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A CATEQUESE NA COMUNIDADE ECLESIAL E NO MUNDO

Dom Vital Corbellini


Bispo de Marabá (PA)

O mês vocacional dedicou atenção especial às vocações de modo que no final


do mês a Igreja lembra o serviço da catequese na comunidade e no Reino de
Deus. É fundamental o serviço dos catequistas, homens e mulheres que se
doam para a evangelização na família, na comunidade e na sociedade. É
preciso sempre mais a valorização deste dom, para que a Palavra de Deus e a
Tradição sejam bem assumidas, compreendidas pelas pessoas, lideranças e a
divulgação da evangelização testemunhem o amor de Deus pelo mundo inteiro.

A catequese é um carisma muito importante na vida eclesial, tratando as coisas


de Deus, do ser humano, dos sacramentos e da vida da comunidade. A
catequese é uma palavra que vem do grego katechéo, cujo significado é instruir
em viva voz. É a instrução religiosa, o ensinamento oral, de uma linguagem
falada da religião cristã[1]. Ela também vem do verbo grego katechein, tendo
como sentido dar informações, receber, deixar ressoar dentro do ouvido, do
coração. É comunicar a Palavra de Deus e vivê-la no cotidiano da existência[2].
Antes de partir para a casa do Pai, pelo evangelista Mateus, enviou Jesus os
seus discípulos para o mundo em vista do discipulado em unidade com o
Senhor, tendo presente o batismo das pessoas em nome de Deus Uno e Trino.
As coisas realizar-se-iam em nome do Senhor. Ele garantirá a sua presença
todos os dias, até o fim dos tempos (Mt 28, 19-20). Pelo evangelista Marcos é
levado em sua importância também o mandato de Jesus que enviou os seus
discípulos ao mundo inteiro, para proclamar o Evangelho a toda criatura (Mc
16,15). A palavra de Jesus requer a aceitação de sua palavra, o sacramento do
batismo, o anúncio da boa nova como graça em vista da salvação humana.

1
A Igreja e o Papa Francisco com a catequese.

A Igreja sempre deu uma grande atenção à catequese pelo serviço que presta
aos fieis através da evangelização, na transmissão das verdades referentes à
fé, à esperança e à caridade. O Papa Francisco ressaltou a catequese como
evangelização que procura o crescimento, fator fundamental que implica tomar
a sério, o projeto que Deus tem para cada pessoa. O ser humano necessita de
uma evangelização digna com a plena verdade que não é mais ele quem vive,
mas é Cristo que vive nele (Gl 2,20)[3]. O Papa continua o seu discurso
afirmando que a catequese tem um papel fundamental, o primeiro anúncio
ou querigma o qual ocupa o centro da atividade evangelizadora e de toda
renovação eclesial.

O que é o querigma?

Para o Papa Francisco ele é trinitário. Ele diz respeito ao fogo do Espírito que
se dá sob a forma de línguas e crê em Jesus Cristo, que com a sua morte e
ressurreição, revela e comunica a misericórdia infinita do Pai. Na pessoa do
catequista, em sua boca ressoa o primeiro anúncio, que Jesus é amor e ama
as pessoas, deu a sua vida para salvar o catequista, o mundo e agora ele vive
com a pessoa do catequista para lhe iluminar, fortalecer, dar a libertação[4]. É
o anúncio principal, aquele que sempre se volta a ouvir de diferentes maneiras,
aquele que sempre se tem de voltar a anunciar, durante a catequese nas
diversas etapas da mesma e momentos[5]. Este anúncio é o fundamental,
sendo o mais sólido, o mais consistente e mais sábio. Toda a formação cristã é
em vista do querigma que vai se tornando carne, que ilumina a tarefa
catequética e permite o desenvolvimento de outros temas que se dão na
catequese. A centralidade do querigma é o amor salvífico de Deus para a
humanidade em Jesus Cristo, na ação do Espírito Santo[6].

O que é proposto na Amazônia?

O Papa Francisco insiste que o querigma e o amor fraterno constituem a


grande síntese de todo o conteúdo do Evangelho, da Boa Nova do Reino, que

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não se deixa de propor na Amazônia. Os grandes evangelizadores da América
Latina viveram isso como São Toríbio de Mogrovejo, São José de Anchieta
entre outros evangelizadores e evangelizadoras no contexto da Amazônia e da
América Latina[7].

A catequese na Igreja antiga.

É muito importante dar uma idéia de como era a catequese nos


primeiros séculos do cristianismo. Tudo coincidiu com o discurso missionário
do Kerygma. Ele tornou-se a instrução batismal em relação à fé, ao testemunho
de vida e sobre os sacramentos da iniciação à vida cristã, o batismo, a crisma e
a eucaristia. A catequese assim intensa se distinguiu da educação e da
formação em geral, pois levava a pessoa ao conhecimento da verdade de
Jesus Cristo, a sua paixão, morte, ressurreição e à vida eclesial[8].
A explicação dos três artigos da fé cristã

Santo Ireneu, Padre da Igreja e bispo de Lião, séculos II e III, foi um bispo
preocupado com a catequese com o povo de sua Diocese. Ele aprofundou os
três artigos da fé cristã, do qual chamou o fundamento do edifício e à base da
nossa conduta. O primeiro artigo diz respeito a Deus Pai, incriado, invisível,
único Deus, Criador do universo. O segundo é o Verbo de Deus, Filho de Deus,
Jesus Cristo que apareceu aos profetas, segundo a economia disposta pelo Pai
e por meio dele foi criado o universo.

Ele se fez homem entre as pessoas, visível (1 Jo 1,1), para destruir a morte (2
Tm 1,10), para manifestar a vida, restabelecer a comunhão entre Deus e o ser
humano ( 2,13-18). O terceiro artigo refere-se ao Espírito Santo, de cujo poder
os profetas profetizaram, os Padres foram instruídos com relação a Deus, os
justos foram guiados no caminho da justiça, e no fim dos tempos foi difundido
sobre a humanidade, por toda a terra, renovando o ser humano para Deus (Sl
104; 103, 30. Desta forma o batismo, significava o novo nascimento para os
fieis, renascendo a Deus Pai, por meio de seu Filho no Espírito Santo[9].
Deus Uno e Trino.

3
São Gregório de Nissa, Padre da Igreja e bispo do século IV contribuiu com a
catequese afirmando a unidade na natureza divina, um só Deus em três
Pessoas[10]. Deus não é pensável sem o Verbo, pois Ele o possui a partir do
momento que não é privado dele. Ele subsiste eternamente[11]. A catequese
segundo São Gregório de Nissa, tinha presentes a fé em Cristo, pois pelo
Verbo do Senhor foram criados os céus e, do Espírito da sua boca, todo o seu
exército[12].

A iniciação dos candidatos aos sacramentos.

Santo Agostinho, bispo de Hipona, séculos IV e V, escreveu uma obra


catequética para os não cristãos, porque São Deogratias, bispo no século V,
pediu a Santo Agostinho para que elaborasse argumentos cristãos,
catequéticos endereçados aos não cristãos. Santo Agostinho insistiu que o
objetivo da instrução era fé verdadeira e a caridade, o amor a Deus, ao
próximo, como a si mesmo. As Sagradas Escrituras tem presentes isso, a vinda
do Senhor Jesus Cristo, dando ao conhecimento da Igreja, o povo de
Deus[13] e de manifestar o seu amor para com toda a humanidade(Jo 3,17),
pois a plenitude da Lei é a caridade (Rm 13,10)

Ele também incentivou as pessoas que iniciavam a catequese para que elas
tivessem uma visão a respeito da Sagrada Escritura, e tendo aceitação das
mesmas, haveria numa cerimônia solene, marcados com o sinal da cruz para
serem acolhidas conforme o costume da Igreja. Através das realidades visíveis,
honravam-se as realidades divinas invisíveis, pois aquela matéria santificada
pela benção não era mais uma consideração como uma coisa comum[14].

A catequese é um serviço muito importante na vida da comunidade e no Reino


de Deus. Ela leva as pessoas a aprofundar as verdades sobre Deus, o ser
humano, a natureza. Ela tem como base o Kerygma que é o anúncio da vida,
paixão, morte, ressurreição do Senhor na vida eclesial, familiar e social. O
serviço da catequese seja sempre mais valorizado pelos agentes de pastoral.

4
Batismo: uma catequese para pais e padrinhos

Batizar é tornar-se cristão. O Batismo é a porta de entrada para se iniciar a


caminhada na vida cristã. Olha-se para a luz de Cristo e continua-se a fazer
sua profissão: caminhar com a catequese para a Eucaristia e para a Crisma.

Iniciados na fé somos chamados a anunciar a Palavra de Deus e a difundir a


luz da esperança de Deus neste mundo sem esperança. É o Papa Francisco
quem nos diz: “o Batismo é como a porta da esperança”. Nos evangelhos de
Mateus (28,16) e Marcos (16,14-18), o mestre determina que os discípulos
espalhem-se pelo mundo, fazendo discípulos e discípulas.

