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GF teórica, 2.ª Freq.

Eva da Silva 22/23

GESTÃO FINANCEIRA TEÓRICA – 2.ª FREQUÊNCIA

Gestão Financeira a Curto Prazo


1. Gestão Financeira a curto prazo é confundida com a Gestão de Tesouraria.
2. GF a curto prazo no sentido estrito = Gestão de caixa e seus equivalentes.

Análise Financeira (revisão)

1. Assenta em 3 pontos fundamentais:


a. Equilíbrio financeiro:
i. Salvaguarda de condições para fazer face às dívidas e
pagamentos.
ii. Condição necessária, mas não suficiente.
iii. Devemos ter aqui em conta vários indicadores como é o caso do
fundo de maneio.
b. Rendibilidade.
c. Análise do risco: saber quantificá-lo e geri-lo.

Balanço funcional

Ativo não corrente (ANC) Capital próprio (Cp)


Passivo não corrente (PNC)
Necessidades cíclicas (NC)
Recursos cíclicos (RC)
Elementos ativos de tesouraria (EAT) Elementos passivos de tesouraria (EPT)

1. Contextualização:
a. Ativo: organizado por ordem de liquidez, isto é, do – liquido (os que
demoram + a transformar-se em dinheiro) para o + líquido.
b. Investimentos (Ativos Não Correntes), Exploração e Operações de
Tesouraria.
c. Ativos correntes (transformam-se em meios líquidos no CP):
i. Inventários, dívidas de clientes, outros créditos ligados à
exploração, outros créditos não ligados à exploração, caixa e
bancos, produtos acabados, produtos em via de fabrico.
ii. Desagregam-se em Necessidades Cíclicas (associados à
exploração) e Ativos de Tesouraria (não associados à exploração).
d. Fontes de financiamento:
i. Capitais Próprios e Passivos.
ii. Organizadas por ordem crescente de exigibilidade (das - exigíveis
para as + exigíveis).

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e. Capitais permanentes:
i. Fontes de financiamento que são exigíveis no Médio-Longo Prazo
(Capital Próprio e Passivo MLP).
ii. Capitais permanentes (CP) = Capital Próprio (Cp) + Passivo
não corrente (PNC).
f. Passivos Correntes:
i. Crédito concedido pelos fornecedores (PMP).
ii. São elementos que resultam da atividade da empresa, sendo
renovados.
iii. Exemplos: dívidas associadas ao ciclo de exploração, dívidas ao
Estado no âmbito do IRC e IVA (Recursos Cíclicos), dívidas
decorrentes dos processos de financiamento, que não estão
associadas ao ciclo de exploração (Elementos Passivos de
Tesouraria).
iv. PC = RC + EPT
2. ANC + NC + EAT = Cp + PNC + RC + EPT  EAT-EPT = CP-ANC+RC-NC 
TL = FMF+RRC-NC  TL = FMF-NFM
a. Se a empresa antecipa a subida de preços, portanto, vamos comprar mais,
para além do que vai ser necessário para o normal funcionamento do ciclo
de exploração da empresa, entra nos ANC.
3. Gestão da tesouraria numa visão + alargada:
a. Tesouraria líquida = TL = EAT – EPT
i. Se existirem dívidas que ainda não estão pagas devem ser
considerados EPT.
ii. Se a dívida do cliente não foi paga no prazo previsto, passa a ser
EAT.
b. Tesouraria líquida = TL = FMF (fundo de maneio funcional) – NFM =
(CP-ANC) – (NC-RC) = (AC-PC) – (NC-RC)
4. Necessidades de fundo de maneio:
a. NFM = NC-RC
b. Quantidade de recursos que tenho que investir no ciclo de exploração ou
que obtenho do ciclo de exploração.
c. Necessidades cíclicas = NC (ativos não correntes que têm uma
renovabilidade assegurada pelo simples facto de a empresa funcionar,
por virtude do investimento em inventários) = saldo médio de inventários
(matérias-primas, PVF, produtos acabados, mercadorias) +
adiantamentos a fornecedores médios (se assumirem um carácter
repetitivo e usual) + outros créditos de exploração.
d. Recursos cíclicos = saldo médio de fornecedores + saldo médio de
dívidas ao EOEP (estado e outros entes públicos) relacionadas com a
exploração + adiantamentos de clientes médios (Se assumirem um
carácter repetitivo e usual) + outros débitos de exploração.
i. IVA é recurso cíclico, mas IRC não.

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5. Ciclo de caixa:
a. Espaço de tempo durante o qual, em média, a empresa necessita de
financiamento para financiar a sua exploração.

b. Ciclo de Caixa = DMI + PMR – PMP.


