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16/05/2018

Ponto de Reflexão 2: Que pergunta sobre o Ensino de Inglês nas Escolas Urbanas
Brasileiras você mais gostaria de ter respondido neste momento?

A pergunta que tinha prioridade para mim para ser respondida nesse estágio era
sobre o bem-estar do profissional e inglês em escolas regulares. Comparada a outras
matérias, o inglês tem relativamente menos horas-aula durante a semana, o que para o
profissional muitas vezes é melhor. Isso lhe dá tempo e folga em dias variados, além de
não o sobrecarregar de trabalho. Cada turma tem dois horários de inglês por semana e,
mesmo eu não achando isso suficiente, percebo que há certos casos em que isso pode
ser considerado uma dádiva.
Minha dúvida gira em torno da saúde física e mental, e também da sensação de
satisfação do professor. O trabalho pode ser desgastante, não somente para as cordas
vocais, essas que no final de 10 aulas gritadas por dia durante um ano estão certamente
prejudicadas, mas também para o lado psicológico. É extremamente frustrante que o
espaço para medir vitórias e realizações é muito pequeno. Por vezes vi que o professor
tem que se agarrar a um ou outro aluno para sentir que seu trabalho ali está valendo
alguma coisa. Há sempre um aluno que realmente aprende, o que justifica as dores no
final, mas o professor tem que ser sempre esse mártir e sempre um salvador?
Eu fico me perguntando até hoje sobre qual o papel do professor nas escolas,
especialmente do inglês. Mais do que ensino de língua, ensinamos também cultura
estrangeira e ela sempre trás diversas comparações com a nossa própria, muitas vezes
negativas. Contudo, o professor é então esse ser que tem que levantar questionamentos
o tempo todo, um salvador que deve tirar o aluno de sua zona de conforto, mesmo esse
não sendo a principal formação dele? E depois de toda essa energia gasta, dos
problemas de saúde adquiridos, do sentimento de fracasso e desesperança no final do
dia, há compensações além de alguns alunos motivados? — o salário, na minha opinião,
não é uma delas.

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