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Ananias Faizal Renato Pedro Maconomala

Rotulagem Ambiental

Instituto Superior de Transporte, Logística e Telecomunicações


Unirovuma
2024
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Ananias Faizal Renato Pedro Maconomala

Rotulagem Ambiental

(Licenciatura em Gestão Ambiental e Desenvolvimento Comunitário)

Trabalho de Pesquisa de carácter


avaliativo sobre a Rotulagem
Ambiental, a ser apresentado na
Cadeira de Sistema de Gestão
Ambiental, sob orientação do Dr.
Atumane Abudo.

Instituto Superior de Transporte, Logística e Telecomunicações

Unirovuma

2024
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Índice
1. Introdução ............................................................................................................................. 4
1.1. Objectivos ..................................................................................................................... 4
1.1.1. Geral : ........................................................................................................................ 4
1.1.2. Específicos: ............................................................................................................... 4
1.2. METODOLOGIA ..................................................................................................... 4
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................................ 5
2.1. ANTECEDENTES HISTÓRICOS ............................................................................... 5
2.1.1. TIPOS DE RÓTULOS AMBIENTAIS .................................................................... 5
2.1.2. ROTULAGEM DE PRIMEIRA PARTE .............................................................. 5
2.2. ROTULAGEM DE TERCEIRA PARTE ................................................................. 6
3. ASPECTOS RELATIVOS À UTILIZAÇÃO DOS RÓTULOS AMBIENTAIS. ................ 7
3.1. ESTRATÉGIAS COMPETITIVAS .............................................................................. 7
4. CLASSIFICAÇÃO DA ROTULAGEM AMBIENTAL ...................................................... 8
5. CONCLUSÕES................................................................................................................... 10
6.Bibliografia .............................................................................................................................. 11
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1. Introdução

A princípio, os Rótulos Ambientais foram utilizados para que o consumidor pudesse


comparar os produtos disponíveis, levando em consideração o modo de produção e o
impacto ambiental causado por cada um. Porém, com o decorrer do tempo, passaram a
ser utilizados também como estratégia competitiva de mercado, meio de obtenção de
lucros e/ou ainda como forma de preservação do meio ambiente.

A própria nomenclatura, por si só, causa a impressão de que se trataria de interesse


unicamente ambiental, como se esse fosse um tema dissociado das relações
socioeconômicas, o que não o é (SILVA, 2013, p. 27). A utilização da Rotulagem
Ambiental pode ganhar diversas nomenclaturas: Rótulos, Certificados Ambientais,
Certificação, Selos de Proteção Ambiental, Selo Verde, Ecoselo, Selo Ecológico, dentre
outras, depedendo do tipo de Rotulagem pretendida.

Palavras chave: Rotulagem ambiental, Avaliação do Ciclo de Vida, Gestão Ambiental.

1.1.Objectivos
1.1.1. Geral :
 Conhecer e caracterizar os aspectos dos rótulos ambientais e seus impactos na
comercialização de produtos.
1.1.2. Específicos:
 Identificar os principais aspectos relativos à utilização da rotulagem ambiental;
 Caracterizar e avaliar a utilização dos rótulos ambientais;
 Identificar e caracterizar estratégias competitivas para as empresas neste
mercado.
1.2.METODOLOGIA

A metodologia utilizada para o desenvolvimento do trabalho possuiu uma abordagem


bibliográfica, sendo uma pesquisa exploratória que, segundo Mattar (1999), visa prover
o pesquisador de um conhecimento maior sobre o tema ou o problema de pesquisa.
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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Para Harrington e Knight (2001), a rotulagem ambiental é a indicação dos atributos


ambientais de um produto ou serviço, sob a forma de atestados, símbolos ou gráficos
em rótulos de produtos ou embalagens ou em literatura sobre produtos, propaganda e
assim por diante.