c. Por vezes, é negativo, existe uma libertação de recursos pelo ciclo de
financiamento, recebe antes de pagar (grandes superfícies comerciais).
d. O objetivo do gestor financeiro é reduzir o ciclo de Caixa. Portanto, devem
ser geridos os parâmetros que compõem o ciclo de exploração, de
maneira a reduzir o ciclo de caixa:
i. Gestão de inventários.
ii. Gestão do crédito concedido a clientes.
iii. Gestão do crédito que obtemos dos fornecedores.
6. Saldos médios:
a. O IVA tem influência, mas todos os prazos a ele associados são fixados
pelo Estado.
𝑪𝑴𝑽𝑴𝑪
b. 𝑺𝒂𝒍𝒅𝒐 𝒎é𝒅𝒊𝒐 𝒅𝒆 𝒊𝒏𝒗𝒆𝒏𝒕á𝒓𝒊𝒐𝒔 = 𝟏𝟐
∗ 𝑫𝑴𝑰
(𝑽𝒆𝒏𝒅𝒂𝒔+𝑺𝒆𝒓𝒗𝒊ç𝒐𝒔 𝒑𝒓𝒆𝒔𝒕𝒂𝒅𝒐𝒔) (𝑰𝑽𝑨 𝒊𝒏𝒄𝒍𝒖í𝒅𝒐)
c. 𝑺𝒂𝒍𝒅𝒐 𝒎é𝒅𝒊𝒐 𝒅𝒆 𝒄𝒍𝒊𝒆𝒏𝒕𝒆𝒔 = ∗ 𝑷𝑴𝑹
𝟏𝟐
(𝑪𝒐𝒎𝒑𝒓𝒂𝒔+𝑭𝑺𝑬)(𝑰𝑽𝑨 𝒊𝒏𝒄𝒍𝒖í𝒅𝒐)
d. 𝑺𝒂𝒍𝒅𝒐 𝒎é𝒅𝒊𝒐 𝒅𝒆 𝒇𝒐𝒓𝒏𝒆𝒄𝒆𝒅𝒐𝒓𝒆𝒔 = 𝟏𝟐
∗ 𝑷𝑴𝑷
(𝑽𝒆𝒏𝒅𝒂𝒔+𝑺𝑷)∗𝑰𝑽𝑨−(𝑪𝒐𝒎𝒑𝒓𝒂𝒔+𝑭𝑺𝑬)∗ 𝑰𝑽𝑨
e. 𝑺𝒂𝒍𝒅𝒐 𝑴é𝒅𝒊𝒐 𝒅𝒆 𝑬𝑶𝑬𝑷 (𝑰𝑽𝑨) = 𝟏𝟐

𝑷𝑴𝑷𝑬𝑶𝑬𝑷
i. Lógica: IVA Liquidado – IVA suportado

Gestão de inventários (stocks)

1. Benefícios associados à redução dos stocks:


a. Redução dos custos de armazenagem (nomeadamente quando os
inventários requerem condições específicas).
b. Diminuição das necessidades de recursos para o seu financiamento
(custos explícitos ou custos de oportunidades), o que provoca uma
melhoria de tesouraria .
i. Se tiver inventários em 100 000€, é equivalente a fazer um
investimento numa máquina, pelo que a fonte de financiamento
utilizado tem de ter características semelhantes à utilizada para a
máquina (CP ou dívida de MLP).

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c. Redução dos custos associados à deterioração dos bens ou mesmo à sua


obsolescência.
2. Custos associados à redução de stocks:
a. Encomendas não satisfeitas/paragens (rotura de stocks): não temos MP e
máquinas paradas.
b. N.º de encomendas a efetuar e o seu custo: não conseguimos fazer face
à procura e a encomendas ocasionais.
c. Preço a pagar por cada unidade, em virtude de pequenas encomendas
efetuadas (descontos de quantidade).
i. Ao aproveitar descontos de quantidade, oferecerem-se descontos
a clientes e reforça-se a posição competitiva.
3. A gestão de inventários exige:
a. Avaliação do custo.
b. Rendibilidade:
i. Para se encontrar uma solução de compromisso que garanta o
regular funcionamento da empresa.
ii. Não esquecer o potencial conflito entre: gestor da produção e
gestor financeiro.
c. Risco (risco de obsolescência, rotura, etc).
4. A necessidade de reduzir inventários torna-se um imperativo, mas a diminuição
do investimento em inventários e a definição de um nível de inventários mínimo,
exige:
a. Análise dos diferentes tipos de inventários:
i. Empresa industrial: matérias-primas e subsidiárias, produtos e
trabalhos em curso, produtos acabados, subprodutos, resíduos e
refugos.
ii. Empresa comercial: mercadorias
iii. Empresa de serviços (por exemplo, serviços financeiros): gerir os
títulos que transaciona, utilizando técnicas específicas de
equilíbrio de carteira.
b. Definir a importância que os inventários representam para a empresa
e consequentemente a atenção que lhe deve ser dispensada,
recomendam-se uma análise ABC: fazer uma análise tendo em conta o
seu consumo e valor.
i. Tipo A: 75-80% dos consumos e em termos de número nos 15-
20%.
ii. Tipo B: 10-15% dos consumos e em termos de número nos 20-
25%.
iii. Tipo C: 5-10% dos consumos e em termos de número nos 60-
65%.
5. Alguns fatores a ponderar quando se pretende definir um stock mínimo:
a. Produtos acabados:

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i. Duração do ciclo produtivo: empresa de construção civil, por mais


eficiente, terá sempre um investimento considerável de produtos
em transformação.
ii. Diversidade dos produtos produzidos.
iii. Rede de distribuição a clientes: se é a empresa ou se existe uma
empresa de distribuição contratada.
iv. Aleatoriedade de procura: com procura regular é facilmente
estimável o nível de inventários necessário.
v. Força concorrencial e prazos de entrega dos concorrentes: se os
concorrentes entregam sem falhas, então, necessariamente,
temos de ter um maior investimento em inventários.
b. Produtos em curso ou em vias de fabrico (PVF): dependem da duração
do ciclo produtivo (evitar/eliminar estrangulamentos).
c. Matérias-primas e subsidiárias:
i. Fiabilidade dos fornecedores (quando é usual atrasarem-se, há
que te maior investimento em inventários).
ii. Capacidade de resposta dos fornecedores.
iii. Tempo de entrega.
iv. Custo por não cumprimento de encomendas: podem ser custos
explícitos (indeminizações por contratos não satisfeitos) e custos
implícitos (desvio da procura para a concorrência em
consequência de encomendas não satisfeitas).
6. Não esquecer que o nível de stocks tem implicações financeiras:
a. Assim, deve-se ponderar bem a relação custos vs benefícios de ter stocks
reduzidos ou elevados.
b. Uma das grandes preocupações da gestão de stocks é gerir bem esses
stocks, através dos modelos de gestão de stocks.