Assim, o Batismo tem seu fundamento na orientação de Jesus aos seus


discípulos. Acreditamos que Jesus desceu entre nós, caminhou em nossas
próprias vidas, tornando-se companheiro especialmente dos mais pobres e
frágeis: esta é a luz. Adquire-se assim a pertença à comunidade dos discípulos
e discípulas de Jesus. O Batismo abre a porta para entrada na vida da
comunidade.

O Batismo é sacramento pascoal: mergulho na morte de Cristo e participação


na sua ressurreição. Ele torna todos os batizados um só em Cristo (Gl2,20; Rm
8,10-11; 13,7-8). Diz o Papa Francisco: “Nós nascemos duas vezes: Primeiro
nascemos à vida natural e depois, quando batizados, nascemos na graça com
Cristo e, a partir do batismo, nos tornamos humanos como nunca poderíamos
ter imaginado. O humano assinalado com a marca de Cristo que se constitui
em morada do Espírito de Jesus que passa a operar em nós.

CATEQUESE BATISMAL

A preparação de pais e padrinhos para o Batismo é vista como verdadeira


catequese, inserida no horizonte dos sacramentos de iniciação. Por isso, os
catequistas de preparação ao Batismo devem se empenhar em participar das
iniciativas propostas pela Comissão Arquidiocesana Bíblico-catequética.

Os pais e padrinhos, em vista da responsabilidade que vão assumir, deverão


participar, com antecedência, do itinerário mistagógico da preparação para o

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batismo, a cargo da equipe de catequese batismal, evitando com isso,
preparações no mesmo dia da celebração.

A catequese batismal deve ser composta por catequistas bem-preparadas(os),


sensíveis ao significado teológico e pastoral do batismo e da riqueza do seu
rito.

A catequese batismal não é somente preparação imediata ao sacramento, mas


também caminho de inserção da família na participação comunitária. Daí a
importância da formação de Pais e padrinhos para que eles possam ajudar
seus filhos a crescerem na fé e levar a luz de Cristo para todos.

Neuza Silveira de Souza

Coordenadora do Secretariado Arquidiocesano

Bíblico-Catequético de Belo Horizonte

Missão da equipe de Catequese Batismal

A equipe, animada pelo espírito missionário e misericordioso de Jesus Cristo,


deve estar preparada para:

1- A colher os pais e padrinhos;


2- Dialogar com eles;
3- Escutar com serenidade;
4- Colocar-se a serviço;
5- Orar com a família e padrinhos;
6- Criar ou estreitar laços de amizade com a comunidade;
7- Propiciar às famílias momentos de oração, reflexão da palavra e diálogo;
8- Ajudar a família a crescer na vida cristã e a melhorar o ambiente familiar;

Preparação de pais e padrinhos

É um momento privilegiado anúncio de Jesus Cristo e de seu Evangelho, tem


como objetivos:

1- Anunciar e testemunhar a alegria de seguir Jesus Cristo;

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2- Transmitir o gosto de pertencer à Igreja Católica;
3- Dialogar sobre a missão da Igreja;
4- Despertar, acender, reanimar ou intensificar a fé;
5- Ajudar os que desconhecem a comunidade a conhecê-la;
6- Procurar integrar as famílias na vida da comunidade;
7- Acolher e motivar as pessoas para a importância da fé na vida da
família;
8- Acolher as esperanças e angustias dos pais e padrinhos;
9- Rezar com as famílias e padrinhos para agradecer o dom da vida da
criança.

Encontros de pais e padrinhos

1°- A pessoa de Jesus Cristo e a importância de pais e padrinhos

2°- Os sacramentos / Batismo

3°- Simbologia e os ritos do batismo

4°- Missa de apresentação

5°- Celebração do batismo

Bom diiiiiiiaaaa !!

Que seu dia seja abençoado

O material pedido

Só agora deu certo

1° encontro A PESSOA DE JESUS

Sugestões

7
Acolhida -

1- o cartão com texto e a chave

2- o cartão com texto e a garrafinha de água

Apresentação da pastoral

1- apresentar-se e vestindo a blusa da pastoral

2- sentar se e sair do meio deles para se apresentar

Oração inicial

1- Qual é a chave ( Adriana Arides )

2- Se quiseres

( Sueli Façanha )

Evangelho de acordo com o tema

MC 8, 27-30

Quem dizeis que eu sou ?

Resposta colossenses 1, 15-20

Jo 4,1-29

A samaritana

Leitura do texto , "quem é jesus para mim "

Oração final

8
Obs - sempre ter uma tarefa pra casa ...

2° encontro

" Os sacramentos "

Acolhida -

Um cartão + biss ( individual )

Louvor

- uma vida de graça e vitória...

- seja bem vindo espírito santo...

- derrama teu amor aqui ...

Oração inicial

Sopra em nós ( irmã Ana Paula)

Dinâmica -

colar bilhetes em baixo da cadeira aleatoriamente com passagens e procurar na bíblia


e lêr .

Oração final

3° encontro

Acolhida - 1° momento

9
Iniciar com a adoração

2° momento

Apresentar os símbolos expostos em mesas

( Envolver pais e padrinhos nesse momento )

Obs -

1- todos os agentes participar dentro da sala , para que ninguém fique disperso

2- fazer procissão de entrada , leituras e presses com os pais e padrinho

JESUS CRISTO

O documento de Aparecida afirma que “conhecer a Jesus é o melhor presente que


qualquer pessoa pode receber; tê-lo encontrado foi o melhor que ocorreu em nossas
vidas, e fazêlo conhecido com nossa palavra e obras é nossa alegria” (DAp, 29).

Jesus Cristo é o centro da nossa fé. Quando falamos “cristão”, estamos nos referindo
àquele que entrou em relação pessoal e viva com Jesus Cristo e o reconhece como
Senhor e Salvador. Sugestão: Recitar juntos a Profissão de fé. Repetir as palavras que
falam de Jesus: Jesus Cristo, único Filho, nosso Senhor. Concebido pelo poder do
Espírito Santo. Nascido da Virgem Maria. Padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado,
morto e sepultado. Desceu à mansão dos mortos, ressuscitou ao terceiro dia, subiu aos
céus. Está sentado à direita de Deus 9 Pai todo-poderoso, donde há de vir a julgar os
vivos e os mortos.

Conhecemos Jesus através dos evangelhos. Cada evangelista utiliza o seu jeito ao nos
apresentar a sua pessoa, com elementos comuns, principalmente em Mateus, Marcos
e Lucas, mas também com particularidades. Mas é o mesmo Jesus Cristo, o Messias, o
Filho de Deus. Nos evangelhos o Senhor é apresentado com diversos títulos, que
revelam a sua pessoa e a missão. Ele mesmo utilizava mais o título Filho do Homem.

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Jesus é o Filho de Deus, o Filho do Homem que veio realizar uma missão: anunciar o
Reino (Mc 1,15) e nos ensinar a amar (Mc 12,28-31).

O Catecismo da Igreja Católica apresenta as razões da encarnação de Nosso Senhor


Jesus Cristo: “O Verbo se fez carne para salvar-nos reconciliando-nos com Deus”; “para
que assim conhecêssemos o amor de Deus”; “para ser nosso modelo de santidade”;
“para tornar-nos participantes da natureza divina” (CIgC 457-460). Para dar
continuidade a sua obra, Jesus chamou e formou discípulos (Mt 4,18-22; 10,5-23; Mc
3,13-18). Após sua morte e ressurreição, enviou-os em missão (Mc 16,15- 18).

Ser cristão significa seguir a Cristo. Qualquer vocação é consequência do caminho.


Jesus já nos convida, pelo Batismo, à amizade com Ele e ao apostolado. Ele nos convida
à santidade. Viver a santidade é viver a filiação divina, é viver a dignidade da imagem e
semelhança de Cristo, dando testemunho de fé. É muito importante apresentar aos
pais e padrinhos Jesus Cristo como fundamento da nossa vida. A fé cristã é um
encontro de amor. É o amor de Deus revelado na pessoa de Jesus Cristo, que nos
santifica e dá sentido à nossa existência. A fé é uma experiência de encontro vivo com
Jesus Cristo, que gera conversão, discipulado, comunhão e missão.

“Não se começa a ser cristão por uma decisão ética ou uma grande ideia, mas pelo
encontro com um acontecimento, com uma pessoa, que dá um novo horizonte à vida
e, com isso, uma orientação decisiva” (Bento XVI, Deus Caritas Est, 1). Quem
encontrou Jesus não precisa mais procurar um sentido para viver, porque nele realiza
o sentido profundo da sua vida. Procurar a Jesus não é sinal de fraqueza humana, mas
expressão da inteligência. Só a obediência a Ele e a amizade com Ele são capazes de
dar sentido a nossa existência e nos ajudar a ordenar tudo para o amor.

O querigma: o primeiro anúncio da Boa-Nova de Cristo

Por Jerônimo Lauricio

O Papa Bento XVI, em sua Encíclica Deus Caritas Est, nos recorda que “a
natureza íntima da Igreja exprime-se num tríplice dever: anúncio da Palavra de
Deus (kerygma-martyria-didaché), celebração dos Sacramentos (leiturgia), serviço da

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caridade (diakonia). Esses são deveres que se reclamam mutuamente, não podendo um
ser separado dos outros” (DCE, 25). A partir deste primeiro artigo, queremos
convidar você a explorar conosco o terreno dessa tríplice ação da Igreja
através de uma série de formações. Os tesouros que vamos encontrar nessa
aventura tornarão nosso discipulado e nossa missão mais atraentes, mais
cheios de vida, de dinamismo. Em uma palavra: mais fecundos.

