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GESTÃO DE CIDADES

E CONTEXTO DA
INFRAESTRUTURA URBANA

Professor: LEONARDO SANTOS


PROGRAMA DE EDUCAÇÃO PERMANENTE - PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS

Leonardo Santos
Diretor Presidente do Instituto de Planejamento e Gestão de
Cidades. Graduado em Enfermagem pela Universidade do
Estado de Minas Gerais e especialista em Planejamento e
Gestão Social pela Universidade Federal de Juiz de Fora.
Possui habilidade em gestão de serviços de saúde pública
atuando principalmente nos seguintes setores: Planejamento,
avaliação e programação de serviços públicos de saúde e
construção de redes de cuidados integrais à saúde mental.
Atuou como Gestor Público Federal na Diretoria de
Operações da CASEMG (Ministério da Agricultura) na área do
agronegócio e comércio exterior.
MÓDULO I - Divisão do Módulo
Gestão de Cidades e Contexto da Infraestrutura Urbana

AULA 01
1. Introdução

2. A Origem e o Conceito das Cidades no Mundo


2.1. Cidades Estados - A origem na antiguidade
2.2. A urbanização no Brasil
2.3. Modelos de cidades ao redor do mundo
2.4. O planejamento urbano

2. A Origem e o Conceito das Cidades no Mundo


2.1. Planejamento urbano na prática
INTRODUÇÃO
O Módulo I - Gestão de Cidades e Contexto da
Infraestrutura Urbana visa apresentar os arranjos
mais modernos de gestão de cidades na área de
infraestrutura social e urbana. Além disso, visa
discutir sobre a importância do planejamento da
infraestrutura através do Plano Plurianual (PPA),
Planos de Governos, Planos Diretores, Planos de
Saneamento Básico, de mobilidades urbanas e o
recente plano das Cidades Inteligentes e, por fim,
apresentar alternativas de parcerias com a
iniciativa privada de modo a atrair investimentos e
fazer cumprir as políticas públicas definidas nos
Planos Municipais.
Cidade Estados - A origem na antiguidade
- Entre 5000 e 2500 a.C - Cerca de doze cidades-estado surgiram na mesopotâmia nos vales
dos rios Tigres e Eufrates (atual iraque). Depois de 2300 a.C., essas cidades-estado perderam
sua independência e foram forçadas a fazer parte do Império Acadiano.
- Entre 800 - 500 a.C - Cidades Estados Gregas, com independência política e forma de
organização do poder utilizados até os dias de hoje, como a Democracia, por exemplo.
- Entre 500 a 1500 d.C - Idade Média - Migração das populações urbanas para o campo,
onde a base da economia passou a ser a produção agrícola.
- Idade Moderna - 1500 a 1788 d.C - A Idade Moderna é considerada o período de transição
do modo de produção feudal para o modo de produção capitalista. A república e o
fortalecimento da democracia.
- Idade Contemporânea - 1789 a 2020 - Iluminismo (Revolução Francesa e Industrial). A
globalização e as economias de escala. Revolução Industrial 4.0
Pré -História História

Idade Idade Idade Idade


Antiga Média Moderna Contemporânea

140.000 A.C 3.000 A.C


0 476 1453 1789
Surgimento da
Escrita Queda do Tomada de Revolução
Império Romano Constantinopla Francesa
Pelos
Surgimento do Nascimento de Turcos-Otomanos
Homem Moderno Jesus Cristo

A.C D.C
Períodos da História do Brasil
1500: 1530: 1822: 1889:
Descobrimento do Início da Independência Proclamação Hoje
Brasil Colonização do Brasil da República

Pau-Brasil Cana de açúcar Ouro Coroa Café Urna

Caravela

Período
Pré - Colonial Período Colonial Período Imperial Período Republicano
(1500 - 1530) (1530 - 1822) (1822 - 1889) (1889 - 2016)