Gestão de crédito concedido a clientes

1. Preocupações essenciais que devem orientar a concessão de crédito a


clientes:
a. Equilíbrio entre os custos e os benefícios do crédito a conceder (há que
ter em conta que é necessário não fugir aquilo que os concorrentes
fazem):
i. Benefícios: aumento das vendas/prestação de serviços;
ii. Custos (incorrem-se em custos pelo financiamento do PMR): risco
de incumprimento (quanto + dilatado o PMR, + é a probabilidade
de incumprimento e se já é difícil avaliar a capacidade de o cliente
pagar em 15 dias, ainda mais é difícil determinar essa capacidade
a 3 meses) e custo financeiro (explícito ou implícito, custos de
oportunidade).

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b. Determinar os prazos e o montante de vendas que a empresa pode


vender a crédito. – Há que avaliar se a empresa tem capacidade para
praticar determinado PMP, se tem ou não forma de financiar esse prazo
concedido.
c. PMR da Concorrência.
2. As políticas de concessão de crédito possuem 3 componentes que devem
merecer uma análise cuidada do Gestor Financeiro:
a. Definição das condições de crédito:
i. As condições que o cliente deve satisfazer para merecer o crédito
pode recorrer a instituições de notação do risco de crédito do
cliente ou a própria empresa pode fazer essa análise, através da
avaliação de balanço, demonstração de resultados e outras
demonstrações financeiras.
b. Fixação dos termos de venda a crédito e definição dos limites de crédito:
i. Montante que pode vencer a crédito: determinação do montante
que a empresa consegue financiar.
ii. Termos de venda a crédito: prazo, penalizações por
incumprimento (a fixação do prazo é estipulada para grupos de
clientes).
iii. Descontos de pronto pagamento: a concorrência pratica um PMP
de 2 meses, a minha empresa não tem capacidade para praticar
esse prazo, mas não me posso afastar das condições oferecidas
pela concorrência, pelo que posso optar pela concessão de
descontos de pronto-pagamento ou titularização dos créditos
(factoring).
iv. Titularização dos créditos
3. Cobrança de créditos: através da própria empresa ou externalizando essa função.
4. O cliente aproveitando o desconto de pronto-pagamento está sujeito a uma
taxa de custo implícita:
a. Para que o cliente pague antecipadamente, então o cliente tem que se
financiar para proceder a tal operação.
b. Se a taxa de custo for 1%, ele não vai aceitar (taxa de custo de
financiamento é superior).

𝟑𝟔𝟓
𝟏 𝟏
c. 𝟏 − 𝑫𝒑𝒑 = 𝑷𝑴𝑹−𝑷𝒑𝒑  i = (𝟏−𝑫𝒑𝒑)𝑷𝑴𝑹−𝑷𝒑𝒑 -1
(𝟏+𝒊) 𝟑𝟔𝟓
5. Monitorização do crédito concedido a clientes:
a. Qualidade do crédito: análise de antiguidade dos créditos.

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i. Quanto + peso dos créditos com + prazo relativamente ao total


do saldo de clientes, - é a qualidade do crédito e + é o risco de
incumprimento.
b. Cobrança de créditos:
i. Quem faz a cobrança? Colaboradores da empresa ou
externalização? Colaboradores da própria empresa ou Sociedade
de factoring (a gestão e cobrança de faturas não implica
financiamento; cobertura e gestão de crédito traduzido numa
comissão maior, mas sem fonte de financiamento).
ii. Mecanismos implementados para monitorizar a cobrança de
crédito: Prazo Médio de Cobranças de Créditos (que
corresponde ao tempo médio que demoramos a cobrar a clientes,
𝑪𝒓é𝒅𝒊𝒕𝒐 𝒄𝒐𝒏𝒄𝒆𝒅𝒊𝒅𝒐 𝒂 𝒄𝒍𝒊𝒆𝒏𝒕𝒆𝒔
definido por 𝑷𝑴𝑪𝑪 = *365); Rotação de
𝒗𝒆𝒏𝒅𝒂𝒔 𝒂 𝒄𝒓é𝒅𝒊𝒕𝒐
clientes por vendas a crédito (que corresponde ao n.º de vezes
𝟑𝟔𝟓
que o crédito foi concedido, definido por Rcc = =
𝑷𝑴𝑪𝑪
𝒗𝒆𝒏𝒅𝒂𝒔 𝒂 𝒄𝒓é𝒅𝒊𝒕𝒐
𝒄𝒓é𝒅𝒊𝒕𝒐 𝒄𝒐𝒏𝒄𝒆𝒄𝒊𝒅𝒐 𝒂 𝒄𝒍𝒊𝒆𝒏𝒕𝒆𝒔
); Fichas de envelhecimento do crédito
(ficha utilizada para medir o atraso na cobrança de créditos).

