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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

ESCOLA POLITÉCNICA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

Ana Almeida Formigli Serra

ESTUDO COMPARATIVO DE VIABILIDADE DE UTILIZAÇÃO DAS LAJES COM


SUBSTITUIÇÃO PARCIAL DE CONCRETO POR ESFERAS DE POLIPROPILENO
EM RELAÇÃO ÀS LAJES MACIÇAS USUAIS

Salvador
2014
Ana Almeida Formigli Serra

ESTUDO COMPARATIVO DE VIABILIDADE DE UTILIZAÇÃO DAS LAJES COM


SUBSTITUIÇÃO PARCIAL DE CONCRETO POR ESFERAS DE POLIPROPILENO
EM RELAÇÃO ÀS LAJES MACIÇAS USUAIS

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado à Universidade Federal da
Bahia como requisito parcial para
obtenção do título de graduada em
Engenharia Civil.

Orientador: Prof. Ricardo Fernandes Carvalho

Salvador
2014
Dedico este trabalho, como todas as minhas conquistas, a minha mãe Maria do
Carmo, ao meu pai José Wilson e ao meu irmão Juca.
AGRADECIMENTOS

À minha mãe Maria do Carmo, por toda a paciência e compreensão durante a


elaboração deste trabalho. Obrigada por todas as opiniões e pelo carinho
incansável.

Ao meu pai José Wilson, pelo entusiasmo com o meu trabalho, por sempre acreditar
junto comigo e pelo apoio incondicional.

Ao meu irmão Juca, pela força e pelos momentos de descontração ao longo de um


período tão “tenso”.

À tia Vera, por todas as horas dedicadas a mim e ao meu trabalho. Obrigada pelo
incentivo, pelas correções e recorreções, e por estar ao meu lado mais uma vez, e
como sempre.

À Mônica, por se dispor a entender engenharia para me ajudar.

A minha família e aos meus amigos pela torcida, e por entenderem tantas ausências
nesse período.

Ao meu orientador Prof. Ricardo Carvalho, por aceitar o desafio junto comigo.

Ao meu líder e amigo Guilherme Fagundes, por cada ensinamento e contribuição.

À empresa BubbleDeck Brasil, pela disponibilidade de informações. Especialmente


ao Eng. Latif Chater, por toda a sua colaboração.

Às obras visitadas, por disponibilizarem as informações e permitirem a coleta de


dados, que possibilitou a execução deste Trabalho de Conclusão de Curso.
SERRA, Ana Almeida Formigli. Estudo comparativo de viabilidade de utilização das
lajes com substituição parcial de concreto por esferas de polipropileno em relação às
lajes maciças usuais. 82 f. 2014. Trabalho de Conclusão do Curso – Escola
Politécnica, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2014.

RESUMO

Foi realizado um estudo descritivo e comparativo com objetivo de analisar a


viabilidade de utilização de lajes com esferas de polipropileno substituindo o
concreto onde o mesmo não exerce função estrutural, comparadas às lajes maciças
usuais. Foram estudadas três obras, uma delas utilizando a tecnologia de laje
maciça usual (Obra A) e as outras duas utilizando esferas de polipropileno (Obras B
e C). Os dados foram obtidos através de entrevistas e observação local. Foram
analisados: a configuração do canteiro de obras (Obras A, B e C), a produtividade e
o custo (Obras A e B). Os resultados apontaram vantagens da construção com lajes
com esferas de polipropileno em relação à utilização de lajes maciças usuais,
especialmente, em relação à produtividade e ao custo indicando a oportunidade de
incorporação de uma solução mais eficiente, adequada ambiental e
economicamente, na construção civil brasileira.

Palavras-chave: laje plana; esferas de polipropileno; substituição de concreto.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Millennium Tower, Holanda.........................................................................12

Figura 2: Obra do estacionamento da sede de empresa construtora em Salvador,


Bahia..........................................................................................................................13

Figura 3: Centro administrativo no Distrito Federal, Brasília.....................................14

Figura 4: Laje maciça usual........................................................................................22

Figura 5: Lajes nervuradas.........................................................................................22

Figura 6: Lajes planas................................................................................................23

Figura 7: Esquema da pré-laje...................................................................................31

Figura 8: Fábrica das esferas de polipropileno..........................................................36

Figuras 9 e 10: Guindaste - Obra B e grua - Obra A..................................................39

Figura 11: Montagem das gaiolas - Obra C...............................................................40

Figura 12: Pequeno estoque das gaiolas prontas para serem transportadas - Obra
C.................................................................................................................................40

Figura 13: Fluxograma do serviço - Obra B.......................................................41 e 42

Figura 14: Ciclo da laje BubbleDeck - Obra B............................................................44

Figura 15: Posicionamento das piscinas na realização da Prova de Carga - Obra


B.................................................................................................................................53

Figuras 16 e 17: Montagem das piscinas nas lajes A e C – Obra B..........................53


Figuras 18 e 19: Deflectômetros instalados – Obra B................................................54

Figuras 20 e 21: Vistas das piscinas durante o carregamento – Obra B..................54

Figuras 22 e 23: Medição e marcação das fissuras – Obra B....................................55

Figura 24: Laje moldada e posicionada no forno de ensaio – Obra B......................56

Figura 25: Detalhe da fixação dos termopares nas armaduras da laje – Obra
B.................................................................................................................................57

Figura 26: Localização dos pontos de medida de temperatura na face não exposta
ao fogo – Obra B........................................................................................................58

Figura 27: Face exposta ao fogo do corpo de prova após a execução do ensaio –
Obra B........................................................................................................................58

Figura 28: Execução do ensaio de resistência ao fogo. Liberação de água e


surgimento de fissuras (face exposta ao fogo) – Obra B...........................................59
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Emissão global de gases de efeito estufa.................................................17

Gráfico 2: Emissão de gases de efeito estufa pela indústria do cimento................18


LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Especificações técnicas das lajes BubbleDeck, segundo o tipo..............25

Quadro 2: Especificações técnicas das lajes BubbleDeck de acordo com os


diâmetros das esferas................................................................................................25

Quadro 3: Comparação do isolamento acústico da laje BubbleDeck com a laje


maciça........................................................................................................................28

Quadro 4: Resistência da laje BubbleDeck ao fogo...................................................28

Quadro 5: Comparação do isolamento térmico da laje BubbleDeck com a laje


maciça........................................................................................................................29

Quadro 6: Comparativo entre laje nervurada e laje BubbleDeck - Obra B................37

Quadro 7: Resultados das produtividades - Obra A...................................................43

Quadro 8: Comparação da produtividade - Obra A com a TCPO..............................44

Quadro 9: Valores da mão de obra e equipamentos para um dia de concretagem –


Obra A........................................................................................................................46

Quadro 10: Classificação da prova de carga em função da intensidade do


carregamento.............................................................................................................52

Quadro 11: Traço do concreto – Obra B....................................................................56


LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Custo total da estrutura da Obra A.............................................................47

Tabela 2: Custo total do concreto - Obra A.....................................................47

Tabela 3: Custo total do aço - Obra A.............................................................47

Tabela 4: Custo total dos materiais auxiliares e equipamentos - Obra A.........48

Tabela 5: Custo total da estrutura - Obra A....................................................48

Tabela 6: Custo do m² da estrutura da Obra B..........................................................49

Tabela 7: Custo do m² da estrutura da Obra B utilizando laje nervurada.................50


SUMÁRIO
RESUMO.............................................................................................................4
LISTA DE FIGURAS............................................................................................5
LISTA DE GRÁFICOS.........................................................................................7
LISTA DE QUADROS..........................................................................................8
LISTA DE TABELAS............................................................................................9
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 11
1.1 Justificativa ................................................................................................... 14
1.2 Objetivo ........................................................................................................ 14
2 IMPLICAÇÕES DA SUBSTITUIÇÃO PARCIAL DO CONCRETO POR
ESFERAS DE POLIPROPILENO.............................................................................. 15
2.1 Sustentabilidade do material e redução dos impactos ambientais ............... 15
2.2 Interação das esferas de polipropileno com o concreto e seus componentes
19
2.3 Acessibilidade da tecnologia de fabricação das esferas de polipropileno .... 20
3 CARACTERÍSTICAS DAS LAJES COM ESFERAS DE POLIPPROPILENO .... 22
3.1 Classificação quanto ao tipo de laje ............................................................. 22
3.2 Definição da espessura segundo a empresa fabricante............................... 24
3.3 Resistência à flexão, cisalhamento e punção, segundo a empresa fabricante
26
3.4 Compatibilização com projetos de instalações ............................................. 27
3.5 Isolamentos acústico e térmico segundo a empresa fabricante ................... 27
3.6 Aprovações e certificações mundiais ........................................................... 29
4 MÉTODOS CONSTRUTIVOS DAS LAJES COM ESFERAS DE
POLIPROPILENO ..................................................................................................... 30
5 METODOLOGIA ................................................................................................ 33
6 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ................................................ 36
6.1 Configuração dos canteiros de obras ........................................................... 36
6.1.1 Áreas de armazenagem e equipamentos utilizados para as etapas
construtivas da estrutura da edificação .............................................................. 36
6.1.2 Fluxo de serviço..................................................................................... 39
6.2 Produtividade ............................................................................................... 42
6.3 Custo ............................................................................................................ 46
6.4 Outros testes de desempenho realizados pela Obra B ................................ 51
6.4.1 Prova de carga estática ......................................................................... 51
6.4.2 Teste de verificação da resistência ao fogo ........................................... 55
7 CONCLUSÕES .................................................................................................. 60
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................62
ANEXOS..............................................................................................................65
11

1 INTRODUÇÃO

“Não há motivo para ser otimista no caminho da industrialização. Caminha-se


muito lentamente. Esse é um setor muito tradicional. O que ocorre na construção em
20 anos, ocorre na medicina em 20 meses e na microeletrônica em 20 dias”
(SALAS, 1988, citado por alunos de engenharia, 2010). Mesmo tendo sido dita há 25
anos, a frase do arquiteto e engenheiro espanhol ainda retrata a realidade da
construção civil. Apesar da escassez de mão de obra qualificada, alta
competitividade do mercado, prazos apertados e exigências de qualidade cada vez
maiores, a industrialização e a utilização de técnicas inovadoras ainda encontram
grande resistência nas obras. Nesse contexto de escassez de industrialização, uma
das soluções é o uso de pré-moldados, já que os mesmos padronizam processos
executivos, reduzem desperdícios e ociosidade de mão de obra, aumentam a
organização nos canteiros, simplificam o planejamento, diminuem custos indiretos e
com produção, entre outras vantagens.
Dentre as tecnologias disponíveis, destaca-se a tecnologia dinamarquesa
denominada BubbleDeck, que utiliza esferas ocas de polipropileno substituindo
especificamente o concreto que não desempenha função estrutural na laje. O
objetivo principal é reduzir o peso próprio das lajes, proporcionando maior agilidade
em obras, menores custo e impacto ambiental. A tecnologia se aplica em edificações
de pequeno ou grande porte, sendo necessário, apenas, o estudo de viabilidade
econômica da obra. A alternativa pode reduzir em até 35% o peso da laje,
substituindo, aproximadamente, 60 kg de concreto por 1 kg de plástico. A execução
da laje é feita basicamente em quatro etapas: a fabricação dos painéis; a execução
do escoramento; a colocação da malha inferior, das esferas e da malha superior
soldada; e, por fim, a concretagem do módulo (BubbleDeck Brasil, 2013).
Utilizar o concreto apenas onde ele possui função estrutural não é uma
novidade. Há muito tempo as lajes ocas são utilizadas com concreto apenas na
região solicitada à compressão, já que o mesmo trabalha com baixas tensões à
tração e, portanto, usá-lo nessas regiões só resultaria em perdas de material e
aumento do peso próprio da estrutura.
Na década de 80, durante um concurso nacional criado pelo governo da
Dinamarca, as lajes BubbleDeck surgiram, utilizando o mesmo conceito das lajes
ocas. O idealizador da tecnologia foi o engenheiro Jorgen Breuning e sua intenção
12

foi desenvolver uma laje flexível que fosse melhor solução ecológica, econômica e
aplicável em larga escala. Para isso, criou uma laje de concreto com vazios
interiores, utilizando-se de esferas plásticas (SILVA, 2011).
A primeira obra a ser construída com a tecnologia de substituição parcial do
concreto por esferas de polipropileno foi o Millennium Tower, na cidade de
Rotterdam, na Holanda (Figura 1). O projeto previa inicialmente a utilização de lajes
ocas tubadas, mas antes que fosse iniciada a construção, decidiu-se utilizar as lajes
BubbleDeck, o que resultou em uma aceleração dos ciclos dos pavimentos de dez
para quatro dias. Também significou redução de 50% dos pilares da obra e uma
economia de 500 viagens de caminhão. Devido à não utilização de vigas por esta
nova tecnologia e a consequente diminuição do pé direito, conseguiu-se adicionar
dois pavimentos à edificação. Quando terminada sua construção em 2000, a
Millennium Tower era a segunda maior construção da Holanda, com 149 m de altura
e 35 andares (SILVA, 2011).

Figura 1: Millennium Tower, Holanda.

Fonte: Téchne 138, 86-88, 2008.

Mais de um milhão de metros quadrados de lajes BubbleDeck já foram


construídos nos últimos anos só na Dinamarca e na Holanda. A nova tecnologia de
utilização de esferas de polipropileno já é utilizada em mais de 30 países, entre eles
a Grã-Bretanha, tendo ganhado diversos prêmios europeus, em razão do alto grau
13

de inovação e sustentabilidade. Alguns exemplos são o Prêmio Edifício Holandês, o


Prêmio Ambiental Industrial e o Prêmio de Inovação da Holanda (SILVA, 2011).
A primeira obra a ser executada utilizando o conceito de lajes BubbleDeck no
Brasil foi a nova sede de uma grande construtora na cidade de Salvador, Bahia.
Assim como a Millennium Tower, isso só ocorreu após a execução do projeto inicial
e, portanto, as fundações e os pilares não foram recalculados para melhor se
adaptar ao novo tipo de solução. O projeto original foi desenvolvido para a
construção de dois setores: A, com área total de 278,4 m² e B, com área total de 877
m², que correspondem aos estacionamentos deste novo complexo (SILVA, 2011),
como mostrado na Figura 2.

Figura 2: Obra do estacionamento da sede de empresa construtora em


Salvador, Bahia.

Fonte: BubbleDeck Brasil, 2013.

Um centro administrativo no Distrito Federal é a segunda obra executada com


a tecnologia BubbleDeck no Brasil. A obra consiste em 16 prédios, incluindo um
shopping, em uma área construída de 170 mil m² (LOUZAS, 2013).
14

Figura 3: Centro administrativo no Distrito Federal, Brasília.

Fonte: LOUZAS, 2013.

Como se observa, a experiência de utilização de lajes com esferas de


polipropileno no Brasil ainda é bastante recente em relação a outros países, mas a
incorporação dessa nova tecnologia tem o potencial de tornar-se usual na
construção civil do Brasil.

1.1 Justificativa

Inovações tecnológicas são boas saídas para os problemas enfrentados


atualmente pelo setor da construção civil. Se essas inovações puderem ser aliadas à
preocupação com o meio ambiente, à sustentabilidade e à economia financeira,
como no caso da tecnologia que utiliza esferas de polipropileno em substituição
parcial do concreto, serão consideradas excelentes soluções. Porém, como todas as
novidades, tecnologias na área da construção civil precisam ser bem estudadas,
divulgadas e planejadas, o que afirma a importância de estudos empíricos sobre as
mesmas.

