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Alunos(as): Beatriz Marques, Eloísa Trindade, João Marcos Silva, Nelson da Silva
Amaral, Sâmara Aires
Psicologia do Desenvolvimento I
Ensaio Acadêmico
Aparecida de Goiânia
2021
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Sumário
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I. Introdução e Apresentação do livro Meu Pé de Laranja Lima
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por cuidar dessa criança. No livro, é possível perceber que o protagonista Zezé
vivia em uma casa com mais 06 (seis) pessoas e a renda não era o suficiente para
que todos vivessem com tranquilidade. A mãe de Zezé trabalhava em um fábrica
na cidade e o pai de Zezé estava desempregado e nunca estava muito presente.
Foi comprovado que as crianças que durante um longo período vivem em um
ambiente de pobreza ou extrema pobreza tem chances maiores de
desenvolverem problemas relacionados ao aspecto afetivo e em seus
comportamentos, comparado a crianças que crescem em ambientes com
condições melhores. Contudo, não significa que crianças filhas de pais ricos
estão livres de riscos, pois geralmente essas crianças são expostas a uma
cobrança social muito maior, o que aumenta o tempo em que essas crianças são
deixadas sob cuidados que não são de seus progenitores. Crianças que não
possuem um tempo de qualidade com seus progenitores/responsáveis estão mais
propensas a desenvolverem hipersensibilidade e problemas relacionados ao
aspecto afetivo.
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exemplo quando ele afirmou que mataria o pai biológico, sendo então
questionado por Portuga o porquê ele faria isso. Então, a criança responde que
não o mataria fisicamente, mas que o mataria dentro de sim, porque era dessa
maneira não se ia querendo mais o bem dessa pessoa.
O desafio que muitas crianças enfrentam hoje é o de ser criança em um mundo onde
constantemente essa criança sofre as consequências dos problemas de adultos e o
quanto isso pode afetar a imagem que ela tem de si mesma. O Zezé chegava a acreditar
que merecia as coisas ruins que aconteciam com ele e que tinha “o diabo no corpo”,
porque era um menino travesso, e chega a dizer que não quer mais existir. O
autoconceito que o garoto tinha de si era deformado, e isso se devia as influências
sociais (família, vizinhos). Sua identidade pessoal era ditada pelas pessoas que diziam
que ele era um menino de uma personalidade tinhosa, mas que se esqueciam da
sensibilidade e carisma que o menino possuía. Querendo que seus filhos tenham sempre
os melhores presentes e cuidados, muitos pais/cuidadores acabam se tornando ausentes
na vida de seus filhos, e nesse caso, o excesso de trabalho e recompensas materiais
podem causar uma carência afetiva na relação pais-filhos. E com essa carência, muitas
crianças se tornam adultos feridos. Esse tipo de comportamento de pais que se
preocupam mais com seus interesses e necessidades pessoais do que com seus filhos,
pode os classificar como parientalidade negligente. (Desenvolvimento Humano,
Papalia, Diane E., Feldman, Ruth Duskin, 12° edição 2013 Pág 303). Outro ponto de
destaque que merece ser avaliado é a maneira como Zezé era corrigido quando fazia
algo considerado incorreto. Ao invés de conversarem com ele, mostrando que apesar de
ser um bom rapaz ele havia cometido algo ruim, o garoto era muitas vezes espancado, e
em outros casos, ele não conseguia compreender o porquê daquelas surras. Acontece
que ao corrigirem da maneira correta, não ensinavam ao menino, mas sim o faziam ter
sentimentos ruins das pessoas, como acontece com o pai.
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Meu rosto quase não se podia mexer, era arremessado. Meus olhos abriam-se para se tornar a fechar com o impacto
das bofetadas. Eu não sabia se devia parar ou se tinha de obedecer... Mas na minha dor tinha resolvido uma coisa.
Seria a última surra que eu levaria, seria a última mesmo que morresse para isso.
Assassino! ... Mate de uma vez. A cadeia está aí para me vingar.
(Zezé, Meu pé de laranja lima. Pág 89)
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como foi a vida adulta de Zezé, mas pode-se deduzir que com todas essas perdas ao
longo das fases de sua vida, o garoto Zezé talvez nunca mais conseguiu ser o mesmo.
Hoje sou eu que tento distribuir as bolas e as figurinhas, porque a vida sem ternura não é lá grande coisa. Às vezes
sou feliz na minha ternura, às vezes me engano, o que é mais comum. Naquele tempo. No tempo de nosso tempo, eu
não sabia que muitos anos antes, um Príncipe Idiota ajoelhado diante de um altar perguntava aos ícones, com os
olhos cheios d'água: “POR QUE CONTAM COISAS AS CRIANCINHAS’ A verdade, meu querido Portuga, é que
a mim contaram as coisas muito cedo. Adeus!
(Zezé, Meu pé de laranja lima, pág. 92)
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Referências Bibliográficas
Papalia, Diane E., Feldman, Ruth Duskin, Desenvolvimento Humano, AMGH Editora
12° edição,2013