Nesse primeiro momento, o nosso ponto de partida será o “anúncio da Boa-


Nova de Cristo”, o querigma. O conceito de querigma (mensagem, em grego) no
horizonte do cristianismo se identifica com o de Evangelho, Boa Notícia,
anúncio, mensagem de salvação. Nesse sentido é que sempre dizemos que
Cristo não veio configurar um sistema de pensamento, uma norma ética de
vida ou uma grande ideia. Mas veio anunciar uma mensagem de salvação,
proclamar o Reino de Deus. Isso fica claro quando lemos na Escritura
que “Jesus começou a pregar e a dizer: ‘Convertei-vos e crede no Evangelho, porque
está próximo o Reino dos Céus’” (Mt 4,17), ou quando Ele dizia:

É necessário que se proclame a Boa-Nova a todas as nações” (Mc 13,10). O querigma


tornou-se também o fim essencial da missão evangelizadora confiada por Jesus a seus
discípulos, quando lhes disse: “‘Ide e proclamai a Boa-Nova a toda criatura’ […] E
eles saíram a pregar por toda a parte, agindo com eles o Senhor estava, e confirmando
a Palavra por meio dos sinais que a acompanhavam” (Mc 16,15).

Sobre o querigma, vale a pena a gente garimpar a origem do uso desse termo,
que vem exatamente do verbo grego “KERYSSO”, que por sua vez significa
proclamar por um mensageiro (kéryx) um decreto autorizado pelo soberano. A
palavra grega “KÉRYX” significa justamente “pregador, mensageiro”.
Interessante é notarmos que, na Antiguidade grega, o “kéryx” era aquela
pessoa que o soberano enviava para proclamar, anunciar a sua mensagem
(KERYGMA). O mensageiro jamais se atrevia a mudar a mensagem, porque ela
não era sua. Ele era apenas o portador, e seu dever era transmiti-la
integralmente, para que ela fosse ouvida e acolhida por todos naquela região.
Algo semelhante aconteceu na Idade Média com o ofício do “arauto”, que

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consistia em tornar conhecida a vontade do seu Senhor, em anunciar suas
palavras, em proclamar suas sentenças. O arauto era o oficial que fazia as
publicações solenes, anunciava a guerra e proclamava a paz, ou seja, era o
mensageiro (singular) do rei. A partir de toda essa riqueza de significados é
que podemos dizer que é isto que um pregador, um formador, um catequista é:
“um mensageiro da Boa-nova do Reino de Deus”, aquele que “anuncia Cristo
aos homens, os adverte e os instrui em toda sabedoria, a fim de apresentá-los todos,
perfeitos em Cristo” (Cl 1,24-29). Em síntese: o verdadeiro anúncio nada mais é
do que a bonita e sublime tarefa de proclamar a vontade de Deus aos homens.

Quando falamos de querigma, logo nos lembramos também de algo muito


interessante que o Apóstolo Paulo escreve aos Romanos, ao falar da fé em
Cristo: “Como poderão crer sem ter ouvido? Como poderão ouvir sem quem
anuncie?” (Rm 10,14). Literalmente: “sem alguém que proclame o querigma?”.
E conclui: “A fé vem da [escuta da] pregação e a pregação é pela Palavra de
Cristo” (Rm 10,17). E por “pregação” se entende a mesma coisa, isto é, o
“evangelho” ou o querigma. Por isso, a fé é uma semente da graça que floresce
somente na presença do terreno do querigma, no canteiro do anúncio.

Nesse sentido, o Beato Paulo VI, na Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi, nos
deixou uma belíssima lição, a de que “não haverá nunca evangelização verdadeira se o
nome, a doutrina, a vida, as promessas, o reino, o mistério de Jesus de Nazaré, Filho de
Deus, não forem anunciados. […] Dar a conhecer Jesus Cristo e o seu Evangelho
àqueles que não os conhecem é precisamente, a partir da manhã do Pentecostes, o
programa fundamental que a Igreja assumiu como algo recebido do seu Fundador”
(EN, 22 e 51).

Muitos de nós, mesmo marcados pelos longos anos de seguimento a Jesus,


poderíamos a essa altura ainda nos perguntar sobre qual deve ser de fato o
conteúdo específico do nosso anúncio, da nossa pregação. A essa questão
poderíamos seguramente dizer apenas que é o próprio Cristo, a Boa Notícia do
Pai. Mas o Papa Francisco, na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, nos faz
dar um salto muito interessante e belíssimo, quando nos ensina que “o

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querigma é trinitário. É o fogo do Espírito que se dá sob a forma de línguas e nos faz
crer em Jesus Cristo, que, com a sua morte e ressurreição, nos revela e comunica a
misericórdia infinita do Pai. Ao designar-se como ‘primeiro’ este anúncio, não
significa que o mesmo se situa no início e que, em seguida, se esquece ou substitui por
outros conteúdos que o superam; é o primeiro em sentido qualitativo, porque é o
anúncio principal, aquele que sempre se tem de voltar a ouvir de diferentes maneiras e
aquele que sempre se tem de voltar a anunciar de uma forma ou de outra. É o anúncio
que dá resposta ao anseio de infinito que existe em todo coração humano” (EG 164).

Por isso é que, em nossos movimentos, pastorais, grupos de estudo,


comunidades, associações, paróquias, dioceses, mais do que nunca, “se faz
urgente e necessário que surja uma nova geração de apóstolos que estejam enraizados
na Palavra de Cristo, em condições de dar uma resposta aos desafios do nosso tempo e
preparados para anunciar o Evangelho em toda parte” (Papa Bento XVI). Uma
geração de discípulos missionários, que pela força do batismo se sintam
atraídos a florescer o Evangelho naquele “campo da fé”, onde o Senhor os
plantou. Uma geração que não tenha medo de deixar que “Jesus Cristo venha a
romper também os esquemas enfadonhos em que pretendemos aprisioná-lo, e
surpreender-nos com a sua constante criatividade divina” (EG, 12). Pois, como
completa o Papa Francisco na Evangelii Gaudium:

“O Senhor quer servir-Se de nós como seres vivos, livres e criativos, que se deixam
penetrar pela sua Palavra antes de a transmitir; a sua mensagem deve passar
realmente através do pregador, e não só pela sua razão, mas tomando posse de todo o
seu ser. O Espírito Santo, que inspirou a Palavra, é quem hoje ainda, como nos inícios
da Igreja, age em cada um dos evangelizadores que se deixa possuir e conduzir por Ele,
e põe na sua boca as palavras que ele sozinho não poderia encontrar” (EG 152).

Por fim, não poderíamos deixar de mencionar que, embora o querigma seja o
eixo no qual os campos da missão, da evangelização, da catequese, da
pregação giram em torno para fazer conhecido o nome e o Rosto de Jesus de
Nazaré, em muitos lugares ainda tudo segue girando, desde o princípio até o
final, em torno à primeira conversão, ao chamado novo nascimento, o primeiro

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amor. Isso é bom. É o ponto de partida. Mas para nós, católicos, o querigma é
só o início da vida cristã. Depois disso deve vir a catequese, o ensinamento
(didaché) e o progresso espiritual, a fim de que possamos eleger
conscientemente Cristo como próprio Senhor e Salvador pessoal, e
comprometer-nos ativamente na vida de nossa Igreja. E sobre esse aspecto
nos dedicaremos a partilhar na próxima formação! Até lá!

Então pra voçê quem é Jesus? Para o/a;

Cego- É a luz, e nele não há treva alguma Jo 8:12

Hemorreiça- É amor, e quando nos amamos mutuamente

Ele permanece em nós 1 Jo 4:12

Nicodemos- é a verdade, pois o espirito santo da testemunho Dele 1 Jo 5:6

Morte- é a vitória, pois aqueles que nele crê vence o mundo

1Jo 5:4

Jovem rico- é o caminho, que nos leva ao Pai Jo 14:6

Lazaro- é a vida, pois aquele que crê Nele tem a vida eterna Jo 14:6

Pastor- é porta, eis que estou a porta e bato: se alguém ouvir minha voz e me
abrir a porta, entrarei em sua casa e cearemos, eu com ele e ele comigo Ap 3:2

Ovelhas- é o pastor, o bom pastor da sua vida pelas ovelhas

Jo 10:15

Profetas- é o Emanuel Deus consco Mt 1:23

Discípulos- é a Paz, deixo-vos a Paz, dou- vos a minha paz

Jo 14:27

15
Madalena- é o Salvador, Deus elevou-o pela mão direita como Príncipe e
Salvador At 5,31

Carla- é o pão da vida, aquele que vai até Ele não terá fome, e aquele que crê
Nele jamais terá sede Jo 6:35

E PRA VOÇÊ QUEM É JESUS?