1.2 Objetivo

Analisar a viabilidade da utilização de lajes com esferas de polipropileno


substituindo parcialmente o concreto, comparadas às lajes maciças usuais, na
perspectiva de ampliar o conhecimento que pode levar à incorporação de soluções
mais eficientes, adequadas ambiental e economicamente, na construção civil.
15

2 IMPLICAÇÕES DA SUBSTITUIÇÃO PARCIAL DO CONCRETO POR


ESFERAS DE POLIPROPILENO

2.1 Sustentabilidade do material e redução dos impactos ambientais

Desde que a busca por economias mais sustentáveis começou a se tornar


necessidade, a indústria de materiais procura soluções que minimizem impactos
ambientais sem acarretar acréscimos de custos, ou até que proporcionem
economias para que isso seja um incentivo à utilização das inovações.
Na construção civil, resinas plásticas vêm substituindo materiais como
concreto, tijolo e madeira. Segundo a gerente de desenvolvimento de mercado de
polipropileno da Braskem, Monica Evangelista, esse tema, além de ter um apelo
sustentável, oferece também às companhias oportunidade de competitividade. Ela
explica: "As resinas plásticas, como polietileno, polipropileno e PVC têm sido
grandes aliadas na substituição de produtos tradicionalmente utilizados, como tijolos
e cimento, nesse setor" (EVANGELISTA, M., citada pela ADEMI, 2012). Por ter
características de maior durabilidade, a gerente refere que as resinas plásticas
oferecem menor peso e impacto ambiental, além de ganhos de produtividade
(ADEMI, 2012).
O concreto é um material muito importante para o cotidiano da sociedade. No
ano de 2006, o consumo mundial do mesmo ficou entre 21 e 31 bilhões de
toneladas, o que o colocou como o segundo material mais consumido do mundo,
atrás apenas da água (World Business Council for Sustainable Development -
WBCSD, citado por ABCP, s/d). No Brasil, segundo a Associação Brasileira das
Empresas de Serviços de Concretagem, a população consumiu cerca de 30 milhões
de metros cúbicos de concreto no mesmo ano, sendo tal valor referente apenas ao
segmento de concreto dosado em central. Em consequência disso, os impactos
ambientais provocados por esse grande volume de produção são enormes (ABESC,
citado por ABCP, s/d). Impacto ambiental, segundo a ISO 14001, corresponde a
"qualquer modificação do meio ambiente adversa ou benéfica, que resulte, no todo
ou em parte, dos aspectos ambientais de uma organização" (ABNT, NBR ISO14001,
2004).
O impacto ambiental causado pela produção do concreto começa na extração
dos agregados. Os dados da ONU indicam que a construção civil, sozinha, responde
por quase 40% de toda a energia gerada no mundo e 30% dos materiais extraídos
16

da natureza (Revista Grandes Construções, 22, 2012). Segundo o Sumário


Mineral/2001, publicado pelo Departamento Nacional de Produção Mineral em 2002,
90% da produção da areia brasileira é proveniente da mineração em leitos de rios.
No Estado de São Paulo a relação é 45% proveniente de várzeas, 35% de leitos de
rios, e o restante de outras fontes. Dentre os impactos negativos da extração de
areia em leitos de rios, a mesma publicação destaca “possíveis contaminações da
água e do solo, diminuição da permeabilidade e fertilidade do solo, estresse da
fauna local por ruídos e pela diminuição de seu habitat, e a depreciação da
qualidade da vida humana existente ao redor do local de extração” (Brasil, 2011). Já
a pedra britada é originária de uma planta de mineração (pedreira) onde se realiza a
desintegração de rochas, através de explosão controlada, o que gera como produto
final a brita. Feito isso, grandes matacões são direcionados para um equipamento
(britador) para serem triturados. Porém, assim como a areia, a obtenção deste
material causa grande impacto como, por exemplo, a degradação ambiental na
natureza ao redor da pedreira e a poluição sonora devido às explosões (Brasil,
2001).
Segundo informações divulgadas pela Agência USP (2011), o cimento é o
material que proporciona à produção de concreto a denominação de “vilã ambiental”,
pois a sua utilização é responsável por 90% do gás carbônico emitido na indústria de
concreto.
A produção do cimento gera impactos tanto ambientais quanto sociais. Estes
últimos eram corriqueiros nas comunidades vizinhas às fábricas, o que provocava
conflitos com os habitantes decorrentes dos impactos ambientais que afetavam a
saúde humana (contaminação do ar, da água ou do solo). Nos dias atuais, tais
problemas foram reduzidos porque as fábricas, em sua maioria, estão obedecendo
às leis, ou seja, buscando o desenvolvimento sustentável, com responsabilidade
socioambiental.
Outra consequência da indústria do cimento é o aquecimento global, que
provoca mudanças climáticas, sendo ela bastante criticada devido a esse último
impacto, consequente da grande emissão de gases poluentes (Brasil, 2006).
As mudanças no clima do planeta são colocadas como o principal desafio
para a população mundial neste século. É consenso científico que o impacto
provocado pelo aquecimento global é consequência da emissão de gases do efeito
estufa originados de ações humanas.
17

O potencial poluidor da indústria do cimento é tão amplo que se pode afirmar


que existem fontes de poluição em todas as etapas da produção (na moagem e
homogeneização das matérias primas, na clinquerização no forno rotativo, no
resfriamento e na moagem do clínquer, no ensacamento e expedição).
A indústria do cimento é responsável por aproximadamente 3% das emissões
mundiais de gases de efeito estufa (Gráfico 1), e por, aproximadamente, 5% das
emissões de CO2 (MAURY; BLUMENSCHEIN, 2012). As autoras referem dados da
World Business Council for Sustainable Development, segundo os quais, em 2002, a
queima de combustíveis fósseis contabilizava cerca de 54% das emissões dos
gases de efeito estufa, o desmatamento por queimadas, 9%, e, por outras fontes
,34% (Gráfico 1). Das emissões específicas da indústria do cimento,
aproximadamente 50% referem-se ao processo produtivo, 40% ao processo de
clinquerização, cerca de 5% ao transporte e 5% ao uso da eletricidade, como se
pode observar no Gráfico 2 (MAURY; BLUMENSCHEIN, 2012).

Gráfico 1: Emissão global de gases de efeito estufa.

Outros gases de efeito


3% estufa

34% Desmatamento

54%
9% Combustíveis fósseis

Emissão de gases de
efeito estufa pela
industria do cimento

Fonte: Adaptado de MAURY e BLUMENSCHEIN, 2012.


18

Gráfico 2: Emissão de gases de efeito estufa pela indústria do cimento.

40%
Processo
50%
Transporte
Eletricidade
5% 5% Combustíveis fósseis

Fonte: Adaptado de MAURY e BLUMENSCHEIN, 2012.

Ainda de acordo com Maury e Blumenschein (2012), as plantas da indústria


de cimento são uns dos maiores emissores de poluentes maléficos à saúde e ao
ambiente, destacando-se as dioxinas, metais tóxicos (mercúrio, chumbo, cádmio,
arsênio, antimônio e cromo), substâncias de combustão incompleta e ácidos
halogenados. Estes metais, presentes, normalmente, nas matérias-primas e nos
combustíveis, são lançados na atmosfera na forma de partículas ou de vapor pelas
chaminés das indústrias (MAURY; BLUMENSCHEIN, 2012).
Nesse contexto, a utilização de esferas de polipropileno entre telas de aço
pode ser considerada uma grande aliada para uma construção sustentável que,
segundo a Green Building Council Brasil, “é uma edificação ou espaço que teve na
sua concepção, construção e operação o uso de conceitos, técnicas e
procedimentos reconhecidos como de sustentabilidade ambiental, proporcionando
benefícios econômicos, para saúde e bem estar das pessoas” (CASADO, 2009).
Além da possibilidade de utilização do plástico reciclado nas esferas da
tecnologia BubbleDeck, o sistema pode ser considerado mais sustentável por reduzir
a emissão de CO2 com as reduções de transporte de materiais e energia para
fabricação das lajes, já que o sistema se propõe a substituir, aproximadamente, 60
kg de concreto por 1 kg de plástico. Ao utilizar o BubbleDeck, pode-se deixar de
emitir até 23,5 kg de CO2 equivalente por m² de laje (Braskem, 2013). A redução do
volume de madeira utilizado também é substancial. Louzas (2013) afirma que,
comparado a outros sistemas, para cada m² de laje em estilo BubbleDeck, há uma
economia de 0,05 m³ de madeira, o que significa que para 10.000 m² executados,
aproximadamente 166,6 árvores são preservadas.
19

2.2 Interação das esferas de polipropileno com o concreto e seus


componentes

Segundo o engenheiro da BubbleDeck no Brasil “todos os estudos


necessários à aplicação segura desses materiais (polietileno e polipropileno) foram
realizados no exterior, e sabe-se que não há reação química entre os elementos
constituintes do concreto e o polietileno ou polipropileno” (CHATER, 2013). Essa
afirmativa pode ser comprovada com a utilização das fibras de polipropileno no
concreto.
Atualmente, existem materiais que são desenvolvidos a partir de outros
materiais (matriz), incorporados a elementos que servirão como reforço para
melhorar uma determinada característica do mesmo, essencial para a aplicação e
funcionalidade, e que não era observada no “material base pura”. Além disso, esses
materiais potencializam características relevantes da matriz e do reforço na
combinação dos mesmos. Tais materiais são denominados compósitos, definidos
como a combinação de dois ou mais materiais que apresenta propriedades não
observadas quando se analisa os materiais isolados (MONTARDO, 2010). O autor
refere que as combinações entre polímeros e cerâmicos são tidas como as mais
importantes dentre os compósitos. Levando-se em conta a Ciência dos Materiais,
produtos que são originários do cimento Portland são tidos como cerâmicos, porque
as características dos primeiros são as mesmas apresentadas por tal grupo de
materiais: elevada rigidez, fragilidade, baixa resistência à tração e possibilidade de
fissuração por secagem. Já os polímeros apresentam baixo módulo de elasticidade,
uma ductilidade variável e uma resistência à tração moderada. Além de tais
propriedades mecânicas, estes materiais são versáteis, adaptando-se a partir da
aplicação, desde que respeitados os limites individuais. Por apresentar essas
características, o polipropileno é classificado como polímero.
Devido às características descritas acima serem completamente antagônicas,
consideram-se os cerâmicos e os polímeros, grupos opostos de materiais. Porém, os
compósitos originários da combinação cerâmico-polímero apresentam
características mecânicas mais apropriadas, quando comparadas às dos cerâmicos
e polímeros separadamente, como a resistência mecânica, a rigidez, a ductilidade e
a resiliência (capacidade de absorção de energia durante a deformação)
(MONTARDO, 2010).
20

O desenvolvimento de novos materiais a partir de outros não é uma


particularidade da engenharia. Para isso, é necessário conhecer as propriedades
dos materiais de constituição e as possibilidades de combinação dos mesmos.
Montardo (2010) acredita que o futuro dos materiais na engenharia civil dependerá
de novos conhecimentos de química e estrutura atômica, e como é muito pouco
provável que se encontre algum outro elemento químico estável, é necessário ser
mais criativos com os disponíveis.
Os materiais baseados em cimento Portland são uma opção natural para a
aplicação de materiais fibrosos à base de fibras poliméricas, uma vez que são
baratos, mas apresentam problemas relativos à ductilidade, resistência ao impacto e
capacidade de absorção de energia de deformação (MONTARDO, 2010). Segundo
o autor, as fibras poliméricas podem provocar, basicamente, dois efeitos importantes
sobre a matriz de cimento Portland. Elas podem reforçar a matriz em relação aos
modos variados de carregamento (a retração restringida dos cerâmicos, tração ou
flexão e cisalhamento) que induzem tensões residuais, e também podem melhorar a
ductilidade e a tenacidade da matriz cerâmica, que é frágil.
Um exemplo deste tipo de compósito fibroso é o concreto com fibras de
polipropileno. Este compósito combina dois materiais que se completam, pois tal
combinação forma um produto mais completo e versátil.
Essas fibras poliméricas, especificamente, são geralmente aplicadas no
concreto para pisos e a mudança de propriedade mais notável, com relação ao
cimento “puro”, é a maior aderência da mistura fresca. A principal função das
mesmas é diminuir a possibilidade do aparecimento de fissuras no estado plástico e
durante as primeiras horas de endurecimento. Porém, as tais fibras não são capazes
de substituir os reforços usuais de combate à retração hidráulica, pois elas não têm
uma grande influência sobre as propriedades do concreto endurecido (MONTARDO,
2010).
Portanto, mesmo que as esferas de polipropileno não estejam presentes na
laje BubbleDeck para atuar com fibras no concreto, há elementos suficientes para
indicar que a interação destes materiais não acarreta nenhuma reação indesejada.

2.3 Acessibilidade da tecnologia de fabricação das esferas de polipropileno

A fabricação do concreto é de domínio público e não exige tecnologia


complexa para ser fabricada. Nesse aspecto, o processo de construção que envolve
21

esferas de polipropileno não apresenta dificuldades. O engenheiro da BubbleDeck


no Brasil afirma que “as esferas plásticas podem ser fabricadas por qualquer
transformador da indústria plástica, habituado com a produção de embalagens e
outros artigos de plástico. O seu processo é feito através de sopro. São
transportadas até as unidades de fabricação e/ou canteiro de obra através de
caminhões, comum a qualquer outro frete” (CHATER, 2013). Desta forma, a
tendência da tecnologia de fabricação de esferas de polipropileno é de se
disseminar e ser incorporada em larga escala pelos construtores.
22

3 CARACTERÍSTICAS DAS LAJES COM ESFERAS DE POLIPPROPILENO

3.1 Classificação quanto ao tipo de laje

Lajes são elementos estruturais que recebem as cargas de utilização da


edificação. Elas podem transmitir essas cargas recebidas às vigas, às paredes ou
diretamente aos pilares (ARAÚJO, 2010). Existem três tipos básicos de lajes. A
primeira e mais usual é a laje maciça que é constituída por uma placa de altura (h)
uniforme apoiada em vigas ou paredes (ARAÚJO, 2010).

Figura 4: Laje maciça usual.

Fonte: ARAÚJO, 2010.

O segundo tipo são as lajes nervuradas, que são utilizadas para estruturas
que necessitem de grandes vãos. Elas são constituídas por nervuras que acomodam
as armaduras longitudinais de tração. Dessa forma, essa tecnologia de laje reduz o
concreto localizado na parte tracionada da peça (inferior), reduzindo o peso próprio
da mesma. Para que essas nervuras não fiquem aparentes, pode-ser revestir a laje
com forro ou até preenchê-las com algum material que não comprometa o peso da
estrutura, como o isopor (ARAÚJO, 2010).

Figura 5: Lajes nervuradas.

Fonte: ARAÚJO, 2010.


23

O terceiro tipo de laje mais comumente utilizado são as lajes apoiadas


diretamente nos pilares, as lajes planas. Essas podem ser subdivididas em lajes
cogumelos ou lajes lisas. As lajes cogumelos são aquelas que possuem
engrossamento da área próxima ao pilar, os capitéis, enquanto as lajes lisas não
possuem estes capitéis.

Figura 6: Lajes planas.

Fonte: ARAÚJO, 2010.

As lajes do tipo BubbleDeck são dimensionadas utilizando-se os métodos


convencionais para lajes planas, de acordo com a Norma NBR 6118:03 - Projeto de
Estruturas de Concreto Armado. A redução do peso próprio da estrutura com a
substituição parcial do concreto pelas esferas de polipropileno resulta em vantagens
nas verificações usuais, uma vez que estas lajes possuem as mesmas
características de resistência de uma do tipo maciça, porém mais leves (FREIRE,
2008). Para o autor, o fato de ser projetada como laje plana, introduz nas lajes com
esferas de polipropileno a liberdade na concepção dos projetos, pois não há
necessidade da utilização de vigas, há uma diminuição no número de pilares devido
ao reduzido peso da estrutura, e é possível projetar vãos maiores. Segundo ele, a
tecnologia permite ao engenheiro projetar vãos maiores com menor consumo de
materiais (concreto e formas), sem grandes impedimentos técnicos. A combinação
das esferas plásticas nas lajes tipo cogumelo permite o aumento dos vãos nas duas
direções. O fato de a laje ser conectada diretamente às colunas, sem nenhuma viga,
acarreta no aumento dos intereixos das colunas em até 50% em relação às
24

estruturas tradicionais, além de implicar numa execução mais barata e rápida


(FREIRE, 2008).
Em contrapartida, por necessitarem de uma espessura maior, as lajes com
esferas de polipropileno diminuem a altura livre do projeto, o que reduz a quantidade
de pavimentos, especialmente no caso em que há limitação no gabarito da
edificação. Em compensação, essa desvantagem é neutralizada nos casos em que
as tubulações não podem passar por furações em vigas.

