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Checklist de

ADUBAÇÃO DE
PASTAGEM
Checklist de adubação de pastagem

INTRODUÇÃO
O primeiro passo é montar um programa de correção e adubação do solo, que
devem seguir a seguinte sequência:

• Inventário da pastagem: esse deve ser o primeiro passo a ser feito, que
recomenda-se fazer sempre no último mês de chuvas de uma
determinada região.

• Escolha das pastagens que serão intensificadas através da correção e


adubação do solo. Isso é feito a partir do inventário feito anteriormente.

• Amostragem do solo das pastagens: certifique-se de enviar as amostras


para um laboratório idôneo. Os resultados dessa análise devem ser
interpretados por um especialistas em nutrição de plantas forrageiras, que
fará as recomendações de correção de adubação do solo de acordo com
as características do mesmo e das metas e objetivos do produtor.

• Planejamento para execução: neste ponto, define-se quando, como e


quem vai executar cada uma das etapas.

• Correção do solo: tem como objetivo transformar solo de muito baixa


fertilidade em um solo com teor de nutrientes no mínimo médio,
objetivando que chegue a alto.

• Definir qual prática corretiva deverá ser utilizada entre: calagem,


gessagem, fosfatagem, potassagem e correção de micronutrientes.

• Adubação: feita depois da correção do solo, com vários nutrientes


essenciais das plantas, como cálcio, magnésio, fósforo, enxofre, potássio,
micronutrientes, além da adubação nitrogenada, que vai modular o
potencial de produção.

• Após um ano do programa, deve-se fazer uma avaliação técnica para ver
se as metas foram alcançadas, para que sejam feitas correções no
programa caso necessário.

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AMOSTRAGEM DE SOLO
Essa é uma etapa essencial, que precisa ser feita corretamente. Falhas nessa
fase do programa afetarão todo o planejamento e execução do programa de
correção e adubação de pastagem

• Em sequeiro não irrigado, a amostragem deve ser feita no final do


período chuvoso.

• A amostragem deve ser de 0 a 20 cm no primeiro ano para


recomendação de calagem e adubação. Porém, pode-se retirar amostras
de 20 a 40 cm para conhecer o perfil do solo e avaliar se é necessário
fazer gessagem.

• No segundo e no terceiro ano, pode-se fazer amostragem apenas de 0 a


20 cm.

• No quarto ano do projeto, deve-se repetir a análise de 20 a 40 cm.

• Procurar áreas homogêneas para a amostragem.

• A amostragem deve ser feita longe da área de lazer, da sombra dos


animais, dos bebedouros, curva de nível, pegando a amostra no pasto na
área que representa a maioria dele, para ter uma representação ideal da
fertilidade desse solo.

• Deve-se utilizar sacos plásticos ou baldes extremamente limpos para


não contaminar a amostra.

• Deve-se identificar corretamente a amostra.

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TÉCNICAS DE CORREÇÃO DO SOLO


Mais de 70% dos solos brasileiros são classificados com acidez alta ou muito
alta, o que gera um grande prejuízo para a produção vegetal. Embora as plantas
forrageiras sejam mais tolerantes à acidez do solo, quando o objetivo é
intensificar a produção de sistemas a pasto, é importante diminuir a acidez do
solo elevando o pH para níveis acima de 6.

• Após a amostragem e análise do solo, avaliar o acidez e fazer o cálculo


da dose de corretivo a ser utilizado. Na maioria dos casos, o cálculo da
dose de calcário é feito por saturação por bases. Esse cálculo deve ser
feito por um técnico especialista.

• Se a correção será feita em um solo em que ainda será estabelecida uma


pastagem, deve ser feita 3 meses antes do estabelecimento da pastagem.

• O corretivo deve ser incorporado na profundidade do solo determinada


pelo técnico na etapa anterior.

• No solo de uma pastagem já estabelecida, fazer a correção na estação


chuvosa, 6 meses antes do início das adubações.

• Além do calcário, pode utilizar outros corretivos como cal virgem, cal
hidratada, escórias de alto forno, agro silicato. Apesar disso, o calcário é o
mais utilizado em todo o mundo.