Padrinhos, pais segundo Deus

Os padrinhos são muito mais que uma posição social; são pais segundo
Deus, pois no batismo morre o "homem velho" e nasce o "homem novo".

Equipe Christo Nihil Praeponere


22.Out.2013Tempo de leitura: 2 minutos

O papel dos padrinhos na formação dos cristãos é mais antigo do que se


imagina. A tradição remonta ao século quarto, quando a Igreja tinha de
enfrentar as perseguições romanas e as heresias pagãs. A eles cabia o dever
de instruir os catecúmenos na fé católica, preservando-os dos erros que
pululavam na comunidade. E, no caso das crianças, além de professarem a fé
em nome delas, os padrinhos recebiam ainda a responsabilidade de educá-
las conforme a doutrina perene dos santos apóstolos.

O decreto Ad Gentes, do Concílio Vaticano II, procurou enfatizar esse


significado do apadrinhamento, recordando que a iniciação cristã no
catecumenato não é obra apenas dos sacerdotes ou dos catequistas; é "de
toda a comunidade dos fiéis, especialmente dos padrinhos, de forma que
desde o começo os catecúmenos sintam que pertencem ao Povo de Deus"
[1]. Assim se expressava também o Pastor Angelicus na Encíclica Mystici
Corporis. Segundo Pio XII, os padrinhos e madrinhas "ocupam um posto
honorífico, embora muitas vezes humilde, na sociedade cristã, e podem
muito bem sob a inspiração e com o favor de Deus subir aos vértices da
santidade" [2].

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Os padrinhos são muito mais que uma posição social; são pais segundo
Deus, pois no batismo morre o "homem velho" e nasce o "homem novo".
As palavras do venerável Papa são um verdadeiro alento, além de um sutil,
porém necessário, puxão de orelhas. Os padrinhos são chamados à
santidade de vida. Não é da alçada deles a compra de presentes, mas a
instrução na fé católica, porquanto "uma criança não é capaz de um ato
livre de fé: ainda não a pode confessar sozinha e, por isso mesmo, é
confessada pelos seus pais e pelos padrinhos em nome dela" [3]. Numa
época dominada pelas falsas filosofias de vida e pelos erros
ideológicos, exaustivamente pregados nas escolas e na imprensa, reavivar
o sentido do apadrinhamento na fé católica é uma tarefa imprescindível.

O Código do Direito Canônico dispõe algumas normas para que se escolha o


padrinho do batizando. Em primeiro lugar, obviamente, exige-se que "seja
católico, confirmado e já tenha recebido a Santíssima Eucaristia, e leve uma
vida consentânea com a fé e o múnus que vai desempenhar" [4]. Depois,
que "não esteja abrangido por nenhuma pena canônica legitimamente
aplicada ou declarada".

Ao contrário do que possa parecer, não são regras absurdas. Como dito
anteriormente, aos padrinhos cabe a missão de "assistir na iniciação cristã" e
"esforçar-se por que o batizado viva uma vida cristã consentânea com o
batismo e cumpra fielmente as obrigações que lhe são inerentes".

Os padrinhos são muito mais que uma posição social; são pais segundo
Deus, pois no batismo morre o "homem velho" e nasce o "homem novo". E,
como verdadeiros pais, eles têm o grave dever de transformar seus
filhos em soldados de Cristo, educando-os na escola de santidade dos
grandes santos da Igreja.

10 atitudes que devem ser assumidas por padrinhos

Os padrinhos tem a missão de transmitir valores morais e cristãos à criança

Por tudo isso, listamos 10 atitudes que devem ser assumidas pelos padrinhos:

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1• Viver a responsabilidade de ser padrinho
O padrinho deve acompanhar o seu afilhado com a presença, com o bom testemunho
de cristão, fazer as vezes dos pais ou auxiliar os pais em suas faltas.

2• Criar vínculo com os irmãos do afilhado


É muito importante que os padrinhos tenham a sensibilidade de se relacionar com os
irmãos do afilhado, para que as demais crianças não se sintam excluídas.

3• Ser parceiro dos pais do afilhado

4• Assumir um compromisso
Os padrinhos devem ser companheiros dos pais, procurando sempre respeitar os
limites impostos por eles às crianças.
Quando os padrinhos são escolhidos e aceitam o convite, assumem um compromisso
perante Deus de amar e ajudar na educação da criança.

5• Criar momentos com a criança


Se puder e estiver próximo da criança, procure, por exemplo, brincar, buscar na
escola, etc. Tudo isso possibilita uma relação mais íntima.

6• Ser amigo

7• Não esqueça as datas importantes


Os padrinhos devem estabelecer um elo de confiança com a criança, para que ela
saiba que pode contar com eles em qualquer momento.
Participe de datas como o aniversário, natal e outros momentos importantes. Essa
presença não precisa se dar por meio de presentes, mas com palavras de carinho e
amor.

8• Estar presente
Fazer parte do dia a dia da criança, procurar ouvi-la, passar um tempo com
ela, dedicando atenção e carinho. Acompanhar as pequenas conquistas, mesmo que
seja necessário às vezes, ser por telefone ou internet.

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9• Rezar pelo afilhado
Os padrinhos assumem no batismo a missão de rezar pelo seu afilhado todos os dias.

10• Ajudar na formação religiosa do afilhado


Desde pequenos, é importante mostrá-los que a vida na Igreja e em comunidade é
importante. O incentivo e o exemplo são grandes ferramentas.

os Sacramentos da Igreja são sete e foram instituídos pelo próprio Cristo:

O Batismo:

O santo Batismo é o fundamento da vida cristã e a porta que abre o acesso aos
demais sacramentos. Pelo Batismo somos libertados do pecado e regenerados
como filhos de Deus, tornamo-nos membros de Cristo, comos incorporados à
Igreja e feitos participantes de sua missão (Concílio de Florença).

O Batismo é um sinal indelével (que não se pode apagar). É necessário à


salvação do indivíduo e, através dele, todos os pecados são perdoados: o
pecado original e todos os pecados pessoais cometidos até aquele momento,
bem como todas as penas desses pecados. No entanto, certas consequências
temporais do pecado permanecem, como os sofrimentos, a doença, a morte ou
as fragilidades ligadas à vida, como as fraquezas de caráter, a propensão ao
pecado.

Em caso de necessidade qualquer um pode batizar, desde que tenha a


intenção de fazer o que faz a Igreja, e que derrame água sobre a cabeça do
candidato dizendo: "Eu te batizo em nome do Pai e do Filho e do Espírito
Santo" (Catecismo da Igreja Católica, parágrafos 1275 a 1284).

A Confirmação (crisma):

Este Sacramento aperfeiçoa a graça batismal; é o sacramento que dá o


Espírito Santo para enraizar-nos mais profundamente na filiação Divina,
tornando mais sólido nosso vínculo a Jesus e à Sua Igreja. Como o Batismo,

19
imprime um caráter indelével na alma do cristão, por isso só pode-se recebê-lo
uma vez na vida.

O rito é realizado através da unção com o santo crisma (óleo abençoado) na


fronte do batizado. Normalmente é realizado pelo Bispo diocesano, mas pode
ser realizado por sacerdotes sob a autorização dele (Código de Direito
Canônico, cânon 882 e Catecismo da Igreja Católica, parágrafos 1315 a 1321).

A Eucaristia:

É o Sacramento dos Sacramentos. É o coração e o ápice da vida da Igreja,


pois nela Cristo associa Sua Igreja e todos os seus membros a Seu sacrifício
de louvor e de ação de graças oferecido uma vez por todas na cruz a Seu Pai;
por Seu sacrifício Ele derrama as graças da slavação sobre o Seu corpo, que é
a Igreja.

A Eucaristia é o memorial da páscoa de Cristo. Não "memorial" no sentido de


lembrança mas, através dela, nos transportamos realmente ao Calvário no
momento da entrega de Cristo.

É Cristo mesmo que, através do sacerdote, oferece o sacrifício eucarístico. É


também o mesmo Cristo que está realmente presente sob as espécies do pão
e do vinho, que é a oferenda do Sacrifício Eucarístico.

Apenas os sacerdotes devidamente ordenados (padres) podem presidir a


Eucaristia e consagrar o pão e o vinho para se tornarem o corpo do Filho de
Deus.

O corpo e o sangue de Cristo devem ser recebidos em estado de graça, ou


seja, sem que estejamos manchados por pecados. Se alguém se vê em
pecado é melhor que não comungue, pois quem toma o corpo e sangue de
Jesus em pecado toma a sua própria condenação. Neste caso o fiel deve
confessar-se antes de retornar ao banquete Santo.

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Através da comunhão do corpo e sangue do Senhor, os pecados veniais
(leves) são perdoados e o fiel é preservado dos pecados graves.

A Igreja lembra também que a visita ao Santíssimo Sacramento (Jesus


presente no Sacrário numa comunidade perto de você) é uma prova de
gratidão e de amor para com Cristo (Catecismo da Igreja Católica, parágrafos
1406 a 1418).

