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Capítulo 4
Danilo Russo
Revisão técnica:
Ana Lucia Goulart de Faria e Danilo Russo
Com o costumeiro atraso, com o ano letivo já bem avançado, sai este
texto, minha leitura de um dos deveres que me competem como professor
da escola pública. Como sempre, proponho aqui uma reflexão, que inclui
obrigatoriamente as presentes considerações, relacionadas ao ano em curso,
ao perfil da classe e ao modo como desenvolvo e
* A escola da infância, antes chamada de escola materna, equivale à nossa
pré-escola.
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aplico meu trabalho neste contexto. Mas reflito, em voz alta, também
em termos gerais (não renuncio a isto, é o meu modo de interpretar o
trabalho que faço) que, espero, expliquem por si só, para quem lê, por
que esta é uma reflexão na primeira pessoa e não uma lista de
objetivos.
No ano passado, saiu um texto "pesado", um pouco completo, um
pouco com a pretensão de sê-lo, no qual eu explicitamente encarava o
problema de uma "clientela" quase que totalmente renovada e a de
falar a muitos e muitas do modo mais completo possível. Sei que o
texto tomou-se disponível para parte dos interessados e interessadas
de hoje. Caso seja útil para completar este aqui, dentro dos limites de
sua inatualidade, encontra-se em minha posse e está também
arquivado nesta escola da infância. Aqui dou continuidade ao tema,
retomando-o, apenas em parte, de olho na atualidade que possuo
agora. Advirto, porém, que, além da situação na turma, faz parte da
atualidade deste ano, o fato de terem chegado do Ministério novas
Indicações nacionais para os que exercem a minha profissão, as quais
evocarei a seguir, e que constituem - digo aos pais e às mães de
meninos e meninas com quem trabalho um texto não muito longo
(menor do que este!), que pode ser facilmente encontrado, até mesmo
comigo, e que é de consulta útil para quem suporta o jargão.
Este ano, portanto, somos muitos e muitas, e não apenas no papel. E,
de novo, esta turma mudou de cara. Duas coisas me parecem
importantes a esse respeito: o seu "envelhecimento" e o re-equilíbrio
forte que se deu entre o componente masculino e o feminino. Começo
por aqui.
Hoje o número de meninas empata com o de meninos, 10 a 10. E o
atual equilíbrio de números redondos já evoca uma competição muito
sadia (contam-se sozinhos/as e os meninos, que, sabe-se lá por que,
tendem, até agora, a estarem mais presentes, berram "hoje nós somos
maioria"...). Considero tarefa pessoal, por um lado, manter sadia essa
competição, mas por outro, qualificá-la. O que quero dizer é que, à
medida que emergem a personalidade e os temas pessoais, reconhecer
as crianças como estilos individuais, mas, também masculinos e
femininos, e fazer disso um objeto de discurso, é um desejo que
sempre me impele. A propósito, este é um ponto que as Indicações
prescrevem expressa-
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dedo-durismos dizendo "você está me pedindo para dar uma bronca no seu
amigo?"), nem mesmo para imitar a minha autoridade; mas, ao contrário,
por ter entendido alguma coisa, para imitar de mim, as razões da
educação.
Dizer-lhes a verdade, colocar-se e manter-se em condições de poder
fazê-lo é, então, um estilo de trabalho necessário e que me parece também
suficiente. É, além disso, uma das práticas que gozam da rara condição de
poder ser, ao mesmo tempo, meio e fim: meio, cuja satisfação já está
apenas em reproduzir as condições necessárias para ser praticado.
