Você está na página 1de 37

Aula p.

II

Análise de Viabilidade em Projetos


Prof. M. Sc. Ing. Limad, W.

wlimad@usp.br

1
Agenda

Objetivos

Métodos Quantitativos

Exemplos Práticos

Estudo de Caso

2
Objetivos
 Apresentar e aplicar os principais métodos quantitativos aplicados em uma das abrangências de
análise de viabilidade – campo econômico-financeiro;

 Aplicar estudos de casos e exercícios relativos.

3
Agenda

Objetivos

Métodos Quantitativos

Exemplos Práticos

Estudo de Caso

4
Fluxo de Caixa
O fluxo de caixa é um instrumento gerencial que controla e informa todas as movimentações financeiras
(entradas e saídas de valores) de um dado período, pode ser diário, semanal, mensal, etc.

Ele é composto dos dados obtidos dos controles de:


 contas a pagar,
 contas a receber,
 de vendas,
 de despesas,
 de saldos de aplicações,
 todos os demais elementos que representem as movimentações de recursos financeiros da empresa.

A sua grande utilidade é possibilitar a identificação das sobras e falhas no caixa, permitindo à empresa planejar
melhor suas ações futuras ou acompanhar o seu desempenho.

Em uma empresa o recomendável é que o período de acompanhamento seja diário, entretanto, dependendo
da movimentação financeira poderá utilizar períodos mais longos – semanal, quinzenal e até mensal.

De uma forma ou de outra, um controle de fluxo de caixa bem feito é uma grande ferramenta para lidar com
situações de alto custo de crédito, taxas de juros elevadas, redução do faturamento e outros problemas. 5
Fluxo de Caixa
FUNDAMENTAL:
Manutenção do controle do fluxo de caixa na empresa

Vantagens – Bloco A Vantagens – Bloco B


Planejar e controlar as entradas e saídas de Avaliar se as vendas presentes serão
caixa num período determinado suficientes para cobrir os desembolsos futuros
já identificados
Auxiliar o empresário a tomar decisões Verificar se a empresa está trabalhando com
antecipadas sobre a falta ou sobra de dinheiro aperto ou folga financeira no período avaliado
na empresa
Verificar a necessidade de realizar promoções Verificar se os recursos financeiros próprios
e liquidações, reduzir ou aumentar preços são suficientes para tocar o negócio em
determinado período ou se há necessidade de
recursos com terceiros
Avaliar se os recebimentos das vendas são Avaliar a capacidade de pagamentos antes de
suficientes para cobrir os gastos assumidos e assumir compromissos
previstos no período
Antecipar as decisões sobre como lidar com
sobras e faltas de caixa
6
Fluxo de Caixa
ATENÇÃO!
CAPITAL DE GIRO ≠ CAIXA

1) Posso ter capital de giro e não ter caixa, i.e. tenho recursos para a empresa mas não tenho
liquidez.
2) O capital de giro impacta no fluxo de caixa da empresa.
3) O fluxo de caixa é consequência do capital de giro.

Informações necessárias:

 Previsão de vendas x respectivos prazos de recebimentos;


 Previsão de compras x respectivos prazos de pagamentos aos fornecedores;
 Levantamento dos valores a receber dos clientes, das vendas já realizadas;
 Levantamento dos compromissos a pagar aos fornecedores e pagamento de despesas operacionais
mensais;
 Levantamento das disponibilidades financeiras existentes.

7
Fluxo de Caixa
QUADRO DAS RELAÇÕES DE RECEBIMENTOS E PAGAMENTOS DO FLUXO DE CAIXA:

8
Fluxo de Caixa (exemplo)

9
Fluxo de Caixa (exemplo)
Análise do Quadro – Fluxo de Caixa (exemplo):

 Os valores previstos para vendas à vista não foram realizados, i.e. as vendas à vista foram em valor menor
do que o previsto;
 Apenas no dia n.3 a empresa recebeu o valor total das duplicatas previsto – nos demais dias, os valores
recebidos foram inferior ao planejado;
 No dia n.4 houve um desembolso não previsto para a manutenção de veículos no valor de R$ 250,00;
 O pró-labore de R$ 1.800,00 previsto foi pago no próprio dia n.3 – a empresa poderia ter efetuado esse
pagamento em outro dia ou até mesmo por um valor menor, haja visto que nos dias seguistes se previa
uma saída expressiva de recursos para pagamento de fornecedores, empréstimos, folha de pagamento e
impostos.

 Nota: a falta de recursos culminando com o não pagamento dos impostos no dia n.5, penalizou a
empresa pois o pagamento fora do prazo está sujeito a juros de mora e multa.