2.1.ANTECEDENTES HISTÓRICOS

Os primeiros rótulos foram adotados na década de 40 junto a produtos de conteúdo


tóxico com advertências acerca de sua composição e uso. Mas a disseminação dos
processos de certificações e rótulos ambientais datam da década de 70 devido a vários
acidentes ambientais, acirramento da construção de usinas nucleares, crises do petróleo
e, portanto, aumento do movimento e consciência ambientalistas. (FOLHA DO MEIO
AMBIENTE. RIO+10, 2015)

Abreu (2003) afirma que o primeiro rótulo ambiental a se desenvolver no mundo foi
a partir de 1977 na Alemanha e foi denominado “anjo azul” (Blue Angel), símbolo do
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. Este rótulo serviu de modelo para
iniciativas em outros países. O segundo país a desenvolver um selo ambiental foi o
Canadá, no fim dos anos 80 – Environment Choice Program (ECP). Foi desenvolvido e
conduzido pelo governo sendo posteriormente privatizado.

2.1.1. TIPOS DE RÓTULOS AMBIENTAIS

Actualmente são considerados três tipos de programas de rotulagem, entretanto, a


série ISO 14000 não tratará de todos. São tratados por ela apenas os programas de
primeira e terceira parte. Estes dois grandes grupos, por sua vez, possuem subdivisões.
(KOHLRAUSCH, 2003.)

2.1.2. ROTULAGEM DE PRIMEIRA PARTE

São as informações que são de iniciativa do fabricante ou de organismos com


interesse na venda do produto. Ditas de primeira parte por não serem rotuladas por
programa independente. As reivindicações são os selos mais suscetíveis de polêmica,
por serem de primeira parte tem uma tendência a mascarar a verdadeira performance
ambiental dos produtos. São os ditos biodegradáveis, entre outros, ou materiais
recicláveis que nunca retornarão a uma linha de produção, ou ainda produtos que
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alegadamente não afetam a camada de ozônio, mas sem qualquer relação com o ozônio
além da actual preocupação que desperta (DUARTE, 1997).

Os relativos a uma causa são informações ou rótulos que não comprovam


necessariamente um ganho ambiental do produto, mas uma contribuição indireta a causa
ambiental quando parte do lucro na venda é destinada a propósitos conservacionistas ou
de recuperação.

2.2.ROTULAGEM DE TERCEIRA PARTE

São todos os programas feitos por órgãos independentes do fabricante ou do


interessado na venda dos produtos, por isso, ditos de terceira parte. Podem ser
voluntários, quando o interessado na venda busca a diferenciação de seus produtos
através da rotulagem ou mandatários, quando o fabricante é obrigado a prestar
informações ao consumidor.

Os rótulos voluntários se subdividem em: rótulos ecológicos, certificação mono-


criteriosa e cartão de relatório ambiental.

O rótulo ecológico identifica produtos ou serviços que são menos agressivos ao meio
ambiente do que seus similares com a mesma função. É a forma mais ampla de
programas de rotulagem ambiental estando presente em mais de vinte países, na sua
maioria, desenvolvidos (EPA., 1993.)

A certificação mono-criteriosa é um programa que atesta a validade de uma


afirmação ambiental feita pelo fabricante do produto. É monocriteriosa, pois somente
uma característica é testada (aquela evidenciada pelo fabricante), é positivo e actua por
parâmetros que podem ser testados e quantificados.

O cartão de relatório ambiental é um tipo de certificação que fornece informações,


através da categorização e da quantificação, dos impactos que um produto e sua
embalagem causam ao ambiente, executando somente a primeira das três partes da
análise do ciclo de vida: o inventário.

Os rótulos mandatários são aqueles que o produto deve obrigatoriamente ostentar.


Eles se subdividem em: avisos de risco e informativos.
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Biazin e Godoy (2000) estabelecem que os rótulos, tanto de primeira quanto de terceira
parte, possuem características comuns, que são: o caráter propagandístico de marketing,
dado que, de maneira geral, o consumidor, não consegue distinguir um selo de primeira
ou de terceira parte; ambos procuram conquistar mercados nacionais e se diferenciar de
produtos similares; refere-se a produtos que causam impactos ambientais; e, em sua
grande parte, salvo os mandatários, são voluntários.