3.2 Definição da espessura segundo a empresa fabricante

Um critério que define a espessura da laje BubbleDeck é o diâmetro das


esferas. Os diferentes tipos de esferas são especificados de acordo com os
requisitos dos projetos, tais como os carregamentos e vãos entre colunas. O fato de
o sistema ainda permitir a utilização de cabos de protensão, que possibilitam o
aumento da resistência da laje, amplia ainda mais a otimização dos vãos (FREIRE,
2008).
As informações sobre o método e as considerações necessárias para
definição da espessura da laje descritos abaixo foram obtidas no portal oficial da
empresa fabricante (www.bubbledeck.com).
O ponto de partida para se escolher o tipo de laje BubbleDeck é a limitação
das flechas, utilizando a razão entre o menor comprimento do vão (L) pela
espessura da laje (d), definindo o vão máximo que pode ser utilizado. No manual da
empresa, encontram-se razões L/d para os diferentes tipos de vão:
Balanço: L / d < 10,5
Vãos simples: L / d < 30
Vãos contínuos: L / d < 39
As espessuras das lajes também podem ser definidas de acordo com o vão.
O Quadro 1 apresenta as relações entre os tipos de lajes e suas especificações
técnicas.
25

Quadro 1: Especificações técnicas das lajes BubbleDeck, segundo o tipo.


Carga
Espessura da Diâmetro das Consumo
Tipo Vão permanente
Laje esferas do concreto
(PP)
BD 230 230 mm 180 mm 7 a 10 m 370 kg/m² 0,10 m³/²
BD 280 280 mm 225 mm 8 a 12 m 460 kg/m² 0,14 m³/²
BD 340 340 mm 270 mm 9 a 14 m 550 kg/m² 0,18 m³/²
BD 390 390 mm 315 mm 10 a 16 m 640 kg/m² 0,20 m³/²
BD 450 450 mm 360 mm 11 a 18 m 730 kg/m² 0,25 m³/²
BD: BubbleDeck
PP: Peso Próprio
Fonte: Adaptado do portal oficial BubbleDeck.

Assim como os intereixos, a capacidade de redução de carga das esferas de


polipropileno pode variar, e ambos os fatores dependem da taxa de esferas por
metro quadrado na laje. No Quadro 2, são apresentados os diâmetros padronizados
das esferas e alguns valores relacionados a cada diâmetro.

Quadro 2: Especificações técnicas das lajes BubbleDeck de acordo com os


diâmetros das esferas.
Diâmetro da
18,00 cm 22,50 cm 27,00 cm 31,50 cm 36,00 cm 40,50 cm 45,00 cm
esfera
Mínimo
intereixo das 20,00 cm 25,00 cm 30,00 cm 35,00 cm 40,00 cm 45,00 cm 50,00 cm
esferas
Máximo número
25,00 /m² 16,00 /m² 11,00 /m² 8,16 /m² 6,25 /m² 4,94 /m² 4,00 /m²
de esferas
Espessura
23,00 cm 28,00 cm 34,00 cm 40,00 cm 45,00 cm 52,00 cm 58,00 cm
mínima da laje
Redução de
0,08 kN 0,15 kN 0,26 kN 0,41 kN 0,61 kN 0,87 kN 1,19 kN
carga por esfera
Redução
1,91 2,39 2,86 3,34 3,82 4,29 4,77
máxima de
kN/m² kN/m² kN/m² kN/m² kN/m² kN/m² kN/m²
carga por área
Fator para a
0,88 0,87 0,87 0,88 0,87 0,88 0,88
rigidez
Fator para o
0,60 0,60 0,60 0,60 0,60 0,60 0,60
cortante
Fator para o
0,67 0,66 0,66 0,67 0,66 0,67 0,67
peso
Fonte: Adaptado do portal oficial BubbleDeck.
26

3.3 Resistência à flexão, cisalhamento e punção, segundo a empresa


fabricante

Com relação a este item, as informações também foram obtidas no portal


oficial da fabricante.
Ao se projetar uma laje usual, o concreto solicitado à compressão se encontra
na parte superior da laje. No caso das lajes BubbleDeck, essa faixa de concreto
comprimido se encontra entre o ponto mais externo da esfera de polipropileno e a
superfície da laje. Em chapas muito solicitadas à flexão, a faixa de concreto
comprimida pode invadir ligeiramente a zona das bolas, porém estudos e testes
demonstram que isso tem um efeito insignificante na resistência à flexão de uma laje
com esferas de polipropileno, fazendo a mesma ser equivalente a uma laje maciça.
Quando se realiza um desenho esquemático da solicitação do concreto à flexão na
laje, pode-se observar que o concreto retirado dessas lajes se localiza justamente na
zona em que ele não é solicitado.
O comportamento da laje BubbleDeck é semelhante ao de uma laje sólida,
tanto para situações de curto e longo prazo, exceto por uma ligeira diferença que
pode ser explicada pela menor rigidez da mesma. Essa diferença na rigidez ocorre
por conta das esferas que fazem com que ela seja menos dura do que uma laje
comum. Segundo os testes realizados pela fabricante, as lajes com esferas de
polipropileno possuem, aproximadamente, 87% da rigidez de uma laje maciça, e
esse fator deve ser levado em consideração nos cálculos, o que pode acarretar uma
pequena adição na quantidade de aço da estrutura.
Em qualquer laje plana, a resistência ao cisalhamento é crítica perto dos
pilares. Por isso, as esferas de polipropileno não podem ser colocadas no entorno
deles, sendo necessário um projeto semelhante ao das lajes cogumelos. As áreas
vazias são definidas pelo engenheiro estruturalista responsável, tanto no que diz
respeito ao tamanho quanto à forma. No restante da laje, por conta das esferas de
polipropileno, a capacidade de resistência ao cisalhamento é, aproximadamente, 2/3
da capacidade de uma laje maciça equivalente, já que a esta resistência depende
apenas da massa efetiva de concreto. Por conta disso, deve-se usar um fator de
redução de 60% no cálculo do cisalhamento.
27

Segundo a empresa, os testes realizados na Universidade Técnica da


Dinamarca com lajes BubbleDeck resultaram em uma capacidade de 81% de
resistência ao cisalhamento, quando comparada às lajes maciças.
Já com relação à resistência à punção, os mesmos testes mediram
capacidade de resistência igual a 91% das lajes maciças. Os testes foram realizados
em lajes BubbleDeck de 240 e 450 mm e o modo de ruptura das mesmas foi
semelhante ao das lajes usuais (www.bubbledeck.com).

3.4 Compatibilização com projetos de instalações

No que se refere à compatibilização das lajes BubbleDeck com projetos de


instalações, a tecnologia não apresenta complicações. As lajes com esferas
permitem instalações embutidas e, caso necessário, furações posteriores, exceto
nas áreas em torno dos pilares, onde as forças de cisalhamento são mais elevadas
(www.bubbledeck.com).

3.5 Isolamentos acústico e térmico segundo a empresa fabricante

O isolamento acústico nas lajes com esferas de polipropileno é melhor do que


em quaisquer outras estruturas de assoalho oco ou sólido. Por causa da estrutura
tridimensional e do suave fluxo de força formado, as esferas ocas têm um impacto
positivo sobre o isolamento de som. Os testes realizados na Dinamarca, na Holanda,
na Alemanha e no Reino Unido, revelaram que o isolamento acústico no ar é ainda
maior do que o esperado. Isso indica que as esferas têm uma influência positiva
sobre as estruturas de concreto maciço. Além disso, a combinação da concretagem
no local com o sistema pré-fabricado produz uma laje acabada perfeita, sem
quaisquer juntas, evitando descontinuidade articular associada com pranchas
totalmente pré-moldadas (como alveolares), que podem prejudicar seriamente o
desempenho do isolamento acústico.
Mesmo ainda não tendo sido realizados testes no Brasil, os resultados obtidos
em outros países atendem às normas brasileiras, incluindo a Norma de
Desempenho 15.575/ABNT, como pode ser observado no Quadro 3, que se refere à
obra do edifício Leiden, Holanda.
28

Quadro 3: Comparação do isolamento acústico da laje em BubbleDeck com a


laje maciça.
Isolamento acústico Limite da Norma NBR 15.575/2013
Leiden, Holanda
(BD 230 + 30mm de
Contrapiso) 72 dB 66 < x < 88 dB

Fonte: Arquivos do portal oficial BubbleDeck.

Já o isolamento térmico de uma esfera plástica é 17% a 39% maior do que


uma esfera equivalente de concreto maciço. Segundo relatório dos testes realizados
na obra do Weena Tower, Rotterdam, em casos de incêndio, o sistema é mais
seguro que os sistemas usuais, apresentando resistência ao fogo de 60 minutos
para lajes de 330 mm com contrapiso de 20 mm, e resistência de 120 minutos para
lajes de 230 mm com contrapiso de 35 mm (Quadro 4).

Quadro 4: Resistência da laje BubbleDeck ao fogo.


Resistência ao fogo
Aço utilizado
30 min 60 min 90 min 120 min 180 min
66% 17 mm 17 mm 17 mm 17 mm -
100% 17 mm 29 mm 35 mm 42 mm 55 mm
Fonte: Arquivos do portal oficial BubbleDeck.

Com relação à segregação do concreto, os relatórios indicam que não há


segregação por pelo menos 120 minutos de fogo. O momento de flexão é
satisfatório até uma extensão de 6,6m com aço de reforço de bitolas iguais a 8 mm
ou 10 mm, e a tensão de cisalhamento não apresenta problemas. O último resultado
dos testes é em relação ao ar do interior das bolhas quando aquecido, e a conclusão
é que ele não apresenta nenhuma influência ou risco à construção. Além disso,
durante um incêndio, as esferas carbonizam sem emitir gases tóxicos, por serem
constituídas de polipropileno.
Considerando a Norma de Desempenho 15.575/ABNT, o isolamento térmico
também atende às exigências, como observado no Quadro 5.
29

Quadro 5: Comparação do isolamento térmico da laje BubbleDeck com a laje


maciça.
BubbleDeck (BD 280) Laje maciça (28 cm) Melhora com BubbleDeck
Resistência térmica
0,1847 m²k/W 0,1375 m²k/W 34%
BD: BubbleDeck
Fonte: Arquivos do portal oficial BubbleDeck.

3.6 Aprovações e certificações mundiais

Diante do desempenho obtido nos testes realizados, a BubbleDeck recebeu


diversas aprovações pelo mundo:
 Normas alemãs - BubbleDeck passou a ser usada seguindo as normas
técnicas existentes de acordo com a Deutsches Institut für Bautechnik, 1994.
 Normas dinamarquesas - BubbleDeck passou a ser calculado a partir
de princípios reconhecidos e dentro dos padrões existentes - Direção de Construção
e da Habitação, município de Copenhague, 1996.
 UK Standards - BubbleDeck começou ser tratada como uma laje plana
normal, suportada em colunas de acordo com o CRIC (Centro de Pesquisa e
Inovação de concreto sob o Colégio Imperial de Ciência, Tecnologia e Medicina),
1997.
 Normas Holandesas - Em novembro de 2001, BubbleDeck foi
incorporada nas normas holandesas pelo CUR – Civieltechnisch Centrum Uitvoering
Research en Regelgeving.
Fonte: Arquivos do portal oficial BubbleDeck.
30

4 MÉTODOS CONSTRUTIVOS DAS LAJES COM ESFERAS DE


POLIPROPILENO

Ainda segundo a empresa fabricante, as lajes BubbleDeck podem ser


executadas de três maneiras: com o uso de módulos; com a utilização de pré-lajes;
através de painéis acabados. Como todas as etapas da construção civil, a escolha
do método construtivo das lajes com esferas de polipropileno tem que ser feita a
partir de um estudo específico para cada obra, já que os três processos possuem
particularidades que precisam ser analisadas.
O primeiro método construtivo se configura no posicionamento das esferas de
polipropileno em gaiolas metálicas, formando módulos sobre formas convencionais,
que podem ser metálicas, de madeira ou mistas. Caso haja necessidade, depois de
posicionado o módulo, devem ser inseridas armaduras adicionais. Através deste
método executivo, a concretagem é dividida em duas etapas. Na primeira etapa, é
concretada uma espessura de 6 cm para evitar a flutuação das bolas e, na segunda
etapa, a laje é preenchida por completo. Por esse método ser mais simples e
necessitar de pouco recurso como, por exemplo, guindastes de içamento ou uma
fábrica para pré-produção das lajes, ele é mais recomendado para obras menores,
ou em locais de difícil acesso.
Comparado ao de lajes maciças, pode-se afirmar que o uso de módulos para
as lajes BubbleDeck é o método que mais se assemelha ao das lajes usuais, já que
a montagem é feita na própria obra. Essa montagem na obra acarreta algumas
exigências, como a existência de áreas disponíveis no canteiro para montagem e
armazenamento de material. Como há necessidade do uso de formas, a primeira
área necessária é a de armazenamento do material da forma (metálica ou de
madeira), que deve ser protegido dos fatores do ambiente. Para as telas de aço
também se faz necessário um local de armazenamento protegido. Por fim, é
necessária uma área adequada para a execução da montagem dos módulos. No
cenário atual das obras, em que a construção ocupa quase que completamente os
terrenos, ceder tantos espaços para a construção da estrutura pode representar uma
desvantagem decisiva para a escolha do método construtivo.
O segundo, e mais comum, método construtivo existente é chamado de pré-
laje e consiste em utilizar lajes de 6 cm de espessura pré-fabricadas, já incorporando
os módulos reforçados com as esferas plásticas. Tal método elimina o uso da forma,
31

o que representa uma grande economia de tempo e material para a construção.


Como essas pré-lajes pesam mais do que os módulos, existe a necessidade do uso
de guindaste para colocação das mesmas nos lugares.

Figura 7: Esquema da pré-laje.

Fonte: Arquivos do portal oficial BubbleDeck.

