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Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)

Escola Paulista de Polı́tica, Economia e Negócios (EPPEN)

Matemática II

Prof. Leandro Maciel


2o Semestre de 2018

AULA 5: MÁXIMOS E MÍNIMOS

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Conteúdo

1 Máximos e mı́nimos de funções;

2 Bibliografia.

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1. Máximos e mı́nimos de funções

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1. Máximos e mı́nimos de funções

Até então, o equilı́brio era determinado pelas forças de mercado;

Agora, vamos ao estudo do chamado equilı́brio-alvo;

Equilı́brio como posição ótima para cada agente econômico;

Economia → alocação ótima de recursos escassos por meio de escolhas;

Processo de seleção da escolha ótima → problema de otimização;

Maximizar ou minimizar um objetivo, ou uma função objetivo.

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1. Máximos e mı́nimos de funções

Primeiro passo: definir o objetivo de escolha (maximização ou minimização);

Segundo passo: verificar quais são as variáveis de escolha;

Valores das variáveis de decisão → espaço de busca;

Terceiro passo: encontrar valores das variáveis que resultam no extremo da


função objetivo (máximo ou mı́nimo);

Ex: maximizar lucro, minimizar custo, maximizar utilidade, minimizar riscos...

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1. Máximos e mı́nimos de funções

CASO I → funções objetivo de uma só variável:

y = f (x)

Pergunta: qual o nı́vel (valor) de x que maximiza/minimiza o valor de y ?

Vamos analisar os extremos de algumas funções...

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1. Máximos e mı́nimos de funções

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1. Máximos e mı́nimos de funções

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1. Máximos e mı́nimos de funções

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1. Máximos e mı́nimos de funções

Extremo absoluto → mı́nimo ou máximo global em todo domı́nio da função;

Extremo relativo → mı́nimo ou máximo local na vizinha ao ponto;

Extremos são conhecidos também como pontos estacionários;

Nas funções apresentadas, quais são os extremos absolutos e relativos?

Como determinar os extremos analiticamente?

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1. Máximos e mı́nimos de funções

Derivada de uma função: derivada primeira ou derivada de primeira ordem;

Essa derivada, y 0 (x), nos permite identificar pontos extremos;

Seja um ponto x = x0 , se ele é um extremo local, qual a derivada nesse ponto?

Nesse ponto, se a derivada existir será igual a zero, isto é, y 0 (x0 ) = 0;

Decorre da interpretação geométrica da derivada (inclinação da reta tangente);

f 0 (x0 ) = 0 → condição necessária para um extremo relativo;

O extremo relativo pode ser um ponto de máximo ou mı́nimo da função.

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1. Máximos e mı́nimos de funções

Teste da derivada primeira para extremo relativo → Se a derivada primeira de


uma função f (x) em x = x0 for f 0 (x) = 0, então o valor da função em x0 , f (x0 ),
será:

1 Um máximo relativo se o sinal da derivada f 0 (x) mudar de positivo para negativo


da esquerda imediata do ponto x0 para sua direita imediata;

2 Um mı́nimo relativo se o sinal da derivada f 0 (x) mudar de negativo para positivo


da esquerda imediata do ponto x0 para sua direita imediata;

3 Nem um máximo relativo nem um mı́nimo relativo se f 0 (x) tiver o mesmo sinal
tanto na esquerda imediata quando na direita imediata do ponto x0 .

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1. Máximos e mı́nimos de funções
Exemplos de máximos e mı́nimos relativos:

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1. Máximos e mı́nimos de funções
Exemplo de ponto de inflexão (nem máximo, nem mı́nimo):

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1. Máximos e mı́nimos de funções

Exemplo 1
Encontre os extremos das funções: a) y = x 3 − 12x 2 + 36x + 8; b) y = x 3 − 3x + 5; c)
y = −x 3 + 4, 5x 2 − 6x + 6.

Exemplo 2
Encontre o extremo relativo da função custo médio: CMe = f (q) = q 2 − 5q + 8. Qual o
formato da curva de custo médio? Esboce seu gráfico.

