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Narrado na primeira pessoa, este livro oferece conselhos e reflexões na

perspectiva de um profissional da educação. Dividido em oito capítulos, um


filme é sugerido ao final de cada reflexão para ampliar a argumentação do
autor e a visão do leitor sobre o assunto.

O livro de Leandro Karnal nos aproxima da sala de aula, o historiador


discutiu várias situações dentro da classe. Além dos professores, há conteúdos
que devem ser conduzidos, pesquisados e planejados antes de entrar em sala
de aula.

Uma das contribuições mais importantes deste livro é mostrar que ser
um bom professor requer mais do que controle sobre o conteúdo da disciplina,
mesmo que não se possa viver sem ele ou sem o conhecimento que produz
sobre o conhecimento escolar. As duas dimensões se alimentam uma da outra.
Nesse sentido, este livro defende que os professores são produzidos pelo seu
trabalho, e o trabalho docente é produzido pelas próprias ações dos
professores.

Os professores estudam durante anos, preparam aulas, leem e discutem


autores sobre o tema. Mas nada disso substitui a experiência do primeiro dia
de aula, quando você “enfrenta” uma turma pela primeira vez. Nessa hora todo
mundo está olhando, pequenas dúvidas, grandes pensadores não tem solução.

Todos os parceiros profissionais devem ser ouvidos, mas não se


esqueça: a fala do colega é sobre a experiência dele, não a sua. Portanto, o
aluno problemático pode ser apenas dele, e as chamadas lições "fáceis"
podem não vir com você. Bons conselhos podem ajudar, mas cada professor
tem seu próprio caminho. Sorria ou faça uma cara autoritária e ele o fará.

Para melhor compreensão, o autor acima aprecia a analogia do salva-


vidas: se ele chegar muito perto da pessoa que está se afogando e o abraçar
fraternalmente, ambos irão afundar; se ele chegar muito longe, a vítima se
afogará sem ajudar a morrer. Não adianta fingir a dureza que você não tem ou
não quer ter, e usar intimidade demais é perigoso. O ato de ensinar é um
momento profissional, e o professor não é amigo do aluno.
Nesse dia começou a aula, e os alunos se sentiram inquietos, mas não
podiam desanimar, mantiveram um pouco de distância para deixar as coisas
passarem, não foi aquela aula que determinou o futuro do universo. Isso
geralmente é como uma injeção, e esperar que a agulha espete geralmente é
mais doloroso do que a própria punção. Nesse caso, Karnal confirma que uma
grande lição é o cruzamento de quatro forças: o professor, o conteúdo, o
ambiente externo e o aluno.

Para professores há dias bons e dias ruins, então lembre-se sempre que
sim, os professores variam muito, mas ainda mais os alunos. Antes de iniciar a
aula, o professor deve pensar: Como estou hoje? Estou bem? Se você tiver um
problema, é melhor resolvê-lo depois da aula. É sábio conhecer sua
mentalidade para ser justo pelo menos com seus colegas, sua equipe, no que
diz respeito aos professores, aos alunos e, no máximo, ser eficaz como
profissional.

Quanto ao conteúdo planejar a quantidade de conteúdo para uma aula


produtiva é o ideal, muito ou pouco conteúdo pode atrapalhar o progresso do
aluno. É imperativo evitar partidas lentas e executar quando o tempo acabar.
Fica claro no livro que a seriedade do nosso trabalho vem em grande parte do
nosso conceito do que fazemos. Se nos comportarmos de forma a mostrar que
os alunos podem ouvir ou não ouvir e nada mudar, estamos desvalorizando
nosso trabalho diante de nosso público.

A visão que temos de nós mesmos e a importância do que fazemos


mostram a seriedade da nossa profissão. Segundo Karnal, aulas mal
administradas podem não ser tão destrutivas quanto um erro médico ou uma
ponte mal construída por um engenheiro, porém, é bem possível que esses
erros resultem em aulas ruins.

Em relação ao ambiente externo, a sala de aula é como um cenário de


uma peça teatral, por isso é sempre bom verificar se está adequado. Organize
a sala, em vez de se caracterizar pelas aulas já dadas, com um quadro-negro
preenchido com a aula anterior. Em muitos casos, será necessário explicar aos
alunos a importância de organizar o ambiente e explicar com um exemplo o
mais simples possível como coletar papel do chão. Comportamentos que
diminuem a voz em meio à confusão ou dão a impressão de que não importa
se você está ouvindo o professor na aula não contribuem inicialmente para
criar um ambiente propício ao aprendizado.

Diante disto, o aluno esta é a linha de força mais independente e, ao


mesmo tempo, objeto da existência profissional do professor. O
comportamento do aluno pode ser o problema, mas o aluno não é, e você
precisa separar essas coisas. A forma mais importante de avaliação do
professor é o olhar dos alunos, porque você consegue ver se eles entendem,
se estão interessados, se estão ouvindo, se o professor fala demais. Em vez de
falar e agir demais, ele acredita que o professor deveria ver e ouvir mais na
sala de aula.

O autor desmistifica a criatividade, muitas vezes considerada como uma


revelação quase divina. Isso mostra que é fruto de muito trabalho e do esforço
que um curso criativo exige em relação a um curso tradicional e, portanto, não
pode ser feito todos os dias. As aulas de instrução atendem bem ao seu
propósito e, na maioria das vezes, o fazem.

No entanto, as aulas criativas despertam emoções por meio das quais


nossa memória funciona, e é por isso que somos capazes de lembrar nossos
marcadores emocionais. Quando o assunto é tecnologia, Karnal chama a
atenção para um grave erro: acreditar que uma classe ficará melhor
simplesmente pelo uso da tecnologia.

Na avaliação, muitos testes difíceis podem perder um pouco da função


de verificação e aprendizado ao fazê-lo. Karnal revelou que não devemos
descontar os alunos, ou querer nos vingar dos alunos com provas ou notas, só
para mim, a estrela que manda e obriga os alunos a estudar.

De acordo com Karnal, os alunos observam mais o rosto do professor e


a linguagem corporal direta do que ele fala consigo mesmo. O professor não é
o aluno mais avançado em termos de competição que pode surgir entre o
professor e o aluno. O professor é um profissional da área que ensina e auxilia
os alunos em sala de aula.
Para quem quer ser professor, antes de mais nada, tem que gostar
desse ofício. Professor não tem remuneração financeira para quem o emprega,
trabalha mais que um trabalhador. Como os trabalhadores marcam ponto e vão
trabalhar, eles estão preocupados que o horário de entrada e saída esteja
errado, então eles não levam o trabalho para casa.

Por outro lado, os professores precisam corrigir os deveres de casa dos


alunos, fazer exames e fazer planos de ensino em seu tempo livre. Para ser
professor é preciso ter consciência do seu poder sobre as pessoas, uma
profissão que constrói ideias, faz perguntas, transforma os alunos em uma
presença social crítica e voz de expressão, e capacita os alunos para serem
capazes de fazer a diferença em suas vidas sociedade. Como pai e professor,
todo mundo está em constante aprendizado, e todo mundo é aluno, porque o
maior significado de ser aluno é aprender, e ser professor também é aluno

REFERÊNCIAS

KARNAL, L. Conversas com um jovem professor. E-book. São Paulo:


Editora Contexto, 2012.

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