A grande vantagem alcançada com a realização deste método construtivo


está na flexibilidade, que gera uma facilidade em realizar as instalações e em fazer
adequação a qualquer formato desejado para a estrutura.
Por fim, o último método construtivo disponível para as BubbleDecks são os
painéis acabados. Esses consistem em lajes completamente pré-fabricadas e
entregues nas obras apenas para serem posicionadas nos devidos locais através de
içamento. Nesse método, armaduras em malha são acopladas às malhas superiores
e barras de ligações são posicionadas nas juntas entre os elementos, para a união
dos mesmos. Após a colocação dessas armaduras complementares, é necessário o
despejamento e a cura de uma camada final de concreto, que gera a continuidade
estrutural de uma laje lisa.
Esse terceiro método é o que mais difere da execução das lajes maciças
usuais, por ser completamente pré-moldado. No contexto atual da construção civil, o
uso de pré-moldados é considerado uma excelente solução para resolver,
principalmente, os problemas da escassez de mão de obra qualificada e dos curtos
32

prazos de execução. Segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção, o


uso de soluções em pré-moldados reduz pela metade o número de funcionários
necessários na construção. Outro aspecto importante é a redução do desperdício de
materiais, que está ligada ao uso de pré-moldados. O processo produtivo dos pré-
moldados, por ser realizado em fábricas, é mais controlado e racional, podendo ser
comparado a linhas de montagem especializadas (Câmara Brasileira da Indústria da
Construção, s/d).
É importante destacar que, para qualquer um dos processos executivos
escolhidos, o planejamento é uma etapa fundamental. Nada na construção civil
poderia ser feito sem planejamento, já que cada etapa traz implicações para as
outras, interferindo nos elementos custo e tempo. O planejamento bem elaborado de
um projeto é a atividade fundamental para o sucesso de qualquer empreendimento,
tanto na etapa da concorrência, quanto no início e durante todo o período da obra,
pois ele assegura, com base nas premissas assumidas, uma probabilidade favorável
com relação aos resultados esperados (FERREIRA, s/d).
33

5 METODOLOGIA

Foi realizado um estudo descritivo e comparativo entre três obras, uma delas
utilizando a tecnologia de laje maciça usual e as outras duas utilizando esferas de
polipropileno em substituição ao concreto que não exerce função estrutural. A
primeira obra (Obra A) estudada foi um empreendimento residencial situado na
cidade de Salvador, Bahia A segunda obra foi um complexo administrativo em
Brasília, Distrito Federal (Obra B), e a terceira, foi um edifício hospitalar, também
situado em Brasília, Distrito Federal (Obra C).
O empreendimento residencial (Obra A) é composto por 10 pavimentos e 290
apartamentos, divididos em 4 torres interligadas. As lajes possuem,
aproximadamente, 990 m² e 14 cm de espessura. Com relação à fase de
construção, a obra já está na etapa entrega, o que significa que a confecção da
estrutura já foi concluída há algum tempo.
O complexo administrativo é composto por 10 prédios de 4 pavimentos e 4
prédios de 16 pavimentos. Além disso, contempla ainda um centro de convenções,
uma praça, um centro de convivência e um heliponto. São 178.000 m² de área
construída com 160.000 m² de pré-lajes BubbdeDeck, sendo que o cronograma da
obra prevê a execução de 1.000 m² de painéis por dia. O método construtivo
escolhido para a obra foram as pré-lajes e ela se encontra na fase final da execução
da estrutura.
O edifício hospitalar foi visitado apenas para observação das diferenças entre
os tipos de métodos construtivos da BubbleDeck, já que a mesma está sendo
executada em módulos. Como a obra ainda se encontra no início, não foram
coletados outros dados da mesma.
Os dados foram coletados através de observação da autora e entrevistas com
engenheiros e colaboradores das obras. Os resultados são apresentados em
gráficos, tabelas e quadros demonstrativos dos aspectos estudados.
Foi analisada nas três obras a configuração do canteiro de obras através das
seguintes características:
 Áreas de armazenamento e equipamentos utilizados para as etapas
construtivas da estrutura da edificação;
 Fluxo da operação construtiva da estrutura da edificação.
34

Nas obras A e B foram também analisados a produtividade e os custos:


 Índices de produtividade:
o m² de laje por Homem hora (m²/Hh);
o m² de forma por Homem hora (m²/Hh);
o kg de aço por Homem hora (kg/Hh);
o m³ de concreto por Homem hora (m³/Hh).

O cálculo da produtividade tomou como base o quantitativo dos materiais e da


área construída. Após a coleta dos mesmos, foram também coletadas as datas do
início e fim de cada ciclo da estrutura e divididos os dias entre os três serviços
básicos da confecção da estrutura de uma laje maciça usual.
Em seguida, foram coletados os dados referentes às equipes que trabalharam
em cada serviço, levando-se em consideração apenas o número de operários
qualificados, ou seja: na forma, o número de carpinteiros, na armação, o número de
armadores e na concretagem, o número de pedreiros.
A produtividade foi, então, calculada de acordo com as seguintes expressões:

m² de forma / Hh = m² de forma .
Qnt. de carpinteiros x Nº de dias trabalhados x Nº de horas por dia

m² de laje / Hh = m² de laje .
Qnt. de carpinteiros x Nº de dias trabalhados x Nº de horas por dia

kg de aço / Hh = kg de aço .
Qnt. de armadores x Nº de dias trabalhados x Nº de horas por dia

m² de laje / Hh = m² de laje .
Qnt. de armadores x Nº de dias trabalhados x Nº de horas por dia

m³ de concreto / Hh = m³ de concreto .
Qnt. de pedreiros x Nº de dias trabalhados x Nº de horas por dia

m² de laje / Hh = m² de laje .
Qnt. de pedreiros x Nº de dias trabalhados x Nº de horas por dia

m² de laje / Hh = m² de laje .
Qnt. de operários total x Nº de dias trabalhados x Nº de horas por dia

Foi considerado para o cálculo de horas trabalhadas por dia (8,8h) uma carga
horária semanal de 44 horas e 5 dias na semana.
35

Alguns dos índices calculados foram também comparados com aqueles


produzidos pela Editora PINI e divulgados em suas publicações e no programa
Tabelas de Composições de Preços para Orçamentos (TCPO).

 Análise do custo:
Para o cálculo do custo por m² da estrutura da Obra A foi coletado o
quantitativo dos materiais utilizados nas lajes – forma, concreto, aço, espaçador e
arame recozido, assim como as áreas de cada laje.
Foi realizado um estudo do valor da mão de obra envolvida em um dia de
concretagem, levando em conta o valor da diária dos operários, somado aos gastos
com alimentação e transporte por dia. Outra variável considerada foi o gasto com os
equipamentos envolvidos em um dia de concretagem. Para facilitar os cálculos, os
valores encontrados para custo da mão de obra e de equipamentos por dia foram
relacionados ao volume de concreto (m³) utilizado no dia.
Para corrigir as diferenças de temporalidade nos preços praticados no
decorrer da execução da estrutura da Obra A, os valores foram transformados em
INCC’s (Índice Nacional de Custos da Construção).
O INCC reflete o ritmo dos preços de materiais de construção e da mão de
obra no setor e pode corrigir, além das variações de tempo, as variações de
localidade. Ele é divulgado pelo Instituto Brasileiro de Economia, órgão da Fundação
Getúlio Vargas com a função de propor estudos econômicos e estatísticos sobre o
produto nacional, realizando análises de mercados e dos setores industriais nas
diversas regiões do Brasil (IBRE, 2013).
Também foram coletados os preços dos materiais e da mão de obra
terceirizada envolvida em cada etapa da estrutura – forma, aço e concreto.
O custo da Obra B foi disponibilizado já calculado pela empresa fabricante
das lajes BubbleDeck e a Obra C não possuía dados suficientes para produção
desse índice.
36

6 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

6.1 Configuração dos canteiros de obras

6.1.1 Áreas de armazenagem e equipamentos utilizados para as etapas


construtivas da estrutura da edificação

Os canteiros das obras cujas lajes são BubbleDeck não apresentam grandes
diferenças com relação aos canteiros de obras das lajes comuns. A Obra C, cuja
solução tecnológica escolhida foi a laje em módulos produzidas no próprio local da
obra, tem a necessidade de uma área de montagem das gaiolas no seu canteiro.
Essa área tem que ser equipada com uma bancada para soldagem dos ferros e
deve ter cobertura para proteção da exposição ao sol. Desse modo, ela muito se
assemelha à área de montagem da armação de uma laje maciça usual, como
observado na Obra A. Com relação à estocagem, só é acrescentada uma pequena
área para as esferas que chegam à obra em bags fechadas, não ocupando muito
espaço e não necessitando de especificações para armazenagem. As esferas de
polipropileno são produzidas em uma fábrica de plástico comum que não necessita
de nenhuma especificação mais avançada, localizada em uma cidade diferente
daquela da obra. Essa opção foi necessária apenas pelo fato de o Distrito Federal,
onde se localizam as obras B e C, não se constituir em uma área industrial.

Figura 8: Fábrica das esferas de polipropileno.

Fonte: Acervo da Obra C.

Com a distância da fábrica à obra, surge um problema econômico: o


transporte das esferas. Esse transporte, tanto na Obra B quanto na Obra C, é feito
através de caminhões que cobram por quantidade de esferas. Nesse caso, a
37

implantação de uma fábrica localizada próxima à obra seria uma opção muito mais
vantajosa.
Na Obra C, os módulos prontos são estocados em pilhas de até 8 gaiolas
para aguardarem a colocação no local de concretagem. Como a produção dos
módulos é feita pela própria equipe da obra, o ritmo da produção pode acompanhar
a concretagem, evitando que os módulos fiquem, por muito tempo, prontos e
expostos ao sol.
Com relação aos equipamentos utilizados, a Obra C não apresentou nenhum
acréscimo devido à solução com esferas de polipropileno. Por se tratar de um
canteiro de obras pequeno, não se optou por utilizar grua, ou qualquer outro
equipamento de elevação, e a solução em módulos se mostrou adequada, já que os
mesmos são leves e podem ser transportados manualmente para os devidos locais.
A Obra B, antes de optar pela nova tecnologia, considerou fazer a laje
nervurada e para isso foi feito um estudo comparativo de aplicação dos dois
sistemas à obra (Quadro 6).

Quadro 6: Comparativo entre laje nervurada e laje BubbleDeck - Obra B.

Fonte: Acervo da obra.


38

Além do fato de o estudo ter apresentado inúmeras vantagens para a laje


BubbleDeck, a escolha foi, principalmente, determinada pelo tempo de execução, já
que a Obra B possui um curto prazo de entrega.
Escolhida a laje com esferas de polipropileno, a Obra B optou por utilizar o
método construtivo com pré-lajes que, como já descrito, consiste na pré-fabricação
da laje em uma fábrica, içamento desta pré-laje para o local e uma segunda etapa
de concretagem no local. Diferente dos módulos, esse sistema já apresentou
algumas variações no canteiro de obra, se comparado ao das lajes maciças usuais,
exemplificado pela Obra A. A fabricação dessas pré-lajes foi realizada na própria
obra, o que acarretou a necessidade de um grande espaço para montagem de uma
fábrica provisória, contendo espaço para: pilhas de estocagem com capacidade para
empilhar 8 peças, estoque de esferas, administração, fabricação, pontes rolantes e
armazenamento das armaduras (Anexo 1). A obra não conseguiu cumprir com o
planejamento proposto, acompanhando o ritmo de produção da fábrica. Então, além
da área de armazenamento das pré-lajes dentro do espaço da fábrica, foram
necessários grandes espaços de armazenagem espalhados pela obra, e até fora
dela, o que atrapalhou bastante a organização do canteiro de obra.
Esse tipo de situação pode resultar em um problema relevante na execução
da estrutura de uma obra. Por não ser programada, a “estocagem extra” pode ser
feita sem os devidos cuidados, em ambientes não adequados e, principalmente,
exposta ao sol. Assim, as esferas de polipropileno podem ressecar dentro das pré-
lajes, o que as tornariam muito frágeis. No momento em que são colocadas nos
locais de concretagem, as esferas sofrem com o peso do deslocamento de pessoas
na laje e, se estiverem frágeis, é provável ocorrer a ruptura de muitas delas. A
solução correta para esse problema deve ser a substituição das esferas quebradas
por novas, mesmo com a dificuldade de substituir as esferas que já estão fixadas às
lajes com a primeira camada de concreto. A concretagem da laje com esferas
quebradas comprometeria o princípio da tecnologia. O concreto entraria nas esferas
fazendo com que se gastasse mais material e aumentando o peso próprio da
estrutura, o que, inclusive, pode ser um grave problema já que a estrutura não é
projetada para aguentar maior peso.
Voltando à organização do canteiro da Obra B, a maior diferença em relação
à Obra A, com lajes maciças usuais, diz respeito aos equipamentos utilizados para o
içamento e transporte das pré-lajes. Fez-se necessário o uso de alguns guindastes
39

com diversas capacidades de carga, principalmente por causa da dimensão


horizontal da obra. Esses guindastes apresentam um aumento de custo em relação
às obras com lajes maciças usuais pois, mesmo nas obras que necessitam de
transporte vertical como a Obra A, os mesmos não precisam ter capacidade de
carga tão elevada, já que transportam a armação pura.

Figuras 9 e 10: Guindaste - Obra B e grua - Obra A.

Fonte: Acervo das obras estudadas.

6.1.2 Fluxo de serviço

Com relação ao fluxo de serviço, a laje BubbleDeck da Obra C (solução de


módulos fabricados na obra) não difere muito das lajes maciças usuais. Assim como
as lajes maciças, a montagem da armadura é feita num local separado. A diferença
é a inclusão das esferas de polipropileno no processo para formação das gaiolas.
Depois da montagem, é realizado o transporte das gaiolas manualmente até o local
da concretagem, assim como nas lajes comuns. Nessas etapas, os colaboradores
envolvidos também são basicamente os mesmos necessários às lajes usuais, que
são, basicamente, os armadores e os serventes que ajudam no transporte.
40

Figura 11: Montagem das gaiolas - Obra C.

Fonte: Acervo pessoal.

Figura 12: Pequeno estoque das gaiolas prontas para serem transportadas –
Obra C.

Fonte: Acervo pessoal.


41

A forma da estrutura também é bastante parecida com a das lajes maciças,


com a diferença de que, por se tratar de uma laje lisa, a BubbleDeck apresenta
facilidade na execução da forma, o que agiliza o processo. Na concretagem, a
grande diferença é que, no novo método construtivo, a mesma tem que ser dividida
em duas etapas. Essas duas camadas de concreto feitas em etapas separadas
aumentam o tempo de concretagem de uma laje em relação a uma laje maciça
usual.
Na Obra B, cuja solução foi em pré-lajes BubbleDeck, o fluxo de serviço é
bem diferente das lajes maciças usuais. Primeiro, porque ocorre a fabricação das
pré-lajes. Segundo, devido ao içamento das mesmas, que constitui a parte mais
trabalhosa e cuidadosa do processo. Por último, pela não necessidade das formas, o
que reduz o tempo de execução da laje.

Figura 13: Fluxograma do serviço - Obra B.


42

Fonte: Adaptado de acervo da obra.

6.2 Produtividade

Nem toda obra da construção civil faz o controle da produtividade de todos os


serviços. Esse controle é muito importante para avaliar como está o andamento da
obra em relação ao prazo e à fidelidade ao orçamento. A produtividade define o
limite em que a atividade está se tornando deficitária, permitindo a detecção de
desvios e possibilitando a criação de metas de desempenho para a equipe. A
estrutura da edificação representa, aproximadamente, 20% do custo da obra, o que
a coloca no topo da curva ABC da maioria das obras. A curva ABC é uma
organização do orçamento, com a finalidade de destacar quais os serviços mais
importantes e de maior peso financeiro dentro da obra. Portanto, estudar, pelo
menos, a produtividade da construção da estrutura, deve ser uma prática de todas
as obras (COSTA, 2013).
43

A produtividade da Obra A, conforme descrito na metodologia, considerou o


quantitativo de materiais e área construída (Anexo 2). Também considerou o tempo
de duração de cada ciclo da estrutura dividido por serviços. O primeiro serviço é a
execução da forma, que aconteceu até 3 dias antes do início da concretagem (=
duração total do ciclo – 3 dias). O segundo serviço é a montagem da armação, que
aconteceu ao mesmo tempo da forma, terminando 1 dia antes da concretagem (=
duração do ciclo – 1 dia). E o último serviço é a concretagem em si, que dura, em
média, 1 dia e meio (Anexo 3).
No caso da obra A, todos os serviços foram terceirizados e, portanto, as
equipes para cada etapa foram bastante específicas e constantes (Anexo 4).
Os resultados das produtividades da Obra A por lajes e suas médias foram
extraídos com relação a vários produtos. O quadro 7, abaixo, apresenta as médias
de todas as produtividades encontradas e o detalhamento por laje se encontra no
Anexo 5.

Quadro 7: Resultados das produtividades - Obra A.


Carpintaria Armação Concretagem
Prod.
total por
Prod. Prod. por Prod. por Prod. por Prod. por
Prod. por m² de
por m² m² de área de área de m³ de
kg de aço tapete
de tapete forma tapete tapete concreto

0,37 0,78 0,48 11,73 4,58 1,05 0,24


Médias
m²/Hh m²/Hh m²/Hh kg/Hh m²/Hh m³/Hh m²/Hh
Fonte: Acervo pessoal.