3. ASPECTOS RELATIVOS À UTILIZAÇÃO DOS RÓTULOS


AMBIENTAIS.

Para EPA (1993), uma forma de medir sua eficácia no ganho ambiental é verificar
se os rótulos atingem seus declarados objetivos. Todos os programas apontam
aproximadamente para os mesmos objetivos: prevenir contra informação ambiental
falsa; educar e aumentar a consciência ambiental do consumidor; proporcionar um
incentivo, com base no mercado, aos fabricantes para desenvolverem novos produtos e
processos menos danosos ao meioambiente; e, resultar em mudanças no mercado que
tragam menos impactos ambientais decorrentes do consumo de produtos.

3.1.ESTRATÉGIAS COMPETITIVAS

O desenvolvimento de uma estratégia competitiva é, em essência, o desenvolvimento


de uma estratégia ampla para o modo como uma empresa irá competir, quais deveriam
ser suas metas e quais as políticas necessárias para levar-se a cabo estas metas
(PORTER, 1986). Desta maneira os rótulos ambientais constituem atualmente uma
oportunidade estratégica para a empresa que deseja agregar valor a sua imagem e se
diferenciar de seus competidores.

Muitas vezes, ultrapassar voluntariamente o respeito às leis gera economia de custos.


Os benefícios em se adotar estratégias empresariais de rotulagens ambientais são de
poder alterar o seu próprio ambiente competitivo e participar ativamente do contexto
onde a estratégia competitiva é formulada (CAMPANHOL, ANDRADE e ALVES,
2003).

Diante desta realidade, torna-se imprescindível que os fabricantes exportadores passem


a adotar estratégias frente a crescente exigência por produtos ambientalmente rotulados.
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4. CLASSIFICAÇÃO DA ROTULAGEM AMBIENTAL

Inicialmente, classificava-se a Rotulagem Ambiental em duas espécies: a


Autodeclaração Voluntária Não Certificada, quando a própria empresa declara que seus
produtos seguem os padrões ambientais esperados, e a Declaração Voluntária
Certificada, quando uma organização ou instituto atesta o cumprimento dos padrões
mínimos de proteção do meio ambiente. (LEITÃO, 2011, p. 67).

Pode ainda a Rotulagem Ambiental ser classificada, nos dizeres de Nahuz (1995), da
seguinte forma:

- nível 1: produtos biodegradáveis;

- nível 2: produtos biodegradáveis e recicláveis;

- nível 3: produtos e embalagens biodegradáveis e recicláveis;

- nível 4: idem, elaborados por processos com pouco ou nenhum impacto ambiental;

- nível 5: idem, com transformação de tecnologia hard em soft, com menor impacto,
menor custo, menos matéria-prima, maior produtividade, menos resíduos e rejeitos
(NAHUZ, 1995, p. 57).

Essas classificações, porém, não são fruto de consenso no meio científico e menos
ainda para o consumidor. Nesse passo, de acordo com Preussler et al. (2006), em 2002,
a International Organization for Standardization (ISO) criou uma série de normas de
Rotulagem Ambiental, que servem atualmente como base para o uso da Certificação
Ambiental, sendo elas:

 Rotulagem tipo I – NBR ISO 14024: Programa Selo Verde Estabelece os princípios e
procedimentos para o desenvolvimento de programas de rotulagem ambiental,
incluindo a seleção, critérios ambientais e características funcionais dos produtos, e
para avaliar e demonstrar sua conformidade. Também estabelece os procedimentos de
certificação para a concessão do rótulo.
 Rotulagem Tipo II – NBR ISO 14021: Auto-declarações ambientais Especifica os
requisitos para auto-declarações ambientais, incluindo textos, símbolos e gráficos, no
que se refere aos produtos. Termos selecionados em declarações ambientais e fornece
qualificações para seu uso. Descreve uma metodologia de avaliação e verificação geral
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para autodeclarações ambientais e métodos específicos de avaliação e verificação para


