus. V 4. BeIém: Museu Goeldi/ CNPq. 1992. cas. (ALMEIDA. Fernanda de Camarqo e. "Le
musée des imaees de l'inconscient - Une
expérience vécue dans le cadre d'um hôpital
. ApoIo e Dioniso no Templo das psychietrique à Rio de Janeiro" (1976). in
Musas. Museu: SJênese. idéia e representa- DES\7ALLÉES. 1994. op. citop. 204-213) É sintomáti-
ções em sistemas de pensamento da socieda- ca. porém, a presença de um texto não propria-
mente museolóçíco, mas também de autoria de
de ocidental. Rio de Janeiro: ECO/UFRJ. um brasileiro. o educador Paulo Freire. intitulado
1998. (Dissertação de Mestrado) "Léducetion. pratique de Ia Iiberte (Le société
brésilienne en trensition)' (1971). A influência do
pensamento de Paulo Freire para este movimento
. "Muséoloqíe et Ia philosophie du de renovação da Museoloçía já se faz notar no
chançement". in ISS Museology, ICOM. Pa- convite a ele feito para a presidência da Mesa-Re-
donda de Santíaço do Chile. episódio esclarecido
ris. França. junho 2000. mais adiante. Al~umas de suas idéias seriam mais
tarde incorporadas por museóloqos brasileiros ao
se referirem ao papel social e educatívo dos mu-
NOTAS seus. (FREIRE. in DES\7ALLÉÉS. 1992: 195-212)
4 A já mencionada patrírnoníoloqía.
5 Idéia constante em Bruno e Santos.
Este trabalho se baseia na monografia da Especi- fi As discussões de ambas parecem aproximar-se
alização em Museoloçía da USP intitulada On- em al~uns pontos como a apropriação da abor-
das do Pensamento Museolóqíco Brasileiro. que daçem de Néstor García Canclini sobre patrimô-
teve oríçem a partir da observação da limitada nio em processo de reelaboração.
representação da Museoloqia brasileira na obra 7 Anotações de aula do Curso de Especialização
"l7ag-ues: une antholoçte de Ia nouvelle em Museoloqia referentes ao seminário proferi-
muséoioçie", organizada por André Desvallés do por Chagas dias 03 e 04/07/2000.
(1992-1994). É uma revisão do pensamento mu- 8 Anotações de aula do dia 09/08/1999. referente à
seolóçíco nacional com o objetivo de localizar a disciplina "Museolog-ia:principios teórico-meto-
produção ausente naquela antologia, especial- dolôoicos e a historicidede do fenômeno
mente no âmbito das transformações conceitu- museal'. ministrada pela Profa. Dra. Cristina Bru-
ais pelos quais os museus e a Museoloçla passa- no no primeiro semestre do Curso de Especiali-
ram na 2a metade do século XX. zação em Museoloqía,
2 Destacamos. em língua portuquesa, a orçanízaçâo 9 Seria este o tema principal de sua tese de dou-
de "A memória do pensamento museoloçico con- torado. defendida em 2003. que ficou fora do
temporâneo" (ARAUJO e BRUNO. op. cit.), com a âmbito do nosso trabalho.
reunião e tradução de documentos fundamentais 10 Anotações de aula do dia 10/08/1999. referente à
como as declarações de Santiaqo, Quebec e Cara- disciplina "Museoloçia. princípios teórico-metodo-
cas - acompanhados de textos-comentários: e a Ióçicos e a historicidade do fenômeno museal".
publicação dos Cadernos de Soclornuseoloqía ministrada por Cristina Bruno no CEMMAE.
pela Universidade Lusóíona de Humanidades e li Anotações de aula do Curso de Especialização
Tecnoloqias. raro caso de continuidade nas publi- em Museoloçia referentes ao seminário profe-
cações desta área em portuçuês e onde aparecem rido por Peter Van Mensch dias 02 a 06/10/
textos brasileiros que em território nacional não 2000.