Considerando que se trata de uma obra específica, para efeito de validação,


os dados foram comparados aos valores pré-estabelecidos pelas Tabelas de
Composições de Preços para Orçamentos (TCPO), já que estas possuem uma
maior confiabilidade, por analisarem diversas obras. As comparações encontradas
se encontram no quadro 8.
44

Quadro 8: Comparação da produtividade da Obra A com a TCPO.


Forma Aço Concreto
Origem Prod. por m² de Prod. por m³ de
Prod. por kg de aço
forma concreto

Obra A 0,78 m²/Hh 11,73 kg/Hh 1,05 m³/Hh

TCPO 0,65 m²/Hh 12,50 kg/Hh 0,61 m³/Hh

Fonte: Arquivo pessoal.

Observa-se que os valores de produtividade encontrados na Obra A são


próximos aos valores da TCPO. As pequenas diferenças encontradas entre as
produtividades de montagem da forma e de lançamento do concreto são justificadas
pelo fato de a TCPO considerar, na produtividade da forma, a desmontagem
somada à montagem das mesmas e, na concretagem, considerar o lançamento do
concreto sem bomba, diferentemente da obra analisada (Obra A). Portanto, é
possível a utilização dos valores encontrados na obra A para comparação com as
lajes BubbleDeck.
Para o cálculo da produtividade de uma laje BubbleDeck foram utilizados
dados coletados na Obra B, que utiliza o sistema de pré-lajes. Como a obra ainda
se encontra em andamento, e por se tratar de uma obra em outro estado, os dados
não puderam ser coletados em todas as lajes. Mas, devido ao grau de organização
da obra e à repetição do processo, os dados obtidos na montagem de uma laje
podem ser considerados representativos de todas as lajes. Nessa laje, foram
produzidos 830,14 m² em um ciclo de 6 dias, que pode ser dividido de acordo com a
figura 14.

Figura 14: Ciclo da laje BubbleDeck -Obra B.

Fonte: Acervo da obra.


45

Para essa produção, foi utilizada uma equipe de 13 operários, sendo 7


armadores, 4 pedreiros e 2 carpinteiros. Com a premissa de 44 horas de trabalho
semanais com 5 dias na semana, que resulta em 8,8 horas diárias de trabalho, a
produtividade obtida para uma laje da obra B foi:

Produtividade = 830,14 = 1,21 m²/Hh


6 * 13 * 8,8

A empresa fabricante obteve um resultado de produtividade diferente (0,39


m²/Hh), pois a mesma considerou no cálculo a inclusão de mais 27 trabalhadores
não especializados. Entretanto, para possibilitar a comparação com a produtividade
na fabricação das lajes maciças usuais, está se considerando o valor obtido apenas
com trabalhadores especializados.
Além desse aspecto, para que essa produtividade possa ser comparada à de
uma laje maciça, é necessário somar a ela a produtividade da fabricação das pré-
lajes. Não foi possível acompanhar a produção de uma pré-laje, pois, na visita à
obra e no tempo de confecção deste trabalho, todas as pré-lajes já haviam sido
fabricadas e estocadas. Porém, a empresa forneceu um valor de produtividade de
1,66 m²/Hh que é alcançado com uma equipe de 55 operários (Anexo 6), produzindo
50 pré-lajes de dimensões variadas por dia.
Embora as etapas de fabricação e de montagem das lajes BubbleDeck
possam acontecer concomitantemente, não sendo, portanto, necessário somar as
respectivas produtividades, um valor mais conservador pode ser obtido com a sua
soma:

1,21 m²/Hh + 1,66 m²/Hh = 2,87 m²/Hh

Como se observa, o valor de produtividade encontrado com a utilização de


lajes com esferas de polipropileno em substituição parcial ao concreto (1,21 m²/Hh)
encontra-se muito acima do valor obtido com as lajes maciças usuais (0,24 m²/Hh).
Mesmo considerando a produtividade fornecida pela empresa fabricante (0,39
m²/Hh), ou considerando a soma com a produtividade da fabricação das pré-lajes
(2,87 m²/Hh), os valores das lajes BubbleDeck ainda são maiores do que as lajes
46

comuns. Estes resultados apontam uma importante vantagem do ponto de vista da


produtividade para obras que utilizam a nova tecnologia.

6.3 Custo

Realizar a análise de custo de qualquer etapa construtiva de uma obra é algo


muito específico na construção civil, pois as soluções que as mesmas utilizam não
são baseadas apenas na economia financeira. Cada obra possui características e
peculiaridades que a faz diferente das demais. Idealmente, para se conseguir fazer
uma comparação entre os custos de duas soluções técnicas, é necessário analisar a
mesma obra nas duas situações e com a influência dos mesmos fatores externos.
O quantitativo de materiais relativo à obra A (laje maciça usual) encontra-se
detalhado no Anexo 7.
Os estudos da mão de obra e dos equipamentos envolvidos em um dia de
concretagem da Obra A revelaram valores em INCC’s abaixo destacados no Quadro
9, cujos detalhamentos encontram-se nos Anexos 8 e 9, respectivamente.

Quadro 9: Valores da mão de obra e equipamentos para um dia de


concretagem – Obra A.
Mão de obra própria / m³ 0,0183 INCC's
Equipamentos / m³ 0,0141 INCC's
Fonte: Acervo pessoal.

No Anexo 10, são apresentados todos os preços coletados e suas


respectivas conversões em INCC’s.
As Tabela 1, 2, 3, 4 e 5 apresentam os resultados para os custos das lajes
maciças estudadas na Obra A, cujo valor final foi de 0,5618 INCC’s/m², e seu
detalhamento encontra-se no Anexo 11.
47

Tabela 1: Custo total da forma - Obra A.

Forma
Área da laje
Quantidade Custo Unitário Custo Total

Subtotal 36.637,51 m² 75.985,21 m² 0,09 INCC's 6.995,66 INCC's


Total 6.995,66 INCC's
Fonte: Acervo pessoal.

Tabela 2: Custo total do concreto - Obra A.

Concreto
Quantidade Material Mão de Obra Empreiteiro Mão de Obra Casa
Custo Custo Total Custo Unitário Custo Total Custo Custo Total
Unitário Unitário
Subtotal 8.377,59 m³ 0,64 INCC's 5.326,39 INCC's 0,01 INCC's 548,63 INCC's 0,02 INCC's 153,10 INCC's
Total 6.028,12 INCC's
Fonte: Acervo pessoal.

Tabela 3: Custo total do aço - Obra A.

Aço
Material Mão de Obra
Quantidade
Custo Unitário Custo Total Custo Unitário Custo Total
Subtotal 878.974 kg 0,01 INCC's 5.082,09 INCC's 0,00 INCC's 2.026,79 INCC's
Total 7.108,89 INCC's
Fonte: Acervo pessoal.
48

Tabela 4: Custo total dos materiais auxiliares e equipamentos - Obra A.

Materiais Auxiliares Equipamentos


Espaçadores Arame Recozido
Quantidade Custo Custo Total Quantidade Custo Custo Total
Unitário Unitário
Subtotal 745,61 mil 0,31 INCC's 227,92 INCC's 17579 kg 0,01 INCC's 104,94 INCC's 118,05 INCC's
Total 332,86 INCC's 118,05 INCC's
Fonte: Acervo pessoal.

Tabela 5: Custo total da estrutura - Obra A.

Total 20.583,58 INCC's


Total/m² 0,56 INCC's/m²
Fonte: Acervo pessoal.
49

Para obter o custo final, as quantidades de cada material foram multiplicadas


pelos seus respectivos valores de material e mão de obra. Sendo assim, a
quantidade de forma foi multiplicada pelo preço praticado pela empresa terceirizada,
que incluiu mão de obra e material. A quantidade de aço foi multiplicada também
pelos seus preços de mão de obra e material, porém, separadamente, já que só a
mão de obra foi terceirizada. O concreto teve sua quantidade multiplicada pelo preço
do material, da mão de obra terceirizada e da mão de obra da própria Obra A.
Também os equipamentos foram multiplicados pela quantidade de concreto, já que o
custo dos mesmos foi calculado em relação ao consumo desse material. Os
espaçadores e arames recozidos têm suas respectivas quantidades multiplicadas
apenas pelo preço do material, já que a mão de obra dos mesmos estão inclusas
nos preços da concretagem e armação, respectivamente.
O valor do m² da laje BubbleDeck fornecido pela empresa fabricante foi de R$
246,06 /m² e foi obtido, segundo a empresa, considerando as seguintes variáveis
descritas na tabela abaixo:

Tabela 6: Custo do m² da estrutura - Obra B.

Fonte: Acervo da obra.

Esses custos referem-se ao mês de Julho de 2012, quando foi estudada a


solução para a Obra B.
Para viabilizar a comparação o valor do m² da laje maciça (Obra A), o mesmo
foi convertido para a data em questão, encontrando-se o seguinte resultado:

0,5618 * 516,318 (INCC de Julho de 2012) = R$ 290,07 /m²


50

Desse modo, fica evidente que, também em relação ao custo, foi observada
uma vantagem da obra que utiliza lajes com esferas de polipropileno em substituição
parcial do concreto (Obra B), em relação à obra com lajes maciças usuais estudada
(Obra A).
A empresa fabricante das lajes com esferas de polipropileno também
forneceu um estudo que realizou no mesmo período para comparação dos custos
entre a laje BubbleDeck e a laje nervurada, para a mesma estrutura. O custo
calculado para a laje nervurada está apresentado na tabela abaixo e o seu resultado
final foi de R$ 282,77/m², portanto, também acima dos custos encontrados para a
laje com esferas de polipropileno (R$ 246,06/ m²).
Segundo informação obtida na empresa fabricante, o menor custo obtido
neste tipo de construção resulta, principalmente, do menor custo de material oriundo
da substituição parcial do concreto pelas esferas de polipropileno, bem como da
menor necessidade de mão de obra.

Tabela 7: Custo do m² da estrutura da Obra B utilizando laje nervurada.

Fonte: Acervo da obra.

Os resultados de custos deste estudo devem ser analisados com algumas


ressalvas, uma vez que os custos de uma obra podem ser influenciados por diversas
variáveis que não foram objeto de estudo deste trabalho, como, por exemplo, a
diferença do custo da mão de obra e dos materiais decorrentes das diferenças de
localização das obras, ou a capacidade de negociação dos preços pelas empresas
construtoras. A tecnologia de fabricação das lajes, portanto, não é exclusivamente
responsável pelo custo final da estrutura da obra, devendo todos os fatores ser
considerados especificamente por cada obra.
51

6.4 Outros testes de desempenho realizados pela Obra B

Durante o período da coleta de dados a autora teve acesso a informações


sobre dois testes de desempenho realizados pela Obra B nas lajes com esferas de
polipropileno.

6.4.1 Prova de carga estática

Foi realizada uma prova de carga estática para avaliar a capacidade


resistente e o comportamento estrutural da laje BubbleDeck. A execução do ensaio
foi baseada nas especificações da Norma Brasileira da ABNT NBR 9607:2013 –
Prova de Carga em Estruturas de Concreto Armado e Protendido – Procedimento. A
prova de carga é o conjunto de atividades destinadas a analisar o desempenho de
uma estrutura através de medições dos deslocamentos, controle de efeitos
causados pela aplicação de ações externas, de intensidade e natureza previamente
estabelecidas. Para a sua realização, foram utilizados deflectômetros, em cada
trecho de laje, para medição dos deslocamentos (flechas), seguindo as orientações
da Norma. O ensaio foi realizado utilizando o carregamento previsto em projeto, que
significou sobrecarga de utilização de 300 kgf/m². Para compensar os vazios
deixados pelas piscinas, foi feito um acréscimo de 10% na carga. Sendo assim, foi
realizado o ensaio com 330 kgf/m².
A Norma contém uma classificação da prova de carga de acordo com a
intensidade do carregamento (Quadro 10) e, no caso estudado, o ensaio realizado
foi do tipo rigoroso, com coeficiente de eficiência do carregamento entre 1,0 e 1,1.
52

Quadro 10: Classificação da prova de carga em função da intensidade do


carregamento.

Fonte: ABNT NBR 9607:2013

O carregamento da estrutura foi feito em quatro estágios, assim como o


descarregamento. Entre eles foi feita a estabilização durante doze horas. Para
aplicação do carregamento foram utilizadas 12 piscinas de plástico de 8,40 m²
(2,10m x 4,00m), sendo 6 em cada trecho de laje. Cada trecho de laje ensaiado
tinha 55,9m² e foi carregada uma área de 50,4m².
53

Figura 15: Posicionamento das piscinas na realização da Prova de Carga –


Obra B.

Fonte: Acervo da obra.

As leituras dos deslocamentos e das deformações foram realizadas logo após


a aplicação da carga, durante os estágios de carregamento, estabilização e os
estágios de descarregamento. Para medição dos deslocamentos foram utilizados
doze deflectômetros com precisão de 0,01mm para medição das deformações.

Figuras 16 e 17: Montagem das piscinas nas lajes A e C – Obra B.

Fonte: Acervo da obra.


54

Figuras 18 e 19: Deflectômetros instalados – Obra B.

Fonte: Acervo da obra.

Figuras 20 e 21: Vistas das piscinas durante o carregamento – Obra B.

Fonte: Acervo da obra.

As lajes ensaiadas apresentavam fissuras antes da realização do ensaio.


Durante e após o carregamento foi realizado o acompanhamento dessas fissuras,
sendo que não foi observado o surgimento de novas fissuras e nem o aumento da
abertura das fissuras existentes. A máxima abertura de fissura observada foi de 0,1
mm na parte inferior da laje. As fotos abaixo ilustram algumas das fissuras
observadas nas lajes.
55

Figuras 22 e 23: Medição e marcação das fissuras – Obra B.

Fonte: Acervo da obra.

Os máximos deslocamentos obtidos em cada um dos cinco pontos


monitorados na Laje A foram de 0,55 mm no D1, 0,16mm no D2, 0,30mm no D3,
0,28mm no D4 e 0,34mm no D5. Na Laje C foram de 0,86 mm no D1, 0,32mm no
D2, 0,38mm no D3, 0,37mm no D4 e 0,47mm no D5. Os deslocamentos máximos
teóricos previstos pelo calculista na Laje A foram de 1,73mm, 0,81mm, 0,81mm,
0,82mm e 0,82mm, respectivamente, e, na Laje C foram de 2,65mm, 1,48mm,
1,11mm, 1,51mm, 1,17mm, respectivamente. Verificou-se que todos os
deslocamentos obtidos com o ensaio foram menores que os deslocamentos teóricos
previstos. Após o descarregamento, não foram observados deslocamentos residuais
em nenhum dos pontos monitorados, podendo-se concluir que a laje apresentou
comportamento elástico.
Diante dos resultados obtidos, pode-se afirmar que as sobrecargas previstas
são atendidas com segurança, atestando a resistência da laje BubbleDeck.

6.4.2 Teste de verificação da resistência ao fogo

Para esse ensaio foi produzido um corpo de prova com dimensões de,
aproximadamente, 2.200 mm de largura, 2.800 mm de comprimento e 280 mm de
espessura. Esse corpo de prova era constituído por um painel pré-fabricado
composto por duas camadas de concreto armado com treliças e barras de aço e
miolo com esferas poliméricas. O concreto utilizado no painel possuía fck de 30MPa,
a capa de concreto da face inferior apresentava espessura de 60 mm e possuía
adição de fibra de polipropileno na quantidade de 450g/m³. A capa de concreto da
face superior apresentava espessura de 60 mm e as esferas, 225 mm de diâmetro.
56

Quadro 11: Traço do concreto – Obra B.

Fonte: Acervo da obra.