A pouca renovação do grupo provavelmente evitou reações de isolamento,
de ciúmes, de primogenitura por parte de quem já o integrava. Quem
chegou este ano não precisou abrir caminho mas, em todo caso, tinha
bastante personalidade para fazê-lo (inclusive, de novo, as menores e sua
garra!). Muitas cartas relacionais se embaralharam, vários meninos e
meninas que no ano passado não se davam uns com os outros e outras, e
deles recebiam na mesma proporção, voltaram com uma verve e uma
disponibilidade totalmente diferentes. Deste ponto de vista, parece-me,
também, que tenho uma grande margem de manobra: as únicas tensões, se
assim podemos chamá-las, presentes no grupo são tensões de crescimento,
por exemplo, ligadas ao re-posicionamento das amizades e das escolhas
eletivas por parte de algumas crianças, o que deixa descoberto ou
descoberta quem dependia mais dos equilíbrios precedentes. Mas, em geral,
já há entre elas, a essa altura do ano, um tom difuso da comunicação que
está muito além da fase dos problemas: por exemplo, fazem ironias entre si
continuamente (muito mais do que brigam), habilmente não me poupam e
me permitem fazer o mesmo sem ter de temer birras ou isolamentos
melindrosos. Um estado de graça, se estivermos convencidos de que uma
piadinha pode explicar melhor do que uma explicação, uma imagem
paradoxal, melhor do que um conceito; se estivermos convencidos como eu,
de que fazer troça na relação de educação, não é um truque para ficarmos
todos e todas mais contentes e, por isso, mais prontos ao ter de fazer o que
quem ensina propõe. Fazer troça é em si mesmo algo que ensina e se
aprende, algo que meninos e
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incluindo fragmentos de literatura não infantil (pode cair nas nossas mãos
Cortázar, Márquez, Wells, Marcos, Queneau, as conversas de Laing com os
filhos...). Histórias. Como o meu propósito é somente ter a atenção das
crianças, permito-me usar nestes momentos uma linguagem mais elegante
da que uso para gerir a classe, brincar ou comentar as brincadeiras. Quase
sempre leio os textos que conto, porque o meu repertório oral não é
suficiente para 200 encontros e também, porque os meninos e as meninas
sentem na história "de" livro um fascínio que gosto de lhes proporcionar.
Quase sempre "traduzo" os textos que leio: sou pouco fiel ao texto original, à
sua linguagem; sou mais fiel à linguagem que me interessa falar com meu
público. Principalmente quando escolho textos difíceis, surge a questão do
tipo de linguagem de criança, no sentido em que um programador falaria
de linguagem de máquina: linguagem de máquina é traduzir instruções
complicadas em uma série de 0 e de 1, a única que a máquina entende. Por
(vaga) analogia, chamo de linguagem de criança qualquer uso das palavras
que vise salvar conteúdos e tramas difíceis através de um funil lingüístico
que faz quem é pequeno ou pequena entendê-los (ou ainda: intuí-los): às
vezes mantém-se o difícil nas palavras (no léxico) e renuncia-se a ele na
forma do discurso; às vezes, faz-se o contrário; nos dois casos desafia-se e
solicita-se a compreensão. Aplicado ao conto de conteúdo fantástico, isso é
muito interessante: porque deve ser imediato, feito na hora; e porque se
mistura com a tentativa que sempre se quer fazer, de evocar paisagens,
cenários, situações muito particulares...
Junto com esta turma, estou procurando também fazer uma operação mais
complexa. As crianças estão acostumados de uma tal maneira com as
histórias, que comecei a alertá-las para olhar dentro delas: estou sempre
lhes dizendo quem as inventou (e, portanto, que são inventadas); que
algumas autoras as inventam conscientemente. E, por meio de uma amiga
minha, que um dia veio nos visitar, as crianças conheceram uma pessoa
adulta que tinha escrito uma história conhecida por elas. Então, um dia lhes
pedi para tentar ver se se pareciam com algo ("faz vocês lembrarem de
alguma coisa?" é a minha pergunta) e para dizer com o quê: não precisei
repetir duas vezes! Estou lendo para eles há um mês
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algumas das "Fábulas Italianas" escritas por Calvino (que é um texto que eu
também tinha um interesse pessoal em explorar): escolhemos todo dia de
acordo com o título, com a cidade de origem e com o tamanho. Essa
coletânea é muito útil para a busca de semelhanças. E mais: depois de um
tempo, foi observada a grande quantidade de reis, rainhas e princesas (e de
sangue, morte e prisões) que há nas histórias; e o fato de que existem
números especiais (o 3...) recorrentes; ou que em todas existem provas a
serem superadas... Percebo, dia após dia, que não se estragou o prazer do
imaginário, mas a ele se junta agora uma malícia nova, um desejo de
antecipar o que vem a seguir, que as crianças maiores exibem com prazer
diante das menores. Há um ano inteiro pela frente, no mínimo, e eu mesmo
não sei aonde chegaremos com esse desvelamento: onde quer que seja,
será bom para mim. Já lhes propus, e vou lhes propor, histórias em outras
línguas (as línguas que conheço são muito parecidas com o italiano): nesse
caso, não interessa tanto o significado de cada palavra, mas que agüentem
o som de uma outra língua, e, se for o caso, que extraiam a partir dele
(visto que primeiro ouviram a história em italiano e sabem o que esperar)
palavras reconhecíveis, ou maneiras parecidas, mas não iguais para
transmitir as coisas.