Gestão de dívidas a fornecedores

1. É importante porque:
a. O recurso a este tipo de financiamento, de uma forma sensata, é uma
excelente via para travar o crescimento das NFM e,
consequentemente, o investimento no ciclo de exploração.
i. Quanto + tarde pago, maior é a fonte de financiamento, ou seja, -
NFM
b. Usualmente trata-se de um crédito gratuito.
i. Contudo se o fornecedor oferecer descontos por pagamento
antecipado (desconto de pronto pagamento) a empresa ao
recorrer ao crédito, suporta uma taxa de custo implícita (taxa
que não pode ignorar efeitos fiscais).
2. Se o fornecedor oferecer um desconto de pronto pagamento antecipado, se
dissermos não ao desconto, estamos a incorrer numa taxa de custo implícita.
a. Se optar por pagar no final do prazo, - NFM e a incorrer numa taxa de
custo implícita.
b. Se pagar antecipadamente, + NFM, recursos a mais no ciclo de exploração
que têm de ser financiadas por fontes de financiamento ou recursos
próprios, incorrendo numa taxa de custo implícita (custo de
oportunidade, podia ser aplicado noutra coisa)
3. Taxa de custo implícita vs taxa de rendimento:
a. As taxas desta tabela são taxas de rendimento.
b. Recomenda-se que sempre que haja descontos de pp se faça uma análise
da taxa implícita de custo se dissermos não ao desconto ou taxa de

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rendimento explicita se aproveitarmos o desconto, Não podendo


ignorar os efeitos fiscais.
c. Juros e rendimentos similares obtidos, vai acrescer o imposto a pagar,
temos aqui uma penalização fiscal. Quando estamos a tomar a decisão
de pagar ou não antecipadamente, é importante saber isto para comparar
alternativas.

Desconto por Prazo de Taxa após


Taxa implícita
Modalidade pagamento até pagamento efeitos fiscais
(anual)
8 dias (em dias) (27,5%)
A 1% 30 18,15% 13,16%
B 2% 60 15,24% 11,05%
C 3% 90 14,52% 10,53%
D 4% 30 39,82% 28,87%
d. Modalidade A:
i. Taxa apos efeitos fiscais = taxa implícita*(1-ISR) = 18,15*(1-
27,5)
ii. ISR = imposto sobre rendimento.
e. Se optasse por D teria um rendimento liquido de impostos de 28,87%
anual
f. Se optasse pela C teríamos novamente de financiar esse pagamento
antecipado e estaríamos a obter uma taxa de rendimento liquida de
impostos de 10,53%
g. Conclusão: Deveríamos optar pela modalidade D uma vez que as taxas
representadas na tabela são taxas de rendimento e D tem a maior taxa
de rendimento.
i. Se a empresa não tem capacidade para obter os recursos para se
financiar, a melhor opção seria a C, uma vez que estava a renunciar
à taxa de rendimento mais baixa
4. Taxa implícita:

a. PDpp = prazo de desconto de pronto pagamento


b. 1-Dpp = ao que pago em PMP exportado à data atual (PDpp)
𝟑𝟔𝟓
𝟏 𝟏 ( )
c. 1- Dpp = 𝑷𝑴𝑷−𝑷𝑫𝒑𝒑 i=( ) 𝑷𝑴𝑷−𝑷𝑫𝒑𝒑 -1
( ) 𝟏−𝑫𝒑𝒑
(𝟏+𝒊) 𝟑𝟔𝟓

Gestão de tesouraria em sentido estrito

1. Muitas vezes a gestão da tesouraria é confundida com a gestão de caixa e seus


equivalentes.

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a. É importante realçar que esta visão é muito redutora, dado que a gestão
da tesouraria é algo + amplo.
b. Quando é vista com este sentido, estamos perante uma visão em sentido
estrito (parcelar).
2. A gestão de tesouraria nesta acessão ocupa-se da gestão:
a. De caixa e equivalentes:
i. Depósitos à ordem
ii. Instrumentos financeiros detidos para negociação
b. De títulos:
i. Títulos de credito facilmente transformáveis em meios líquidos e
sem grandes custos
3. O gestor deve:
a. Determinar a reserva de segurança de tesouraria:
i. A quantidade de recursos disponíveis que tem de ter para puder
funcionar.
ii. Depende da duração do ciclo de exploração.
iii. Depende da natureza da atividade da empresa.
b. Definir o limite mínimo e máximo para o saldo.
c. Encontrar formas de financiar os deficits de tesouraria ao menor custo:
i. Estamos a procurar instrumentos financeiros atendendo ao custos,
às garantias exigidas e atendendo à duração.
d. Encontrar formas de aplicar os excedentes de tesouraria:
i. Excedentes de caixa e seus equivalente podem existir usualmente.
ii. Possíveis formas para aplicar estes excedentes: taxa de
rentabilidade que vamos obter, risco em que estamos a incorrer e
maturidade/liquidez da aplicação.
iii. Deve ser estabelecida uma hierarquia na importância dos critérios.
e. Estabelecer critérios de seleção de alternativas:
i. Quando se procuram fontes de financiamento ou alternativas para
aplicar os excedentes de tesouraria.
f. Avaliar e comparar as alternativas elegidas.
g. Evitar o cancelamento de pagamentos.
h. Controlar o funcionamento das contas bancárias.
4. Medidas para reduzir a reserva de segurança de tesouraria:
a. Sincronizar os fluxos de tesouraria:
i. Sincronizar a exigibilidade das origens com a liquidez das
obrigações, mas fazer isto é extremamente difícil
ii. Corresponde à sincronização de entradas e saídas de meios
financeiros líquidos
b. Acelerar as cobranças a clientes:
i. Oferecer descontos de pagamento.
ii. Acelerar a preparação e envio de faturas: digo ao fornecedor que
tem 1 mês para pagar, mas tem 1 mês para pagar após o envio da
fatura, depende do departamento de cobranças das faturas.