10
Fluxo de Caixa (exemplo)
Análise do Quadro – Fluxo de Caixa (exemplo):

 Conclusão parcial: as informações apresentadas no fluxo de caixa revelam a diferença entre o previsto e o
realizado. Com essas informações você possui melhores condições para administrar a empresa.

 Tendo esta visão como ponto de partida, é possível trabalhar com:


i. Falta de recursos – implica na revisão das estratégias da empresa, devendo entre outros observar
os seguintes aspectos:
 Renegociar com fornecedores o pagamento das obrigações;
 Revisar o sistema de cobrança;
 Fazer uma promoção de mercadorias;
 Minimizar os estoques;
 Reduzir os prazos nas vendas a prazo;
 Otimizar as compras;
 Vender bens e equipamentos ociosos, entre outros.

11
Fluxo de Caixa (exemplo)
Análise do Quadro – Fluxo de Caixa (exemplo):

ii. A sobra de recursos: a empresa poderá aplicá-lo de forma planejada em:


 Estoques;
 Mercado financeiro;
 Antecipar pagamento de obrigações mediante desconto financeiro;
 Ativo imobilizado, entre outros.

É importante ressaltar que a sobra de caixa pode ser momentânea, ocorrendo por alguns dias e logo em
seguida essa sobra ser utilizada para quitar compromissos, etc. Assim, é fundamental fazer uma análise
da situação da empresa no curto, médio e longo prazo, para que ela não seja descapitalizada e passe a
depender de recursos de terceiros.

12
Fluxo de Caixa (representação)
A representação gráfica do Fluxo de Caixa é composta pelos seguintes elementos:

 Investimento inicial (capital fixo e capital de giro);


 Fluxo de caixa livre: saldo entre as receitas, custos e despesas;
 Fluxo de caixa terminal (ex.: venda dos ativos).

13
Fluxo de Caixa (Exercício indoor)
Exercício:

Reproduzir o fluxo de caixa graficamente utilizando o exemplo anterior do quadro:

14
Ferramentas Quantitativas – F.CO
VPL (Valor Presente Líquido)

 O valor presente líquido determina o valor presente de pagamentos futuros descontados a uma taxa de
juros apropriada, menos o custo do investimento inicial.
Basicamente, é o cálculo de quanto os futuros pagamentos somados a um custo inicial estariam valendo
atualmente. Para cálculo do valor presente das entradas e saídas de caixa é utilizada a TMA (Taxa Mínima de
Atratividade) como taxa de desconto.

15
Ferramentas Quantitativas – F.CO
VPL (Valor Presente Líquido)

Ano 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023
períodos 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Fluxo de Caixa Nominal 100 100 100 150 150 200 200 250 250 300
Fluxo de Caixa Descontado
90.91 82.64 75.13 102.5 93.14 112.9 102.6 116.6 106 115.7 ATENÇÃO! Hp ≠ Excel
(a valor presente )
i.e. 300.00 valem hoje 115.7
Taxa de Desconto ou TMA (a.a.)= 10%
i. Inflação
ii. Custo de Oportunidade
iii. Risco
10% equivale a soma das componentes i, ii e iii acima!

Obs.1: [100,00 (2014) não é igual a 100,00 (2023)]


Obs.2: [100 aplicados a 3% a.a.)] em 10 anos: 134.391638 (Custo de Oportunidade)
Obs.3: O risco de não garantia do recurso daqui a 10 anos

Nota: Por isso, é necessário avaliar os investimentos a partir dos valores atuais ou presentes.
16
Ferramentas Quantitativas – F.CO
Como obter a TMA?
Taxa de Desconto (a.a.)= 10%
i. Inflação
ii. Custo de Oportunidade
iii. Risco
10% equivale a soma das componentes i, ii e iii acima!
A TMA é uma taxa de juros que representa o mínimo que um investidor se propõe a ganhar quando faz um
investimento ou o máximo que um tomador de dinheiro se propõe a pagar quando faz um financiamento.

Esta taxa é formada a partir de 3 componentes básicas:


i. Custo de oportunidade: remuneração obtida em alternativas que não as analisadas. Ex.: caderneta de
poupança, fundo de investimento, taxa selic, etc.
ii. Risco do negócio: o ganho tem que remunerar o risco inerente de uma nova ação. Quanto maior o
risco, maior a remuneração esperada.
iii. Liquidez: capacidade ou velocidade em que se pode sair de uma posição no mercado para assumir
outra.
17
Ferramentas Quantitativas – F.CO
Como obter a TMA?