as declarações selecionadas nesta Norma.
 Rotulagem Tipo III – ISO 14025: Inclui avaliação do ciclo de vida Ainda está sendo
elaborada no âmbito da ISO. Tem alto grau de complexidade devido à inclusão da
ferramenta Avaliação do Ciclo de Vida. Existe um longo caminho para que este tipo de
rotulagem ganhe o mercado (PREUSSLER et al., 2006, p. 4)
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5. CONCLUSÕES

Um dos pontos mais importantes da discussão sobre rotulagem ambiental consiste na


definição e obrigatoriedade de cumprimento de regras sobre os processos e métodos de
produção. Devido às dificuldades de definição de critérios e acompanhamento dos
processos, cria-se uma margem para a utilização da rotulagem como uma barreira
técnica. Para minimizar tal risco, é necessário que as regras multilaterais enfatizem a
transparência nos programas de rotulagem, que devem adotar critérios definidos com
base científica e revistos periodicamente.
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6.Bibliografia
ABREU, J. A. (2003.). Programa brasileiro de rotulagem ambiental. Documento base.Ministério
do Meio Ambiente. Disponível em: < http://www.mma.gov.br>.Acesso em 22 jan.,.

BIAZIN, C. G. (2000). O selo verde: uma nova exigência internacional para as organizações.
Anais do XX Encontro Nacional de Engenharia da Produção e VI International
Conference on Industrial Engineering and Operation management. São Paulo, p.1-8, 30
de out. a 01 de nov. de . (CD - ROM).

CAMPANHOL, E. M., ANDRADE, P., & ALVES, M. C. (2003.). Rotulagem ambiental: barreira ou
oportunidade estratégica? Revista Eletrônica de Administração, FACEF, v.2, n.3, jul-dez.

DUARTE, D. (s.d.). Caracterização da rotulagem ambiental de produtos. 108f. Dissertação


(Mestrado em Administração), Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis,
1997.

EPA. (1993.). Status Report on the Use of Environmental Labels Worldwide. Cambridge: Abt
Associates Inc., .

FOLHA DO MEIO AMBIENTE. RIO+10, J. 2. (20 de Acesso em: jul. de 2015). Cúpula Mundial
sobre Desenvolvimento Sustentável. Fonte: publix/fma/folha/2002/10/filatelia.html>.:
Disponível em: <http://www.folhadomeio.com.br/

HARRINGTON, H. J., & KNIGHT, A. (2001.). A implementação da ISO 14.000: como atualizar o
Sistema de Gestão Ambiental com eficácia. São Paulo: Atlas, .

KOHLRAUSCH, A. K. ( 2003.). A rotulagem ambiental no auxílio à formação de consumidores


conscientes. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção). Universidade Federal
de Santa Catarina.

LEITÃO, M. P. (2011).

MATTAR, F. N. ( 1999.). Pesquisa de Marketing 5 ed. . São Paulo: Atlas,.

NAHUZ, M. A. (1995.). O sistema ISO 14000 e a certificação ambiental.RAE –Revista de


Administração de Empresas. Vol. 35. n. 6. p. 55-66. São Paulo, nov/dez.,.

PORTER, M. E. (1995.). Estratégia competitiva : técnicas para analise de industrias e da


concorrência. 9. ed. Rio de Janeiro: Campus, .

PREUSSLER, M. F., VAZ, M., MORAES, J. A., & e LOPES, D. A. (s.d.). Rotulagem Ambiental:Um
Estudo Sobre NR'S. 1st International Workshop advances in cleaner production. IV
Semana Paulista de P+L. Conferência Paulista de P+L. . São Paulo, 2006.

SILVA, J. A. (2013.). Direito Ambiental Constitucional. 10. ed. . Belo Horizonte:: : Malheiros
Editores, .

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