• Deve-se ter em mente que a calagem visa maximizar a eficiência do uso


de adubos. Somente a correção do solo não trará os resultados
esperados. Ela deve ser vista como um alicerce de um edifício que será
construído com o uso de outros nutrientes.

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GESSAGEM
Abaixo da camada de 20 a 30 centímetros de profundidade, o calcário demora
muito para chegar e é nessa camada que a acidez é mais alta. Quanto mais se
aprofunda o perfil do solo, este tende a ficar mais ácido. A acidez aumenta
muito a solubilidade do alumínio. Quando a solubilidade do alumínio atinge os
níveis máximos, em pH abaixo de 4,5, passa a ser tóxico para o crescimento
radicular da planta. Associado ao alto teor de alumínio, o teor de cálcio é muito
baixo. Essa combinação acaba sendo muito restritiva ao sistema radicular.

Por isso, desenvolveu-se a técnica da gessagem, que consiste em aplicar gesso


ao solo. O sulfato de cálcio se combina com o alumínio, o removendo do solo,
ao mesmo tempo que leva o cálcio para camadas mais profundas, estimulando
o sistema radicular da planta.

• O tipo de gesso mais utilizado é o gesso agrícola (sulfato de cálcio


dihidratado), que é um resíduo da industrialização do fosfato.

• As condições de fertilidade do solo afetam o cálculo da dose de gesso a


ser usada. Deve-se utilizar como parâmetro o teor de argila do solo nas
camadas de 20-40 ou 40-60 cm.

• Deve-se seguir corretamente as orientações técnicas, pois o gesso, se


não aplicado na quantidade correta, pode trazer desequilíbrio na fertilidade
do solo.

• O gesso deve ser aplicado pelo menos 60 dias após a aplicação do


corretivo.

NUTRIENTES
Em solo de pastagem, além dos teores de fósforo serem baixo, sua
disponibilidade também é baixa, pois o fósforo normalmente está combinado
com ferro, alumínio ou manganês. A prática corretiva do solo explicada
anteriormente contribui para aumentar a disponibilidade de fósforo, mas os
teores desse elemento continuarão sendo baixos.

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O fósforo é um nutriente essencial na planta. O fósforo pode ser aplicado em


uma prática corretiva, chamada fosfatagem. Essa técnica consiste em aplicar
fósforo em uma solo cujo teor de fósforo está baixo ou muito baixo. Essa
técnica é feita normalmente na fase de estabelecimento da pastagem, embora
possa ser feita também em pastagem já estabelecida.

O fósforo também pode ser aplicado como adubo, no plantio e também na


pastagem já estabelecida.

• Para calcular a dose de solo, na fosfatagem, considera-se o teor de argila


do solo. A recomendação é aplicar 4 kg de P2O5 para cada 1% de argila.
Outros autores utilizam como parámetro aplicar 9 kg de P2O5 para cada 1
mg/dm3 a ser aumentado no solo.

• Recomendação inicial: elevar o teor de fósforo no solo para, no mínimo,


10-15 mg/dm3.

• Em pastagens já estabelecidas, deve-se calcular a dose de fósforo pelo


nível de extração de acordo com a meta de produção de forragem, taxa de
lotação, produção de carne ou produção de leite.

• Uma vez calculada a dose, definir qual fonte de fósforo será utilizada.

• Uma das fontes é o fosfato natural de rocha, bastante disponível no


Brasil. Essa pode ser moída e aplicada diretamente ao solo, ser
parcialmente acidulada com ácido sulfúrico (parte fica solúvel em água e
parte em ácido), ser totalmente solubilizada com ácido sulfúrico para
produção de ácido fosfórico e produzir os fosfatos solúveis em água e
citrato neutro de amônio, tais como superfosfato simples, superfosfato
triplo, fosfato monoamônio e fosfato diamônio.

• Essa rocha também pode ser combinada com a rocha magnesiana e


submetida a altas temperaturas para a produção do termofosfato Yoorin.

• Também existem os fosfatos importados de origem sedimentar.