Faz parte da natureza da invenção das histórias (para crianças ou não) o
fato de serem extraídas de um ou mais temas, ou figuras, da vida real: acho
interessante percorrer este processo ao contrário quando, me referindo
ao que aprontamos na sala ou à atitude de alguma das crianças, "cito"
coisas e personagens de histórias contadas. Nesse caso, a tentativa é de
usar as histórias de conhecimento de todos como um pequeno mostruário,
até mesmo como uma pequena enciclopédia, de caracteres e de situações
reais. Com toda a ironia necessária.
Nunca lhes proponho desenhar o que ouvem: não gosto de misturar uma
sugestão a ser provocada/vivenciada com uma tarefa a ser feita/ executada.
Eu desenho o que conto, às vezes, para dar um exemplo, sugerir um modo.
Pode acontecer de me imitarem ou não.
Como também é necessário satisfazer a exigências estéticas, valorizo a
qualidade das imagens que meninos e meninas podem encontrar aqui na
escola. Reúno-as principalmente na forma de livro, que estão dispo-
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lhesse para eles, que lhes dissesse o que fazer, com quem e como. É,
quando muito, do como que me ocupo: por um lado, de forma comum, para
que os brinquedos e materiais não acabem destruídos ou desperdiçados;
mas, por outro lado, porque no como brincam (ou não brincam) com as
coisas há muito do que me oferecem para me relacionar com eles.
Documentos escolares de orientação sugerem a nós, professores, para usar
a estratégia da brincadeira e não sei se entendo. Não me parece que uso
nenhuma estratégia. As palavras são importantes. Se estratégia da
brincadeira "quiser dizer" mandar meninos e meninas fazerem
"brincadeiras", que se chamam assim apesar de ser o professor quem decide
a brincadeira (a "planeja") e, depois, meninos e meninas a executam, para
que, depois ainda, o professor (d)escreva na ficha ou no portfólio a conduta
de quem "brincou", estas não seriam "brincadeiras", são provas. E se tem de
haver uma estratégia a esse respeito, seria "cientificamente" honesto falar
em estratégia de avaliação. E há ainda o pequeno problema, pedagógico
nesse caso, do que foi dito a meninos e meninas: vamos brincar ou posso
fazer um teste com você? Colocamo-nos como quem os enrola ou como
quem lhes diz a verdade? Como se pretende ou se pretenderia ser visto por
eles? Eu prefiro, sem dúvida, dizer-lhes vamos brincar. Só que, para afastar
más-fés, não lhes proponho uma brincadeira de cada vez. Prefiro ouvir dizer
"Daniiilo, não sei do que brincar" a enfrentar distrações, desculpas, tiques,
xixis urgentes que meninos e meninas alegam quando mandamos que façam
algo de que não gostam, ou então, quando a sua vez chega somente depois
'de outras 20: sei como responder às lamúrias; o restante são problemas (ou
falhas) de estratégia que gostaria de me abster de pensar. Digo para
meninos e meninas, com as mesmas palavras que uso aqui, que
brincadeira é o que alguém faz porque deseja, é atividade livre, ou
então, não é brincadeira; e trabalho (ou lição de casa ou prova ou
afazeres) é o que alguém faz porque precisa. Conto-lhes sempre, a esse
respeito, a historinha de Tom Sawyer que precisava pintar a cerca e,
espertamente, consegue que os amigos pintem de bom grado no seu lugar, e
cuja moral é: a mesma coisa pode ser trabalho ou brincadeira (mas
também: prestem atenção ao que lhes mando fazer...). Procuro evitar
eu mesmo de fazer confusão: digo-lhes vamos brincar ou tentem isso (ou
ainda, não lhes digo nada), apenas se
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isso lhes deixa livres para fazê-la e livres para parar. Nesse sentido,
proponho-lhes apenas brincadeiras, sendo o único trabalho comum
o de recolher os materiais ao meio-dia.