O ensaio seguiu as orientações da Norma ABNT NBR 5628: 2011 –


“Componentes Construtivos Estruturais – Determinação da Resistência ao Fogo” e o
procedimento CETAC-LSFEx-PE-190 – “Verificação da resistência ao fogo em lajes”.
O forno de ensaio, composto por tijolos refratários, chapas de aço e mantas
de fibras cerâmicas, apresenta uma câmara de combustão de 1.200 mm de
profundidade e abertura superior para instalação do corpo de prova com 1.900 mm x
2.600 mm. O sistema de aquecimento consiste de 3 queimadores alimentados por
gás natural, localizados nas paredes laterais do forno.

Figura 24: Laje moldada e posicionada no forno de ensaio – Obra B.

Fonte: Acervo da obra.


57

O ensaio foi realizado em outubro de 2013, teve duração de 120 minutos e


temperatura inicial de 20°C. O corpo de prova não recebeu condicionamento
especial, permanecendo em ambiente protegido de ventos e chuvas por um período
de, aproximadamente, 90 dias. O mesmo também não recebeu qualquer tipo de
carregamento externo.
A temperatura do forno foi medida através de seis termopares mantidos à
distância de 100 mm da face do corpo de prova e distribuídos simetricamente no
interior do forno de ensaio. As temperaturas do corpo de prova foram medidas em
10 pontos distintos, também por termopares introduzidos no interior da peça em
contato com as armaduras mais próximas da face exposta ao fogo. Também foram
medidas as temperaturas da face não exposta ao fogo.

Figura 25: Detalhe da fixação dos termopares nas armaduras da laje – Obra
B.

Fonte: Acervo da obra.


58

Figura 26: Localização dos pontos de medida de temperatura na face não


exposta ao fogo – Obra B.

Fonte: Acervo da obra.

O corpo de prova se manteve estanque e estável durante o período de 120


minutos. O limite de elevação de temperatura da face não exposta ao fogo do corpo
de prova é 140°C + T0 (160°C) na média, ou 180°C + T0 (200°C) em qualquer ponto.
Verificou-se que esse limite não foi ultrapassado em nenhum momento do ensaio.

Figura 27: Face exposta ao fogo do corpo de prova após a execução do


ensaio – Obra B.

Fonte: Acervo da obra.


59

Aos 40 minutos de ensaio, verificou-se o surgimento de fissuras e liberação


de água na face não exposta ao fogo.

Figura 28: Execução do ensaio de resistência ao fogo. Liberação de água e


surgimento de fissuras (face exposta ao fogo) – Obra B.

Fonte: Acervo da obra.

O resultado desse ensaio foi semelhante ao valor teórico encontrado em


testes realizados na obra do Weena Tower, Rotterdam que obtiveram uma
resistência ao fogo de 120 minutos para uma laje BubbleDeck de 230 mm.
A fissuração proveniente da evaporação de água interna ao concreto ocorre
devido à dilatação térmica dos componentes e posteriores resfriamentos. A
ocorrência dessas fissuras costuma ocorrer nas juntas, nos pontos de adensamento
deficiente ou nos planos das barras da armadura. É importante atentar e controlar o
surgimento dessas fissuras para não resultar no rompimento da peça.
60

7 CONCLUSÕES

A decisão por uma tecnologia em qualquer etapa da construção civil é uma


atividade imprescindível.
Os resultados obtidos neste estudo revelaram que a utilização das lajes com
esferas de polipropileno em substituição parcial ao concreto onde o mesmo não
exerce função estrutural apresentou um comportamento bastante positivo se
comparado às lajes maciças usuais.
Uma das vantagens observadas é que devido aos três métodos executivos
possíveis, as obras que utilizam essa tecnologia têm a alternativa de escolher o que
melhor se adequa à sua organização.
Os canteiros de obra, se estudados e planejados, podem ser perfeitamente
adaptados à implantação dessa nova tecnologia. Este foi o exemplo verificado nas
duas obras estudadas que utilizam as lajes BubbleDeck. Na Obra C, a opção de
módulos escolhida foi adequada à menor dimensão do terreno da obra e na Obra B,
a opção por pré-lajes pôde ser adotada, sendo a fábrica de pré-lajes instalada dentro
do próprio canteiro de obra.
A maior produtividade da laje com esferas de polipropileno em relação às
lajes maciças usuais é um fator de grande importância. Executar a estrutura, que
pode ser considerada como a principal etapa de uma construção, num menor
período de tempo, representa uma redução significativa dos custos indiretos da obra
e melhores resultados em relação aos prazos de entrega.
Em relação aos custos diretos, foi também verificado que as construções que
utilizam laje BubbleDeck analisadas apresentaram resultados mais favoráveis do
que aquela que utiliza as lajes maciças usuais.
Com relação ao desempenho da estrutura, os testes realizados na
Dinamarca, Holanda e Alemanha já concluíam que a BubbleDeck se comporta como
uma estrutura usual, atuando como uma plataforma sólida e, portanto, podendo
seguir com as mesmas regras de cálculo das lajes maciças usuais. Neste estudo, o
teste de prova de carga realizado na Obra B pôde reforçar essa conclusão.
Em relação aos isolamentos, térmico e acústico, oferecidos pela nova
tecnologia, mais uma vez, a BubblDeck se apresentou dentro dos limites
estabelecidos pela Norma Brasileira tanto no que se refere aos testes internacionais,
como quando se analisa o teste de resistência ao fogo realizado na Obra B.
61

A análise comparativa dos resultados deste trabalho atestou a


viabilidade e a adequação da utilização da nova tecnologia que envolve esferas de
polipropileno em substituição parcial do concreto na construção de lajes. Porém, é
importante ressaltar a necessidade de realização de outros estudos empíricos que
venham a fortalecer e ampliar esses achados, fazendo com que essa tecnologia
passe a ser utilizada em larga escala pela construção civil brasileira.
62

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MONTARDO, Júlio Portella, Julho de 2010. Boletim técnico ANAPRE - Associação


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65

ANEXOS

Anexo 1: Layout da fábrica de pré-lajes dentro da Obra B.

Fonte: Acervo da obra.


66

Anexo 2: Quantitativo de materiais e área construída na Obra A.

Volume total Área total de


Pavimentos Kg de aço Área da laje
de concreto forma

7º Subsolo 83,20 m³ 785,00 m² 1.469,00 kg 252,86 m²


6º Subsolo 154,20 m³ 1.488,00 m² 17.260,80 kg 617,86 m²
5º Subsolo 211,70 m³ 1.904,00 m² 22.086,40 kg 990,00 m²
4º Subsolo 211,70 m³ 1.904,00 m² 22.086,40 kg 990,00 m²
3º Subsolo 211,70 m³ 1.904,00 m² 22.086,40 kg 990,00 m²
B2 2º Subsolo 217,50 m³ 1.927,00 m² 22.353,20 kg 982,14 m²
1º Subsolo 158,20 m³ 1.422,00 m² 16.495,20 kg 710,71 m²
Térreo 158,20 m³ 1.422,00 m² 16.495,20 kg 710,71 m²
1º Pavimento 159,00 m³ 1.432,00 m² 17.272,40 kg 710,71 m²
Cobertura 182,90 m³ 1.838,00 m² 21.320,80 kg 614,29 m²
Telhado 104,40 m³ 1.101,00 m² 12.771,60 kg 310,71 m²
6º Subsolo 171,80 m³ 1.581,00 m² 18.455,60 kg 721,43 m²
5º Subsolo 323,40 m³ 2.787,00 m² 32.445,20 kg 1.578,57 m²
4º Subsolo 323,40 m³ 2.787,00 m² 32.445,20 kg 1.578,57 m²
3º Subsolo 327,20 m³ 2.800,00 m² 32.596,00 kg 1.575,71 m²
2º Subsolo 330,70 m³ 2.796,00 m² 32.549,60 kg 1.559,29 m²
B1
1º Subsolo 214,90 m³ 1.888,00 m² 22.016,80 kg 988,57 m²
Térreo 214,90 m³ 1.888,00 m² 22.016,80 kg 988,57 m²
1º Pavimento 216,00 m³ 1.902,00 m² 22.666,40 kg 987,86 m²
Cobertura 245,20 m³ 2.433,00 m² 28.222,80 kg 845,00 m²
Telhado 240,00 m³ 2.541,00 m² 29.475,60 kg 1.117,86 m²
6º Subsolo 201,59 m³ 1.887,77 m² 18.281,60 kg 785,41 m²
5º Subsolo 369,80 m³ 3.216,00 m² 37.305,60 kg 1.718,57 m²
4º Subsolo 286,10 m³ 2.454,00 m² 28.466,40 kg 1.403,57 m²
3º Subsolo 261,00 m³ 2.222,00 m² 25.775,20 kg 1.284,29 m²
2º Subsolo 256,00 m³ 2.209,10 m² 25.624,40 kg 1.220,71 m²
A2
1º Subsolo 181,20 m³ 1.556,00 m² 18.165,60 kg 857,14 m²
Térreo 186,80 m³ 1.627,00 m² 18.873,20 kg 878,57 m²
1º Pavimento 187,80 m³ 1.639,00 m² 20.207,20 kg 878,57 m²
Cobertura 203,10 m³ 2.044,00 m² 23.710,40 kg 711,43 m²
Telhado 119,10 m³ 1.243,00 m² 14.418,80 kg 357,14 m²
6º Subsolo 87,50 m³ 858,34 m² 14.210,00 kg 281,39 m²
5º Subsolo 152,90 m³ 1.392,00 m² 16.298,00 kg 615,71 m²
4º Subsolo 163,60 m³ 1.471,00 m² 17.249,20 kg 709,29 m²
A1 3º Subsolo 194,30 m³ 1.659,00 m² 19.430,00 kg 904,29 m²
2º Subsolo 221,10 m³ 1.912,00 m² 22.364,80 kg 1.020,00 m²
1º Subsolo 178,80 m³ 1.681,00 m² 19.685,20 kg 687,86 m²
Térreo 178,80 m³ 1.681,00 m² 18.560,00 kg 687,86 m²
67

1º Pavimento 161,20 m³ 1.416,00 m² 17.632,00 kg 729,29 m²


Cobertura 205,20 m³ 2.034,00 m² 23.594,40 kg 710,00 m²
Telhado 121,50 m³ 1.253,00 m² 14.534,80 kg 375,00 m²
Total 8.377,59 m³ 75.985,21 m² 878.974,20 kg 36.637,51 m²
Fonte: Acervo pessoal.
68

Anexo 3: Duração dos serviços da Obra A.


Datas Duração do ciclo

Pavimentos
Início Final Total Forma Armação Concreto

7º Subsolo 23/jan/12 3/fev/12 11 dias 8 dias 10 dias 1,5 dias


6º Subsolo 16/mai/11 6/jun/11 21 dias 18 dias 20 dias 1,5 dias
5º Subsolo 7/jun/11 5/jul/11 28 dias 25 dias 27 dias 1,5 dias
4º Subsolo 6/jul/11 2/ago/11 27 dias 24 dias 26 dias 1,5 dias
3º Subsolo 3/ago/11 30/ago/11 27 dias 24 dias 26 dias 1,5 dias
B2 2º Subsolo 31/ago/11 29/set/11 29 dias 26 dias 28 dias 1,5 dias
1º Subsolo 30/set/11 21/out/11 21 dias 18 dias 20 dias 1,5 dias
Térreo 24/out/11 14/nov/11 21 dias 18 dias 20 dias 1,5 dias
1º Pavimento 15/nov/11 6/dez/11 21 dias 18 dias 20 dias 1,5 dias
Cobertura 7/dez/11 4/jan/12 28 dias 25 dias 27 dias 1,5 dias
Telhado 5/jan/12 20/jan/12 15 dias 12 dias 14 dias 1,5 dias
6º Subsolo 20/abr/11 12/mai/11 22 dias 19 dias 21 dias 1,5 dias
5º Subsolo 13/mai/11 7/jun/11 25 dias 22 dias 24 dias 1,5 dias
4º Subsolo 8/jun/11 4/jul/11 26 dias 23 dias 25 dias 1,5 dias
3º Subsolo 5/jul/11 28/jul/11 23 dias 20 dias 22 dias 1,5 dias
2º Subsolo 29/jul/11 26/ago/11 28 dias 25 dias 27 dias 1,5 dias
B1
1º Subsolo 29/ago/11 16/set/11 18 dias 15 dias 17 dias 1,5 dias
Térreo 19/set/11 6/out/11 17 dias 14 dias 16 dias 1,5 dias
1º Pavimento 7/out/11 28/out/11 21 dias 18 dias 20 dias 1,5 dias
Cobertura 31/out/11 24/nov/11 24 dias 21 dias 23 dias 1,5 dias
Telhado 25/nov/11 22/dez/11 27 dias 24 dias 26 dias 1,5 dias
6º Subsolo 30/mai/11 15/jun/11 16 dias 13 dias 15 dias 1,5 dias
5º Subsolo 16/jun/11 28/jul/11 42 dias 39 dias 41 dias 1,5 dias
4º Subsolo 29/jul/11 30/ago/11 32 dias 29 dias 31 dias 1,5 dias
3º Subsolo 31/ago/11 29/set/11 29 dias 26 dias 28 dias 1,5 dias
2º Subsolo 30/set/11 28/out/11 28 dias 25 dias 27 dias 1,5 dias
A2
1º Subsolo 31/out/11 21/nov/11 21 dias 18 dias 20 dias 1,5 dias
Térreo 22/nov/11 13/dez/11 21 dias 18 dias 20 dias 1,5 dias
1º Pavimento 14/dez/11 4/jan/12 21 dias 18 dias 20 dias 1,5 dias
Cobertura 5/jan/12 31/jan/12 26 dias 23 dias 25 dias 1,5 dias
Telhado 1/fev/12 16/fev/12 15 dias 12 dias 14 dias 1,5 dias
6º Subsolo 4/jul/11 20/jul/11 16 dias 13 dias 15 dias 1,5 dias
5º Subsolo 21/jul/11 10/ago/11 20 dias 17 dias 19 dias 1,5 dias
4º Subsolo 11/ago/11 1/set/11 21 dias 18 dias 20 dias 1,5 dias
A1 3º Subsolo 2/set/11 28/set/11 26 dias 23 dias 25 dias 1,5 dias
2º Subsolo 29/set/11 28/out/11 29 dias 26 dias 28 dias 1,5 dias
1º Subsolo 31/out/11 24/nov/11 24 dias 21 dias 23 dias 1,5 dias
Térreo 25/nov/11 20/dez/11 25 dias 22 dias 24 dias 1,5 dias
69

1º Pavimento 21/dez/11 11/jan/12 21 dias 18 dias 20 dias 1,5 dias


Cobertura 12/jan/12 10/fev/12 29 dias 26 dias 28 dias 1,5 dias
Telhado 13/fev/12 29/fev/12 16 dias 13 dias 15 dias 1,5 dias
Fonte: Acervo pessoal.
70

Anexo 4: Quantidade de operários envolvidos na execução da estrutura da


Obra A.
Carpintaria Armação Concretagem

Pavimentos Efetivo (Operários Efetivo (Operários Efetivo (Operários


qualificados) qualificados) qualificados)

7º Subsolo 11 8 14
6º Subsolo 11 8 14
5º Subsolo 11 8 14
4º Subsolo 11 8 14
3º Subsolo 11 8 14
B2 2º Subsolo 11 8 14
1º Subsolo 11 8 14
Térreo 11 8 14
1º Pavimento 11 8 14
Cobertura 11 8 14
Telhado 11 8 14
6º Subsolo 15 10 16
5º Subsolo 15 10 16
4º Subsolo 15 10 16
3º Subsolo 15 10 16
2º Subsolo 15 10 16
B1
1º Subsolo 15 10 16
Térreo 15 10 16
1º Pavimento 15 10 16
Cobertura 15 10 16
Telhado 15 10 16
6º Subsolo 15 10 14
5º Subsolo 15 10 14
4º Subsolo 15 10 14
3º Subsolo 15 10 14
2º Subsolo 15 10 14
A2
1º Subsolo 15 10 14
Térreo 15 10 14
1º Pavimento 15 10 14
Cobertura 15 10 14
Telhado 15 10 14
6º Subsolo 13 9 15
5º Subsolo 13 9 15
4º Subsolo 13 9 15
A1
3º Subsolo 13 9 15
2º Subsolo 13 9 15
1º Subsolo 13 9 15
71

Térreo 13 9 15
1º Pavimento 13 9 15
Cobertura 13 9 15
Telhado 13 9 15
Fonte: Acervo pessoal.
72

Anexo 5: Resultados da produtividade da Obra A.