2o Mandato De Dilma
2015 10,7
(Agosto) 2016 8,9
Média Anual: 10,1
Mandato de Temer
2016 6,2
2017 3
Média Anual: 4,118
Ferramentas Quantitativas – F.CO
VPL (Valor Presente Líquido)

Análise de Fluxo Descontado


Hoje Hp Excel
Hp Jan período 0 período 1 Fluxo de início de período -> não desconta

período 1 período 2
Feb
Mar
Apr
May
Jun
Jul
Aug
Sep
Oct
Nov
EXCEL Dec ? ? Fluxo de fim de período -> desconta

19
Ferramentas Quantitativas – F.CO
VPL (Valor Presente Líquido)
Cálculo do Fluxo Descontado

Juros Compostos:

Montante Final = Montante Inicial * (1 + taxa) n


Ex.:
Qual o montante final de uma aplicação de 1000,00 a juros compostos de 10% ao ano durante 5 anos?

Montante Inicial = 1000


1610.51 (aplicando a fórmula)

20
Ferramentas Quantitativas – F.CO
VPL (Valor Presente Líquido)

Cálculo do Fluxo Descontado

Montante Final = Montante Inicial * (1 + taxa) n

Montante Final (fluxo nominal) / (1 + taxa) n = Montante Inicial (Fluxo Descontado)

Portanto, Fluxo Descontado = Fluxo Nominal / (1 + taxa) n

21
Ferramentas Quantitativas – F.CO
VPL (Valor Presente Líquido)

Exercício I:

A corporação X deve decidir se vai introduzir uma nova linha de produto. O produto terá custos de
introdução, custos operacionais e fluxos de caixa entrantes durante seis anos. Este projeto terá uma saída
(t=0) imediata de R$ 125 K (o que poderá incluir máquinas, equipamentos e custos de treinamento de
empregados). Outras saídas são esperadas do 1.◦ ao 6.◦ ano no valor de R$ 25 K ao ano. As entradas de caixa
esperam-se que sejam R$ 60 K ao ano. Todos os fluxos de caixa são após pagamento de impostos e não há
fluxo de caixa esperado após o 6. ◦ ano. A TMA é de 12% a.a.
Calcule o VP para cada ano e apresente o VPL para este projeto.

22
Ferramentas Quantitativas – F.CO
VPL (Valor Presente Líquido)

Resposta do Exercício I:

23
Ferramentas Quantitativas – F.CO
VPL (Valor Presente Líquido)

Exercício II:

Investimento do projeto II – empresa de e-Commerce (produtos eletrônicos)


 R$ 10K
 Receita – ano 1: R$ 2K
 Receita – ano 2: R$ 2,5 K
 Receita – ano 3: R$ 3 K
 Receita – ano 4: R$ 3,5 K
 Taxa de desconto (i): 2%
 Prazo desejado para recuperação de investimento: 5 anos.

Calcule o VPL deste projeto.


24
Ferramentas Quantitativas – F.CO
VPL (Valor Presente Líquido)

Resposta Exercício II:

Conclusão: Por ser o VPL > 0, i.e. + 424,13 – considera-se a priori o projeto viável pelo aspecto quantitativo.
25
Ferramentas Quantitativas – F.CO
PAYBACK

Payback é o tempo decorrido entre o investimento inicial e o momento no qual o lucro líquido acumulado se
iguala ao valor desse investimento. O payback pode ser:

 Nominal, se calculado com base no fluxo de caixa com valores nominais, e


 Descontado, se calculado com base no fluxo de caixa com valores trazidos ao valor presente.

Qualquer projeto de investimento possui de início um período de despesas (em investimento) e um período
de receitas líquidas (líquidas dos custos do exercício). As receitas recuperam o capital investido.
O período de tempo necessário para as receitas recuperarem a despesa em investimento é o payback.

26
Ferramentas Quantitativas – F.CO
PAYBACK

Exemplo I:

João deseja comprar um computador para desenvolver sites; um computador com todos os recursos e
softwares devidamente licenciados sairá no valor de R$ 3.000,00. João já tem 10 contratos de sites
confirmados todos no valor de R$ 600,00 cada. Se João leva 1 mês para fazer um site e recebe o pagamento
na entrega do mesmo, quando ele terá reembolsado o valor investido no computador? Montar a
representação deste fluxo!

R.:?

27
Ferramentas Quantitativas – F.CO
PAYBACK

Exemplo I:

João deseja comprar um computador para desenvolver sites; um computador com todos os recursos e
softwares devidamente licenciados sairá no valor de R$ 3.000,00. João já tem 10 contratos de sites
confirmados todos no valor de R$ 600,00 cada. Se João leva 1 mês para fazer um site e recebe o pagamento
na entrega do mesmo, quando ele terá reembolsado o valor investido no computador?