Ao privilegiar a escolha, ao lado da autoridade de professor, que não
posso deixar de lado nem na realidade, mim aos seus olhos, consigo
colocar a busca por um ascendente: ou seja, procuro ser e ser visto
como aquele que, embora proíba algumas atividades livres, alguns
modos de fazê-las, inventa muitas outras e bem mais interessantes.
Nesta busca não há uma direção única, porque meninos e meninas não
são objetos nem de estratégias, nem de aprendizagens: por um lado eu
tento me tornar interessante à medida que proponho brincadeiras
interessantes, por outro, as brincadeiras que proponho são acolhidas
como interessantes ou não, dependendo de como eles me vêem.
Acontece também, entre nós, adultos (e, em certo sentido, é a
advertência de quem escreve para quem lê, para criticar os próprios
pré-conceitos, principal mente os positivos...).
Muitos anos atrás, estudantes de psicologia da Universidade La
Sapienza, de Roma, gostavam de contar a historinha de dois cientistas,
bem contentes porque haviam ensinado duas cobaias a pressionar uma
alavanca quando queriam que eles lhes dessem determinada ração; por
outro lado, as duas cobaias também estavam contentes por terem
ensinado os dois cientistas a dar-lhes uma ração quando quisessem que
elas pressionassem determinada alavanca. Acho genial, brilhante, essa
idéia de duplo movimento, "simétrico", apesar de tudo: até mesmo as
cobaias - é o veneno da historinha - preparam uma estratégia. Tendo de
lidar com meninos e meninas, como professores ou como pais, somos
sujeitos fortes, mas também somos fortemente objetos: qualquer um
que saiba o que é um capricho, uma birra, pode ter uma simples e
imediata idéia do que quero dizer. O problema não é este, não é criar a
presunção dos dois cientistas, convencidos de que são os únicos a
determinar as coisas porque têm as chaves de uma gaiola, ou de uma
sala; isso não é, com certeza, um problema para mim. O problema -
parece-me – é qualificar a natureza da troca: no lugar de alavancas
e rações, o quê? O que há "de melhor" em jogo, o que nós, adultos,
empregamos? Rações
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Nota 1 – Página 86. Em italiano, quer dizer carteira de bolso para colocar
dinheiro fazendo trocadilho com preencher o portfólio (N. da R.).
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capaz", penso "quer exatamente isso; por que será, qual o motivo para
que seja assim?"; e dizer-lhes isso em algumas ocasiões significativas.
Quando as coisas não se resolvem sozinhas, penso em ações dirigidas,
comunicando às famílias se forem duradouras: colocar essa criança diante
da tarefa, do dever, do difícil, especificamente diante do que foge. Fazendo
isto. violo a minha regra de ouro da atividade livre: imponho um trabalho,
uma tarefa, em lugar de propor uma brincadeira. Faço isso raramente e com
muito custo, pensando justamente na carreira escolar daquela criança: que
eu sei que possui outras qualidades; mas que na escola, depois de passar
por mim, será avaliada principalmente, se não essencialmente, com base em
tarefas; ou seja, com base naquela disponibilidade para cumprir tarefas, que
continuo me recusando até mesmo a conceber como um "objetivo" a ser
listado entre outros. Salvo, porém, a outra regra de ouro: quando faço isso,
digo-lhes o que estou fazendo e o motivo pelo qual considero importante ter
este "poder" sobre ele ou ela, que, em geral, não me vê exercê-lo (é uma
questão de verdade na relação e que não dispenso).