• As fontes mais eficientes são os fosfatos solúveis em água e citrato


neutro de amônio, que são os fosfatos acidulados.

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• Em seguida, estão os fosfatos de origem sedimentar, importados do


norte da África, Istael, EUA ou Peru.

• As fontes que têm menor eficiência agronômica são os fosfatos naturais


de rocha.

• Fosfatos acidulados: aplicação deve ser localizada no plantio, na forma


granulada e em solo já corrigido.

• Fosfatos naturais (sedimentares ou de rocha): aplicação antes do plantio,


em solo pouco ácido, e incorporados ao solo.

• Tenha em mente que as plantas respondem melhor ao fósforo no plantio


do que quando a pastagem já está estabelecida.

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POTÁSSIO
Como o fósforo, o potássio é essencial para o desenvolvimento das plantas.
Uma das características do potássio é trazer o aumento da tolerância da planta
a estresse biótico (provocado por doenças e pragas) e abiótico (provocado por
extremos de temperatura e disponibilidade de água). O potássio é encontrado
basicamente na fase mineral.

• A análise de solo determinará a disponibilidade de potássio.

• Deve-se analisar não somente a camada de 0 a 20 cm do solo, mas


também, a camada de 20 a 40 cm de profundidade, pois o potássio é
muito móvel.

• O potássio pode ser aplicado na forma de corretivo, em uma técnica


chamada potassagem (em solos com teor muito baixo de potássio).

• O potássio pode também ser aplicado como adubo.

• A aplicação pode ser em um solo onde será implantada uma pastagem,


bem como em pastagens já estabelecidas (traz mais resposta nesta
aplicação).

• Potassagem: considerar a capacidade de troca de cátions do solo.

• Em solo arenoso, eleva-se o teor de potássio para 3-4% dessa


capacidade.

• Em solo argiloso, eleva-se o teor de potássio para 5-6% dessa


capacidade.

• Em pastagem já estabelecida, a dose de potássio dependerá da meta


estabelecida pelo produtor.

• Na adubação de manutenção, o potássio deve ser parcelado de acordo


com a textura do solo.

• Solos arenosos (<15% de argila): máximo de 30 kg de K20/hectare por


aplicação.

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• Solos de textura média (15-35% de argila): 60 kg de K20/hectare por


aplicação.

• Solos argilosos (25-60% de argila): 90 kg de K20/hectare por aplicação.


A fonte de potássio mais utilizada no Brasil é o cloreto de potássio.

ENXOFRE
O enxofre é mais um nutriente essencial, uma vez que é componente das proteínas.

• O enxofre é determinado pela análise de solo.

• Deve-se analisar não somente a camada de 0 a 20 cm do solo, mas


também, a camada de 20 a 40 cm de profundidade, pois o enxofre, como o
potássio, é muito móvel.

• A dose de enxofre é recomendada de acordo com a análise de solo.

• Pode-se calcular a dose de enxofre para metas específicas do produtor.

• O enxofre pode ser aplicado tanto na fase de correção quanto de


manutenção da pastagem.

• Fase de correção: o enxofre é aplicado na gessagem. Isso porque o gesso


tem entre 15% e 17% de enxofre.

• O enxofre também é aplicado no estabelecimento da pastagem, junto


com a fonte de fósforo.

• Em pastagens estabelecidas, o enxofre é aplicado na forma de gesso,


com a função de adubo.

• O enxofre também pode ser aplicado como superfosfato simples, como


adubo de manutenção.

• Pode também estar sendo aplicado na forma de adubação nitrogenada (o


sulfato de amônio contém 24% de enxofre).

• A relação entre enxofre e nitrogênio deve ser mantida em 13 a 15 parte de


nitrogênio para uma parte de enxofre.

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MICRONUTRIENTES
Os micronutrientes essenciais incluem boro, cobre, ferro, manganês, molibdênio
e zinco. Eles também são essenciais para as plantas, mas são requeridos em
quantidades menores, pois não entram na formação da estrutura da planta,
mas sim, são componentes de enzimas que atuam no metabolismo das
plantas.

• As recomendações de micronutrientes são baseadas nas análises de


solo na camada de 0 a 20 cm de profundidade.