A Conversão, ou Confissão, ou Penitência, ou Reconciliação:

A Bíblia nos diz: "Dizendo isso, soprou sobre eles e lhes disse: Recebei o
Espírito Santo; aqueles a quem perdoardes os pecados lhes serão perdoados;
aqueles aos quais os retiverdes lhes serão retidos" (Jo 20,22-23).

Como vimos, a Igreja possui a autoridade dada por Cristo de prdoar ou não os
pecados dos fiéis. Claro, a Igreja jamais deixa de perdoá-los, pois não existe
para condenar, mas para salvar os filhos de Deus.

Quem peca fere o amor de Deus. Além disso o pecado sempre gera
consequências físicas, ou seja, algum mal à Igreja e/ou ao mundo inteiro. Para
repará-las as indulgências podem ser conquistadas para si mesmo ou para as
almas do Purgatório (onde as almas se purificam antes de entrar no céu). Elas
podem ser obitidas rezando-se o terço, fazendo meia hora de aordação ao
Santíssimo Sacramento e rezando-se um Pai Noss, uma Ave Maria e um Glória
ao Pai ao Santo Padre, o Papa.

Para confessar-se é preciso que se esteja arrependido, se mencione os


pecados a um sacerdote (padre), por piores que sejam, pois jamais seremos
condenados por eles, e a vontade de cumprir a penitência dada por ele
(sacerdote) para a reparação dos pecados confessados.

É sempre importante, antes de se confessar, fazer um cuidadoso exame de


consciência, procurando lembrar-se de todos os pecados cometidos desde a
última confissão. Para este fim é útil a leitura dos dez mandamentos de Deus

21
e/ou do Sermão da Montanha (Mateus, dos capítulos 5 ao 7)(Catecismo da
Igreja Católica, parágrafos 1485 a 1498).

A Unção dos Enfermos:

Este sacramento confere uma graça especial ao cristão doente, portador de


doença que que lhe ofereça perigo de morte, ou ao idoso.

Somente o Bispo ou os sacerdotes estão autorizados a empregar este


sacramento (Código de Direito Canônico, cânon 1003). É utilizado óleo
consagrado pelo Bispo ou, em caso de urgência, consagrado pelo próprio
sacerdote.

Unge-se as mãos e a fronte do doente e pede-se uma graça especial ao fiel.

Ao empregar-se este sacramento, todos os pecados do fiel são perdoados,


caso o doente não possa obtê-lo pelo sacramento da Penitência. Também é
restabelecida a saúde, se isso convier à salvação espiritual. Garante-se
também a preparação para a passagem a vida eterna (Catecismo da Igreja
Católica, parágrafos 1526 a 1532).

A Ordem:

São Paulo diz a Timóteo, seu discípulo: "Eu te exorto a reavivar o dom de Deus
que há em ti pela imposição de minhas mãos" (2Tm 1,6). A Tito ele dizia: "Eu te
deixei em Creta para cuidares da organização e ao mesmo tempo para que
constituas presbíteros em cada cidade, cada qual devendo ser como te
prescrevi" (Tt 1,5).

Os fiéis da Igreja possuem o chamado "sacerdócio comum", que é uma


participação no sacerdócio de Cristo.

No entanto, a Igreja necessita do sacerdócio ministerial, aquele cujos ministros


sagrados recebem um poder sagrado para o serviço dos fiéis.

22
Esse sacramento pode ser dado somente a homens, sendo que apenas aos
solteiros pode ser conferido para o presbiterado (padres e posteriormente
Bispos, se assim for a vontade de Deus). Os casados podem recebê-lo e
tornarem-se diáconos, que são aqueles que auxiliam o Bispo e o sacerdote.
Não recebem o sacerdócio ministerial, mas a ordenação lhes confere funções
importantes no ministério da Palavra, do culto divino, do governo pastoral e do
serviço da caridade, tarefas que devem cumprir sob a autoridade pastoral de
seu Bispo.

Este sacramento é conferido pela imposição das mãos, conforme era feito
pelos Apóstolos e é seguido por uma solene oração consacratória.

Este sacramento também imprime um caráter indelével. É conferido pelo Bispo


(Catecismo da Igreja Católica, parágrafos 1590 a 1600).

O Matrimônio (sacramento):

Este Sacramento significa a união de Cristo com a Igreja. Concede aos


esposos a graça de amarem-se com o mesmo amor com que Cristo amou Sua
Igreja; a graça do sacramento leva à perfeição o amor humano dos esposos,
consolida sua unidade indissolúvel e os santifica no caminho da vida eterna
(Concliío de Trento).

Ao contrário do que muitos pensam, quem celebra o casamento são os noivos.


O ministro presente é uma testemunha da Igreja. O Matrimônio baseia-se no
consentimento dos contraentes, isto é, na vontade de doar-se mútua e
definitivamente para viver uma aliança de amor fiel e fecundo.

Este Sacramento é indissolúvel. Quando o casal se separa na lei dos homens,


permanecem casados na lei de Deus e um novo relacionamento ou um novo
casamento civil leva ao pecado de adultério. Neste caso a pessoa que assim
procede não se deve sentir excluída da Igreja. Apenas não poderá ter acesso à
comunhão eucarística (corpo e sangue de Cristo).

23
Há casos em que a Igreja reconhece que um casamento não foi selado por
Deus. Não que a Igreja cancele o Matrimônio, não é isso. Ela apenas, através
de provas, chega à conclusão que os cônjuges não estavam maduros
espiritualmente no momento do casamento e, por este motivo, esse jamais fora
válido. Dúvidas quanto à nulidade do casamento devem ser levadas a um
tribunal eclesiástico (Catecismo da Igreja Católica, parágrafos 1659 a 1665).

sacramento do Batismo
A Iniciação cristã

Iniciação cristã é o processo para conhecer e participar na vida da comunidade


cristã que é a Igreja. O homem se sente atraído por essa comunidade que lhe
oferece seu mistério: o projeto de salvação que Deus realiza em Jesus
Cristo. Segundo a tradição, "iniciar nos mistérios cristãos" quer dizer "iniciação
no Verbo". Como na experiência humana e religiosa, também aqui a linguagem
adequada é a simbólica.

Desde os tempos mais antigos a Igreja reconhece o Batismo, a confirmação e


a Eucaristia como etapas indispensáveis da caminhada necessária para se
ingressar na comunidade e, dentro dela, se vivenciar o Cristo: é por isso que
estes sacramentos têm o nome de sacramentos de iniciação cristã.

Os sete sacramentos, como expressões e alimento da fé, introduzem os


homens no mistério de Cristo e da Igreja. Em sentido amplo pode-se afirmar
que os sete “iniciam no cristianismo". Há, porém, três sacramentos chamados
de "'iniciação", porque se celebram no processo seguido para que o homem,
movido pela palavra, professe publicamente sua fé e participe da vida da
comunidade dos fiéis. Estes sacramentos são o Batismo, a Confirmação e a
Eucaristia.

BATISMO: entrada na comunidade de Jesus Cristo

Para entendermos o sacramento do Batismo, devemos partir do Batismo dos


adultos. No início da Igreja, só se batizam os adultos. Até o século V, o batismo
de crianças era exceção.
24
Aqueles que se impressionavam com a pregação sobre Jesus Cristo e eram
atraídos pela vivência da comunidade cristã, pediam para serem admitidos
como membros dessa comunidade.

Podemos observar que essas pessoas já tinham sido tocadas pela graça antes
de serem batizadas. O Espírito Santo já operava nelas. Já haviam passado por
uma "conversão", querendo mudar de vida, deixando para trás os costumes
pagãos e viver uma vida fraterna no meio da comunidade.

O Batismo era administrado depois de longa preparação. Em determinadas


épocas, essa preparação levava até três anos.

No início o Batismo era de submersão. Isto tinha um significado profundo:


submergir na água quer dizer: afogar, morrer: morrer ao pecado, converter-se.

Mas a água não simboliza só morte. Também é sinal de vida. O batizando saía
da água como um homem novo, de vida nova, a vida de Cristo Ressuscitado
(Cf. Rm 6,3-4).

A água também simboliza o Espírito Santo (Cf. Jo 7,37-39) que atua no cristão.

No Batismo também nós fomos tocados pelo Espírito e inseridos em Jesus


Cristo. Somos enxertados nele, assim como se enxerta uma planta (Cf. Rm
11,24). Jesus diz que ele é a parreira e nós somos os galhos. Assim como os
galhos morrem quando são cortados do tronco, assim também nós não
podemos viver sem Cristo.

Ser batizado é fazer uma opção de vida: optar por Jesus Cristo; viver,
julgar, agir, amar como ele.

Sendo incorporados em Cristo, nós nos tornamos irmãos dele e filhos do Pai,
de um modo novo. Podemos dizer que todo ser humano, também aquele que
não é batizado, é filho, criatura de Deus, porque veio de suas mãos. Mas o
batismo nos faz filhos de um modo novo, mais consciente, mais profundo. Faz-
nos irmão de Cristo e por sermos irmãos dele, somos filhos do Pai pela fé e
irmãos entre nós.

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O Batismo perdoa os pecados. Deus se esquece do que se passou, insere o
homem em Cristo e espera dele, doravante, muitos frutos. Na Igreja primitiva o
batismo é chamado "iluminação" e os recém-batizados “neófitos”. Foram
introduzidos na vida cujo símbolo é a luz.