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iii. Acelerar a compensação dos cheques a cobrar: devem-se utilizar


bancos que o cliente utiliza uma vez que o pagamento se realiza
em horas.
c. Retardar o recebimento dos fornecedores:
i. Centralizar os pagamentos numa única conta corrente no caso das
empresas que estão presentes em vários locais.
ii. Centralizar os pagamentos em determinado dia: forma ágil que o
fornecedor pode usar.
iii. Efetuar pagamentos utilizando bancos que se saiba que os
fornecedores não utilizam.

Modelos para determinar a reserva de segurança de tesouraria e gestão do


disponível ou equivalentes

1. Instituição subjacente aos modelos:


a. Pela observação do gráfico:

i. Até ao dia 10 tínhamos as entradas < às saídas, ou seja, défice


de tesouraria.
ii. Superavit, do dia 10 ao 25 (entradas>saídas).
b. Traçamos então um perfil:
i. Se o superavit ultrapassar o saldo de caixa e seus equivalentes
que o gestor financeiro definiu como objetivo devemos fazer
aplicações.
ii. Quando estamos perante um défice, devemos financiar.
c. Se tivermos sempre um défice, a empresa está mal financiada.
i. Para a sobrevivência da empresa a rendibilidade é uma condição
necessária, mas não suficiente.
ii. Situação estrutural implica solução estrutural: alteração da forma
de financiamento.
d. No caso do superavit:

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i. Estou a usar uma fonte de financiamento + cara em comparação


com uma outra fonte de financiamento que eu podia usar + barata
para cumprir o mesmo objetivo.
2. Modelo para determinar a RST (reserva de segurança de tesouraria) e a sua
gestão:
a. Modelo linear:
i. Admite que o ciclo de tesouraria de exploração (DMI+PMR-PMP)
se mantém constante e se distribui uniformemente ao longo do
tempo.
ii. RST = reserva de segurança de tesouraria =
𝒑𝒂𝒈𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐𝒔 𝒂𝒏𝒖𝒂𝒊𝒔 𝒑𝒂𝒈𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐𝒔 𝒂𝒏𝒖𝒂𝒊𝒔
𝒓𝒐𝒕𝒂çã𝒐 𝒂𝒏𝒖𝒂𝒍 𝒅𝒐 𝒅𝒊𝒔𝒑𝒐𝒏í𝒗𝒆𝒍
= 𝟑𝟔𝟓
( )
𝒅𝒖𝒓𝒂çã𝒐 𝒅𝒐 𝒄𝒊𝒄𝒍𝒐 𝒅𝒆 𝒕𝒆𝒔𝒐𝒖𝒓𝒂𝒓𝒊𝒂 𝒅𝒆 𝒆𝒙𝒑𝒍𝒐𝒓𝒂çã𝒐 𝒆𝒎 𝒅𝒊𝒂𝒔

iii. Uma rotação corresponde a um prazo.


iv. Os pagamentos anuais são obtidos do mapa anual de tesouraria.
v. Este modelo não serve para empresas afetadas pela sazonalidade.
b. Modelo de Baumol:
i. Modelo inspirado no modelo do lote económico para gerir stocks.
ii. Modelo do lote económico: admite que ter stocks/inventários
tem um custo de oportunidade, que é, o custo dos recursos que
temos de alocar ao financiamento daqueles inventários, que será
tanto maior quanto maior o valor dos inventários. Também temos
custos de transação, custo de procura de fontes de financiamento
ou custos de transformar em caixas e seus equivalentes eventuais
títulos.
iii. Os fundos em caixa possuem um custo de oportunidade que é
igual aos juros perdidos por não terem sido aplicados em títulos
com uma remuneração. Por esta razão a empresa deve minimizar
a existência destes fundos.
iv. Os fundos em caixa financiam a despesa que se verifica de forma
continuada ao longo do tempo.
v. Assumimos que sempre que se esgotem os fundos em caixa, a
empresa transfere os fundos aplicados em “instrumentos
financeiros detidos para negociação” para caixa, ou seja,
definimos o saldo de caixa e equivalentes, quando ele atingir o 0,
voltamos a metê-lo ao valor máximo definido anteriormente.
vi. Comportamento do saldo de caixa:

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vii. Quando temos superavits vamos comprar obrigações ou ações


