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Rafael Vitor Urbano

14/05/2018

Ponto de Reflexão 1: No estágio, até agora, que relação você viu entre as salas de
aula que você observou e outros tópicos abordados anteriormente neste curso?

Consigo fazer um paralelo bem claro entre o que discutimos em aula com o que
estou vivenciando nessas três primeiras semanas de estágio. A escola na qual estou
estagiando é da rede pública do estado e eu a escolhi por ser próxima à minha casa. Eu
queria vivenciar exatamente aquilo de que tinha receio e posso assegurar de que a
experiência tem sido agridoce até agora. A interação com as crianças é divertida, mas eu
não tinha ideia de que o ensino de inglês podia estar tão ruim ou pior do que na época
em que eu estudava. Os motivos não são tão óbvios como eu imaginei, o que me fez
refletir.
Todos os alunos têm livro consumível, mas são poucos aqueles que realmente
fazem as atividades. Isso me fez lembrar das nossas discussões sobre o acesso ao
material didático. Anos atrás, tínhamos que comprar livros, quando disponível, ou
usávamos material que o próprio professor de inglês organizava sob seus critérios.
Mesmo agora com livro e CD em mãos, eu vejo que pouco importa o tipo de material e
com que facilidade ele chega nas mãos dos alunos. O problema é de várias ordens. Ele
vem atrelado no comportamento, na forma como o material é usado na sala de aula e
aos poucos eu fui percebendo que a maior parte do tempo dos alunos em contato com
essa informação foi desperdiçado.
Eu imagino que quando os alunos crescerem, esses livros consumíveis, com
várias páginas ainda sem resposta, ou serão jogados fora ou serão abandonados nesses
postos de coleta para creches ou escolas rurais. Essa conexão entre o aluno e o livro
didático é arbitrária, pois o livro dentro da sala de aula muitas vezes significa castigo e
reprimenda. Muitos preferem dizer que não trouxeram o livro, mesmo correndo o risco
de tomarem advertência, somente para não fazer a atividade. Eu não consigo chegar a
uma conclusão sobre onde apontar o cerne desse problema sem comparar com alunos de
outras épocas e de outras partes do nosso país que se viram com pouco desejando ter
exatamente o que esse alunos têm aversão.

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