Carpintaria Armação Concretagem
Prod.
total por
Pavimentos Prod. por Prod. por Prod. por Prod. por Prod. por
Prod. por m² de
m² de m² de área de área de m³ de
kg de aço tapete
tapete forma tapete tapete concreto
0,33 1,01 0,36 1,37 0,45 0,25
7º Subsolo 2,09 kg/Hh
m²/Hh m²/Hh m²/Hh m²/Hh m³/Hh m²/Hh
0,35 0,85 0,44 12,26 3,34 0,83 0,24
6º Subsolo
m²/Hh m²/Hh m²/Hh kg/Hh m²/Hh m³/Hh m²/Hh
0,41 0,79 0,52 11,62 5,36 1,15 0,23
5º Subsolo
m²/Hh m²/Hh m²/Hh kg/Hh m²/Hh m³/Hh m²/Hh
0,43 0,82 0,54 12,07 5,36 1,15 0,24
4º Subsolo
m²/Hh m²/Hh m²/Hh kg/Hh m²/Hh m³/Hh m²/Hh
0,43 0,82 0,54 12,07 5,36 1,15 0,24
3º Subsolo
m²/Hh m²/Hh m²/Hh kg/Hh m²/Hh m³/Hh m²/Hh
0,39 0,77 0,50 11,34 5,31 1,18 0,23
B2 2º Subsolo
m²/Hh m²/Hh m²/Hh kg/Hh m²/Hh m³/Hh m²/Hh
0,41 0,82 0,50 11,72 3,85 0,86 0,23
1º Subsolo
m²/Hh m²/Hh m²/Hh kg/Hh m²/Hh m³/Hh m²/Hh
0,41 0,82 0,50 11,72 3,85 0,86 0,23
Térreo
m²/Hh m²/Hh m²/Hh kg/Hh m²/Hh m³/Hh m²/Hh
1º 0,41 0,82 0,50 12,27 3,85 0,86 0,23
Pavimento m²/Hh m²/Hh m²/Hh kg/Hh m²/Hh m³/Hh m²/Hh
0,25 0,76 0,32 11,22 3,32 0,99 0,23
Cobertura
m²/Hh m²/Hh m²/Hh kg/Hh m²/Hh m³/Hh m²/Hh
0,27 0,95 0,32 12,96 1,68 0,56 0,25
Telhado
m²/Hh m²/Hh m²/Hh kg/Hh m²/Hh m³/Hh m²/Hh
0,29 0,63 0,39 3,42 0,81 0,20
6º Subsolo 9,99 kg/Hh
m²/Hh m²/Hh m²/Hh m²/Hh m³/Hh m²/Hh
0,54 0,96 0,75 15,36 7,47 1,53 0,31
5º Subsolo
m²/Hh m²/Hh m²/Hh kg/Hh m²/Hh m³/Hh m²/Hh
0,52 0,92 0,72 14,75 7,47 1,53 0,30
4º Subsolo
m²/Hh m²/Hh m²/Hh kg/Hh m²/Hh m³/Hh m²/Hh
0,60 1,06 0,81 16,84 7,46 1,55 0,34
3º Subsolo
m²/Hh m²/Hh m²/Hh kg/Hh m²/Hh m³/Hh m²/Hh
0,47 0,85 0,66 13,70 7,38 1,57 0,28
2º Subsolo
m²/Hh m²/Hh m²/Hh kg/Hh m²/Hh m³/Hh m²/Hh
B1
0,50 0,95 0,66 14,72 4,68 1,02 0,29
1º Subsolo
m²/Hh m²/Hh m²/Hh kg/Hh m²/Hh m³/Hh m²/Hh
0,53 1,02 0,70 15,64 4,68 1,02 0,31
Térreo
m²/Hh m²/Hh m²/Hh kg/Hh m²/Hh m³/Hh m²/Hh
1º 0,42 0,80 0,56 12,88 4,68 1,02 0,25
Pavimento m²/Hh m²/Hh m²/Hh kg/Hh m²/Hh m³/Hh m²/Hh
0,30 0,88 0,42 13,94 4,00 1,16 0,28
Cobertura
m²/Hh m²/Hh m²/Hh kg/Hh m²/Hh m³/Hh m²/Hh
0,35 0,80 0,49 12,88 5,29 1,14 0,26
Telhado
m²/Hh m²/Hh m²/Hh kg/Hh m²/Hh m³/Hh m²/Hh
0,46 1,10 0,60 13,85 4,25 1,09 0,34
6º Subsolo
m²/Hh m²/Hh m²/Hh kg/Hh m²/Hh m³/Hh m²/Hh
0,33 0,62 0,48 10,34 9,30 2,00 0,22
5º Subsolo
m²/Hh m²/Hh m²/Hh kg/Hh m²/Hh m³/Hh m²/Hh
0,37 0,64 0,51 10,43 7,60 1,55 0,22
4º Subsolo
m²/Hh m²/Hh m²/Hh kg/Hh m²/Hh m³/Hh m²/Hh
A 0,37 0,65 0,52 10,46 6,95 1,41 0,22
3º Subsolo
2 m²/Hh m²/Hh m²/Hh kg/Hh m²/Hh m³/Hh m²/Hh
0,37 0,67 0,51 10,78 6,61 1,39 0,23
2º Subsolo
m²/Hh m²/Hh m²/Hh kg/Hh m²/Hh m³/Hh m²/Hh
0,36 0,65 0,49 10,32 4,64 0,98 0,22
1º Subsolo
m²/Hh m²/Hh m²/Hh kg/Hh m²/Hh m³/Hh m²/Hh
0,37 0,68 0,50 10,72 4,75 1,01 0,23
Térreo
m²/Hh m²/Hh m²/Hh kg/Hh m²/Hh m³/Hh m²/Hh
73

1º 0,37 0,69 0,50 11,48 4,75 1,02 0,23


Pavimento m²/Hh m²/Hh m²/Hh kg/Hh m²/Hh m³/Hh m²/Hh
0,23 0,67 0,32 10,78 3,85 1,10 0,23
Cobertura
m²/Hh m²/Hh m²/Hh kg/Hh m²/Hh m³/Hh m²/Hh
0,23 0,78 0,29 11,70 1,93 0,64 0,24
Telhado
m²/Hh m²/Hh m²/Hh kg/Hh m²/Hh m³/Hh m²/Hh
0,19 0,58 0,24 11,96 1,42 0,44 0,16
6º Subsolo
m²/Hh m²/Hh m²/Hh kg/Hh m²/Hh m³/Hh m²/Hh
0,32 0,72 0,41 10,83 3,11 0,77 0,21
5º Subsolo
m²/Hh m²/Hh m²/Hh kg/Hh m²/Hh m³/Hh m²/Hh
0,34 0,71 0,45 10,89 3,58 0,83 0,22
4º Subsolo
m²/Hh m²/Hh m²/Hh kg/Hh m²/Hh m³/Hh m²/Hh
0,34 0,63 0,46 4,57 0,98 0,20
3º Subsolo 9,81 kg/Hh
m²/Hh m²/Hh m²/Hh m²/Hh m³/Hh m²/Hh
0,34 0,64 0,46 10,09 5,15 1,12 0,20
2º Subsolo
A m²/Hh m²/Hh m²/Hh kg/Hh m²/Hh m³/Hh m²/Hh
1 0,29 0,70 0,38 10,81 3,47 0,90 0,22
1º Subsolo
m²/Hh m²/Hh m²/Hh kg/Hh m²/Hh m³/Hh m²/Hh
0,27 0,67 0,36 3,47 0,90 0,21
Térreo 9,76 kg/Hh
m²/Hh m²/Hh m²/Hh m²/Hh m³/Hh m²/Hh
1º 0,35 0,69 0,46 11,13 3,68 0,81 0,21
Pavimento m²/Hh m²/Hh m²/Hh kg/Hh m²/Hh m³/Hh m²/Hh
0,24 0,68 0,32 10,64 3,59 1,04 0,22
Cobertura
m²/Hh m²/Hh m²/Hh kg/Hh m²/Hh m³/Hh m²/Hh
0,25 0,84 0,32 12,23 1,89 0,61 0,24
Telhado
m²/Hh m²/Hh m²/Hh kg/Hh m²/Hh m³/Hh m²/Hh
0,37 0,78 0,48 11,73 4,58 1,05 0,24
Médias
m²/Hh m²/Hh m²/Hh kg/Hh m²/Hh m³/Hh m²/Hh
Fonte: Acervo pessoal.
74

Anexo 6: Quantidade de operários na fábrica de pré-lajes - Obra B.


Operário Quantidade
Armador 6
Pedreiro 4
Carpinteiro 3
Ajudante 28
Encarregado 5
Operador de pórtico 4
Serralheiro 1
Soldador 4
Total 55
Fonte: Acervo da obra.
75

Anexo 7: Quantitativo dos materiais utilizados nas lajes maciças - Obra A.

Forma Concreto Aço Materiais Auxiliares

Arame
Espaçadores
Recozido
Quantidade Quantidade Quantidade
Quantidade Quantidade

7º Subsolo 785,00 m² 83,20 m³ 1.469 kg 7,40 mil 29 kg


6º Subsolo 1.488,00 m² 154,20 m³ 17.261 kg 13,72 mil 345 kg
5º Subsolo 1.904,00 m² 211,70 m³ 22.086 kg 18,84 mil 442 kg
4º Subsolo 1.904,00 m² 211,70 m³ 22.086 kg 18,84 mil 442 kg
3º Subsolo 1.904,00 m² 211,70 m³ 22.086 kg 18,84 mil 442 kg
2º Subsolo 1.927,00 m² 217,50 m³ 22.353 kg 19,36 mil 447 kg
B2
1º Subsolo 1.422,00 m² 158,20 m³ 16.495 kg 14,08 mil 330 kg
Térreo 1.422,00 m² 158,20 m³ 16.495 kg 14,08 mil 330 kg
1º Pavimento 1.432,00 m² 159,00 m³ 17.272 kg 14,15 mil 345 kg
Cobertura 1.838,00 m² 182,90 m³ 21.321 kg 16,28 mil 426 kg
Telhado 1.101,00 m² 104,40 m³ 12.772 kg 9,29 mil 255 kg
Subtotal 17.127,00 m² 1.852,70 m³ 191.697 kg 164,89 mil 3834 kg
7º Subsolo - - - - -
6º Subsolo 1.581,00 m² 171,80 m³ 18.456 kg 15,29 mil 369 kg
5º Subsolo 2.787,00 m² 323,40 m³ 32.445 kg 28,78 mil 649 kg
4º Subsolo 2.787,00 m² 323,40 m³ 32.445 kg 28,78 mil 649 kg
3º Subsolo 2.800,00 m² 327,20 m³ 32.596 kg 29,12 mil 652 kg
2º Subsolo 2.796,00 m² 330,70 m³ 32.550 kg 29,43 mil 651 kg
B1
1º Subsolo 1.888,00 m² 214,90 m³ 22.017 kg 19,13 mil 440 kg
Térreo 1.888,00 m² 214,90 m³ 22.017 kg 19,13 mil 440 kg
1º Pavimento 1.902,00 m² 216,00 m³ 22.666 kg 19,22 mil 453 kg
Cobertura 2.433,00 m² 245,20 m³ 28.223 kg 21,82 mil 564 kg
Telhado 2.541,00 m² 240,00 m³ 29.476 kg 21,36 mil 590 kg
Subtotal 23.403,00 m² 2.607,50 m³ 272.890 kg 232,07 mil 5458 kg
7º Subsolo - - - - -
6º Subsolo 1.887,77 m² 201,59 m³ 18.282 kg 17,94 mil 366 kg
5º Subsolo 3.216,00 m² 369,80 m³ 37.306 kg 32,91 mil 746 kg
4º Subsolo 2.454,00 m² 286,10 m³ 28.466 kg 25,46 mil 569 kg
3º Subsolo 2.222,00 m² 261,00 m³ 25.775 kg 23,23 mil 516 kg
2º Subsolo 2.209,10 m² 256,00 m³ 25.624 kg 22,78 mil 512 kg
A2
1º Subsolo 1.556,00 m² 181,20 m³ 18.166 kg 16,13 mil 363 kg
Térreo 1.627,00 m² 186,80 m³ 18.873 kg 16,63 mil 377 kg
1º Pavimento 1.639,00 m² 187,80 m³ 20.207 kg 16,71 mil 404 kg
Cobertura 2.044,00 m² 203,10 m³ 23.710 kg 18,08 mil 474 kg
Telhado 1.243,00 m² 119,10 m³ 14.419 kg 10,60 mil 288 kg
Subtotal 20.097,87 m² 2.252,49 m³ 230.828 kg 200,47 mil 4617 kg
76

7º Subsolo - - - - -
6º Subsolo 858,34 m² 87,50 m³ 14.210 kg 7,79 mil 284 kg
5º Subsolo 1.392,00 m² 152,90 m³ 16.298 kg 13,61 mil 326 kg
4º Subsolo 1.471,00 m² 163,60 m³ 17.249 kg 14,56 mil 345 kg
3º Subsolo 1.659,00 m² 194,30 m³ 19.430 kg 17,29 mil 389 kg
2º Subsolo 1.912,00 m² 221,10 m³ 22.365 kg 19,68 mil 447 kg
A1
1º Subsolo 1.681,00 m² 178,80 m³ 19.685 kg 15,91 mil 394 kg
Térreo 1.681,00 m² 178,80 m³ 18.560 kg 15,91 mil 371 kg
1º Pavimento 1.416,00 m² 161,20 m³ 17.632 kg 14,35 mil 353 kg
Cobertura 2.034,00 m² 205,20 m³ 23.594 kg 18,26 mil 472 kg
Telhado 1.253,00 m² 121,50 m³ 14.535 kg 10,81 mil 291 kg
Subtotal 15.357,34 m² 1.664,90 m³ 183.558 kg 148,18 mil 3671 kg
Total 75.985,21 m² 8.377,59 m³ 878.974 kg 745,61 mil 17579 kg
Fonte: Acervo pessoal.
77

Anexo 8: Estudo da mão de obra envolvida em 1 dia de concretagem - Obra


A.

Valor do dia Alimentação Transporte


Qnt. Funcionário Total
de concreto Total Total
6 Pedreiros 1,3302 INCC's 0,1770 INCC's 0,0660 INCC's 1,5731 INCC's
8 Serventes 1,0393 INCC's 0,2360 INCC's 0,0880 INCC's 1,3633 INCC's
3 Ajudantes práticos 0,4140 INCC's 0,0885 INCC's 0,0330 INCC's 0,5355 INCC's
1 Armador 0,2217 INCC's 0,0295 INCC's 0,0110 INCC's 0,2622 INCC's
3,7341 INCC's
Fonte: Acervo pessoal.
78

Anexo 9: Estudo dos equipamentos envolvidos em 1 dia de concretagem -


Obra A.