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1. Máximos e mı́nimos de funções

Vamos agora definir critérios alternativos para determinar extremos relativos;

Derivada segunda ou derivada de segunda ordem de y = f (x):

d 2y
y 00 (x) ou
dx 2

Consiste na derivada de f 0 (x) (derivada da derivada);

Se f 00 (x) existir para todo x no domı́nio, f (x) é duplamente diferenciável.

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1. Máximos e mı́nimos de funções

Generalizando, podemos calcular as derivadas de ordens superiores:

y 000 (x), y (4) (x), . . . , y (n) (x)

d 3y d 4y d ny
3
, 4
,...,
dx dx dx n

Exemplo 3
Encontre as derivadas de primeira até a quinta da função
y = f (x) = 4x 4 − x 3 + 17x 2 + 3x − 1.

Exemplo 4
x
Encontre as quatro primeiras derivadas da função y = f (x) = .
1+x

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1. Máximos e mı́nimos de funções

A derivada primeira f 0 (x) mede a taxa de variação da função f (x);

A derivada segunda f 00 (x) mede a taxa de variação da função f 0 (x);

Derivada segunda mede a taxa de variação da taxa de variação da função original;

Se f 0 (x) > 0 (f 0 (x) < 0) → valor da função tende a aumentar (decrescer);

Se f 00 (x) > 0 (f 00 (x) < 0) → inclinação da curva tende a aumentar (decrescer);

f 0 (x) > 0 e f 00 (x) > 0: inclinação é positiva (f 0 (x) > 0) e crescente (f 00 (x) > 0)
→ valor da função aumenta a uma taxa crescente;

f 0 (x) > 0 e f 00 (x) < 0: inclinação é positiva (f 0 (x) > 0) e decrescente (f 00 (x) > 0)
→ valor da função aumenta mas a uma taxa decrescente.

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1. Máximos e mı́nimos de funções
Função estritamente convexa (f 00 (x) > 0):

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1. Máximos e mı́nimos de funções
Função estritamente côncava (f 00 (x) < 0):

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1. Máximos e mı́nimos de funções

Teste da derivada segunda para extremo relativo → Se o valor da derivada


primeira de uma função f em x = x0 for f 0 (x) = 0, então o valor da função em x0 ,
f (x0 ), será:

1 Um máximo relativo se o valor da derivada segunda em x0 for f 00 (x) < 0;

2 Um mı́nimo relativo se o valor da derivada segunda em x0 for f 00 (x) > 0;

3 Se f 00 (x) = 0 pode ser um máximo relativo, ou um mı́nimo relativo, ou um ponto


de inflexão.

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1. Máximos e mı́nimos de funções

Exemplo 5
Encontre o extremo relativo das funções:

y = f (x) = 4x 2 − x

y = g (x) = x 3 − 3x 2 + 2

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1. Máximos e mı́nimos de funções

Condições de primeira e segunda ordens para o extremo relativo de uma função:

Condição Máximo Mı́nimo


Necessária de primeira ordem f 0 (x) = 0 f 0 (x) = 0
Necessária de segunda ordem f 00 (x) ≤ 0 f 00 (x) ≥ 0
Suficiente de segunda ordem f 00 (x) < 0 f 00 (x) > 0

Lembrando que f 0 (x) = 0 pode indicar um ponto de inflexão;

E f 00 (x) = 0 pode caracterizar mı́nimo, máximo ou ponto de inflexão.

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1. Máximos e mı́nimos de funções

Exemplo 6
Considere as seguintes funções receita R(Q) e custo C (Q) de uma firma:

R(Q) = 1200Q − 2Q 2

C (Q) = Q 3 − 61, 25Q 2 + 1528, 5Q + 2000

Qual é o nı́vel de produção que maximiza o lucro dessa empresa?

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1. Máximos e mı́nimos de funções

Exemplo 7
Uma empresa tem as seguintes funções custo total e demanda:

1 3
C = Q − 7Q 2 + 111Q + 50
3

Q = 100 − P

a) Escreva a função receita total R em termos de Q.


b) Formule a função lucro total π em termos de Q.
c) Encontre o nı́vel de produção Q ∗ que maximiza o lucro.
d) Qual é o lucro máximo?