1494: 1517 1534 1693 1831 1930 1989


Assinatura do Franceses Eleições
Início das Descoberta Abdicação de Revolução de
Tratado de 1930 e início diretas para
realizam Capitanias do ouro em Dom Pedro I Presidente
Tordesilhas contrabando Hereditárias da era Vargas
Minas da República
do pau-brasil

1808 1808 1964


1548 Chegada da
Chegada da Início da
Início do Família Real
Família Real Ditadura
Esquema baseado em representação Governo no Rio de
no Rio de Militar
por Leonidas Felipe geral Janeiro
Janeiro
A urbanização no Brasil
1ª fase | 1875 - 1930 | Planos de embelezamento
Planos baseados na tradição europeia, que tinham como objetivo o dito “embelezamento” das
cidades. Na prática, isso significava ruas mais largas e a população e as habitações de baixa renda
sendo empurradas para áreas distantes da região central. Geralmente as intervenções ficavam
restritas a áreas específicas da cidade, como o centro.

A fase foi marcada pela chamada política de “higienismo” – acabar com os cortiços e deixar a
cidade mais “bela” com base em modelos europeus. No Rio de Janeiro, por exemplo, a referência era
a Paris de Haussmann, e o processo deu início ao crescimento da cidade informal, com a ocupação
dos morros pela população mais pobre. Nessa época, ainda não havia uma denominação formal de
“planejamento urbano” ou estruturas formais com esse fim na administração pública – o período foi
marcado pela necessidade de rompimento com o passado colonial e a adesão ao “moderno”.
A urbanização no Brasil
2ª fase | 1930 - 1965 | Planos de conjunto

Os planos passam a olhar para a cidade de forma mais ampla, preocupando-se com diretrizes válidas
para todo o território e não apenas determinadas regiões. Entram aqui os zoneamentos, a legislação sobre
uso e ocupação do solo e a articulação dos bairros com o centro a partir de sistemas de transporte.

É quando começa a se falar em “caos urbano”, crescimento desordenado e a necessidade de planejar


as cidades de forma mais consistente. Surgem iniciativas como o Plano de Avenidas, de São Paulo, e o
Plano Agache, no Rio de Janeiro, que abordam diversos aspectos do ambiente urbano, como legislação
urbanística, habitação, ordenamento territorial.
A urbanização no Brasil
3ª fase | 1965 - 1971 | Planos de desenvolvimento integrado

Nesta fase, os planos começam a incorporar outros aspectos além dos relacionados ao território, como os
econômicos e sociais. Tornaram-se documentos cada vez mais densos e complexos, tocando em questões
sociais distantes dos interesses da classe dominante, o que passou a dificultar o processo de aprovação.

Nesse momento, entram em jogo as questões metropolitanas e o planejamento não restrito somente aos
limites de um município. O que acontecia, porém, é que muitas vezes acabavam surgindo planos
descolados da realidade, excessivamente técnicos e longos.
A urbanização no Brasil
4ª fase | 1971 - 1992 | Planos sem mapas

Como resposta à fase anterior, aqui os planos passam a abrir mão de diagnósticos técnicos muito extensos
e até mesmo dos mapas que ilustravam as medidas propostas. Apresentam apenas diretrizes e objetivos
gerais, ocultando conflitos de interesses em relação ao espaço urbano. A busca por simplificar o conteúdo
errou a mão, e os planos acabaram reduzidos quase a cartas de intenções.
A urbanização no Brasil
5ª fase | 1992 – 1988/2001 | Constituição de 1988 e Estatuto da Cidade
Com a democratização do país, o processo de planejamento urbano deixa de ser tratado como “neutro”
e passa a ser visto como um processo político e de participação social. A Constituição de 1988 reconhece
os planos diretores como principal instrumento de implementação da política de desenvolvimento e
expansão urbana municipal. E o Estatuto da Cidade, instituído em 2001, estabelece o “direito à cidade
sustentável”, elencando princípios e diretrizes que devem ser adotados nos planos diretores, obrigatórios
para cidades com mais de 20 mil habitantes.