com o objetivo de aplicar esse superavit.
viii. Se estivermos constantemente em défice, não existem títulos para
transformar em caixa e equivalentes.
ix. Se estamos a financiar aplicações de tesouraria em AC com
instrumentos de financiamento exigíveis a médio-longo prazo,
aqui é um problema da nossa estrutura de capital e não de gestão
de tesouraria.
x. A RST é definida de modo a minimizar: custos de transação
inerentes às transferências de títulos para caixa e custos de
oportunidade inerentes à detenção de fundos em caixa.
xi. Objetivo do modelo: determinar C de modo a minimizar a função
de custo total
𝑻 𝑪
xii. Custo total = b*𝑪 + 𝒊 ∗ 𝟐
xiii. b = custos fixos de cada transação de títulos
xiv. T = montante necessário para fazer face aos pagamentos durante
o período que estamos a considerar = Preço de custo (Pc) *
Vendas esperadas (em unidades)
xv. C = montante que se transfere para caixa e seus equivalentes em
cada operação
𝑇
xvi. = n.º de transações efetuadas em cada período
𝐶
𝑇
xvii. b*𝐶 = custo de transação
𝐶
xviii. 2
= saldo médio de caixa e seus equivalentes
xix. 𝑖 = taxa de rendimento que obteria se optasse por outra
alternativa ou taxa de custo que suporto por usar esta alternativa.
xx. Preço de venda (Pv) = Preço de custo (Pc) + (margem)*(Pv)
xxi. Primeira derivada igualada a 0, de forma a obter um mínimo para
𝟐𝒃𝑻
o custo total: C = √ 𝒊
xxii. Limitações de Baumol: admite que os recebimentos e
pagamentos se fazem de forma determinística e são
perfeitamente previsíveis e não considera a hipótese de a reserva
de tesouraria ser negativa, isto é, a possibilidade de existir rotura
de caixa.
c. Modelo de Miller-Orr:
i. Procura ultrapassar algumas das limitações apontadas ao modelo
de Baumol.
ii. Hipótese de partida: O nível de tesouraria é estocástico dado que
depende do nível de pagamentos esperados, no entanto o nível
de tesouraria possui um limite máximo e mínimo.
iii. A partir do limite máximo a moeda recebida ou equivalente
deixa de ser retida em caixa e é aplicada em títulos.

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iv. A partir do limite mínimo os fundos aplicados em títulos são


transformados em moeda ou equivalente e colocados em caixa
ou, na ausência de títulos, a empresa recorre a instrumentos de
financiamento a curto prazo.
v. Comportamento do saldo de caixa:

vi. Quando o saldo líquido de caixa atinge o limite máximo H, o


gestor financeiro compra títulos no montante de H-Z, por forma a
manter o saldo em Z.
vii. Quando o saldo liquido atinge o limite mínimo L, o gestor
financeiro vende títulos no montante de Z-L, por forma a manter
o saldo em Z.
viii. Quando o saldo liquido de caixa varia entre L e H, não é tomada
nenhuma decisão.
𝟑 𝟑𝒃∗𝒐𝟐
ix. Z = √ +L
𝟒𝒊
𝟑 𝟑𝒃∗𝒐𝟐
x. H = 3*Z-2*L = 3* √ 𝟒𝒊
+L
xi. i = taxa diária de rendimento dos títulos, constante.
xii. b = custos fixos associados à transação de títulos.
xiii. o2 = variância do fluxo líquido de caixa diários ou variância dos
cash-flows diários.
xiv. Conclusão: A expressão para o saldo líquido de caixa ótimo
mostra que este será tanto maior quanto maiores forem os custos
fixos associados à transação de títulos, a variância dos fluxos
líquidos de caixa diários e a reserva de segurança (L). Mostra ainda
que aquele saldo varia inversamente com o custo de oportunidade
de manter moeda ou equivalentes em caixa.

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Planeamento financeiro ou gestão financeira previsional

1. I0 = investimento inicial.
𝑪𝑭𝒋 𝑪𝑭𝟏 𝑪𝑭𝟐 𝑪𝑭𝒏
2. I0 = ∑𝒏𝒋=𝟏 (𝟏+𝒓)𝒋 = (𝟏+𝒓)𝟏 + (𝟏+𝒓)𝟐
+ ⋯+ (𝟏+𝒓)𝒏
𝐶𝐹𝑗
a. Se I0 > ∑𝑛𝑗=1 (1+𝑟)𝑗: deve-se rejeitar o projeto porque não se consegue
remunerar os capitais investidos.
𝐶𝐹𝑗
b. Se I0 < ∑𝑛𝑗=1 (1+𝑟)𝑗: deve-se aceitar o projeto porque os cash-flows são
suficientes para remunerar os capitais investidos.
3. Para calcular os CF vamos ter de fazer previsões e para as fazer, temos de:
a. Ser o + realista possíveis.
b. Fazer análises de sensibilidade.
c. Exigir a colaboração de diferentes departamentos da empresa.

Como preparar o planeamento financeiro?

1. Não é uma tarefa solitária do gestor financeiro, é conjunta das diversas áreas da
empresa.
2. É + difícil fazer planeamento financeiro numa empresa relativamente nova
porque não temos histórico e temos de recolher + informação.
3. O gestor financeiro é um aglutinador de informação que vai recolhendo:
a. Elementos traduzam o histórico da empresa, no caso de empresas
existentes.
b. Elementos que projetem a atividade da empresa.
c. Elementos que reflitam as decisões de investimento e de financiamento
(são decisões estratégicas a médio-longo prazo).
d. Outras informações disponíveis.

Metodologia de preparação do planeamento financeiro

1. DR (demonstração de resultados) previsional, provisória ou parcial.


a. Objetivo: estimar o excedente financeiro gerado no âmbito da atividade
empresarial.
b. Queremos construir a DR até ao EBITDA, ou seja:
i. Rendimentos e gastos operacionais que implicam pagamentos.
ii. Deixamos de parte depreciações e amortizações (DA) porque
apesar de serem operacionais, não exigem pagamento.