Sobre a eficácia dos sacramentos


Em que sentido Jesus Cristo é o autor dos sacramentos?

O Concílio de Trento definiu solenemente que os sacramentos cristãos foram


instituídos por Jesus Cristo Nosso Senhor. Esta afirmação é fundamentalmente
certa. Entretanto, deve ser corretamente compreendida, no sentido que Trento
lhe conferiu.

Jesus Cristo instituiu os sacramentos ao encaminhar a comunidade da Igreja.


Inicialmente, enquanto desenvolveu sua atividade profética na Palestina, e
depois da ressurreição por meio de seu Espírito. Neste sentido, os
sacramentos "não são invenções da Igreja", mas ações de Jesus em sua
comunidade. A existência de verdadeiros sacramentos não precisa
fundamentar-se em cada caso ou palavra (comprovável ou presumível) do
Jesus histórico. A instituição de um sacramento também pode decorrer do
simples fato de Cristo ter fundado a Igreja com seu caráter sacramental.
Portanto, podemos falar de Cristo como autor dos sacramentos enquanto
é autor do Sacramento Universal da Igreja.

Tudo é de Cristo. Não só introduziu coisa nova que é Ele mesmo e sua
Ressurreição. Veio revelar a santidade de todas as coisas. Tudo está repleto
dele, ontem, hoje e sempre. Tudo o que é verdadeiro, santo e bom já é cristão.
Mesmo quando não se usa o nome cristão. Nada é rejeitado. Tudo é assumido.
Tudo é lido à luz da história do mistério de Cristo.

Os sacramentos sempre são eficazes

A presença da graça divina no sacramento não depende da santidade seja


daquele que administra o sacramento, seja daquele que o recebe. A causa da
graça não é o homem e seus méritos. Mas unicamente Deus e Jesus Cristo.
Daí dizer-se: o sacramento age “ex opere operato”, quer dizer, uma vez
26
realizado o rito sacramental, colocados os sagrados símbolos, Jesus Cristo age
e se torna presente. Não em virtude dos ritos por eles mesmos. Eles não têm
poder nenhum em si mesmos. Apenas simbolizam. Mas em virtude da
promessa de Deus mesmo. Caso contrário, estaríamos em plena magia.
Segundo esta, os gestos sagrados possuem uma força secreta neles mesmos
que atua favorável ou desfavoravelmente sobre os homens. O sacramento é
profundamente diferente da magia. No sacramento se crê que Deus assume os
sacramentos humanos, como o pão e a água, para através deles produzir um
efeito que supera as forças deles mesmos. O pão mata a fome e simboliza o
aconchego familiar; na eucaristia, Deus assume esse simbolismo e faz com
que o pão sacie a fome salvífica do homem e realize a comunidade nova dos
redimidos. A graça sacramental é causada por Deus mesmo. É Cristo
quem batiza, quem perdoa e quem consagra. O ministro empresta-lhes os
lábios indignos, empresta-lhes o braço que pode perpetuar obras más e
empresta-lhe o corpo que pode ser instrumento de maldade. A graça acontece
no mundo sempre vitoriosa, independentemente da situação dos homens.

O sacramento não é apenas rito. Pertence essencialmente ao sacramento o


processo de conversão e de busca de Deus. O sacramento é proposta de Deus
e também resposta humana. Somente na acolhida humilde do fiel, o
sacramento se realiza plenamente e frutifica. O homem vai descobrindo Deus e
Sua graça nos gestos significativos da vida. Vai se abrindo. Vai acolhendo Seu
advento. Até que na cerimônia oficial da comunidade de fé celebra e saboreia
essa presença divina através da fragilidade dos elementos materiais e das
palavras sagradas. Após a cerimônia a graça o acompanha sob outros sinais,
levando-o de busca em busca e de encontro em encontro para um derradeiro e
definitivo abraço.

Sem a conversão a celebração do sacramento é ofensa a Deus. Significa


jogar pérolas aos porcos, querer colocar os gestos da máxima visibilidade de
Cristo no mundo sem a adequada purificação interior. Para o encontro deve-se
estar com o coração na mão. Para o amor, puro. Para a festa, reconciliação.
Sem o preparo, o encontro é formalismo. O amor, paixão. A festa, orgia.

27
Se alguém comunga, deve ser elemento de comunhão no grupo em que vive.
Se alguém batiza e se deixa batizar deve ser, na comunidade testemunho de
fé... O sacramento exige engajamento. Aliás, a
palavra Sacramentum significava para os primeiros cristãos de fala latina
exatamente engajamento e compromisso. O rito (sem o compromisso que ele
supõe, encarna e expressa) é magia e mentira diante dos homens e de Deus.

O sacramento supõe a fé. Sem a fé o sacramento não fala nada e de nada. É


como na caneca sacramental. Só para aquele que teve uma profunda vivência
e convivência com ela, é significativa e simboliza algo mais do que uma
simples caneca de alumínio. Só para quem tem fé, os ritos sagrados, os
momentos fortes da vida se tornam os veículos misteriosos da presença da
graça divina. Caso contrário, transformam-se em meras cerimônias vazias e
mecânicas, no fundo ridículas.

O sacramento expressa a fé. Por um lado é o homem que pelo e no


sacramento se expressa a Deus, venera-o, glorifica-o e suplica-lhe vida e
perdão; por outro é Deus que pelo e no sacramento se expressa ao homem
dando-lhe carinho, vida e perdão.

O Sacramento alimenta a fé. Ao expressar a fé o homem modifica a si mesmo


e o mundo. A religião constitui um complexo simbólico que exprime e alimenta
permanentemente a fé. O sacramento é dela o coração. A graça o seu pulsar.

O Sacramento concretiza a Igreja universal numa determinada situação


crucial da vida, como o nascimento, o casamento. Por isso, não tem muito
sentido alguém querer receber algum sacramento da Igreja, se não tem
nenhuma ligação e adesão efetiva com esta Igreja. Para celebrar os
sacramentos é preciso que haja comunidade de fé e vida.

Não existe celebração de nenhum sacramento sem a presença da


comunidade. Nos sacramentos a comunidade celebra a vida de cada pessoa
presente que carrega consigo as aspirações, sentimentos, conquistas, as lutas
do dia-a-dia.

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A Igreja faz os sacramentos, pois é ela que convoca todos os seguidores de
Jesus para os celebrar. “Toda ação da Igreja para o serviço do Reino, participa,
de certa forma, da sua sacramentalidade. Mas, entre os múltiplos gestos da
Igreja que são sinais visíveis da presença da graça de Cristo entre os homens,
a Igreja reconhece sete sacramentos propriamente ditos”(CR 221).

Os Sacramentos fazem a Igreja. Os sacramentos são sinais para mais vida e


vida nova e livre. Eles dão vitalidade, coragem para a comunidade-Igreja.
Compromete a Igreja a viver a solidariedade, a justiça e a criar uma sociedade
mais fraterna. É nos sacramentos bem celebrados e assumidos que a Igreja
encontra sua identidade. São eles que permitem o encontro festivo com a
comunidade, levam a uma constante conversão e portanto, a uma
reconciliação. Fortalecem para a prática do serviço e testemunho. Dinamizam
para mais comunhão-partilha.

Fortalecer a vida comunitária, numa vivência comprometedora a partir dos


sacramentos, é tarefa de todos os pastores e de cada responsável por uma
pastoral ou movimento. É tarefa, também, educar para uma compreensão
correta de que existe uma forte relação entre sacramento e comunidade.
Sacramento que não leva a gestos concretos junto à comunidade pode tornar-
se um mero sacramentalismo.

O Sacramento pode ser deturpado em sacramentalismo. Celebra-se o


sacramento mas sem a conversão. Colocam-se sinais figurativos da
presença do Senhor, mas sem a preparação do coração. Os sacramentos
são usados para exprimir a adesão a uma fé. Entretanto esta fé é sem
conseqüências práticas. Não modifica a vida. É uma fé de uma hora por
semana, por ocasião da missa dominical ou de alguns momentos
importantes da vida, como por exemplo de um batizado, de algum
casamento, ou de um sepultamento. Fazem-se ritos, mas não se vive uma
fé viva. Na vida concreta vivem-se valores opostos à fé.

Outra deturpação diabólica do Sacramento: há pessoas que aproveitam toda e


qualquer ocasião para receber o sacramento, porque quer acumular graças
sobre graças. A preocupação não é um encontro pessoal com o Senhor. Mas o

29
acumular em termos “coisísticos”, como se a graça divina fora uma coisa que
pudesse ser acumulada e colecionada.

Há também o rito mágico, pessoas que acreditam que o sacramento age por si
mesmo em virtude de uma força misteriosa inerente aos próprios elementos
sacramentais. Não é mais o Cristo quem causa, mas a cerimônia nela mesma.
Não olham o rito como expressão da fé, expressão que Cristo assume para Ele
se fazer presente e comunicar por ela seu amor e sua graça. Muitas pessoas
têm uma interpretação mágica do sacramento. O respeito e o temor diante do
rito sagrado não articulam o temor e o respeito à presença do Senhor, mas
exprimem o modo de não executar corretamente os sinais e assim atrair a
maldição em vez da benção.