E continuo em condições de manter minha objeção, neste último ano de
limbo pré-portfolio: uma coisa é fazer uma avaliação de meninos e meninas
no ato que se pratica com eles próprios, que se comunica às famílias e, em
raros casos, pode ser útil socializar com quem se encarrega deles
posteriormente, em determinadas condições; coisa bem diferente é
estruturar toda uma prática educativa rumo à compilação de um objeto
abstrato, documento com validade ilimitada das competências e das
incompetências e "das atitudes e das aspirações pessoais" e dos estilos
precoces de meninos e meninas depois dos 3 anos. A reforma nos diz
respeito também por outro ângulo. Ainda não acolhemos na classe crianças
de 2 anos e meio, ainda não está claro em que condições isso poderá
acontecer. Mas já transferimos para a primeira série meninos e meninas de
5 anos e meio. Estão, por este caminho, nos rejuvenescendo como escola.
Com a exceção significativa do portfolio, de fato, pedem-nos menos, e
pedem-nos para pedir menos às crianças, diferentemente do que faziam as
velhas "Novas Orientações". Não se pode deixar de notar, por exem-
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nidades que têm de fazê-lo aqui na escola ou fora dela. Dizer que vão
aprender isso na 1ª série sempre me pareceu uma ficção. Por outro lado,
todo final de ano, me empenho com quem vai para a 1ª série numa velha
operação com as palavras, que com a nossa língua ainda dá muito certo:
"essas são as letras do alfabeto, que você já reconhece, se não reconhece,
estão aqui na parede; este é o som, curto, que lhe damos; tenta dizer esses
sons como você vê escritos, cada vez mais rápido..., e veja se não reconhece
a palavra que formam: bom, o que você acabou de fazer, foi ler". Tento
sempre apresentar às crianças esta instrução, que não é fácil e que não é
natural fazer sozinhas. Tento apresentá-la com algumas variações passíveis
de suscitar curiosidade: geralmente funciona; vamos ver se alguns meses de
idade a menos vai fazer diferença. Acho que não. Além disso, o único menino
nesta turma que já tem domínio deste campo não está entre os que vão para
a primeira série. Além do mais, esta era a escola de Alberto Manzi, o
professor que, na jovem TV, ensinava a Itália adulta analfabeta a ler... e
ensinou a mim, que tinha 4 anos e meio e não queria ir à creche das freiras;
trabalhava aqui quando foi obrigado a parar de ensinar, porque se recusava
a preencher as primeiras "fichas".
Com essa classe, não participo de nenhum projeto. O único do qual
participo, e não se chama propriamente projeto, é aquele pago pelas famílias
para que meninos e meninas façam atividades motoras durante 1 hora e
vinte minutos por semana, no horário escolar, não comigo, mas com
profissionais formados em Educação Física, muito simpáticos e competentes.
Em relação a essa atividade, que é uma velha tradição desta escola da
infância (e não da primeira série) e que tem a adesão maciça das fanu1ias,
mantenho uma velha neutralidade: abstenho-me do ato de aprová-la
concordando com as colegas e deixo que as famílias dos meninos e das
meninas determinem com adesões individuais, a participação ou não da
classe. Em relação a todos os outros projetos, o que importa para mim até
agora é o fato de que disponho de 25 horas e de alguns recursos materiais
para ensinar meninos e meninas, e não vejo nenhuma vantagem em chamar
de "projeto" algumas dessas horas, separá-las das outras, subtraí-las de
outras e dedicá-las a algo extremamente específico. Como professor do
Instituto, por outro lado, fico atento, obser-
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