• Quando o teor de nutriente está muito baixo, recomenda-se uma dose


maior. Já quando o teor está baixo, a recomendação é uma dose
intermediária e quando está médio, a dose recomendada é média.

• É possível calcular a dose de micronutriente baseado em metas de


produtividade com o modelo de balanço de massas.

• Os micronutrientes podem ser aplicado na fase de correção,


normalmente antes do estabelecimento da pastagem.

• Também podem ser aplicados durante a fase de plantio

• Os micronutrientes também pode ser aplicados na pastagem já


estabelecida.

• As fontes de micronutrientes podem ser sais, óxidos e sulfatos, que são


solúveis em água, e podem ser aplicados na forma sólida ou através de
adubação foliar.

• Os micronutrientes também podem ser aplicados na forma de quelatos


(alta disponibilidade) ou na forma de uma mistura chamada de “fritas”
(disponibilidade menor).

• A pastagem só responde à adubação com micronutrientes quando não


há mais restrição em termos de acidez do solo e na disponibilidade dos
macronutrientes.

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NITROGÊNIO
O nitrogênio é o nutriente que mais se perde nas adubações, além de ser o mais
caro. No entanto, o nitrogênio é o modulador da produção. A aplicação do
nitrogênio depende do teor dos demais nutrientes do solo.

• A relação com o fósforo deve ser de 10 partes de nitrogênio para 1 de


fósforo.

• Com o potássio deve ser de 1 parte de nitrogênio para 1 parte de


potássio.

• Com o enxofre a relação deve ser de 13-15 partes de nitrogênio para 1 de


enxofre.

• O nitrogênio pode ser perdido por volatilização, lixiviação, fixação,


escorrimento superficial.

• Além disso, o nitrogênio tem um alto potencial poluidor.

• A dose de nitrogênio é baseada em resultados obtidos em trabalho de


pesquisa, especificamente pesquisas regionais, pois não é possível
calcular a dose avaliando a parte mineral do solo.

• A dose máxima de resposta econômica do nitrogênio, em pastagens não


irrigadas, é de cerca de 400 kg/ha/ano. Já em pastagens irrigadas, esse
número é maior do que 600 kg/ha/ano. Isso depende também dos
elementos climáticos (chuvas, por ex.).

• A dose de resposta econômica por aplicação varia de 40 a 60 kg de


nitrogênio/ha/aplicação.

• Existem 3 fontes de nitrogênio: nitrogênio amoniacal (muito encontrado


no sulfato de amônio e na metade do nitrogênio do nitrato de amônio),
fonte nítrica (metade do nitrogênio do nitrato de amônio) e nitrogênio
amídico (ureia).

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• Quando se aplica nitrogênio na forma amoniacal ou nítrica, as perdas


são muito pequenas, mesmo em condições de umidade não favoráveis à
resposta do nitrogênio. A perda varia de 2,5% a 10% do nitrogênio
aplicado.

• O nitrogênio amídico da ureia convencional pode ter perdas de 10% a até


90%, dependendo das condições climáticas. Por isso, deve-se ficar atento
às condições de umidade do solo e de precipitação.

• A ureia é a fonte mais barata de nitrogênio, mas o risco de perda é maior.

• O ideal é aplicar a ureia com o solo úmido e continuar nos próximos dias
chovendo. Ou aplicar no solo seco, mas chover dentro de um período de 3
a 6 dias em torno de 15 a 20 mm sobre a ureia.

• Ureia combinada com uma fonte de enxofre, ureia com inibidor de


urease, ureia combinada com cobre e boro, ureia polimerizada, ureia
protegida são todas alternativas desenvolvidas para reduzir o impacto da
perda do nitrogênio.

• A adubação nitrogenada é a última etapa de um programa de correção e


adubação do solo de pastagem.

Fonte: Curso Correção e adubação do solo da pastagem, ministrado por Adilson Aguiar, Prof.
e Pesquisador da FAZU, especialista em solos e manejo de pastagens, e Mateus Caseta,
Professor da FAZU e consultor em sistemas pecuários.

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