SÍMBOLOS E SINAIS DO BATISMO

Na liturgia os símbolos contêm, ocultam, e ao mesmo tempo revelam e comunicam o


mistério. Os sinais são simbólicos e litúrgicos na medida em que forem capazes de
ocultar, conter, revelar e comunicar os mistérios de Cristo. Na liturgia os símbolos e os
gestos são muito importantes. Falam mais do que as palavras. Eles contêm, ocultam, e
ao mesmo tempo revelam e comunicam o mistério.

A catequese sobre os símbolos e sinais do Batismo pode ser feita durante a preparação
ou na celebração. É importante que estejam em um lugar apropriado, em exposição,
para serem mostrados

Nome O nome é muito importante. Ele representa que a pessoa é única para Deus e
para a humanidade. Valorizar o nome de alguém é reconhecer a sua dignidade. No
Evangelho, Jesus nos diz que o pastor chama cada uma das ovelhas pelo nome e
caminha na frente delas. Deus é assim, Ele chama cada um por seu nome e guia o seu
caminho.

Na celebração do sacramento do Batismo, a criança é apresentada pelo seu nome. O


Celebrante pergunta aos pais: - Que nome vocês escolheram para esta criança? Os pais
dizem o nome.

30
Cruz

0 Sinal da Cruz É o sinal do Cristo Salvador, sinal da vida que vence a morte. A cruz, na
época de Jesus, era um instrumento de condenação. Os que não cumpriam as leis, que
cometiam algum crime eram crucificados. Quem era pregado na cruz não tinha direito
à sepultura, ficava pregado na cruz até que o corpo fosse sendo consumido pelo
tempo e comido pelos animais e aves. Era um jeito bárbaro de amedrontar as pessoas
que transgrediam as leis. O Filho de Deus participou da pior condenação. Foi acusado
de subversivo. Opôs-se as normas e leis que impunham um fardo pesado, incapaz de
ser carregado pelos pobres. Foi condenado à morte e morte de cruz. Mas, nela não
permaneceu, pois, ressuscitou. A partir desse momento a cruz não é mais sinal de
morte e condenação, mas sinal de vida, de libertação, salvação e vitória. Por isso, a
criança é marcada com o sinal da cruz, o sinal de vitória da vida sobre a morte. O gesto
exprime o primeiro encontro da criança com a fé em Jesus Cristo e na salvação pela
morte redentora do Senhor na cruz. –Este sinal é feito pelo celebrante na testa da
criança. Se for orientado, pelo celebrante, os pais e padrinhos fazem o mesmo gesto

Óleo

Os óleos utilizados no sacramento do Batismo são abençoados na Missa dos Santos


Óleos, na quinta-feira da Semana Santa. Há dois ritos de unção no Batismo. A primeira
unção é feita antes da infusão da água, durante as preces, após a Liturgia da Palavra,
chamada de pré-batismal. É a unção com o óleo dos catecúmenos. O ministro do
Batismo unge o peito da criança, dizendo: “O Cristo Salvador te dê sua força. Que ela
penetre em tua vida, como este óleo em teu peito”. A unção lembra que aquele que
está sendo batizado deve ser um cristão lutador, que vai combater as forças do mal,
com a força de Cristo. A segunda unção na parte final do batizado é feita, com o óleo
do Crisma. Cristo foi ungido pelo Espírito Santo de um modo muito especial. Esta
unção quer significar que pelo Batismo o batizado torna-se participante do poder
messiânico de Jesus: Sacerdote, Profeta e Rei. Como sacerdote oferece sua vida, se
doa, como profeta se torna porta voz de Deus anunciando sua palavra e como rei serve
como Jesus serviu, lavando os pés dos discípulos. A unção é feita na cabeça (fronte) da
criança.

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Água

O símbolo batismal mais importante é a água. À semelhança do que aconteceu na


criação, das águas do Batismo santificadas pelo Espírito Santo emerge uma nova
criatura. A mãe Igreja, pelas águas do Batismo, fecundadas pelo Espírito Santo, dá à luz
novos filhos. Como as águas do dilúvio submergiram um mundo pecador, e como as
águas do mar Vermelho afogaram a cavalaria do Faraó que perseguia o povo que fugia
da escravidão, assim também as águas batismais destroem o pecado, afogam o
inimigo, exterminam e cancelam o mal. No dilúvio foram poupados os justos; e das
águas do mar Vermelho saiu um povo livre e em festa. Da mesma forma, das águas do
Batismo sai uma pessoa purificada das culpas, liberta da escravidão do pecado e do
demônio. É o Espírito Santo que atua no símbolo da água em todos os acontecimentos
e no momento do Batismo. Ele, com a força e o poder divino, destrói todo o mal que
existe e proporciona a alegria de uma nova vida. A água é um elemento que a natureza
nos oferece e que usamos no batismo. A água é o elemento purificador, que lava,
limpa e renova. Ela faz germinar a semente, é fonte de vida. Sem água tudo morre.

Veste Branca

O Batismo é um novo nascimento. Aquele que foi batizado desveste-se do homem


velho e reveste-se do Ressuscitado. A veste branca simboliza que o batizado se
revestiu de Cristo (Gl 3,27); ressuscitou com Cristo. Que todo batizado possa manter as
vestes brancas (a vida de Cristo) “imaculadas até a Vida Eterna”. 23 Luz O Círio Pascal é
uma vela grande que significa a Luz de Cristo. É acesa na Páscoa e permanece até
Pentecostes. Em todo batizado é aceso significando que a Luz se faz presente na vida
de todo Cristão durante sua caminhada na terra, até incorporar-se definitivamente à
Luz da Vida Eterna. Quando nos falta a luz a escuridão nos faz tropeçar e cair. No rito
da Celebração a vela que é entregue aos pais e padrinhos é acesa no Círio Pascal, que
foi aceso no Sábado Santo, quando celebramos a Ressurreição de Jesus, a vida que
vence a morte, a luz que vence as trevas. É de Cristo que recebemos a luz que nunca

32
deve se apagar. Aos pais e padrinhos é confiada a missão de ampliar essa luz, para que
as crianças iluminadas por Cristo vivam sempre como filhos da luz e, perseverando na
fé, sejam luz do mundo. Portanto, somos filhos da luz e não caminhamos por entre as
trevas. Fomos iluminados e teremos, também, que iluminar a vida dos outros; “Vós
sois a luz do mundo...brilhe vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas
obras e glorifiquem o vosso Pai que está nos Céus” (Mt 5,14-16). A vela entregue aos
pais deve ser acesa todos os anos para lembrar este dia especial, para agradecimento e
para fazer uma oração na doença.

Éfeta

Palavra Grega que significa ‘abre-te”, para ouvir e entender a Palavra de Deus e
anunciá-la. Pelo Batismo, o Senhor através do Espírito Santo, abre os ouvidos, da
criança ou adulto, para que ouça e entenda a Palavra de Deus, solta a sua língua e lhe
abre a boca para poder professar a sua fé. Esta é a missão de todos nós, ouvir a Palavra
com atenção e falar, anunciar o que se ouviu para todos. Este rito é realizado logo após
a entrega da vela acesa.

Sal

“Vós sois o sal do mundo” (Mt 5,13). O sal dá sabor, preserva os alimentos, é
medicinal. O sal precisa ser na medida certa, sem exageros, a quantidade exata para
fazer a diferença. Todos os cristãos são chamados a ser o sal da terra, o tempero, o
exemplo que estimulará os irmãos a caminhar na estrada do direito, da justiça e do
amor fraterno. Agindo no mundo os cristãos colaboram para um mundo melhor, com
mais amor.

Profissão de Fé

CREIO EM DEUS Neste Ano da fé, gostaria hoje de começar a meditar convosco sobre o
Credo, ou seja, sobre a solene profissão de fé que acompanha a nossa vida de fiéis. O

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Credo começa assim:“Creio em Deus”. É uma afirmação fundamental, aparentemente
simples na sua essencialidade, mas que abre ao mundoinfinitoda relaçãocom o Senhor
e com o seumistério.

Acreditar em Deus implica adesão a ele, acolhimento da sua Palavra e obediência


jubilosa à sua revelação. Como ensina o Catecismo da Igreja Católica, “a fé é um ato
pessoal, uma resposta livre do homem à proposta de Deus que se revela”.

1 Portanto, poder dizer que se crê em Deus é um dom – Deus revela-se, vem ao nosso
encontro – e, ao mesmo tempo, um compromisso, é graça divina e responsabilidade
humana, numa experiência de diálogo com Deus, que, por amor,“fala aos homens
como a amigos”,

2 fala-nos a fim de que, na fé e com a fé, possamos entrar em comunhão com ele.
Onde podemos ouvir Deus e a sua palavra? É fundamental a Sagrada Escritura, onde
podemos ouvir a Palavra de Deus, que é alimento para a nossa vida de “amigos” de
Deus.