As novas legislações estabelecem uma nova fase na história do planejamento urbano brasileiro, com o
objetivo de construir territórios que promovam ao mesmo tempo justiça social, desenvolvimento
econômico e preservação do meio ambiente. Mas ainda há chão pela frente – e as cidades podem e
devem se valer de seus planos diretores para construírem um ambiente urbano eficiente, inclusivo e
sustentável.
A concepção das cidades
Uma cidade é uma área urbanizada, que se diferencia de vilas e outros espaços urbanos através de vários
critérios: população, infraestrutura, organização, serviços, entre outros. Uma cidade caracteriza-se por um
estilo de vida particular dos seus habitantes, pela urbanização e pela concentração de atividades
econômicas. Cada país define os seus próprios critérios para a definição de cidade.

“Cidade não é unicamente um espaço onde se habita… deverá ser um espaço


vivo onde exista uma constante dinâmica e envolvência das pessoas e que
permita uma plena vivência da cidade e dos seus espaços.”

Duarte Natário, Arquiteto paisagista


A concepção das cidades
O MUNDO É
PREDOMINANTEMENTE
URBANO E,PORTANTO,
PRECISAMOS CONHECER
NOSSAS CIDADES

A maior parte da população mundial vive em cidades e, nas


últimas décadas, o processo de urbanização global se
acelerou.
De acordo com o relatório World Urbanization Prospects, de
2018, 55% da população do planeta (pouco mais de 4 bilhões
de pessoas) é urbana e, de um total de 194 países, 59 têm
mais de 80% de população vivendo em cidades. Um deles é o
Brasil, com 85% de sua população urbana.

Fonte: PREPARA RAPS 2020 - GUIA TEMÁTICO CIDADES


A concepção das cidades
Modelos de cidades ao redor do mundo
Cidade Compacta: caracteriza-se pelo Cidade Espraiada ou Dispersa: O modelo
uso misto do solo – bairros que comportam espraiado é dominante na grande maioria das
diversas atividades relacionadas à cidades brasileiras: geralmente o emprego se
moradia, como comércio e serviços – e concentra nas áreas centrais e a habitação se
por altas densidades populacional e de espraia pelas periferias, que se tornam
área construída. Dentre as muitas progressivamente mais afastadas do centro.
vantagens desse modelo, têm destaque
aquelas relacionadas à mobilidade:
deslocamentos menores no dia a dia,
economia em sistemas de transporte e
racionalização das infraestruturas urbanas.
Cidades Espairadas x Cidades Compactas

ATLANTA (EUA) BARCELONA (ESPANHA)

População: Área urbana: Emissão de carbono: População: Área urbana: Emissão de carbono:
5,3 milhões 7.692 km² 6,9 toneladas 5 milhões 648 km² 1,16 toneladas

Fonte: London School of Economics and Political Science, LSE Cities Report, 2014-16, www.lse.ac.uk/lse-cities
Planejamento Urbano: conceito
O planejamento urbano é o processo de idealização, criação e desenvolvimento de soluções que visam
melhorar ou revitalizar certos aspectos dentro de uma determinada área urbana ou do planejamento de
uma nova área urbana em uma determinada região, tendo como objetivo principal proporcionar aos
habitantes uma melhoria na qualidade de vida.

O planejamento urbano, segundo ponto de vista contemporâneo (e, em certa medida, pós moderno),
tanto enquanto disciplina acadêmica quanto como método de atuação no ambiente urbano, lida
basicamente com os processos de produção, estruturação e apropriação do espaço urbano. A
interpretação destes processos, assim como o grau de alteração de seu encadeamento, varia de acordo
com a posição a ser tomada no processo de planejamento e principalmente com o poder de atuação do
órgão planejador.
Muito
Obrigado!

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