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1. Máximos e mı́nimos de funções

Teste da N-ésima derivada para extremo relativo de uma função de uma só
variável → Se a derivada primeira de uma função f (x) em x = x0 for f 0 (x) = 0, e
se o primeiro valor diferente de zero de derivada encontrado em x0 por derivação
sucessiva for o da N-ésima derivada, f N (x0 ) 6= 0, então o valor extremo f (x0 ) será:

1 Um máximo relativo se N for um número par e f N (x0 ) < 0;

2 Um mı́nimo relativo se N for um número par e f N (x0 ) > 0;

3 Um ponto de inflexão de N for ı́mpar.

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1. Máximos e mı́nimos de funções

Exemplo 8
Encontre os extremos das seguintes funções:

y = (7 − x)4

y = (5 − 2x)4 + 8

y = (x − 1)3 + 16

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1. Máximos e mı́nimos de funções

Vamos agora estender nossa análise para função do tipo z = f (x, y );

Nesse caso, temos duas variáveis de decisão: x e y ;

A condição de primeira ordem para y = f (x) é:

f 0 (x) = 0

Função de duas variáveis → duas derivadas parciais de primeira ordem:

∂f ∂f
e
∂x ∂y

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1. Máximos e mı́nimos de funções

Para que (x0 , y0 ) seja um extremo de z = f (x, y ) a condição de primeira ordem é:

∂f ∂f
= =0
∂x ∂y

Condição é necessária, mas não suficiente;

Como verificar se o extremo é um mı́nimo ou máximo relativo (local)?

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1. Máximos e mı́nimos de funções
Função z = f (x, y ) com máximo relativo:

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1. Máximos e mı́nimos de funções
Função z = f (x, y ) com mı́nimo relativo:

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1. Máximos e mı́nimos de funções
Função z = f (x, y ) com ponto de sela:

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1. Máximos e mı́nimos de funções

As condições de segunda ordem são similares;

Mas notem que agora temos quatro derivadas de segunda ordem:

∂2f ∂2f ∂2f ∂2f


, , , e
∂x∂y ∂y ∂y ∂x∂y ∂y ∂x

Pelo Teorema de Young pode-se mostrar que:

∂2f ∂2f
=
∂x∂y ∂y ∂x

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1. Máximos e mı́nimos de funções

As condições de segunda ordem são então:

2
∂2f ∂2f ∂2f ∂2f ∂2f

1 , <0e · > para um máximo;
∂x∂x ∂y ∂y ∂x∂x ∂y ∂y ∂x∂y

2
∂2f ∂2f ∂2f ∂2f ∂2f

2 , >0e · > para um mı́nimo.
∂x∂x ∂y ∂y ∂x∂x ∂y ∂y ∂x∂y

Caso contrário o ponto é considerado nem mı́nimo nem máximo (sela).

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1. Máximos e mı́nimos de funções

Condições de primeira e segunda ordens para o extremo relativo de uma função de


duas variáveis:

Condição Máximo Mı́nimo


Necessária de primeira ordem fx = fy = 0 fx = fy = 0
Suficiente de segunda ordem fxx , fyy < 0 fxx , fyy > 0
e e
fxx fyy > fxy2 fxx fyy > fxy2

onde:

∂f ∂f ∂2f ∂2f ∂2f


fx = , fy = , fxx = , fyy = , fxy =
∂x ∂y ∂x∂x ∂y ∂y ∂x∂y

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1. Máximos e mı́nimos de funções

Exemplo 9
Encontre os extremos das seguintes funções:

z = 8x 3 + 2xy − 3x 2 + y 2 + 1

z = −x 2 − y 2 + 6x + 2y

z = e 2x − 2x + 2y 2 + 3

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2. Bibliografia

CHIANG, A. C. & WAINWRIGHT, K. Matemática para Economistas. 4


Ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006. Capı́tulos 7, 8, 9 e 11.

SIMON, C. & BLUME, L. Matemática para Economistas. Porto Alegre:


Bookman, 2004. Capı́tulos 14 e 15.

Prof. Leandro Maciel


maciel.leandro@unifesp.br

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