Qnt Equipamento Valor da hora Total

1 uni Grua c/ operador 0,3035 INCC's 2,7318 INCC's


1 uni Lavadora 0,0052 INCC's 0,0470 INCC's
2 uni Mangote 0,0011 INCC's 0,0207 INCC's
1 uni Vibrador 0,0005 INCC's 0,0047 INCC's
1 vb Ferramentas 0,0083 INCC's 0,0751 INCC's
2,8792 INCC's
Fonte: Acervo pessoal.
79

Anexo 10: Preços praticados na Obra A e suas respectivas conversões para


INCC’s.
Valor
Valor Data de INCC Base
Item Contratado em
Contratado Contratação (N-1)
INCC
Operário qualificado R$ 5,40 01/01/13 522,474 0,0103 INCC's
Servente prático R$ 3,36 01/01/13 522,474 0,0064 INCC's
Servente comum R$ 3,16 01/01/13 522,474 0,0061 INCC's
Café R$ 2,38 19/04/13 531,691 0,0045 INCC's
Almoço R$ 5,80 19/04/13 531,691 0,0109 INCC's
Lanche R$ 2,40 19/04/13 531,691 0,0045 INCC's
Cesta Básica R$ 0,56 01/01/13 522,474 0,0011 INCC's
Vale transporte R$ 2,80 04/06/12 509,184 0,0055 INCC's
Locação da grua R$ 137,73 25/01/11 453,766 0,3035 INCC's
Locação de lavadora R$ 2,34 01/11/10 449,103 0,0052 INCC's
Locação de mangote R$ 0,52 01/11/10 449,103 0,0011 INCC's
Locação de vibrador R$ 0,23 01/11/10 449,103 0,0005 INCC's
Forma R$ 41,50 16/12/10 450,763 0,0921 INCC's
Concreto - material R$ 254,00 17/08/10 446,688 0,5686 INCC's
Concreto - mão de obra R$ 6,75 09/12/10 450,763 0,0150 INCC's
Concreto - bombeamento R$ 30,00 17/08/10 446,688 0,0672 INCC's
Aço - material R$ 2,45 01/02/10 423,740 0,0058 INCC's
Aço - mão de obra R$ 1,03 17/08/10 446,688 0,0023 INCC's
Espaçador R$ 0,13 01/03/10 425,268 0,0003 INCC's
Arame recozido R$ 2,67 21/09/10 447,296 0,0060 INCC's
Fonte: Acervo pessoal.
80

Anexo 11: Custo total da Obra A.

Forma Concreto Aço Materiais Auxiliares

Área Mão de Obra


Material Mão de Obra Casa Material Mão de Obra Espaçadores Arame Recozido Equip.
da laje Empreiteiro
Custo Custo (INCC's)
(m²) Quant Unit. Tot. Quan Quant.
. (m²) (INCC (INCC . (m³) (kg) Custo
Custo Custo Custo Custo Custo Custo Custo
's) 's) Custo Custo Custo Custo Unitá Qua Custo Custo
Unit. Tot. Unit. Tot. Tot. Unit. Tot. Quant
Unit.(INC Tot.(INC Unit.(INC Tot.(INC rio nt. Unit.(INC Tot.(INC
(INCC (INCC (INCC (INCC (INCC (INCC (INCC . (kg)
C's) C's) C's) C's) (INCC' (mil) C's) C's)
's) 's) 's) 's) 's) 's) 's)
s)
7º 1469,0
252,86 785,00 0,09 72,27 83,20 0,64 52,90 0,01 3,79 0,02 1,52 0,01 8,49 0,00 3,39 7,40 0,31 2,26 29,38 0,01 0,18 1,17
Subsolo 0
6º 1488,0 136,9 154,2 17260, 13,7
617,86 0,09 0,64 98,04 0,01 9,25 0,02 2,82 0,01 99,80 0,00 39,80 0,31 4,20 345,22 0,01 2,06 2,17
Subsolo 0 9 0 80 2
5º 1904,0 175,2 211,7 134,6 22086, 18,8
990,00 0,09 0,64 0,01 14,82 0,02 3,87 0,01 127,70 0,00 50,93 0,31 5,76 441,73 0,01 2,64 2,98
Subsolo 0 9 0 0 40 4
4º 1904,0 175,2 211,7 134,6 22086, 18,8
990,00 0,09 0,64 0,01 14,82 0,02 3,87 0,01 127,70 0,00 50,93 0,31 5,76 441,73 0,01 2,64 2,98
Subsolo 0 9 0 0 40 4
3º 1904,0 175,2 211,7 134,6 22086, 18,8
990,00 0,09 0,64 0,01 14,82 0,02 3,87 0,01 127,70 0,00 50,93 0,31 5,76 441,73 0,01 2,64 2,98
Subsolo 0 9 0 0 40 4
2º 1927,0 177,4 217,5 138,2 22353, 19,3
982,14 0,09 0,64 0,01 14,71 0,02 3,97 0,01 129,24 0,00 51,54 0,31 5,92 447,06 0,01 2,67 3,06
Subsolo 0 1 0 8 20 6
B
1º 1422,0 130,9 158,2 100,5 16495, 14,0
2 710,71 0,09 0,64 0,01 10,64 0,02 2,89 0,01 95,37 0,00 38,04 0,31 4,30 329,90 0,01 1,97 2,23
Subsolo 0 2 0 8 20 8
1422,0 130,9 158,2 100,5 16495, 14,0
Térreo 710,71 0,09 0,64 0,01 10,64 0,02 2,89 0,01 95,37 0,00 38,04 0,31 4,30 329,90 0,01 1,97 2,23
0 2 0 8 20 8

1432,0 131,8 159,0 101,0 17272, 14,1
Paviment 710,71 0,09 0,64 0,01 10,64 0,02 2,91 0,01 99,87 0,00 39,83 0,31 4,33 345,45 0,01 2,06 2,24
0 4 0 9 40 5
o
1838,0 169,2 182,9 116,2 21320, 16,2
Cobertura 614,29 0,09 0,64 0,01 9,20 0,02 3,34 0,01 123,27 0,00 49,16 0,31 4,98 426,42 0,01 2,55 2,58
0 2 0 9 80 8
1101,0 101,3 104,4 12771,
Telhado 310,71 0,09 0,64 66,38 0,01 4,65 0,02 1,91 0,01 73,84 0,00 29,45 9,29 0,31 2,84 255,43 0,01 1,52 1,47
0 6 0 60
7879,9 17127, 1576, 1852, 1177, 118,0 191697 442,0 164, 3833,9
Subtotal 33,86 1108,37 50,41 22,89 26,11
9 00 82 70 93 0 ,40 3 89 5

0,09 0,64 0,00 0,01 0,00 0,02 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,31 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00
Subsolo
6º 1581,0 145,5 171,8 109,2 18455, 15,2
721,43 0,09 0,64 0,01 10,80 0,02 3,14 0,01 106,71 0,00 42,56 0,31 4,67 369,11 0,01 2,20 2,42
Subsolo 0 6 0 3 60 9
5º 1578,5 2787,0 256,5 323,4 205,6 32445, 28,7
0,09 0,64 0,01 23,64 0,02 5,91 0,01 187,59 0,00 74,81 0,31 8,80 648,90 0,01 3,87 4,56
Subsolo 7 0 9 0 1 20 8
4º 1578,5 2787,0 256,5 323,4 205,6 32445, 28,7
0,09 0,64 0,01 23,64 0,02 5,91 0,01 187,59 0,00 74,81 0,31 8,80 648,90 0,01 3,87 4,56
B Subsolo 7 0 9 0 1 20 8
1 3º 1575,7 2800,0 257,7 327,2 208,0 32596, 29,1
0,09 0,64 0,01 23,60 0,02 5,98 0,01 188,47 0,00 75,16 0,31 8,90 651,92 0,01 3,89 4,61
Subsolo 1 0 9 0 3 00 2
2º 1559,2 2796,0 257,4 330,7 210,2 32549, 29,4
0,09 0,64 0,01 23,35 0,02 6,04 0,01 188,20 0,00 75,05 0,31 9,00 650,99 0,01 3,89 4,66
Subsolo 9 0 2 0 6 60 3
1º 1888,0 173,8 214,9 136,6 22016, 19,1
988,57 0,09 0,64 0,01 14,80 0,02 3,93 0,01 127,30 0,00 50,77 0,31 5,85 440,34 0,01 2,63 3,03
Subsolo 0 2 0 3 80 3
1888,0 173,8 214,9 136,6 22016, 19,1
Térreo 988,57 0,09 0,64 0,01 14,80 0,02 3,93 0,01 127,30 0,00 50,77 0,31 5,85 440,34 0,01 2,63 3,03
0 2 0 3 80 3
81


1902,0 175,1 216,0 137,3 22666, 19,2
Paviment 987,86 0,09 0,64 0,01 14,79 0,02 3,95 0,01 131,05 0,00 52,27 0,31 5,88 453,33 0,01 2,71 3,04
0 1 0 3 40 2
o
2433,0 224,0 245,2 155,9 28222, 21,8
Cobertura 845,00 0,09 0,64 0,01 12,65 0,02 4,48 0,01 163,18 0,00 65,08 0,31 6,67 564,46 0,01 3,37 3,46
0 0 0 0 80 2
1117,8 2541,0 233,9 240,0 152,5 29475, 21,3
Telhado 0,09 0,64 0,01 16,74 0,02 4,39 0,01 170,42 0,00 67,97 0,31 6,53 589,51 0,01 3,52 3,38
6 0 4 0 9 60 6
11941, 23403, 2154, 2607, 1657, 178,8 272890 629,2 232, 5457,8
Subtotal 47,65 1577,81 70,94 32,58 36,74
43 00 62 50 82 2 ,00 5 07 0

0,09 0,64 0,00 0,01 0,00 0,02 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,31 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00
Subsolo
6º 1887,7 173,8 201,5 128,1 18281, 17,9
785,41 0,09 0,64 0,01 11,76 0,02 3,68 0,01 105,70 0,00 42,15 0,31 5,48 365,63 0,01 2,18 2,84
Subsolo 7 0 9 7 60 4
5º 1718,5 3216,0 296,0 369,8 235,1 37305, 32,9
0,09 0,64 0,01 25,73 0,02 6,76 0,01 215,70 0,00 86,02 0,31 10,06 746,11 0,01 4,45 5,21
Subsolo 7 0 8 0 2 60 1
4º 1403,5 2454,0 225,9 286,1 181,9 28466, 25,4
0,09 0,64 0,01 21,02 0,02 5,23 0,01 164,59 0,00 65,64 0,31 7,78 569,33 0,01 3,40 4,03
Subsolo 7 0 3 0 0 40 6
3º 1284,2 2222,0 204,5 261,0 165,9 25775, 23,2
0,09 0,64 0,01 19,23 0,02 4,77 0,01 149,03 0,00 59,43 0,31 7,10 515,50 0,01 3,08 3,68
Subsolo 9 0 7 0 4 20 3
2º 1220,7 2209,1 203,3 256,0 162,7 25624, 22,7
0,09 0,64 0,01 18,28 0,02 4,68 0,01 148,16 0,00 59,09 0,31 6,96 512,49 0,01 3,06 3,61
Subsolo 1 0 8 0 6 40 8
A
1º 1556,0 143,2 181,2 115,2 18165, 16,1
2 857,14 0,09 0,64 0,01 12,84 0,02 3,31 0,01 105,03 0,00 41,89 0,31 4,93 363,31 0,01 2,17 2,55
Subsolo 0 5 0 1 60 3
1627,0 149,7 186,8 118,7 18873, 16,6
Térreo 878,57 0,09 0,64 0,01 13,16 0,02 3,41 0,01 109,12 0,00 43,52 0,31 5,08 377,46 0,01 2,25 2,63
0 9 0 7 20 3

1639,0 150,9 187,8 119,4 20207, 16,7
Paviment 878,57 0,09 0,64 0,01 13,16 0,02 3,43 0,01 116,83 0,00 46,59 0,31 5,11 404,14 0,01 2,41 2,65
0 0 0 0 20 1
o
2044,0 188,1 203,1 129,1 23710, 18,0
Cobertura 711,43 0,09 0,64 0,01 10,65 0,02 3,71 0,01 137,09 0,00 54,67 0,31 5,53 474,21 0,01 2,83 2,86
0 8 0 3 40 8
1243,0 114,4 119,1 14418, 10,6
Telhado 357,14 0,09 0,64 75,72 0,01 5,35 0,02 2,18 0,01 83,37 0,00 33,25 0,31 3,24 288,38 0,01 1,72 1,68
0 4 0 80 0
10095, 20097, 1850, 2252, 1432, 151,1 230828 532,2 200, 4616,5
Subtotal 41,16 1334,61 61,28 27,56 31,74
40 87 33 49 11 7 ,40 6 47 7

0,09 0,64 0,00 0,01 0,00 0,02 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,31 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00
Subsolo
6º 14210,
281,39 858,34 0,09 79,02 87,50 0,64 55,63 0,01 4,21 0,02 1,60 0,01 82,16 0,00 32,77 7,79 0,31 2,38 284,20 0,01 1,70 1,23
Subsolo 00
5º 1392,0 128,1 152,9 16298, 13,6
615,71 0,09 0,64 97,21 0,01 9,22 0,02 2,79 0,01 94,23 0,00 37,58 0,31 4,16 325,96 0,01 1,95 2,15
Subsolo 0 6 0 00 1
4º 1471,0 135,4 163,6 104,0 17249, 14,5
709,29 0,09 0,64 0,01 10,62 0,02 2,99 0,01 99,73 0,00 39,77 0,31 4,45 344,98 0,01 2,06 2,31
Subsolo 0 3 0 2 20 6
3º 1659,0 152,7 194,3 123,5 19430, 17,2
904,29 0,09 0,64 0,01 13,54 0,02 3,55 0,01 112,34 0,00 44,80 0,31 5,29 388,60 0,01 2,32 2,74
Subsolo 0 4 0 3 00 9
A
1 2º 1020,0 1912,0 176,0 221,1 140,5 22364, 19,6
0,09 0,64 0,01 15,27 0,02 4,04 0,01 129,31 0,00 51,57 0,31 6,02 447,30 0,01 2,67 3,12
Subsolo 0 0 3 0 7 80 8
1º 1681,0 154,7 178,8 113,6 19685, 15,9
687,86 0,09 0,64 0,01 10,30 0,02 3,27 0,01 113,82 0,00 45,39 0,31 4,86 393,70 0,01 2,35 2,52
Subsolo 0 6 0 8 20 1
1681,0 154,7 178,8 113,6 18560, 15,9
Térreo 687,86 0,09 0,64 0,01 10,30 0,02 3,27 0,01 107,31 0,00 42,80 0,31 4,86 371,20 0,01 2,22 2,52
0 6 0 8 00 1

1416,0 130,3 161,2 102,4 17632, 14,3
Paviment 729,29 0,09 0,64 0,01 10,92 0,02 2,95 0,01 101,95 0,00 40,66 0,31 4,39 352,64 0,01 2,10 2,27
0 7 0 9 00 5
o
2034,0 187,2 205,2 130,4 23594, 18,2
Cobertura 710,00 0,09 0,64 0,01 10,63 0,02 3,75 0,01 136,42 0,00 54,41 0,31 5,58 471,89 0,01 2,82 2,89
0 6 0 6 40 6
82

1253,0 115,3 121,5 14534, 10,8


Telhado 375,00 0,09 0,64 77,25 0,01 5,62 0,02 2,22 0,01 84,04 0,00 33,52 0,31 3,31 290,70 0,01 1,74 1,71
0 6 0 80 1
6720,6 15357, 1413, 1664, 1058, 100,6 183558 423,2 148, 3671,1
Subtotal 30,43 1061,31 45,30 21,91 23,46
9 34 89 90 53 4 ,40 6 18 7
36637, 75985, 6995, 8377, 5326, 548,6 878974 2026, 745, 227,9 17579,
Subtotal 0,09 0,64 0,01 0,02 153,10 0,01 5082,09 0,00 0,31 0,01 104,94 118,05
51 21 66 59 39 3 ,20 79 61 2 48

118,05
Total 6.995,66 INCC's 6.028,12 INCC's 7.108,89 INCC's 332,86 INCC's
INCC's

Fonte: Acervo pessoal.

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