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c. (Venda + Serviço prestados)n+1 + Saldo inicial de clientes – Saldo final


de clientes = (Rendimentos)n+1
2. Cálculo da variação de NFM:
a. O desfasamento entre a venda e serviços prestados e o rendimento, dado
pelo saldo inicial de clientes – saldo final de clientes, poderá ser atendido
se tivermos em conta o saldo médio, os inventários, as compras, etc.
𝒇𝒐𝒓𝒏𝒆𝒄𝒆𝒅𝒐𝒓𝒆𝒔
b. PMP = 𝒄𝒐𝒎𝒑𝒓𝒂𝒔
∗ 𝟏𝟐
c. Variação de NFM = NFM (31/12/n+1) – NFM (31/12/n)
3. Construir o plano financeiro:
a. Verificar as entradas e saídas de meios financeiros que resultam da
atividade e do valor histórico.
b. O saldo tem de ser >0, ou, idealmente, ≥ 1.
c. Devemos ter em conta os inputs das etapas anteriores.
4. Retomar a etapa 1: continuar a DR previsional.
5. Balanço previsional.

Porquê planeamento financeiro?

1. Informação previsional para os diferentes stakeholders.


2. A identificação das necessidades financeiras e efetuar uma escolha atempada
das fontes de financiamento, atendendo:
a. Exigibilidade.
b. Custo financeiro.
c. Garantias exigidas.
3. Identificar possíveis excedentes financeiros e a forma de os aplicar,
atendendo:
a. Rendibilidade obtida.
b. Risco em que incorre.
c. Liquidez.
i. Se temos um excedente financeiro a curto prazo devemos
procurar uma aplicação financeira a curto prazo.
ii. O custo que nos incorremos para financiar é superior àquilo que
conseguimos obter por uma aplicação.
4. Avaliação de empresa em processo de OPV ou OPA.
a. Tentamos identificar os cash-flows que uma empresa tem e que se
esperam gerar.
b. Obtemos o valor da empresa.
5. Análise de projetos de investimento.
6. Estudos de carácter económico-financeiro com o objetivo de viabilizar
economicamente as empresas e saneá-las sob o ponto de vista financeiro,
exemplo:
a. Contratos de viabilização.
b. Acordos de saneamento financeiro.

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c. Candidaturas a sistemas de incentivos.


7. Avaliação da atividade futura da empresa depois da tomada de qualquer uma
das medidas referidas no ponto anterior.

Só com o planeamento financeiro é possível

1. Avaliar se o desempenho alcançado pela empresa corresponde ou não ao


planeado.
2. Comparar a situação alcançada com o planeado para identificar desvios e, mais
importante, as razões desses mesmos desvios.
3. Tomar medidas de forma fundamentada que permitam corrigir desvios e
melhorar o desempenho económico e financeiro da empresa.

Com o planeamento financeiro, as empresas conseguem

1. Um veículo para comunicar os planos da administração da organização aos


diferentes stakeholders.
2. Obrigar os gestores a pensar e a planear o futuro da organização, criando
assim uma base para se anteciparem na resolução dos problemas que surgem
diariamente no médio e longo prazo.
3. Identificar potenciais problemas financeiros antes da sua ocorrência e delinear
previamente caminhos para a sua resolução.
4. Coordenar todas as atividades da organização ao integrar os planos
departamentais num plano comum.
5. Influenciar o comportamento dos gestores para o alcance dos objetivos.
6. Obter uma base de referencia para avaliar e controlar o desempenho futuro
da empresa.

O planeamento financeiro deve

1. Refletir as decisões que se esperam que se venham a tomar ao nível:


a. Do ciclo de exploração (necessidades e recursos cíclicos, DMInv,
matérias-primas, matérias subsidiárias).
b. De investimento.
c. De elaboração de um plano de financiamento.

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Planeamento financeiro a curto prazo VS a médio/longo prazo

Curto prazo Médio/longo prazo


Não excede 1 exercício Engloba + do que 1
Horizonte temporal
económico exercício económico
Decisões de: investimento,
As políticas voltadas para
estrutura de
a gestão dos: ativos e
Reflete financiamento (estrutura
passivos corrente (gestão
do capital) e política de
das rúbricas do balanço)
dividendos
Encontra-se em estreita
ligação com a estratégia
Outras observações - da empresa. É considerado
como planeamento
estratégico.

Decisões financeiras a médio/longo prazo


1. De investimento.
2. De estrutura do capital, está em causa:
a. Aplicações de investimento ou ativo não corrente.
b. Ativo corrente.
c. Capitais permanentes: capitais próprios e passivo não corrente.
d. Passivo corrente.
3. De distribuição de resultados.

Abordagem tradicional da estrutura do capital

Custo médio ponderado do capital (CMPC)

1. + necessidades de financiamento, + CMPC


2. CMPC = Wd*rd + Wp*rp + We*re
a. Wd = percentagem de capital alheio (dívida).

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b. Wp = percentagem de ações preferenciais, ações comuns (quotas).


c. We = percentagem de autofinanciamento.
d. rd, rp e re são o custo respetivo de cada unidade de capital utilizada.
𝑫𝒑 𝑫𝒑
3. Pp = 𝒓𝒑
 rp = 𝑷𝒑
a. rp = custo mínimo da fonte de financiamento.
b. Dp = dividendo mínimo garantido.
c. Pp = preço de emissão das ações preferenciais sem voto, líquido de todos
os encargos de emissão = valor atual de uma renda perpétua de termo
constante Dp, calculado à taxa de custo mínimo desta fonte de
financiamento (rp).
4. re = rf + prémio de risco
a. re = taxa de rendimento exigida pelos acionistas para adquirirem ou
conservarem ações comuns da sociedade em causa.
b. rf = taxa que vigora no mercado para aplicações isentas de risco e com
idêntico prazo = usualmente considerado a taxa das obrigações do
tesouro emitidas pelo estado onde a empresa se encontra sediada.
c. Técnicas de prémio de risco:
i. Modelo de avaliação de ativos financeiros (CAPM).
ii. Modelo baseado no desconto dos dividendos esperados.
iii. Avaliação apriorística do grau de risco.