A Bíblia inteira narra o revelar-se de Deus à humanidade; toda a Bíblia fala de fé e


ensina-nos a fé, narrando uma história em que Deus faz progredir o seu desígnio de
redenção, tornando-se próximo de nós, homens, através de muitas figuras luminosas
de pessoas que acreditam nele e a ele se confiam, até à plenitude da revelaçãono
Senhor Jesus.

1 Catecismo da Igreja Católica, n. 166. 2 Dei Verbum, n. 2. 10 A esse propósito, é muito


bonito o capítulo 11 da Carta aos Hebreus, que há pouco ouvimos. Ali, fala-se da fé e
põem-se em evidência as grandes figuras bíblicas que a viveram, tornando-se modelo
para todos os fiéis. No primeiro versículo, o texto reza: “A fé é o fundamento da
esperança, é uma certeza a respeito do que não se vê”.

3 Por conseguinte, os olhos da fé são capazes de ver o invisível, e o coração do crente


pode esperar além de toda a esperança precisamente como Abraão, a respeito de
quem, na Carta aos Romanos, Paulo afirma que “acreditou, esperando contra toda a
esperança”.

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4 E é precisamente sobreAbraão,que gostariade chamar a nossa atenção, porque ele é
a primeira grande figura de referência para falar de fé em Deus: Abraão, o grande
patriarca, modelo exemplar, pai de todos os crentes .

5 A Carta aos Hebreus apresenta-o assim: “Foi pela fé que Abraão, obedecendo ao
apelo divino, partiu para uma terra que devia receber em herança. E partiu sem saber
para onde ia. Foi pela fé que ele habitou na terra prometida, como em terra
estrangeira, habitando aí em tendas com Isaac e Jacó, co-herdeiros da mesma
promessa. Porque tinha a esperança fixana cidade assentada sobreos fundamentos
eternos, cujo arquiteto e construtor é o próprio Deus”.

6 Aqui, o autor da Carta aos Hebreus faz referência à vocação de Abraão, narrada no
livro do Gênesis, o primeiro livro da Bíblia. O que pede Deus a este patriarca? Pede-lhe
que parta, abandonando a própria terra para ir rumo à terra que lhe indicar: “Deixa a
tua terra, a tua família e a casa de 3 Hb 11,1. 4 Rm 4,18. 5 Cf. Rm 4,11-12. 6 Hb 11,8-
10. 11 teu pai e vai para a terra que eu te mostrar”.

7 Como teríamos respondido nós a um convite semelhante? Com efeito, trata-se de


uma partida às escuras, sem saber para onde Deus o levará; é um caminho que exige
uma obediência e uma confiança radicais, ao qual só a fé permite aceder.Mas a
escuridão do desconhecido – onde Abraão deve ir – é iluminada pela luz de uma
promessa;Deus acrescenta ao mandato uma palavra tranquilizadora que abre diante
de Abraão um futuro de vida em plenitude: “Farei de ti uma grande nação; abençoar-
te-ei e exaltarei o teu nome... e todas as famílias da terra serão benditas em ti”.

8 Na Sagrada Escritura, a bênção está vinculada primariamente ao dom da vida que


vem de Deus e manifesta-se em primeiro lugar na fecundidade, numa vida que se
multiplica, passando de geração em geração. E à bênção está ligada também a
experiência da posse de uma terra, de um lugar estável onde viver e crescer em
liberdade e segurança, temendo a Deus e construindo uma sociedade de homens fiéis
à Aliança, “reino de sacerdotes e nação santa”.

9 Por isso, no desígnio divino, Abraão está destinado a tornar-se “pai de uma multidão
de povos”

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10 e a entrar numa nova terra onde habitar. E, no entanto, Sara, sua esposa, é estéril,
não pode ter filhos; e o país para o qualDeus o conduz é distante da sua terra de
origem, já é habitado por outras populações, e nunca lhe pertencerá
verdadeiramente.Onarrador bíblico sublinha-o, mas com muita discrição: quando
Abraão chegou ao lugar da promessa de Deus,“os cananeus já viviamnaquela terra”.

11 Aterra que Deus oferece aAbraão 7 Gn 12,1. 8 Gn 12,2.3. 9 Cf. Ex 19,6. 10 Gn 17,5;
cf. Rm 4,17-18. 11 Gn 12,6. 12 não lhe pertence, ele é um estrangeiro e tal
permanecerá para sempre, com tudo o que isso comporta: não ter perspectivas de
posse, sentir sempre a própria pobreza, ver tudo como dádiva. Essa é também a
condição espiritual de quem aceita seguir o Senhor, de quem decide partir, acolhendo
o seu chamado, sob o sinal da sua bênção invisível, mas poderosa. E Abraão, “pai dos
crentes”, aceita este chamado na fé. Na Carta aos Romanos, São Paulo escreve:
“Esperando, contra toda a esperança, Abraão teve fé e tornou-se pai de muitas nações,
segundo o que lhe fora dito: 'Assim será a tua descendência'. Não vacilou na fé,
embora tenha reconhecidoo seu próprio corpo sem vigor – pois tinha quase cem anos
– e o seio de Sara igualmente amortecido. Diante da promessa de Deus, não vacilou,
não desconfiou, mas conservou-se forte na fé e deu glória a Deus. Estava plenamente
convencido de que Deus era poderoso, para cumprir o que prometera”.

12 A fé leva Abraão a percorrer um caminho paradoxal. Ele será abençoado, mas sem
os sinais visíveis da bênção: recebe a promessa de se tornar um grande povo, mas com
uma vida marcada pela esterilidade da sua esposa Sara; é levado para uma nova pátria,
mas nela deverá viver como estrangeiro; e a única posse da terraque se lhe permitirá
será a de um pequeno terreno para ali sepultar Sara.13 Abraão é abençoado porque,
na fé, sabe discernir a bênção divina, indo além das aparências, confiando na presença
de Deus até quando os seus caminhos lhe parecem misteriosos. O que isso significa
para nós? Quando afirmamos: “creio em Deus”, nós dizemos como Abraão: “Confio em
ti; confio-me a ti, ó Senhor!”, mas não como a alguém a quem 12 Rm 4,18-21. 13 Cf.
Gn 23,1-20.

13 recorrer apenas nos momentos de dificuldade, ou a quem dedicar alguns


momentos do dia ou da semana.Dizer “creio em Deus” significa fundar sobre ele a

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minha própria vida, deixar que a sua Palavra me oriente todos os dias, nas escolhas
concretas, sem medo de perder algo de mim mesmo. Quando, no Rito do Batismo, por
três vezes somos interrogados: “Credes?” em Deus, em Jesus Cristo, no Espírito Santo,
na santa Igreja católica e nas outras verdades de fé, a tríplice resposta é no singular:
“creio”, porque é a minha existência pessoal que deve passar por uma transformação
mediante o dom da fé; é a minha existência que deve mudar, converter-se.

Cada vez que participamos de um batizado, deveríamos perguntar-nos como vivemos


diariamente o grande dom da fé. Abraão, o crente, ensina-nos a fé; e, como
estrangeiro na terra, indica-nos a pátria verdadeira. A fé torna-nos peregrinos na terra,
inseridos no mundo e na história, mas a caminho da pátria celestial. Portanto, crer em
Deus torna- -nos portadores de valores que muitas vezes não coincidem com a moda,
nem com a opinião do momento; exige que adotemos critérios e assumamos
comportamentos que não pertencem ao modo de pensar comum.

O cristão não deve ter medo de ir “contra a corrente” para viver a sua fé, resistindo à
tentação de “se conformar”. Em numerosas das nossas sociedades, Deus tornou-se o
“grande ausente” e no seu lugar existem muitos ídolos, ídolos extremamente
diferentes entre si, e sobretudo a posse e o “eu” autônomo. E também os progressos
notáveis e positivos da ciência e da técnica suscitaram no homem uma ilusão de
onipotência e de autossuficiência, e um egocentrismo crescente criou não poucos
desequilíbrios no contexto das relações interpessoais e dos comportamentos sociais.

14 E, no entanto, a sede deDeus14não foi saciada e a mensagem evangélica continua a


ressoar através das palavras e das obras de numerosos homens e mulheres defé.
Abraão, o pai dos crentes, continua a ser pai de muitos filhos que aceitam caminhar no
seu rastro e põem-se a caminho, em obediência à vocação divina, confiandona
presençabenévola doSenhor e acolhendoa suabênção, a fimde se fazerbênção para
todos.É omundo abençoadoda fé, ao qualtodos somos chamados, para caminhar sem
medo no seguimentodo Senhor Jesus Cristo.

Trata-se de um caminho por vezes difícil, que conhece tambémaprova e amorte, mas
queabre à vida, numa transformação radical da realidade,que unicamente os olhos da
fé são capazes de ver e saborear emplenitude. Então, afirmar “creio em Deus” impele-

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nos a partir, a sair de modo incessante de nós mesmos, precisamente como Abraão,
para levar à realidade quotidiana em que vivemos a certeza que nos deriva da fé: ou
seja, a certeza da presença de Deus na história, também hoje; uma presença que traz
vida e salvação, abrindo-nos a um futuro com ele, para uma plenitude de vida que
nunca conhecerá ocaso.

Audiência geral 23 de janeiro de 2013

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