R.?

Payback = R$ 3.000.00, i.e. 5 meses

28
Ferramentas Quantitativas – F.CO
TIR (Taxa Interna de Retorno)

TIR é uma taxa de desconto hipotética que, quando aplicada a um fluxo de caixa, faz com que os valores das
despesas, trazidos ao valor presente, seja igual aos valores dos retornos dos investimentos, também trazidos
ao valor presente.

A TIR é a taxa de desconto que faz com que o VPL do projeto seja ZERO. Um projeto é atrativo quando sua
TIR for maior que o custo de capital projetado.

VPL = 0

A Taxa Interna de Retorno de um investimento pode ser:

 Maior do que a Taxa Mínima de Atratividade ou descontos: significa que o investimento é


economicamente atrativo;
 Igual a TMA ou descontos: o investimento está economicamente numa situação de indiferença;
 Menor que a TMA ou descontos: o investimento não é economicamente atrativo, pois o seu retorno é
superado pelo retorno de um investimento com o mínimo de retorno.
29
Ferramentas Quantitativas – F.CO
TIR (Taxa Interna de Retorno)

TIR Taxa Interna de Retorno


Qual a taxa de desconto a ser utilizada para que o VPL = 0

VPL inversamente proporcional a TAXA

0= ∑ Fluxo de Caixa Nominal t / (1 + TIR) t Tentativa e Erro ou via software


(t|1 a n|)

Taxa de desconto SOMA de VPL=0 28.55% a.a.


Análise Comparativa da TIR:

DI= 10.8% a.a.


Ação= 18-20% a.a.

30
Ferramentas Quantitativas – F.CO
TIR (Taxa Interna de Retorno) – exemplo prático:

Uma franquia de produtos farmacêuticos apresenta a proposta para o franqueado sob determinadas
condições:

 Investimento inicial = $ 4.000,00 /m2;


 Margem líquida variando entre 8% e 12% ao ano;
 Retorno médio do investimento = 36 meses.

Um investidor interessado levanta um cj. de informações através das quais deseja utilizar o método da TIR
para verificar a viabilidade do negócio:

 Investimento inicial em uma loja de 50 m2 é de $ 200.000,00;


 Faturamento médio de uma unidade de 50 m2 na região é de $ 120.000,00 mensal;
 O custo de oportunidade para o capital investido é de 9% ao ano.

31
Ferramentas Quantitativas – F.CO
TIR (Taxa Interna de Retorno) – exemplo prático:

Resolução –

i) De acordo com os dados, propõe-se a aplicação da TIR de acordo com a definição:

32
Ferramentas Quantitativas – F.CO
TIR (Taxa Interna de Retorno) – exemplo prático:

Resolução –

i) De acordo com os dados, propõe-se a aplicação da TIR de acordo com a definição:

8% a.a. 12% a.a.


Ação Valores Ação Valores
Inv. Inicial -200000 Inv. Inicial -200000
Período 1 115200 Período 1 172822
Período 2 115200 Período 2 172822
Período 3 115200 Período 3 172822
TIR 33.26% TIR 68.28%

TIR média: 101.54%


50.77% 33
Ferramentas Quantitativas – F.CO
TIR (Taxa Interna de Retorno) – exemplo prático:

Resolução – Análise:

Aplicar o VPL para a taxa resultante a 8% e verificar o resultado:

34
Ferramentas Quantitativas – F.CO
TIR (Taxa Interna de Retorno) – exemplo prático:

Resolução – Análise:

Baseado no resultado e no contexto da TIR, será considerado que a TIR a 33,26% representa o mínimo de
rentabilidade na qual permita zerar o fluxo de caixa, portanto qualquer taxa inferior a esta gerará um
resultado positivo para o fluxo no valor presente, assim como qualquer taxa superior a esta causará prejuízo.

Portanto, como princípio podemos adotar:


 Quanto mais alto for o valor da TIR, mais fácil será obter retornos positivos no investimento, pois maior
será a elasticidade das taxas que gerarão tal retorno.
Se considerarmos uma TIR muito baixa, mesmo que o retorno seja positivo, significa que qualquer pequena
variação nas taxas de retorno poderá gerar prejuízo.

 Em relação a expectativa do investidor, temos que ela se identifica (corresponde) a TMA, pois o fato de a
TIR ser um valor positivo, não representa necessariamente o interesse pela execução do projeto, pois
este será norteado sempre pela relação TIR ≥ TMA.
35
Princípios da Engenharia Econômica

36
Fim – Aula p. II

Te§ekurler!
Prof. M. Sc. Ing. Limhadji, W.

wlimad@usp.br

37

Você também pode gostar