Modelo de avaliação de ativos financeiros (CAPM)

1. Principais pressupostos:
a. Mercados eficientes relativamente à informação disponível, onde os
investidores possuem expectativas homogéneas relativamente ao
rendimento dos títulos.
b. Mercado onde não existem custos de transação e impostos.
c. Oportunidade de investimento (projeto) a financiar com a emissão de
novas ações mão altera o grau de risco que a sociedade representa para
os diferentes investidores (credores e proprietários).
d. Numa situação de equilíbrio de mercado nenhum ativo pode ser visto
isoladamente e nenhum investidor poderá obter ganhos, para um
determinado nível de risco, ao adquirir esse ativo, dado que nesse
mercado as oportunidades de arbitragem desaparecem quando surgem.
e. O risco a ter em conta pelos investidores será o risco não diversificável
dado que o risco específico já foi eliminado pela diversificação.
f. Este tipo de risco irá definir a rendibilidade exigida pelos investidores para
adquirirem um título:
i. Quanto + o risco não diversificável do ativo, + a taxa de
rendibilidade exigida pelos investidores para adquirirem ou
conservarem o título em causa.
2. E(rj) = rf + (E(rm) - rf)*Bj

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a. E(rj) = rendibilidade média esperada do título j.


b. E(rm) = rendibilidade média esperada de uma carteira representativa do
mercado.
c. rf = taxa isenta de risco que vigora no mercado para aplicações com
idêntico prazo.
𝑪𝒐𝒗 (𝒓𝒋,𝒓𝒎) 𝒗𝒂𝒓𝒊𝒂çã𝒐 𝒅𝒂 𝒓𝒆𝒏𝒕𝒂𝒃𝒊𝒍𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 𝒅𝒂 𝒂çã𝒐 (𝒓𝒋)
d. Bj = 𝑽𝒂𝒓 (𝒓𝒎)
= 𝒗𝒂𝒓𝒊𝒂çã𝒐 𝒏𝒐 𝒎𝒆𝒓𝒄𝒂𝒅𝒐 (𝒓𝒎)
= mede a sensibilidade
da taxa de retorno esperado de um titulo j face à variação da taxa de
retorno esperada de uma carteira representativa de mercado.

Modelo baseado no desconto dos dividendos esperados


𝑫𝟏 𝑫𝟐 𝑫𝟑 𝑫∞
1. P0 = + + + ⋯+
(𝟏+𝒓𝒆) (𝟏+𝒓𝒆)𝟐 (𝟏+𝒓𝒆)𝟑 (𝟏+𝒓𝒆)∞
a. P0 = valor atual da ação.
b. Dt = dividendo que é esperado no final do ano t.
c. re = taxa de rendimento esperada pelo investidor atendendo ao risco que
a ação representa.
2. Hipótese 1: dividendos constantes (D1=D2=…=Dn)
𝑫 𝑫
a. P0 =𝒓𝒆  re = 𝑷𝟎
3. Hipótese 2: dividendos crescem a uma taxa constante g
a. D1 = D0*(1+g)
b. D2 = D0*(1+g)2
c. 𝐷∞ = 𝐷0 ∗ (1 + 𝑔)∞
𝐃𝟎∗(𝟏+𝐠) 𝐃𝟎∗(𝟏+𝒈)𝟐 𝐃𝟎∗(𝟏+𝒈)∞ 𝑫𝟎∗(𝟏+𝒈) 𝑫𝟏
d. 𝑷𝟎 = (𝟏+𝒓𝒆)
+ (𝟏+𝒓𝒆)𝟐 + ⋯+ (𝟏+𝒓𝒆)∞
= (𝒓𝒆−𝒈)
= (𝒓𝒆−𝒈)
= Modelo
de Gordon e Shapiro
𝑫𝟏
e. re = +𝒈
𝑷𝟎

Moderna teoria da estrutura do capital (Modigliani e Miller)

1. Hipóteses:
a. Mercados de capitais perfeitos.
b. As empresas e os indivíduos acedem ao mercado do crédito com a mesma
facilidade e à mesma taxa.
c. Inexistência de impostos e de custos de insolvência financeira.
d. As expectativas dos investidores são homogéneas relativamente ao
resultado esperado antes de juros e impostos (EBIT) de uma determinada
empresa.
e. Os ativos das empresas são perfeitamente divisíveis e são financiados por
2 categorias de títulos igualmente e perfeitamente divisíveis:
i. Ações.
ii. Obrigações.

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f. Todas as empresas podem ser agrupadas em classes de rendimento


equivalente, sendo o rendimento esperado dos títulos de uma empresa
pertencente a determinada classe, proporcional ao dos títulos de uma
outra empresa pertencente à mesma classe.
2. Proposição 1:
𝑬𝑩𝑰𝑻𝒋 𝑬𝑩𝑰𝑻𝒋
a. Vj = Sj + Dj = 𝒌𝒂
 ka = 𝑽𝒋
i. Sj = valor de mercado do capital próprio.
ii. Dj = valor de mercado da dívida.
iii. Vj = valor de mercado da empresa.
iv. ka = custo médio ponderado do capital.
v. EBITj = resultado médio esperado antes de juro e impostos.

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